Rosângela Rennó’s Wedding Landscape (1996) is made up of layers of large sheets of plexiglass, to which the artist glued strips of negatives she retrieved from a wedding photography studio in Havana in 1994. Before the work went on view in Chosen Memories, a survey of Latin American contemporary art currently on view at MoMA, our photography conservators made a routine assessment of the work’s condition. What they found—and the best way to treat it—turned out to be anything but routine.
“Materials of film are generally held in an archive. So they’re typically not put on display,” explains Craig Kamrath, a photography conservation fellow, “But in this instance, the film is what you’re there to look at, these strips of negatives.”
Photography conservator Lee Ann Daffner was baffled: “When I first saw this work, I didn’t know what to think, because we had so many questions.” For one, there was a white, powdery substance appearing throughout the layers of plexiglass. Was it mold, or the dreaded “plexi disease” that can occur when a piece of plexiglass abrades, or something else? Daffner and Kamrath worked with conservation scientist Catherine H. Stephens and conservation science fellow Kyna Biggs to take samples and analyze them. But then another problem presented itself: these negatives, made of cellulose acetate, have a limited shelf life before they begin degrading. Thorough detective work needed to be done to determine the age of the negatives and how much acetic acid they were off-gassing, a sign of their decay. And was the plexiglass helping or hurting their condition?
“We’re right on the doorstep with this artwork,” Kamrath said. The discoveries are constantly unfolding in our latest episode of Conservation Stories.
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The comments and opinions expressed in this video are those of the speaker alone, and do not represent the views of The Museum of Modern Art, its personnel, or any artist.
106 x 71 cm
Impressão com tinta pigmentada sobre papel Hahnemühle Museum Etching 350g, pintura a ouro 23K e tinta vinílica
Foto cortesia artista81 x 61 cm
Impressão com tinta pigmentada sobre papel Hahnemühle Museum Etching 350g, pintura a ouro 23K e tinta vinílica
Foto cortesia artistaPaisagem de casamento (1996) é umas das 6 obras de Rennó que fazem parte do acervo do MoMA. O trabalho foi construído a partir de um acervo de negativos doados a ela em 1994, em Havana, por uma fotógrafa cubana especializada em fotos de casamento. Segundo Rennó, “a repetição monótona das cenas, a monotonia da documentação, foi o que de fato me interessou naquela coleção de negativos. Percebi que a quantidade de cenas seguindo um padrão de repetição poderia funcionar como uma espécie de textura e a disposição dessas tiras de negativos entre placas de acrílico, sugeriria a sobreposição de planos, como numa paisagem”.
A citação de Rennó faz parte de uma entrevista concedida por ela para a série Giving a Body to Time, do MoMA.
120 x 110 cm
Impressão com tinta pigmentada em papel de algodão Hahnemühle Photo Rag Barytha 315
Foto Filipe BerndtEm 1988 tomei uma ‘dupla decisão’ que transformou radicalmente minha relação com a fotografia: parar de produzir imagens novas e me dedicar à apropriação e releitura do que chamava de ‘resíduos fotográficos’, limitando o ato fotográfico ao que eu considerava estritamente necessário.
Surgiram ali, não como propósito, mas como consequência, tanto um princípio de economia na produção de novos imaginários, quanto o início de uma investigação sobre os diferentes ciclos de vida que as fotografias têm, em função de sua existência no mundo dos sujeitos e suas representações. Eu achava que muitas das fotografias que eu encontrava à beira do abandono pediam (e também mereciam…) uma sobrevida, ou seja, alguma ressignificação ou uma nova função simbólica.
Comecei pelo vernacular, a via que me parecia mais natural, revisitando e reutilizando imagens de álbuns de família. Logo em seguida fui compelida a entrar no território mágico do cinema e na sua relação direta com o dispositivo fotográfico. Recém-admitida na pós-graduação da Escola de Comunicações e Artes da USP, tendo o cinema como área de concentração, os fotogramas 35mm descartados na lixeira da sala de montagem da ECA se tornaram imediatamente objetos de escrutínio e desejo. O fotograma isolado de seu contexto é como um sobrevivente que narra sobre a suspensão de um tempo transcorrido, que é revisto (e editado), novamente, como fantasmagoria. Se a fantasmagoria não deixa vestígios, assim que o dispositivo cinematográfico é desligado, o fotograma é a prova de sua existência. Por meio de mecanismos de intertextualidade com a pintura, a publicidade, a história da arte e da fotografia, havia nos fotogramas uma miríade de possibilidades de leitura desse ‘tempo suspenso do tempo’, parafraseando Maurício Lissovsky, ‘um tempo de duração ilimitada, porém determinado a acabar’. O anti-cinema era um cinema às avessas.
Em paralelo aos fotogramas transformados em imagens de grande formato havia um pequeno grupo de objetos onde o movimento era algo inventado ou atribuído, como se a suspensão do tempo pudesse acontecer a partir de uma colagem de imagens fotográficas; entretanto, o anti-cinema, aqui, era um pastiche bem-humorado do que no século 19 foi a fantasmagoria que oscilava entre a fotografia e o cinema.
