Odires Mlászho muitas vezes trabalha na fronteira entre artes visuais e poesia. Sua investigação, em grande parte, mira entender onde esses dois campos se tocam. Um dos principais focos de sua pesquisa, portanto, se articula entorno da dimensão gráfica da palavra escrita enquanto imagem. A sobreposição de sistemas de escrita, de alfabetos e línguas, e os equipamentos desenvolvidos para gravar, imprimir e estampar esses sistemas são ferramentas na produção de sua obra. Por vezes, Odires constrói seus trabalhos ao redor da espacialização da construção de poemas, com seus cheios e vazios e suas estruturas.
Esse tipo de investigação fronteiriça leva o artista a explorar o limite entre os planos bi e tridimensional, como vemos em algumas de suas colagens como “Bauhausmachine”, 2007. É a partir desse tranco que Mlászho passa a desenvolver obras com a técnica que batiza de livros alterados, aonde a escrita cede lugar ao próprio corpo do livro que a abriga para gerar construções que se edificam ao redor da couraça da escrita. Os livros alterados apontam a presença física oriunda de seu próprio contraponto bidimensional. Mas a escrita que verte da produção de Odires é o que o artista chama de “proto-escrita”, ou a escrita diluída antes de sua materialização sintáxica. Trata-se de uma escrevedura totalmente desarticulada, como em um “balbucio”, como o artista já colocou. Os elementos linguísticos estão lá, mas não cabem a qualquer léxico ou sintaxe.
Em “Arquibabas: Babas Geométricas”, o que vemos são os invólucros ideais para as “escritas” do artista. A série inédita e de mesmo nome, de 2015, se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A abundância de “Arquibabas” apresentadas reforça essa espécie de esforço retórico apontada pelos “balbucios” antes citados. A demasia pode apontar a deficiência da linguagem observada por Mlászho. Não se trata, porém, de descartar a imensidão do universo semântico, mas de qualificar sua paixão pelo acesso plástico do textual, da palavra retomada como imagem.
Foto Edouard Fraipont
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Foto Edouard Fraipont
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
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Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel
Foto Galeria Vermelho
Impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel
Foto Edouard Fraipont
Impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel
Foto Vermelho
A exposição Fotos contam Fatos, que tem como curadora Denise Gadelha, exibe um conjunto polifônico de obras marcadas pela presença da fotografia como instrumento narrativo. A mostra propõe uma interlocução estabelecida a partir da pesquisa contemplada no XIII Premio Marc Ferrez de Fotografia (Funarte), que possibilitou o contato com diferentes aspectos das redes de produção e circulação artística em dez cidades, de norte a sul do país.
O caráter plural desta investigação reflete a tendência da contaminação entre linguagens; não somente sob a ótica do hibridismo da estética pós-moderna, mas também, mantendo sintonia com a simbiose entre texto e imagem, cada vez mais alimentada pela complexidade interativa da comunicação na sociedade contemporânea. A transmissão de um acontecimento é facilitada pela sobreposição de diferentes meios para descrever facetas complementares em sua atribuição de sentido. Sobretudo, no que tange às narrativas atuais, textos são invadidos por imagens e estas são ressignificadas pela escrita.
Fotos contam Fatos elenca abordagens pouco convencionais, se comparadas à apresentação da fotografia tradicional que retrata imagens puras. A pesquisa busca outros caminhos ao articular proposições fotográficas que transitam entre categorias artísticas. O diálogo é ampliado em um contexto que valoriza a leitura da imagem enquanto veículo de narração em suportes variados como a instalação, a escultura, o objeto, o vídeo ou livros e publicações em geral.
Os trabalhos selecionados representam um universo diversificado de posturas que transcendem o significado isolado de uma imagem e encadeam conexões exteriores por meio do emprego de uma série de estratégias, como a disposição de múltiplas imagens em sequências narrativas, ou então, o uso de fotografias tratadas como unidades semânticas em “frases visuais” que formam conjuntos maiores. Propostas que extravasam os limites do plano bidimensional e ratificam a presença do corpo da imagem no espaço. Fotografias desmembradas em suas mínimas partículas constituintes para, a seguir, serem reconstruídas de modo a reorganizar seu código-base resultando, assim, em uma aparência totalmente distinta. Fotos que documentam ficções. Imagens latentes em objetos que negam sua visibilidade… A grande maioria, porém, é formada por ensaios visuais organizados em publicações. Tais atitudes em relação à fotografia exemplificam alguns dos procedimentos recorrentes do microcosmo desta exposição, cujo anseio é espelhar o espírito cacofônico do nosso tempo.
Em sintonia com a sensação generalizada de sobrecarga de informação que desafia nossa capacidade seletiva cotidiana, a expografia, adotada nesta proposição, evoca a natureza compulsiva e agregadora da biblioteca, transgredindo a assepsia formal do “cubo branco”. As obras são dispostas em estantes metálicas convencionais como aquelas encontradas nas bibliotecas. A ocupação da galeria é saturada. Há excesso de estímulos que comprometem a assimilação da totalidade. A mostra remete ao infinito que reside potencialmente em qualquer agrupamento, onde elementos postos em sequência sugerem virtualmente inúmeras permutações. Este conjunto polissêmico está aberto à interação, uma vez que boa parte das publicações está disponível para a consulta local. Uma grande mesa, e cadeiras posicionadas no centro da sala oferecem melhores condições à fruição. No entanto, não é possível prever como o material será devolvido às prateleiras. Portanto, o livre intercâmbio aumenta as possibilidades de desdobramento da leitura, ao estabelecer novos diálogos em situações distintas da configuração inicial.
