Sob Controle, segunda individual da dupla de artistas Leandro Lima e Gisela Motta na galeria Vermelho, apresenta oito novas obras criadas entre 2008 e 2009. Os trabalhos, que sugerem possibilidades de disposição do corpo de forma singular em relação ao espaço e ao tempo, definem novas maneiras de relacionamento, como estar próximo ou distante, aberto ou fechado para o outro. Segundo o sociólogo Laymert Garcia dos Santos, nas obras da dupla, estão presentes elementos que nos remetem ao “caráter propriamente explosivo e violento da condição contemporânea.”
Sob Controle não pretende transmitir uma mensagem, mas sugere possibilidades de reflexão e de tomada de perspectiva acerca da contradição que caracteriza a sociedade de controle atual, fato que se dá por conta da forma como Lima e Motta habitam o espaço expositivo com suas obras, revelando um mundo em total construção, em montagem que cabe ao artista editar, recontar e analisar.
Em Sob Controle, vídeoinstalação que dá título a exposição, oficiais uniformizados em escala de maquete olham na mesma direção. Através de um sistema que inclui computador e câmera, os oficiais de miniatura perseguem com o movimento de seus corpos o deslocamento do observador dentro do espaço expositivo.
Já em Circuito Impresso, a dupla transformou placas de circuito impresso de computadores em mapas aéreos de onze grandes cidades do mundo. Essas imagens foram extraídas do Google “hackeando” a programação padrão que o software disponibiliza. As onze cidades que compõem a série são Berlim, Brasília, Cairo, Havana, Moscou, Nova York, Paris, Roma, São Paulo e Tijuana.
Na instalação Do Not, um conjunto de backlights apresentam fotografias também extraídas da internet, de pessoas em ações de negação. Com as mãos, anônimos cobrem seus rostos e corpos evitando a aproximação de elementos estranhos. As imagens, capturadas em baixíssima resolução, surgem a partir do distanciamento do observador dos backlights, apontando para o fato que a proximidade nem sempre é bem vinda mas com certeza é sempre confusa e de difícil compreensão.
A vídeoinstalação AMOAHIKI representa, dentro do contexto de SOB CONTROLE, a única forma de escape. As imagens, captadas em 2008, em uma aldeia Yanomami, na Amazônia, revelam um ponto de fuga idílico entre as “Amoahiki”, as árvores de onde os índios Yanomami ouvem o espírito do conhecimento, denominados pela tribo de “Xapiripe”. Entretanto, se levarmos em consideração a eterna batalha que caracteriza a demarcação das terras da tribo, no norte do Brasil, compreenderemos que realmente não há como fugir do atual estado de controle em que vive o homem contemporâneo.
Não há escapatória, não há ação que garanta a evasão do domínio do poder, fato que aparece reafirmado na instalação EXIT. Na obra, um módulo de laser e espelhos de reflexão frontal desenham sobre a parede a palavra EXIT (saída) apontando para uma possibilidade de escape, de fuga, mas que, entretanto, não conduz a lugar algum. A luz, gerada pelo laser, apesar de se manter em constante movimento, permanece presa dentro da forma da própria palavra. Idéia semelhante aparece em EJECT (ejetar), instalação criada com fitas adesivas reflexivas que de um ponto específico da sala cria a ilusão de perspectiva, como se a palavra estivesse no espaço tridimensional e não na parede.
Finalmente, para a fachada da galeria, a dupla criou a instalação sonora Cigarras. Nela, dez pares de buzzers (pequenos auto-falantes utilizados em alarmes) são pré-programados de forma a simularem o som de dezenas de cigarras. A cada 30 minutos a conversa evolui até todos os buzzers dispararem em um momento de alarde, anunciando algo que está por vir.
Sensação similar aparece na instalação Bala Perdida, em que pequenos furos nas paredes do hall de entrada da galeria, remetem a uma rajada de balas de revolver, sugerindo dessa vez, um acontecimento já ocorrido visível apenas por conta das marcas de bala.
De certa forma, Sob Controle é o desdobramento da pesquisa iniciada pela dupla em 2007, durante o processo de criação das obras que compuseram a itinerância da edição de 2008 do Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça. Na exposição, que percorreu várias cidades brasileiras, os artistas apresentaram as instalações I.E.D. – Improvised Explosive Device, Alvo e Armas.OBJ.