Rosângela Rennó, 2022
92 x 155 cm
Impressão com tinta pigmentada em papel de algodão Hahnemühle Photo Rag Barytha 315g Foto Filipe Berndt165 x 112 cm
Impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel Hahnemühle Photo Rag 308g Foto Reprodução70 x 70 x 12 cm
Espelho convexo, frase invertida jateada, suporte pintado Foto Filipe Berndt73 x 58 x 3,5 cm
Impressão em tinta pigmentada sobre papel marmorizado feito à mão e moldura em madeira com placa de identificação em metal
Foto Filipe BerndtNa série Seres notáveis do mundo, Rennó apropria-se das imagens dos bustos de gesso que pertencem à coleção do El Museo Canário (Las Palmas de Gran Canaria, Espanha). Esses bustos tinham como objetivo representar as distintas raças do globo, foram feitos entre 1840 e 1870, e adquiridos para integrar a Sala de Antropologia do museu. Daqueles homens mortos, restaram apenas as máscaras que foram transformadas em bustos de gesso, para um gabinete positivista de antropologia, depois foram imagens fotográficas desses bustos e, finalmente, fantasmas, sombras, espectros sobre as folhas de papel marmorizado artesanalmente.
79,5 x 59 x 3,5 cm
Impressão em tinta pigmentada sobre papel marmorizado feito à mão (72 x 50 cm) e moldura em madeira com placa de identificação em metal
Foto Filipe Berndt“Ao longo da exposição, é possível acompanhar como a ausência de imagens e informações prestou-se à atribuição de uma cidadania incompleta. Por exemplo, o anonimato forçado nas fichas técnicas da coleção de gessos armazenados no El Museo Canario de Antropología (Las Palmas, Ilhas Canárias). O que haveria em comum entre uma mulher do Industão, um homem da Ilha Rochet e um menino de Zanguebar? Ao que tudo indica, são simplesmente “seres notáveis” por não pertencerem à branquitude. Para a realização dessa série (2019), Rennó escancara as lacunas de informações de uma das maiores coleções arqueológicas da região. A partir dos bustos que tinham o objetivo de representar “distintas raças do globo”, a artista responde à violência de corpos “sem nome” imprimindo-os sobre um papel de textura marmorizada, como uma “pele” que lhes conferem minimamente a faceta de sepultura, logo um direito à memória (“monumento”).
Trecho de No Fim da Madrugada, de Lisette Lagnado
73 x 58 x 3,5 cm
Impressão em tinta pigmentada sobre papel marmorizado feito à mão (65 x 50 cm) e moldura em madeira com placa de identificação em metal. Impressa por Cesar Barreto. Foto Filipe Berndt195 x 70 x 20 cm
75 produtos de marcas variadas, dispostos em vitrine fechada, com vidro e adesivo jateado
Foto Filipe BerndtA imortalidade ao nosso alcance se alinha a vocação da obra de Rosângela Rennó, refletindo sobre o papel da fotografia expandida na construção social das representações e da memória. Na instalação, 76 produtos de marcas variadas são exibidos em uma vitrine cujo vidro jateado deixa vazar algumas “janelas”ao seu interior. Em cada parte transparente do vidro aparece um produto/ rosto. Cada retrato-a-venda, deixa escapar alguma satisfação, um sorriso, um alívio ou um prazer. Do lado de fora, a chave para a abertura da vitrine deixa ler: A imortalidade ao nosso alcance. A instalação foi produzida por ocasião da exposição panorâmica de Rennó na Estação Pinacoteca, entre 2021 e 2022.