As imagens-técnicas constituem um tipo de linguagem capaz de aglutinar grande volume de informação visual. Contrariamente à escrita linear – que traz consigo o tempo próprio dado pela sucessão das palavras – a fotografia coloca em suspensão uma fração de um continuum, e, portanto, se torna mais suscetível à projeção do nexo externo estabelecido pela circunstância específica de sua recepção.
Em Fotos contam Fatos a fotografia é vista como um ponto de partida e não um fim em si mesma. A construção de significado se dá no encontro e é atribuída à dinâmica entre as coisas. Mais do que um instrumento que registra o passado, a fotografia colabora para a sedimentação de uma versão de outra realidade temporal ecoando no agora.
Edgard de Souza justapõe obras que parecem antagônicas em sua produção. Características marcantes em sua obra – a dualidade entre em um espaço íntimo de investigação e um trabalho voltado ao público, e o virtuosismo na produção de suas peças tridimensionais – estão presentes em sua primeira individual na Galeria Vermelho.
De um lado, Edgard de Souza explicita o seu virtuosismo na construção de esculturas, como nas obras “Autofagia II”, de 2015, que traz a figura espelhada, uma constante em sua obra; e em “Acaso (hélice)” e “Acaso (Saci)”, ambas de 2015, aonde o ato de nutrir-se da própria carne (como apontado pelo título da escultura anterior) aparece amplificado. “Autofagia II” é a maior e mais intrincada escultura em bronze já produzida pelo artista. Os dois corpos que se cruzam, não são mais simétricos, parecem estar em pleno embate aonde apenas um sobreviverá, num amálgama entre lascívia e luta. Do outro lado estão os desenhos da série “Rabisco”, de 2015, aonde o artista nos mostra o novo território de seu embate de autodevoração. À primeira vista, os desenhos em caneta sobre papel, parecem gatafunhos e garatujas aleatórios e pueris.
São, no entanto, resultado de um procedimento constante na obra do artista, como nos autorretratos em cibachrome de fins dos anos de 1990. As fotografias desse período parecem servir tanto como exploração de seu próprio corpo para o desenvolvimento de suas esculturas, quanto como um nó com a própria obra – mais uma vez a autodevoração.
Esses autorretratos foram editados pelo selo Edições Tijuana em formato de livro de artista, em lançamento simultâneo a abertura da exposição e deflagram as primeiras montagens, em estudos rudimentares, feitas pelo artista utilizando um aparelho de fax para combinar imagens.
De modo parecido ao das fotografias, os “Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
Em “Restauro”, 2011, o artista restaura um pano de chão velho e rasgado em um processo manual de costura, oferecendo vida a um objeto morto. O movimento é contrário aos dos “Rabiscos”: devolvendo o pano à sua forma original, porém repleto da habilidade construtiva do artista.
Na série “Conforto”, desenvolvida entre 2013 e 2015, Edgard desloca almofadas que parecem provindas de cadeiras e que deveriam oferecer aconchego e bem-estar ao status de escultura. As almofadas, além de terem seu lugar e posição desvirtuados, são deformadas em feitio entre conchas seguras e protetoras e formas desajustadas e austeras.
O conforto de Edgard de Souza parece estar nesse terreno entre o controle absoluto do virtuoso e a perda de controle que move sua produção adiante.
A crítica e curadora Lisette Lagnado, escreveu no catálogo da exposição panorâmica do artista na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2004, que “Se tomarmos como paradigma existencial que Edgard de Souza começa a produzir num período marcado pelo ‘medo’, será inevitável constatar um recolhimento para um sítio interno”. Lagnado se refere ao aparecimento da AIDS e o subsequente adoecimento de algumas pessoas que rodeavam o artista na década de 1980. O aparecimento da doença instala um vetor inversamente proporcional ao da efervescência jovem daquele instante. Entram em embate impulsos de selvageria e de abrigo; de racionalidade e barbárie com a mesma intensidade.
Essa duplicidade é vista na produção de Edgard desde suas primeiras esculturas construídas como animais mobília-anamórficos de fins da década de 1980 e início da década de 1990. Nesse momento, pernas de móveis como criados-mudos e poltronas, elaborados para fins de solidez ou repouso, são encimados por formas orgânicas finalizadas com peles de animais como vacas, zebras ou cobras que formam buracos, falos destorcidos ou lembram cavalos prontos para serem montados. São repouso e saracoteio em um.
Esse duelo é amplificado pelas figuras espelhadas na produção de Edgard de Souza, como no banco “Sem título” de 1990, nas cadeiras “Sem título”, de 1997, no bronze “Sem título” de 1997 e em “Autofagia I”, de 2013. Nessas peças, o duplo é igual e parece consumir a si mesmo, como sugerido no título da peça mais recente. Como no processo celular de mesmo nome, as esculturas parecem ingerir-se num processo que envolve morte e vida simultaneamente.
Tinta sobre a parede
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Bronze
Foto Edouard Fraipont
Na série Acaso as formas de Edgard de Souza são ambíguas e fragmentadas, com traços de corporeidade, desejo, sexualidade e erotismo. As peças de Acaso são produzidas no ateliê de fundiçnao de bronze, artticulando partes de outras esculturas do artista.
Na série Acaso as formas de Edgard de Souza são ambíguas e fragmentadas, com traços de corporeidade, desejo, sexualidade e erotismo. As peças de Acaso são produzidas no ateliê de fundiçnao de bronze, artticulando partes de outras esculturas do artista.
