Composta por mais de 300 peças de porcelana e cerâmica, a instalação PICNIC de Marco Paulo Rolla, foi criada em 2000, na residência realizada pelo artista no European Ceramic Work Centre (EKWC), em Hertogenbosch, na Holanda. A obra faz referência a trabalhos representativos da história da arte, como Concerto Campestre (c.1508) de Giorgione, e Déjeuner sur l’Herbe (1863) de Edouard Manet, e revela o ideal de abundância intensamente desejado pelo homem. Seu foco remete à melancolia arcaica da transitoriedade. Em meio à celebração festiva e sensorial da vida, paira o risco da interrupção involuntária. Na instalação, o artista propõe deslocamentos poderosos, materializando em porcelana imagens residuais como reflexos do cotidiano, transformando o observador em testemunha ocular da suspensão de um tempo subitamente interrompido. O prazer pela forma, pelo brilho dos materiais e pela identificação imediata de uma refeição em curso atrai a atenção de quem se aproxima, conduzindo o olhar à constatação da ausência. O que se resgata então são reverberações de corpos, de gestos e expressões que sugerem o tempo lento da contemplação de uma intimidade roubada.
Composta por mais de 300 peças de porcelana e cerâmica, a instalação PICNIC de Marco Paulo Rolla, foi criada em 2000, na residência realizada pelo artista no European Ceramic Work Centre (EKWC), em Hertogenbosch, na Holanda. A obra faz referência a trabalhos representativos da história da arte, como Concerto Campestre (c.1508) de Giorgione, e Déjeuner sur l’Herbe (1863) de Edouard Manet, e revela o ideal de abundância intensamente desejado pelo homem. Seu foco remete à melancolia arcaica da transitoriedade. Em meio à celebração festiva e sensorial da vida, paira o risco da interrupção involuntária. Na instalação, o artista propõe deslocamentos poderosos, materializando em porcelana imagens residuais como reflexos do cotidiano, transformando o observador em testemunha ocular da suspensão de um tempo subitamente interrompido. O prazer pela forma, pelo brilho dos materiais e pela identificação imediata de uma refeição em curso atrai a atenção de quem se aproxima, conduzindo o olhar à constatação da ausência. O que se resgata então são reverberações de corpos, de gestos e expressões que sugerem o tempo lento da contemplação de uma intimidade roubada.