195 x 70 x 20 cm
Foto Filipe BerndtDimensões variáveis
Impressão de gelatina e prata Foto Filipe BerndtDimensões variáveis
Impressão de gelatina e prata sobre papel Foto Filipe Berndt180 x 100 cm (cada)
Fotografia digital (processo lightjet) laminada e montada sobre PVC Foto Filipe Berndt29 x 23 cm, 104 páginas
Livro pintado à mão e jaqueta de livro, pintada e emoldurada / Livro de Marcel Bigeard e Marc Flament (Paris: La Pensée Moderne, 1959). Foto Filipe Berndt29 x 23 cm, 104 páginas
Livro pintado à mão e jaqueta de livro, pintada e emoldurada / Livro de Marcel Bigeard e Marc Flament (Paris: La Pensée Moderne, 1959). Foto Filipe Berndt “Aucune Bête au Monde” é um livro editado em 1959, composto por textos do então Coronel francês Marcel Bigeard e por fotos do Sargento-Chefe Marc Flament, sobre a longa guerra pela independência da Argélia (1954-1962). Rennó fez uma intervenção no livro com tinta cinza, apagando das imagens qualquer militar que tenha sido retratado. A artista também eliminou, com recortes, os textos que identificavam o local onde as imagens foram capturadas. Rennó escreve sobre os apagamentos: “Os apagamentos nas imagens e nas próprias páginas pretendem sugerir um aspecto de universalidade na documentação de uma guerra específica”.806 molduras - 11 x 16 cm
Instalação contendo fotografias impressas em jato de tinta sobre papel de algodão, escritas e carimbadas e um texto-manifesto em português e inglês. Foto Filipe Berndt Cerca de 800 pequenas molduras vermelhas, pretas e brancas organizam e classificam a pesquisa de dois anos de Rosângela Rennó em torno de imagens de monumentos erguidos em homenagem a Lenin. As classificações incluem uma busca pela compreensão do destino de cada monumento após o fim da União Soviética. Cada imagem coletada traz em si códigos e anotações feitas pela artista a respeito da origem ou história de cada monumento. São, como expressa Rennó no texto que acompanha a montagem, “observações a partir do ato de colecionar fotos de estátuas de Lenin”.806 molduras - 11 x 16 cm
Instalação contendo fotografias impressas em jato de tinta sobre papel de algodão, escritas e carimbadas e um texto-manifesto em português e inglês. Foto Filipe Berndt Cerca de 800 pequenas molduras vermelhas, pretas e brancas organizam e classificam a pesquisa de dois anos de Rosângela Rennó em torno de imagens de monumentos erguidos em homenagem a Lenin. As classificações incluem uma busca pela compreensão do destino de cada monumento após o fim da União Soviética. Cada imagem coletada traz em si códigos e anotações feitas pela artista a respeito da origem ou história de cada monumento. São, como expressa Rennó no texto que acompanha a montagem, “observações a partir do ato de colecionar fotos de estátuas de Lenin”.14 x 40 x 4 cm
Maços de cigarro Che, isqueiro estilo Zippo e caixas de acrílico Foto Felipe Berndt Na obra, Rosângela Rennó organiza uma coleção de maços de cigarro da marca Che e um isqueiro com a imagem e nome do revolucionário marxista Ernesto Guevara (1928 – 1967). Todos os objetos carregam em sua identidade gráfica a icônica imagem de Guevara registrada por Alberto Diaz “Korda,” em 5 de março de 1960, intitulada “Guerrilheiro Heroico”. A imagem estilizada de Che foi utilizada pelo designer Jim Fitzpatrick em um cartaz que teve 2 milhões de cópias vendidas em 6 meses. Rennó lança a questão: “Teria o ‘Che’, sendo inimigo implacável do capitalismo, feito alguma objeção ao tratamento e à monetização de sua imagem?”. A respeito do uso da imagem pela marca de cigarros, ela escreve: “Por que a imagem de um líder revolucionário acabaria ilustrando um maço de cigarros, vendido em várias partes do mundo? O proveito da indústria pode representar um dano, um esvaziamento ainda maior da imagem, mas até mesmo a indústria sofre com certas determinações do mercado. Então, nós, consumidores, assistimos a ações perversas, alheias tanto ao universo ao qual aquela imagem pertencia, quanto à própria indústria que se beneficiou dela durante muitos anos. Quando algumas sociedades decidem que certo produto é de tal maneira danoso ao ser humano que justifica a inserção de mensagens explícitas, visuais e textuais, a imagem da marca acaba sendo reduzida, eclipsada, chegando até ao seu completo desaparecimento”.19,5 x 11 x 11,5 cm
Visor 3D do final do século XIX e quatro placas de acrílico, contendo dois textos do projeto Arquivo Universal (1992 - ) em português e inglês Foto Filipe Berndt O trabalho utiliza um dispositivo ótico de visualização de fotografia três dimensões, criado em 1840, substituindo as imagens normalmente empregadas na visualização por placas com textos do projeto Arquivo Universal. Iniciado por Rennó em 1992, o Arquivo Universal compila textos jornalísticos sobre imagens fotográficas. Em Exercício 3D (transparência) os textos do Arquivo Universal, aplicados à tecnologia 3D, causam desconforto, não apenas pelo esforço em conseguir “ver” apenas um texto com palavras que parecem flutuar diante dos olhos, mas, também, convertê-los em imagens, depois da leitura do mesmo. Algumas fotografias são facilmente reconhecíveis ou decifráveis a partir dos textos. Outras, se desconhecidas, vão solicitar ao leitor o exercício da construção mental ou da invenção.19,5 x 11 x 11,5 cm