Foto Edouard Fraipont
Caneta esferográfica sobre papel
Foto Edouard Fraipont
Caneta esferográfica sobre papel
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Pastel oleoso sobre piso e parede
Foto Edouard Fraipont
Caneta esferográfica sobre papel algodão
Foto Edouard Fraipont
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
Foto Edouard Fraipont
bronze
Foto Edouard Fraipont
Edgard de Souza explicita o seu virtuosismo na construção de esculturas, como nas obras “Autofagia II”, de 2015, que traz a figura espelhada, uma constante em sua obra; e em “Acaso (hélice)” e “Acaso (Saci)”, ambas de 2015, aonde o ato de nutrir-se da própria carne (como apontado pelo título da escultura anterior) aparece amplificado. “Autofagia II” é a maior e mais intrincada escultura em bronze já produzida pelo artista. Os dois corpos que se cruzam, não são mais simétricos, parecem estar em pleno embate aonde apenas um sobreviverá, num amálgama entre lascívia e luta.
Edgard de Souza explicita o seu virtuosismo na construção de esculturas, como nas obras “Autofagia II”, de 2015, que traz a figura espelhada, uma constante em sua obra; e em “Acaso (hélice)” e “Acaso (Saci)”, ambas de 2015, aonde o ato de nutrir-se da própria carne (como apontado pelo título da escultura anterior) aparece amplificado. “Autofagia II” é a maior e mais intrincada escultura em bronze já produzida pelo artista. Os dois corpos que se cruzam, não são mais simétricos, parecem estar em pleno embate aonde apenas um sobreviverá, num amálgama entre lascívia e luta.
Foto Edouard Fraipont
Caneta esferográfica sobre papel algodão
Foto Edouard Fraipont
Bronze
Foto Edouard Fraipont
Edgard de Souza explicita o seu virtuosismo na construção de esculturas, como nas obras “Autofagia II”, de 2015, que traz a figura espelhada, uma constante em sua obra; e em “Acaso (hélice)” e “Acaso (Saci)”, ambas de 2015, aonde o ato de nutrir-se da própria carne (como apontado pelo título da escultura anterior) aparece amplificado.
Edgard de Souza explicita o seu virtuosismo na construção de esculturas, como nas obras “Autofagia II”, de 2015, que traz a figura espelhada, uma constante em sua obra; e em “Acaso (hélice)” e “Acaso (Saci)”, ambas de 2015, aonde o ato de nutrir-se da própria carne (como apontado pelo título da escultura anterior) aparece amplificado.
Foto Edouard Fraipont
Caneta esferográfica sobre papel algodão
Foto Edouard Fraipont
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Veludo, espuma e arame
Foto Edouard Fraipont
Na série “Conforto”, desenvolvida entre 2013 e 2015, Edgard desloca almofadas que parecem provindas de cadeiras e que deveriam oferecer aconchego e bem-estar ao status de escultura. As almofadas, além de terem seu lugar e posição desvirtuados, são deformadas em feitio entre conchas seguras e protetoras e formas desajustadas e austeras. O conforto de Edgard de Souza parece estar nesse terreno entre o controle absoluto do virtuoso e a perda de controle que move sua produção adiante.
Na série “Conforto”, desenvolvida entre 2013 e 2015, Edgard desloca almofadas que parecem provindas de cadeiras e que deveriam oferecer aconchego e bem-estar ao status de escultura. As almofadas, além de terem seu lugar e posição desvirtuados, são deformadas em feitio entre conchas seguras e protetoras e formas desajustadas e austeras. O conforto de Edgard de Souza parece estar nesse terreno entre o controle absoluto do virtuoso e a perda de controle que move sua produção adiante.
Foto Edouard Fraipont
Caneta esferográfica sobre papel algodão
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Pano de chão restaurado com fio de algodão
Foto Edouard Fraipont
Em “Restauro”, 2015, o artista restaura um pano de chão velho e rasgado em um processo manual de costura, oferecendo vida a um objeto morto. O movimento é contrário aos dos “Rabiscos”: devolvendo o pano à sua forma original, porém repleto da habilidade construtiva do artista.
Em “Restauro”, 2015, o artista restaura um pano de chão velho e rasgado em um processo manual de costura, oferecendo vida a um objeto morto. O movimento é contrário aos dos “Rabiscos”: devolvendo o pano à sua forma original, porém repleto da habilidade construtiva do artista.
Caneta esferográfica sobre papel algodão
Foto Edouard Fraipont
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
Caneta esferográfica sobre papel algodão
Foto Edouard Fraipont
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
Foto Edouard Fraipont
Bronze
Edgard aplica a articulação modular à sua obra com seu novo bronze Sem título (2018). As peças, produzidas dentro da lógica da reprodutibilidade técnica, assumem um novo caráter auto ativado, podendo existir individualmente enquanto edição de um mesmo trabalho, ou como novos trabalhos únicos, que se compõe do acumulo de edições da mesma matriz. A peça também se espalha por mesas, parede e chão, sem ter uma posição final correta de contemplação.
Edgard aplica a articulação modular à sua obra com seu novo bronze Sem título (2018). As peças, produzidas dentro da lógica da reprodutibilidade técnica, assumem um novo caráter auto ativado, podendo existir individualmente enquanto edição de um mesmo trabalho, ou como novos trabalhos únicos, que se compõe do acumulo de edições da mesma matriz. A peça também se espalha por mesas, parede e chão, sem ter uma posição final correta de contemplação.
encosto de cadeira restaurada sobre parede
Foto Edouard Fraipont
Cama e Encosto vêm do quarto que Edgard ocupava na casa de seus pais, em São Paulo, durante sua juventude. O mobiliário do quarto era composto por peças da Hobjeto, empresa de móveis fundada em 1964 pelo artista e designer Geraldo de Barros (1923-1998). A empresa carregava em seus desenhos a marca construtiva da obra de Barros e seus móveis modulares eram produzido usando as mesmas técnicas de suas pinturas feitas em Formica. As obras de Barros eram construídas a partir da desconstrução e do fragmento, tanto de imagens quanto de ações. Esses procedimentos são espelhados por Edgard, que desdobra as peças de seu antigo quarto em frações abstratas e rearticuladas, mas que carregam em si seu entorno formador, tanto no apreço pela forma quanto pelos métodos de construção. Cama e encosto saem da figuração objetal de suas composição original para voltar a abstração concretista de Barros.