Sob Controle, segunda individual da dupla de artistas Leandro Lima e Gisela Motta na galeria Vermelho, apresenta oito novas obras criadas entre 2008 e 2009. Os trabalhos, que sugerem possibilidades de disposição do corpo de forma singular em relação ao espaço e ao tempo, definem novas maneiras de relacionamento, como estar próximo ou distante, aberto ou fechado para o outro. Segundo o sociólogo Laymert Garcia dos Santos, nas obras da dupla, estão presentes elementos que nos remetem ao “caráter propriamente explosivo e violento da condição contemporânea.”
Sob Controle não pretende transmitir uma mensagem, mas sugere possibilidades de reflexão e de tomada de perspectiva acerca da contradição que caracteriza a sociedade de controle atual, fato que se dá por conta da forma como Lima e Motta habitam o espaço expositivo com suas obras, revelando um mundo em total construção, em montagem que cabe ao artista editar, recontar e analisar.
Em Sob Controle, vídeoinstalação que dá título a exposição, oficiais uniformizados em escala de maquete olham na mesma direção. Através de um sistema que inclui computador e câmera, os oficiais de miniatura perseguem com o movimento de seus corpos o deslocamento do observador dentro do espaço expositivo.
Já em Circuito Impresso, a dupla transformou placas de circuito impresso de computadores em mapas aéreos de onze grandes cidades do mundo. Essas imagens foram extraídas do Google “hackeando” a programação padrão que o software disponibiliza. As onze cidades que compõem a série são Berlim, Brasília, Cairo, Havana, Moscou, Nova York, Paris, Roma, São Paulo e Tijuana.
Na instalação Do Not, um conjunto de backlights apresentam fotografias também extraídas da internet, de pessoas em ações de negação. Com as mãos, anônimos cobrem seus rostos e corpos evitando a aproximação de elementos estranhos. As imagens, capturadas em baixíssima resolução, surgem a partir do distanciamento do observador dos backlights, apontando para o fato que a proximidade nem sempre é bem vinda mas com certeza é sempre confusa e de difícil compreensão.
A vídeoinstalação AMOAHIKI representa, dentro do contexto de SOB CONTROLE, a única forma de escape. As imagens, captadas em 2008, em uma aldeia Yanomami, na Amazônia, revelam um ponto de fuga idílico entre as “Amoahiki”, as árvores de onde os índios Yanomami ouvem o espírito do conhecimento, denominados pela tribo de “Xapiripe”. Entretanto, se levarmos em consideração a eterna batalha que caracteriza a demarcação das terras da tribo, no norte do Brasil, compreenderemos que realmente não há como fugir do atual estado de controle em que vive o homem contemporâneo.
Não há escapatória, não há ação que garanta a evasão do domínio do poder, fato que aparece reafirmado na instalação EXIT. Na obra, um módulo de laser e espelhos de reflexão frontal desenham sobre a parede a palavra EXIT (saída) apontando para uma possibilidade de escape, de fuga, mas que, entretanto, não conduz a lugar algum. A luz, gerada pelo laser, apesar de se manter em constante movimento, permanece presa dentro da forma da própria palavra. Idéia semelhante aparece em EJECT (ejetar), instalação criada com fitas adesivas reflexivas que de um ponto específico da sala cria a ilusão de perspectiva, como se a palavra estivesse no espaço tridimensional e não na parede.
Finalmente, para a fachada da galeria, a dupla criou a instalação sonora Cigarras. Nela, dez pares de buzzers (pequenos auto-falantes utilizados em alarmes) são pré-programados de forma a simularem o som de dezenas de cigarras. A cada 30 minutos a conversa evolui até todos os buzzers dispararem em um momento de alarde, anunciando algo que está por vir.
Sensação similar aparece na instalação Bala Perdida, em que pequenos furos nas paredes do hall de entrada da galeria, remetem a uma rajada de balas de revolver, sugerindo dessa vez, um acontecimento já ocorrido visível apenas por conta das marcas de bala.
De certa forma, Sob Controle é o desdobramento da pesquisa iniciada pela dupla em 2007, durante o processo de criação das obras que compuseram a itinerância da edição de 2008 do Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça. Na exposição, que percorreu várias cidades brasileiras, os artistas apresentaram as instalações I.E.D. – Improvised Explosive Device, Alvo e Armas.OBJ.