Visor 3D do final do século XIX e quatro placas de acrílico, contendo dois textos do projeto Arquivo Universal (1992 - ) em português e inglês Foto Filipe Berndt O trabalho utiliza um dispositivo ótico de visualização de fotografia três dimensões, criado em 1840, substituindo as imagens normalmente empregadas na visualização por placas com textos do projeto Arquivo Universal. Iniciado por Rennó em 1992, o Arquivo Universal compila textos jornalísticos sobre imagens fotográficas. Em Exercício 3D (transparência) os textos do Arquivo Universal, aplicados à tecnologia 3D, causam desconforto, não apenas pelo esforço em conseguir “ver” apenas um texto com palavras que parecem flutuar diante dos olhos, mas, também, convertê-los em imagens, depois da leitura do mesmo. Algumas fotografias são facilmente reconhecíveis ou decifráveis a partir dos textos. Outras, se desconhecidas, vão solicitar ao leitor o exercício da construção mental ou da invenção.Dimensões variáveis
10 álbuns em formato concertina / acordeão, contendo aproximadamente 500 imagens digitais em 42 páginas. Capa dura coberta de tecido; imagens manuscritas impressas em papel de fibra Matt 200 grs Hahnemühle. Foto Ken CheongDimensões variáveis
Tinta esmalte e plotter de vinil adesivo sobre parede Foto Edouard Fraipont31 x 25 cm cada
86 fotopinturas feitas por Rennó a partir da apropriação de fotografias de casamento Foto Edouard Fraipont A série que dá nome à exposição, Nuptias, 2017, reúne 86 fotopinturas feitas por Rennó a partir de fotografias de casamento. As alterações da artista são feitas com tinta, objetos, recortes e recomposições, incluindo intervenções diretamente sobre fotopinturas originais da região do Cariri, nordeste do Brasil. Além de fazer referência à pluralidade de uniões afetivas independentemente de credo, raça, orientação sexual ou qualquer outra convenção, a artista revisita vários ícones da cultura da visualidade, tanto do ocidente quanto do oriente. As fotopinturas e seus próprios títulos fazem referência ao cerimonial (arroz, glacê), à cultura pop (Batman & Robin, La Lucha), à política recente (Bela, recatada e do lar, Femen), à religião (Burkas, La cieguita) e às disparidades sociais (Chacina).31 x 25 cm
Técnica mista sobre fotografia Foto Gabriela Carrera A série que dá nome à exposição, “Nuptias”, 2017, reúne 86 fotopinturas feitas por Rennó a partir de fotografias de casamento. As alterações da artista são feitas com tinta, objetos, recortes e recomposições, incluindo intervenções diretamente sobre fotopinturas originais da região do Cariri, nordeste do Brasil. Além de fazer referência à pluralidade de uniões afetivas independentemente de credo, raça, orientação sexual ou qualquer outra convenção, a artista revisita vários ícones da cultura da visualidade, tanto do ocidente quanto do oriente. As fotopinturas e seus próprios títulos fazem referência ao cerimonial (arroz, glacê), à cultura pop (Batman & Robin, La Lucha), à política recente (Bela, recatada e do lar, Femen), à religião (Burkas, La cieguita) e às disparidades sociais (Chacina).31 x 50 cm
Técnica mista sobre fotografia Foto Gabriela Carrera A série que dá nome à exposição, “Nuptias”, 2017, reúne 86 fotopinturas feitas por Rennó a partir de fotografias de casamento. As alterações da artista são feitas com tinta, objetos, recortes e recomposições, incluindo intervenções diretamente sobre fotopinturas originais da região do Cariri, nordeste do Brasil. Além de fazer referência à pluralidade de uniões afetivas independentemente de credo, raça, orientação sexual ou qualquer outra convenção, a artista revisita vários ícones da cultura da visualidade, tanto do ocidente quanto do oriente. As fotopinturas e seus próprios títulos fazem referência ao cerimonial (arroz, glacê), à cultura pop (Batman & Robin, La Lucha), à política recente (Bela, recatada e do lar, Femen), à religião (Burkas, La cieguita) e às disparidades sociais (Chacina).Variáveis [variable]
Pratos de porcelana gravados, acrílico e penduradores de aço inox pintado Foto Edouard Fraipont20 x 20 x 7,5 cm (cada)
Pratos de porcelana gravados, acrílico e penduradores de aço inox pintado Foto Edouard Fraipont A série “Bodas de Porcelana”, 2017, é constituída por uma série de 20 objetos de porcelana, feitos à maneira dos pratos decorativos que se expõem sobre a parede e celebra os 20 anos da série “Cerimônia do Adeus”. Casais de pratos justapostos evidenciam suas diferentes procedências, formatos, culturas e idades. Na face voltada ao espectador, Rennó gravou o título do trabalho original e um pequeno ícone de um automóvel da década de 1950.instalação – Vinte mesas de ferro com interruptores e temporizadores, vinte projetores de slide, trinta e dois slides digitais, placas de identificação em acrílico. Trilha sonora de 6minutos inspirada na Internacional Comunista, interpretada por Siri. Slides digitais a partir de imagens do acervo do Diario El Popular (1957 a 1973) pertencentes ao Centro de Fotografia (CdF) de Montevidéu.