Cama e Encosto vêm do quarto que Edgard ocupava na casa de seus pais, em São Paulo, durante sua juventude. O mobiliário do quarto era composto por peças da Hobjeto, empresa de móveis fundada em 1964 pelo artista e designer Geraldo de Barros (1923-1998). A empresa carregava em seus desenhos a marca construtiva da obra de Barros e seus móveis modulares eram produzido usando as mesmas técnicas de suas pinturas feitas em Formica. As obras de Barros eram construídas a partir da desconstrução e do fragmento, tanto de imagens quanto de ações. Esses procedimentos são espelhados por Edgard, que desdobra as peças de seu antigo quarto em frações abstratas e rearticuladas, mas que carregam em si seu entorno formador, tanto no apreço pela forma quanto pelos métodos de construção. Cama e encosto saem da figuração objetal de suas composição original para voltar a abstração concretista de Barros.
Foto Edouard Fraipont
bronze
Foto Edouard Fraipont
Edgard aplica a articulação modular à sua obra com seu novo bronze Sem título (2018). As peças, produzidas dentro da lógica da reprodutibilidade técnica, assumem um novo caráter auto ativado, podendo existir individualmente enquanto edição de um mesmo trabalho, ou como novos trabalhos únicos, que se compõe do acumulo de edições da mesma matriz. A peça também se espalha por mesas, parede e chão, sem ter uma posição final correta de contemplação.
Edgard aplica a articulação modular à sua obra com seu novo bronze Sem título (2018). As peças, produzidas dentro da lógica da reprodutibilidade técnica, assumem um novo caráter auto ativado, podendo existir individualmente enquanto edição de um mesmo trabalho, ou como novos trabalhos únicos, que se compõe do acumulo de edições da mesma matriz. A peça também se espalha por mesas, parede e chão, sem ter uma posição final correta de contemplação.
Bronze platinado
Foto Edouard Fraipont
Torneira (2018) é um objeto trivial que aparece cheio de furor. A peça integra uma série de torneiras de proporções agigantadas que de Souza vem produzindo desde os anos 1990. Da torneira em bronze de pátina dourada flui uma grande gota, lembrando uma secreção humana.
Torneira (2018) é um objeto trivial que aparece cheio de furor. A peça integra uma série de torneiras de proporções agigantadas que de Souza vem produzindo desde os anos 1990. Da torneira em bronze de pátina dourada flui uma grande gota, lembrando uma secreção humana.
Mogno entalhado e cristal
Foto Edouard Fraipont
A pulsão de vida inserida em objetos do cotidiano é uma prática recorrente na obra de Edgard de Souza e aparece na série de colheres de pau que o artista apresenta na exposição. Os objetos foram esculpidos rigorosamente por Edgard a partir de toras de madeiras nobres e raras de mogno e jacarandá da Bahia e foram dotadas de impulsos e desejos. Em Colher lambe colher a madeira ganha vida e feições humanas e, em dupla, parecem servir uma à outra voluptuosamente. Em Colher de pau – cara de pau (pinoquio) o utensílio ganha malícia, como o personagem de Carlo Collodi – a colher, mentirosa, tem seu nariz alongado. Colher de pau – cara de pau é travessa e mostra a língua ao observador.
A pulsão de vida inserida em objetos do cotidiano é uma prática recorrente na obra de Edgard de Souza e aparece na série de colheres de pau que o artista apresenta na exposição. Os objetos foram esculpidos rigorosamente por Edgard a partir de toras de madeiras nobres e raras de mogno e jacarandá da Bahia e foram dotadas de impulsos e desejos. Em Colher lambe colher a madeira ganha vida e feições humanas e, em dupla, parecem servir uma à outra voluptuosamente. Em Colher de pau – cara de pau (pinoquio) o utensílio ganha malícia, como o personagem de Carlo Collodi – a colher, mentirosa, tem seu nariz alongado. Colher de pau – cara de pau é travessa e mostra a língua ao observador.
Jacarandá entalhado e cristal
Foto Edouard Fraipont
A pulsão de vida inserida em objetos do cotidiano é uma prática recorrente na obra de Edgard de Souza e aparece na série de colheres de pau que o artista apresenta na exposição. Os objetos foram esculpidos rigorosamente por Edgard a partir de toras de madeiras nobres e raras de mogno e jacarandá da Bahia e foram dotadas de impulsos e desejos. Em Colher lambe colher a madeira ganha vida e feições humanas e, em dupla, parecem servir uma à outra voluptuosamente. Em Colher de pau – cara de pau (pinoquio) o utensílio ganha malícia, como o personagem de Carlo Collodi – a colher, mentirosa, tem seu nariz alongado. Colher de pau – cara de pau é travessa e mostra a língua ao observador.