Foto Edouard Fraipont A obra originalmente criada para a exposição individual de Rennó no Centro de Fotografia (CdF), de Montevidéu (Uruguai), em 2011, intitulada “Río-Montevideo” apresenta, em 14 projetores de slide, imagens de fotógrafo Aurelio Gonzalez, entre 1957 e 1973. Em 1973, com a eminente chegada do Golpe Militar, no Uruguai, Gonzalez escondeu mais de 40.000 negativos fotográficos criados por ele para o Jornal El Popular, entre as lajes de um edifício de Montevideo. Por mais de 33 anos esse material ficou escondido até que foram encontrados e, finalmente recuperados pelo mesmo fotógrafo, em 2006. Submetidos a um longo processo de restauro, classificação e digitalização pelo Núcleo de Fotografia de Montevidéu, esses negativos revelam uma certa “amnésia construída” que permeia a história recente de vários países da América Latina. Rennó optou por apresentar uma pequena seleção dessas imagens por meio das objetivas dos projetores de slides antigos, que acrescentam uma suavidade cálida, enevoada às imagens. Nesse caso, os projetores são usados de forma a reintroduzir estas imagens na atualidade de uma maneira mais lúdica pois estabelecem uma ligação direta com o passado, mantendo seu significado simbólico, sem, no entanto, amarrá-las à tradição do documentário. Além das projeções, ativadas pelo próprio observador, a instalação é ambientada com o som da famosa composição da Internacional Comunista.100 x 133 x 5 cm
Impressão digital, acrílico e lentes Foto Edouard Fraipont Na série “Operação Aranhas/Arapongas/ Arapucas”, 12 trípticos são formados a partir da associação de imagens realizadas por três fotógrafos diferentes, em épocas e eventos específicos. Doze fotografias foram realizadas por José Inácio Parente durante a Passeata dos Cem mil, no Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1968. Rennó participa com doze imagens feitas durante o Comício das Diretas Já, em Belo Horizonte, em 24 de fevereiro de 1984. As últimas doze foram realizadas pela Cia de Foto, durante o Movimento Passe Livre, em São Paulo nos dias 17 e 20 de junho de 2013. A partir de três momentos históricos, A passeata dos Cem mil (1968), o movimento pelas Diretas Já (1984) e o Movimento Passe Livre (2013), a série aborda questões relacionadas com eventos de massa. Como, o que faz uma multidão mudar o mundo, ou, ao menos, parte de suas histórias? O que a transforma numa enchente que tudo carrega e arrasta, sem medir sua própria força? O que a torna um monstro incontornável, capaz de atormentar até mesmo o algoz mais inescrupuloso? As massas são constituídas de centenas, milhares ou milhões de indivíduos que, em geral, não representam grande perigo ao sistema quando isolados. Entretanto, para nossa sorte ou nosso azar, cada um deles carrega um fragmento importante da corrente do DNA do monstro, que se perde ou se recupera em outro ponto da cadeia, perpetuando seu dinamismo e mantendo-o sempre na flor da idade. Terrível e maravilhoso. Cada foto é recoberta por uma folha de papel de seda com relevo seco — do gênero tradicional de entrefolhamento de álbuns de fotografia antigos — e associada a duas outras imagens, realizadas nos dois outros eventos envolvidos na série. Lentes de câmera e filtros deixarão entrever rostos na multidão.100 x 133 x 5 cm
Impressão digital, acrílico e lentes Foto Edouard Fraipont Na série “Operação Aranhas/Arapongas/ Arapucas”, 12 trípticos são formados a partir da associação de imagens realizadas por três fotógrafos diferentes, em épocas e eventos específicos. Doze fotografias foram realizadas por José Inácio Parente durante a Passeata dos Cem mil, no Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1968. Rennó participa com doze imagens feitas durante o Comício das Diretas Já, em Belo Horizonte, em 24 de fevereiro de 1984. As últimas doze foram realizadas pela Cia de Foto, durante o Movimento Passe Livre, em São Paulo nos dias 17 e 20 de junho de 2013. A partir de três momentos históricos, A passeata dos Cem mil (1968), o movimento pelas Diretas Já (1984) e o Movimento Passe Livre (2013), a série aborda questões relacionadas com eventos de massa. Como, o que faz uma multidão mudar o mundo, ou, ao menos, parte de suas histórias? O que a transforma numa enchente que tudo carrega e arrasta, sem medir sua própria força? O que a torna um monstro incontornável, capaz de atormentar até mesmo o algoz mais inescrupuloso? As massas são constituídas de centenas, milhares ou milhões de indivíduos que, em geral, não representam grande perigo ao sistema quando isolados. Entretanto, para nossa sorte ou nosso azar, cada um deles carrega um fragmento importante da corrente do DNA do monstro, que se perde ou se recupera em outro ponto da cadeia, perpetuando seu dinamismo e mantendo-o sempre na flor da idade. Terrível e maravilhoso. Cada foto é recoberta por uma folha de papel de seda com relevo seco — do gênero tradicional de entrefolhamento de álbuns de fotografia antigos — e associada a duas outras imagens, realizadas nos dois outros eventos envolvidos na série. Lentes de câmera e filtros deixarão entrever rostos na multidão.100 x 133 x 5 cm