A pulsão de vida inserida em objetos do cotidiano é uma prática recorrente na obra de Edgard de Souza e aparece na série de colheres de pau que o artista apresenta na exposição. Os objetos foram esculpidos rigorosamente por Edgard a partir de toras de madeiras nobres e raras de mogno e jacarandá da Bahia e foram dotadas de impulsos e desejos. Em Colher lambe colher a madeira ganha vida e feições humanas e, em dupla, parecem servir uma à outra voluptuosamente. Em Colher de pau – cara de pau (pinoquio) o utensílio ganha malícia, como o personagem de Carlo Collodi – a colher, mentirosa, tem seu nariz alongado. Colher de pau – cara de pau é travessa e mostra a língua ao observador.
Pinho de riga entalhado e cristal
Foto Edouard Fraipont
A pulsão de vida inserida em objetos do cotidiano é uma prática recorrente na obra de Edgard de Souza e aparece na série de colheres de pau que o artista apresenta na exposição. Os objetos foram esculpidos rigorosamente por Edgard a partir de toras de madeiras nobres e raras de mogno e jacarandá da Bahia e foram dotadas de impulsos e desejos. Em Colher lambe colher a madeira ganha vida e feições humanas e, em dupla, parecem servir uma à outra voluptuosamente. Em Colher de pau – cara de pau (pinoquio) o utensílio ganha malícia, como o personagem de Carlo Collodi – a colher, mentirosa, tem seu nariz alongado. Colher de pau – cara de pau é travessa e mostra a língua ao observador.
A pulsão de vida inserida em objetos do cotidiano é uma prática recorrente na obra de Edgard de Souza e aparece na série de colheres de pau que o artista apresenta na exposição. Os objetos foram esculpidos rigorosamente por Edgard a partir de toras de madeiras nobres e raras de mogno e jacarandá da Bahia e foram dotadas de impulsos e desejos. Em Colher lambe colher a madeira ganha vida e feições humanas e, em dupla, parecem servir uma à outra voluptuosamente. Em Colher de pau – cara de pau (pinoquio) o utensílio ganha malícia, como o personagem de Carlo Collodi – a colher, mentirosa, tem seu nariz alongado. Colher de pau – cara de pau é travessa e mostra a língua ao observador.
Mogno entalhado e cristal
Foto Edouard Fraipont
A pulsão de vida inserida em objetos do cotidiano é uma prática recorrente na obra de Edgard de Souza e aparece na série de colheres de pau que o artista apresenta na exposição. Os objetos foram esculpidos rigorosamente por Edgard a partir de toras de madeiras nobres e raras de mogno e jacarandá da Bahia e foram dotadas de impulsos e desejos. Em Colher lambe colher a madeira ganha vida e feições humanas e, em dupla, parecem servir uma à outra voluptuosamente. Em Colher de pau – cara de pau (pinoquio) o utensílio ganha malícia, como o personagem de Carlo Collodi – a colher, mentirosa, tem seu nariz alongado. Colher de pau – cara de pau é travessa e mostra a língua ao observador.
A pulsão de vida inserida em objetos do cotidiano é uma prática recorrente na obra de Edgard de Souza e aparece na série de colheres de pau que o artista apresenta na exposição. Os objetos foram esculpidos rigorosamente por Edgard a partir de toras de madeiras nobres e raras de mogno e jacarandá da Bahia e foram dotadas de impulsos e desejos. Em Colher lambe colher a madeira ganha vida e feições humanas e, em dupla, parecem servir uma à outra voluptuosamente. Em Colher de pau – cara de pau (pinoquio) o utensílio ganha malícia, como o personagem de Carlo Collodi – a colher, mentirosa, tem seu nariz alongado. Colher de pau – cara de pau é travessa e mostra a língua ao observador.
Cama restaurada sobre parede
Foto Edouard Fraipont
Cama e Encosto vêm do quarto que Edgard ocupava na casa de seus pais, em São Paulo, durante sua juventude. O mobiliário do quarto era composto por peças da Hobjeto, empresa de móveis fundada em 1964 pelo artista e designer Geraldo de Barros (1923-1998). A empresa carregava em seus desenhos a marca construtiva da obra de Barros e seus móveis modulares eram produzido usando as mesmas técnicas de suas pinturas feitas em Formica. As obras de Barros eram construídas a partir da desconstrução e do fragmento, tanto de imagens quanto de ações. Esses procedimentos são espelhados por Edgard, que desdobra as peças de seu antigo quarto em frações abstratas e rearticuladas, mas que carregam em si seu entorno formador, tanto no apreço pela forma quanto pelos métodos de construção. Cama e encosto saem da figuração objetal de suas composição original para voltar a abstração concretista de Barros.
Cama e Encosto vêm do quarto que Edgard ocupava na casa de seus pais, em São Paulo, durante sua juventude. O mobiliário do quarto era composto por peças da Hobjeto, empresa de móveis fundada em 1964 pelo artista e designer Geraldo de Barros (1923-1998). A empresa carregava em seus desenhos a marca construtiva da obra de Barros e seus móveis modulares eram produzido usando as mesmas técnicas de suas pinturas feitas em Formica. As obras de Barros eram construídas a partir da desconstrução e do fragmento, tanto de imagens quanto de ações. Esses procedimentos são espelhados por Edgard, que desdobra as peças de seu antigo quarto em frações abstratas e rearticuladas, mas que carregam em si seu entorno formador, tanto no apreço pela forma quanto pelos métodos de construção. Cama e encosto saem da figuração objetal de suas composição original para voltar a abstração concretista de Barros.
cadeira de madeira caviúna estofada
Foto Edouard Fraipont
Uma cadeira de pés palito, típica de meados do século XX, aparece arruinada em Cadeira (2018). O móvel de estilo caracteristicamente moderno parece estar em plena detonação, rompendo-se para todos os lados. A erupção da peça assemelha-se ao movimento de alguns dos bordados de Edgard, relaciona-se com a não centralidade do bronze Sem título e com a característica modular de Cama.
Uma cadeira de pés palito, típica de meados do século XX, aparece arruinada em Cadeira (2018). O móvel de estilo caracteristicamente moderno parece estar em plena detonação, rompendo-se para todos os lados. A erupção da peça assemelha-se ao movimento de alguns dos bordados de Edgard, relaciona-se com a não centralidade do bronze Sem título e com a característica modular de Cama.
Linha de algodão sobre linho
Foto Edouard Fraipont
Edgard leva os rabiscos “imprecisos” vistos em sua última individual para uma construção combinada, usando linha de algodão sobre superfícies de linho. O mesmo tipo de “desenho de ação” é visível, mas agora eles são criados de outra maneira, trazendo o atrito entre as construções espontâneas e planejadas para as obras. Os bordados podem ser erráticos como rabiscos, ou pontuais, como se formassem infecções sobre o tecido. Em comum, eles carregam o volume construído a partir do acumulo de material, chegando a formar protuberâncias que parecem escorrer do plano, rompendo o bidimensional.
Edgard leva os rabiscos “imprecisos” vistos em sua última individual para uma construção combinada, usando linha de algodão sobre superfícies de linho. O mesmo tipo de “desenho de ação” é visível, mas agora eles são criados de outra maneira, trazendo o atrito entre as construções espontâneas e planejadas para as obras. Os bordados podem ser erráticos como rabiscos, ou pontuais, como se formassem infecções sobre o tecido. Em comum, eles carregam o volume construído a partir do acumulo de material, chegando a formar protuberâncias que parecem escorrer do plano, rompendo o bidimensional.
linha de algodão sobre linho
Foto Edouard Fraipont
Edgard leva os rabiscos “imprecisos” vistos em sua última individual para uma construção combinada, usando linha de algodão sobre superfícies de linho. O mesmo tipo de “desenho de ação” é visível, mas agora eles são criados de outra maneira, trazendo o atrito entre as construções espontâneas e planejadas para as obras. Os bordados podem ser erráticos como rabiscos, ou pontuais, como se formassem infecções sobre o tecido. Em comum, eles carregam o volume construído a partir do acumulo de material, chegando a formar protuberâncias que parecem escorrer do plano, rompendo o bidimensional.
Edgard leva os rabiscos “imprecisos” vistos em sua última individual para uma construção combinada, usando linha de algodão sobre superfícies de linho. O mesmo tipo de “desenho de ação” é visível, mas agora eles são criados de outra maneira, trazendo o atrito entre as construções espontâneas e planejadas para as obras. Os bordados podem ser erráticos como rabiscos, ou pontuais, como se formassem infecções sobre o tecido. Em comum, eles carregam o volume construído a partir do acumulo de material, chegando a formar protuberâncias que parecem escorrer do plano, rompendo o bidimensional.
linha de algodão sobre linho
Foto Edouard Fraipont
Edgard leva os rabiscos “imprecisos” vistos em sua última individual para uma construção combinada, usando linha de algodão sobre superfícies de linho. O mesmo tipo de “desenho de ação” é visível, mas agora eles são criados de outra maneira, trazendo o atrito entre as construções espontâneas e planejadas para as obras. Os bordados podem ser erráticos como rabiscos, ou pontuais, como se formassem infecções sobre o tecido. Em comum, eles carregam o volume construído a partir do acumulo de material, chegando a formar protuberâncias que parecem escorrer do plano, rompendo o bidimensional.
Edgard leva os rabiscos “imprecisos” vistos em sua última individual para uma construção combinada, usando linha de algodão sobre superfícies de linho. O mesmo tipo de “desenho de ação” é visível, mas agora eles são criados de outra maneira, trazendo o atrito entre as construções espontâneas e planejadas para as obras. Os bordados podem ser erráticos como rabiscos, ou pontuais, como se formassem infecções sobre o tecido. Em comum, eles carregam o volume construído a partir do acumulo de material, chegando a formar protuberâncias que parecem escorrer do plano, rompendo o bidimensional.
Foto Edouard Fraipont
Linha de algodão sobre linho
Foto Edouard Fraipont
Edgard leva os rabiscos “imprecisos” vistos em sua última individual para uma construção combinada, usando linha de algodão sobre superfícies de linho. O mesmo tipo de “desenho de ação” é visível, mas agora eles são criados de outra maneira, trazendo o atrito entre as construções espontâneas e planejadas para as obras. Os bordados podem ser erráticos como rabiscos, ou pontuais, como se formassem infecções sobre o tecido. Em comum, eles carregam o volume construído a partir do acumulo de material, chegando a formar protuberâncias que parecem escorrer do plano, rompendo o bidimensional.
Edgard leva os rabiscos “imprecisos” vistos em sua última individual para uma construção combinada, usando linha de algodão sobre superfícies de linho. O mesmo tipo de “desenho de ação” é visível, mas agora eles são criados de outra maneira, trazendo o atrito entre as construções espontâneas e planejadas para as obras. Os bordados podem ser erráticos como rabiscos, ou pontuais, como se formassem infecções sobre o tecido. Em comum, eles carregam o volume construído a partir do acumulo de material, chegando a formar protuberâncias que parecem escorrer do plano, rompendo o bidimensional.
madeira entalhada e pintada
Foto Edouard Fraipont
Em Berço, de Souza rearticula partes de um berço encontrado por ele na casa para onde mudou-se. A peça, em formato de cisne, apresentava um trabalho de entalhe sofisticado que aparece, aqui, celebrado pelo artista.