Impressão digital, acrílico e lentes Foto Edouard Fraipont Na série “Operação Aranhas/Arapongas/ Arapucas”, 12 trípticos são formados a partir da associação de imagens realizadas por três fotógrafos diferentes, em épocas e eventos específicos. Doze fotografias foram realizadas por José Inácio Parente durante a Passeata dos Cem mil, no Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1968. Rennó participa com doze imagens feitas durante o Comício das Diretas Já, em Belo Horizonte, em 24 de fevereiro de 1984. As últimas doze foram realizadas pela Cia de Foto, durante o Movimento Passe Livre, em São Paulo nos dias 17 e 20 de junho de 2013. A partir de três momentos históricos, A passeata dos Cem mil (1968), o movimento pelas Diretas Já (1984) e o Movimento Passe Livre (2013), a série aborda questões relacionadas com eventos de massa. Como, o que faz uma multidão mudar o mundo, ou, ao menos, parte de suas histórias? O que a transforma numa enchente que tudo carrega e arrasta, sem medir sua própria força? O que a torna um monstro incontornável, capaz de atormentar até mesmo o algoz mais inescrupuloso? As massas são constituídas de centenas, milhares ou milhões de indivíduos que, em geral, não representam grande perigo ao sistema quando isolados. Entretanto, para nossa sorte ou nosso azar, cada um deles carrega um fragmento importante da corrente do DNA do monstro, que se perde ou se recupera em outro ponto da cadeia, perpetuando seu dinamismo e mantendo-o sempre na flor da idade. Terrível e maravilhoso. Cada foto é recoberta por uma folha de papel de seda com relevo seco — do gênero tradicional de entrefolhamento de álbuns de fotografia antigos — e associada a duas outras imagens, realizadas nos dois outros eventos envolvidos na série. Lentes de câmera e filtros deixarão entrever rostos na multidão.147 x 99 x 5 cm
Fotografia em papel de prata/gelatina Ilford Multigrad IV, com viragem de selênio
Foto cortesia artistaA série Lanterna mágica abrange um conjunto de fotografias realizadas manualmente, em laboratório fotográfico, em papel de prata/gelatina de base de fibra. Dentro do laboratório, durante o processamento, as fotografias são expostas a uma luz muito intensa e puntual que afeta a reprodução correta do negativo. Cada negativo preto & branco usado no laboratório gerou quatro imagens distintas, de acordo com a intensidade e tamanho do “buraco negro” produzido sobre a superfície do papel.
147 x 99 x 5 cm
Fotografia em papel de prata/gelatina Ilford Multigrade IV, com viragem de selênio, adesivada sobre foamboard. Foto Edouard Fraipont21'10''
Vídeo monocanal, cor, som, resolução 1920x1080 e texto em vinil, aplicado sobre a parede Foto Frame do vídeo A palavra “sutra”, em sânscrito, significa, literalmente, “uma linha que mantém coisas unidas”, entretanto, também se refere a um aforisma formado por uma sucessão de conceitos específicos que, quando unidos, geram um saber filosófico ou moral. “Uyuni sutra” foi idealizado e construído como uma alegoria da experiência da meditação, exercício cuja finalidade é interromper o fluxo do pensamento, esvaziando e aquietando a mente, como se ela pudesse se tornar um lago sereno, sem ondas. No vídeo, a paisagem monótona da viagem realizada da margem do salar até a chegada à Ilha Incahuasi, capturada de dentro de um carro, com a câmera na mão, foi transformada numa espécie de exercício onde o espectador acompanha o esforço da artista em tentar manter, na horizontal e centralizada no vídeo, a linha do horizonte do Uyuni, o maior salar do mundo, localizado na Bolívia. A primeira tentativa falha em pouco mais do que 2 minutos. A segunda resulta em vários momentos bem sucedidos, nos quais aparece uma linha-guia verde, como as guias de programas de computação gráfica, aplicada sobre a paisagem. O resultado visual do exercício, quando marcado pelo surgimento da linha-guia, se situa entre a estética do videogame e o layout dos painéis de controle de avião que sofreu uma rotação de 90 graus, transformando o horizonte numa linha vertical. A linha-guia aparece mais espessa quando há o equilíbrio perfeito entre as duas metades da imagem, a da direita ocupada pelo céu aparentemente imóvel e a da esquerda pelo sal que se move constantemente: opostos unidos, harmonizados, apaziguados.75 x 26 x 40 cm (cada mesa)