Em Berço, de Souza rearticula partes de um berço encontrado por ele na casa para onde mudou-se. A peça, em formato de cisne, apresentava um trabalho de entalhe sofisticado que aparece, aqui, celebrado pelo artista.
Na obra de Nelson Leirner tudo volta, mas renovado, digerido: devidamente traduzido. Leitor dos outros e de si próprio, Nelson retorna sempre a obras canônicas, da história da arte, mas confere a elas uma visada própria, irônica, crítica, afetiva, iconoclasta, e sempre bela nas linhas e cores que refaz e adiciona.
É conhecido como na obra de Leirner artistas como: Leonardo da Vinci- com Monalisa (s) e Santa (s) Ceia [s); — Velasquez; L. Fontana, Mondrian, Duchamp, e tantos outros, retornam sempre e a partir das mais diferentes situações. É como se o artista conversasse com eles e, a partir do diálogo que se estabelece, tivesse oportunidade de olhar, e estranhar, a si próprio e sua arte.
Mais ainda, é possível contar uma história da arte, seguindo a forma original como Leirner faz arte de “si”, tendo como base o olhar dirigido ao ”outro”.
Sabemos que não existe nesse mundo nada isolado, ou “puramente original”. E Nelson escancara a fenda e o desconforto, mostrando como arte sempre se fez e se faz por referência, inferência, leitura e tradução.
Diz Lampedusa que todo “tradutor é um traidor”, e nesse nosso caso não seria diferente. Nelson Leirner faz da “sua” arte uma homenagem e ao mesmo tempo uma crítica de maior alcance, porque acompanhada de outras obras e repertórios que constituem a sua, mas também a nossa imaginação visual.
Ai está um verdadeiro vocabulário dialogado da arte, tendo como régua e compasso a obra de Nelson Leirner.
Lilia Schwarcz
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
Foto Ding Musa
No momento em que se discute no Brasil a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, o artista argentino radicado no México, Enrique Ježik, articula sua primeira exposição individual na Vermelho em torno do crescimento de construções feitas para o encarceramento de detentos no estado de São Paulo. No país que atualmente tem a 4ª maior população carcerária no mundo, perdendo apenas para EUA, China e Rússia, o estado de São Paulo tem a maior taxa de encarceramento de negros no país; são 595 presos negros para cada grupo de 100.000 habitantes desta etnia. Quando se falam de jovens, os números são mais alarmantes: são 648 jovens presos para cada grupo de 100.000. Os dados de um estudo de 2012 da Secretaria Nacional da Juventude da Presidência da República, realizado pela pesquisadora Jacqueline Sinhoretto, mostram um crescimento de 74% na população carcerária do país em sete anos e evidenciam a seletividade etária e racial que orienta o encarceramento no país, reforçando o que vem sendo chamado de encarceramento em massa ou hiper-encarceramento.
Quando teve contato com esses dados em 2014, Enrique Ježik (nascido na Argentina em 1961 e residente da Cidade do México há cerca de 20 anos) decidiu elaborar uma performance para a Mostra de Performance Arte VERBO, da galeria Vermelho, em que a presença massiva de penitenciárias no estado de São Paulo seria evidenciada. No período entre a elaboração do trabalho e a apresentação da ação na edição de 2015 da mostra, o número de presídios saltou de 76 para 81, um crescimento de 6,6% em menos de um ano.
Na sala 1 da galeria, o que vemos é exatamente o resultado desta ação intitulada “81 Prisões”, apresentada no dia 10 de julho, encerrando o ciclo de performances da 11ª edição da VERBO. Em colaboração com 8 egressos do sistema penitenciário do estado de São Paulo, Ježik manipula uma estrutura de madeira instalada na parede posterior da sala de exposição. Após perfurar repetidamente as placas de madeira da estrutura e depois de começar cortar pedaços dessas placas com serras, aos poucos víamos revelar o mapa estilizado do estado paulista. Findo o desenho, cada um dos colaboradores fincava com ajuda de uma marreta um pedaço de ferro de construção em um ponto do mapa, apontando para a localização de cada presídio localizado no estado. O que vemos ao final é um mapeamento do sistema carcerário instalado em São Paulo. A racionalidade da forma retirada do mapa geopolítico brasileiro contrasta com a agressividade dos golpes de vergalhão deferidos contra ele. É esse contraste que pautará os demais trabalhos da exposição.
Na sala 2, entre outras obras, Ježik mostra peças da série “A razão e a força”, em que contrapõe impressões de mapas de penitenciárias com peças de drywall perfuradas com fogo, criando uma paridade entre esses dois gestos – o de construções de penitenciárias absolutamente racionais, com suas formas geometrizadas, e a violência do vestígio do fogo após corroer as placas de drywall. Também chama a atenção a escolha de Ježik por plantas de penitenciárias baseadas no modelo do Panóptico, como descrito por Bentham no final do séc. XVIII, após estudar racionalmente, em suas próprias palavras, o sistema penitenciário.
O modelo de prisão circular, aonde um observador central poderia monitorar simultaneamente todos os espaços que abrigassem presos em um cárcere, poderia ser adotado em escolas e no trabalho, a fim de tornar eficiente o funcionamento desses espaços. É a partir desse desenvolvimento que Foucault articula seus estudos sobre dispositivos disciplinares, ou sobre dispositivos que permitam vigilância e controle social progressivamente mais radicais. No entanto, desde os anos 1960 surgem cada vez mais tecnologias de comunicação que permitem novas formas de vigilância, nem sempre percebidas dessa forma por quem as usa. A disseminação do Panóptico acompanha a progressão do encarceramento em massa e, conforme enfatizou Deleuze nos anos 1990, gerou a criação de uma Sociedade de Controle.