7 turíbulos e 7 potes contendo 8 resinas aromáticas (mirra, olíbano, mastique, estoraque, copal, breu branco e benjoim do Sião + benjoim de Sumatra) sobre 7 mesas. Foto Edouard Fraipont per fumum, através da fumaça + aquilo que desperta doces lembranças. Certas árvores exsudam resinas que, quando solidificadas, são conhecidas como “incensos”, cuja combustão gera uma fumaça muito aromática. Desde os primórdios da humanidade a imagem da fumaça – algo que se situa entre o material e o imaterial – é associada ao espiritual, ao divino. Acredita-se que a fumaça e seu perfume promovem a ligação entre o mundo real e o sobrenatural, entre a matéria e o espírito, entre o ser humano e deus. Trecho do texto do livro espírito de tudo (Cobogó, 2017)Dimensões variáveis
Instalação composta por 74 objetos encontrados e adquiridos em diversas feiras de artigos usados Foto Edouard Fraipont Os 74 objetos que constituem o projeto “Menos-valia [leilão]” foram encontrados e adquiridos em diversas feiras de artigos usados e sua ‘denominação de origem’ está identificada no próprio objeto. Eles entraram novamente em circulação e foram postos à venda por diversas razões: excesso de uso e desgaste, por furto e posterior abandono, porque se tornaram obsoletos ou simplesmente porque o dono perdeu o interesse em possuí-los e os colocou no lixo, de onde saíram para voltar ao mercado. Ao serem selecionados, recompostos, transformados e recontextualizados, esses objetos passam por sucessivas agregações de valor material e simbólico até seu destino final, definido no dia 8 de dezembro de 2010, quando cada um deles foi leiloado na 29ª Bienal Internacional de São Paulo. Ao adquirir um objeto, cada comprador recebeu o certificado de propriedade de uma parte do projeto “Menos-valia [leilão]” e pode incluí-lo em sua coleção de arte. No campo das ideias, “Menos-valia [leilão]” pode ser compreendido, também, como uma das práticas contemporâneas mais fortemente vinculadas às atuais teorias da ruinologia, como a do ‘recuperacionismo ativo de transformação’, entre outras consolidadas recentemente.Dimensões variáveis
Instalação composta por 74 objetos encontrados e adquiridos em diversas feiras de artigos usados Foto Edouard Fraipont Os 74 objetos que constituem o projeto “Menos-valia [leilão]” foram encontrados e adquiridos em diversas feiras de artigos usados e sua ‘denominação de origem’ está identificada no próprio objeto. Eles entraram novamente em circulação e foram postos à venda por diversas razões: excesso de uso e desgaste, por furto e posterior abandono, porque se tornaram obsoletos ou simplesmente porque o dono perdeu o interesse em possuí-los e os colocou no lixo, de onde saíram para voltar ao mercado. Ao serem selecionados, recompostos, transformados e recontextualizados, esses objetos passam por sucessivas agregações de valor material e simbólico até seu destino final, definido no dia 8 de dezembro de 2010, quando cada um deles foi leiloado na 29ª Bienal Internacional de São Paulo. Ao adquirir um objeto, cada comprador recebeu o certificado de propriedade de uma parte do projeto “Menos-valia [leilão]” e pode incluí-lo em sua coleção de arte. No campo das ideias, “Menos-valia [leilão]” pode ser compreendido, também, como uma das práticas contemporâneas mais fortemente vinculadas às atuais teorias da ruinologia, como a do ‘recuperacionismo ativo de transformação’, entre outras consolidadas recentemente.Dimensões variáveis
Instalação composta por 74 objetos encontrados e adquiridos em diversas feiras de artigos usados Foto Edouard Fraipont Os 74 objetos que constituem o projeto “Menos-valia [leilão]” foram encontrados e adquiridos em diversas feiras de artigos usados e sua ‘denominação de origem’ está identificada no próprio objeto. Eles entraram novamente em circulação e foram postos à venda por diversas razões: excesso de uso e desgaste, por furto e posterior abandono, porque se tornaram obsoletos ou simplesmente porque o dono perdeu o interesse em possuí-los e os colocou no lixo, de onde saíram para voltar ao mercado. Ao serem selecionados, recompostos, transformados e recontextualizados, esses objetos passam por sucessivas agregações de valor material e simbólico até seu destino final, definido no dia 8 de dezembro de 2010, quando cada um deles foi leiloado na 29ª Bienal Internacional de São Paulo. Ao adquirir um objeto, cada comprador recebeu o certificado de propriedade de uma parte do projeto “Menos-valia [leilão]” e pode incluí-lo em sua coleção de arte. No campo das ideias, “Menos-valia [leilão]” pode ser compreendido, também, como uma das práticas contemporâneas mais fortemente vinculadas às atuais teorias da ruinologia, como a do ‘recuperacionismo ativo de transformação’, entre outras consolidadas recentemente.Dimensões variáveis
Instalação composta por 74 objetos encontrados e adquiridos em diversas feiras de artigos usados Foto Edouard Fraipont Os 74 objetos que constituem o projeto “Menos-valia [leilão]” foram encontrados e adquiridos em diversas feiras de artigos usados e sua ‘denominação de origem’ está identificada no próprio objeto. Eles entraram novamente em circulação e foram postos à venda por diversas razões: excesso de uso e desgaste, por furto e posterior abandono, porque se tornaram obsoletos ou simplesmente porque o dono perdeu o interesse em possuí-los e os colocou no lixo, de onde saíram para voltar ao mercado. Ao serem selecionados, recompostos, transformados e recontextualizados, esses objetos passam por sucessivas agregações de valor material e simbólico até seu destino final, definido no dia 8 de dezembro de 2010, quando cada um deles foi leiloado na 29ª Bienal Internacional de São Paulo. Ao adquirir um objeto, cada comprador recebeu o certificado de propriedade de uma parte do projeto “Menos-valia [leilão]” e pode incluí-lo em sua coleção de arte. No campo das ideias, “Menos-valia [leilão]” pode ser compreendido, também, como uma das práticas contemporâneas mais fortemente vinculadas às atuais teorias da ruinologia, como a do ‘recuperacionismo ativo de transformação’, entre outras consolidadas recentemente.Dimensões variáveis
Instalação composta por 74 objetos encontrados e adquiridos em diversas feiras de artigos usados Foto Edouard Fraipont Os 74 objetos que constituem o projeto “Menos-valia [leilão]” foram encontrados e adquiridos em diversas feiras de artigos usados e sua ‘denominação de origem’ está identificada no próprio objeto. Eles entraram novamente em circulação e foram postos à venda por diversas razões: excesso de uso e desgaste, por furto e posterior abandono, porque se tornaram obsoletos ou simplesmente porque o dono perdeu o interesse em possuí-los e os colocou no lixo, de onde saíram para voltar ao mercado. Ao serem selecionados, recompostos, transformados e recontextualizados, esses objetos passam por sucessivas agregações de valor material e simbólico até seu destino final, definido no dia 8 de dezembro de 2010, quando cada um deles foi leiloado na 29ª Bienal Internacional de São Paulo. Ao adquirir um objeto, cada comprador recebeu o certificado de propriedade de uma parte do projeto “Menos-valia [leilão]” e pode incluí-lo em sua coleção de arte. No campo das ideias, “Menos-valia [leilão]” pode ser compreendido, também, como uma das práticas contemporâneas mais fortemente vinculadas às atuais teorias da ruinologia, como a do ‘recuperacionismo ativo de transformação’, entre outras consolidadas recentemente.104,5 x 104,5 x 8 cm
11 Impressões digitais sobre placas de acrílico e 1 impressão sobre chapa de PVC, sobrepostas em moldura de madeira e parafusos em aço inox Foto Rafael Cañas Onze bastiões e três portões, cada um com uma ponte elevadiça, pontuam a imponente muralha de pedra, de planta circular, construída pelos venezianos, que governaram a ilha de Chipre entre 1489 e 1571, para abrigar a capital. Os trabalhos começaram em 1567 e estavam quase finalizados quando os turcos cercaram e tomaram Nicosia em 1570. Hoje, a alta e maciça muralha e seus admiráveis bastiões em forma de coração resistem como um belo e impressionante exemplo da engenharia militar medieval. Onze anos foi o tempo de duração da última guerra civil vivida no Chipre, que culminou na cisão da ilha em dois países, mantidos separados, até hoje, pelo que é chamado de ‘último muro da Europa’. Quem sobreviveu a essa guerra raramente cruza a fronteira; quem não se recorda desse período parece não se dar conta de que a forma circular da muralha só se completa do outro lado da fronteira. Hoje, a divisão da ilha é um ‘tema tabu’ e a própria barricada/muro parece inexistir quando se pergunta a um cipriota sobre sua própria identidade ou sua nação. Onze são os desenhos ‘de memória’ feitos por habitantes de Nicosia Norte e Sul, a meu pedido e aplicados em transparência sobre a foto aérea da muralha, hoje engolida pela cidade que cresceu e ultrapassou o desenho original da fortaleza. A fotografia aérea é como a memória do autista que tem a capacidade de recordar-se de tudo, dentro do caos urbano, sem nenhuma seleção e mostra um desenho que permanece mais marcante do que o muro/barricada que o corta de ponta a ponta, dentro da malha sensível da cidade. O ser humano ‘normal’ não funciona assim; ao memorizar, faz seleções, estabelece hierarquias, esquece-se do conjunto e do contexto geral; guarda um detalhe, um recorte. Portanto, o desenho ‘de memória’ do cidadão comum de Nicosia mostra aquilo a que ele atribui mais relevância ou aquilo que ele conhece e reconhece, dentro de sua vivência pessoal e de seu contato com a cidade. Se o indivíduo só vê 5 dos 11 bastiões da muralha, talvez ignore que existem outros 6, do outro lado do muro. Ou talvez saiba de sua existência mas não lhes dê nenhuma importância. Rosângela Rennó, 2009-2010.