Mdf e ferro.
Foto Edouard Fraipont
Neste trabalho, Ježik faz um mapeamento das Unidades Prisionais do Município de São Paulo. Em consulta ao site do governo de São Paulo, Enrique verificou a presença de 13 unidades que foram marcadas no mapa da cidade: 3 penitenciárias, 2 centros de progressão penitenciária, 7 centros de detenção provisória e 1 hospital. Soma-se uma capacidade de 10.734 vagas para uma população de 13.327 detentos. Esses dados apontam para um excedente de 2.593 pessoas de acordo com o número de vagas.
Neste trabalho, Ježik faz um mapeamento das Unidades Prisionais do Município de São Paulo. Em consulta ao site do governo de São Paulo, Enrique verificou a presença de 13 unidades que foram marcadas no mapa da cidade: 3 penitenciárias, 2 centros de progressão penitenciária, 7 centros de detenção provisória e 1 hospital. Soma-se uma capacidade de 10.734 vagas para uma população de 13.327 detentos. Esses dados apontam para um excedente de 2.593 pessoas de acordo com o número de vagas.
Vídeo
Foto Edouard Fraipont
Nesta peça, Jezik faz um mapeamento das Unidades Prisionais da cidade de São Paulo. Consultando o site do governo de São Paulo, Enrique verificou a presença de 13 unidades que foram apontadas no mapa da cidade: três penitenciárias, dois centros de progressão penitenciária, 7 centros de prisão preventiva e um hospital. A capacidade total de 10.734 pessoas é utilizada para uma população de 13.327 reclusos. Esses dados mostram um excedente de 2.593 pessoas de acordo com o número de vagas disponíveis.
Nesta peça, Jezik faz um mapeamento das Unidades Prisionais da cidade de São Paulo. Consultando o site do governo de São Paulo, Enrique verificou a presença de 13 unidades que foram apontadas no mapa da cidade: três penitenciárias, dois centros de progressão penitenciária, 7 centros de prisão preventiva e um hospital. A capacidade total de 10.734 pessoas é utilizada para uma população de 13.327 reclusos. Esses dados mostram um excedente de 2.593 pessoas de acordo com o número de vagas disponíveis.
Foto Edouard Fraipont
MDF, madeira, parafusos e ferro.
Foto Edouard Fraipont
“81 Prisões” é resultado da colaboração de Ježik com oito egressos do sistema penitenciário do estado de São Paulo. No encerramento da Mostra de Performance Arte VERBO 2015, Ježik perfurou repetidamente as placas de madeira da estrutura instalada na sala, e depois de cortar pedaços dessas placas com serras, fez revelar o mapa estilizado do estado paulista. Findo o desenho, cada um dos colaboradores, junto com o artista, fincou com ajuda de uma marreta nove pedaços de ferro de construção em pontos do mapa, apontando a localização de cada um dos oitenta e um presídios localizados no estado. O que vemos agora é um mapeamento do sistema carcerário instalado em São Paulo.
“81 Prisões” é resultado da colaboração de Ježik com oito egressos do sistema penitenciário do estado de São Paulo. No encerramento da Mostra de Performance Arte VERBO 2015, Ježik perfurou repetidamente as placas de madeira da estrutura instalada na sala, e depois de cortar pedaços dessas placas com serras, fez revelar o mapa estilizado do estado paulista. Findo o desenho, cada um dos colaboradores, junto com o artista, fincou com ajuda de uma marreta nove pedaços de ferro de construção em pontos do mapa, apontando a localização de cada um dos oitenta e um presídios localizados no estado. O que vemos agora é um mapeamento do sistema carcerário instalado em São Paulo.
Jato de tinta, lápis e fita crepe sobre papel.
Foto Edouard Fraipont
Drywall, mdf e impressão digital em papel.
Foto Edouard Fraipont
Na série “A razão e a força”, Ježik contrapõe impressões de mapas de penitenciárias com peças de drywall perfuradas com fogo, criando uma paridade entre esses dois gestos – o de construções de penitenciárias absolutamente racionais, com suas formas geometrizadas, e a violência do vestígio do fogo após corroer as placas de drywall. Também chama a atenção a escolha de Ježik por plantas de penitenciárias baseadas no modelo do Panóptico, como descrito por Bentham no final do séc. XVIII, após estudar racionalmente, em suas próprias palavras, o sistema penitenciário.
Na série “A razão e a força”, Ježik contrapõe impressões de mapas de penitenciárias com peças de drywall perfuradas com fogo, criando uma paridade entre esses dois gestos – o de construções de penitenciárias absolutamente racionais, com suas formas geometrizadas, e a violência do vestígio do fogo após corroer as placas de drywall. Também chama a atenção a escolha de Ježik por plantas de penitenciárias baseadas no modelo do Panóptico, como descrito por Bentham no final do séc. XVIII, após estudar racionalmente, em suas próprias palavras, o sistema penitenciário.
Deixai toda esperança, ó vós que entrais!
Dante Alighieri. A Divina Comédia: Inferno. Séc. XIV
A epígrafe, retirada da primeira parte da Divina Comédia de Dante Alighieri, cita a inscrição do portal do Inferno, lida pelo autor antes da sua descida e posterior subida ao céu. Serve-nos como uma advertência para a constatação apocalíptica de que a família, a moral e os bons costumes acabaram. O poema de Dante Alighieri marca a passagem da Idade Média ao Humanismo, primeiro dos movimentos que, em detrimento da religião, situará a razão em lugar central no desenvolvimento humano.
Era com essa predição gravada em uma placa que Nikola Tesla (1856-1943) recebia aqueles que entravam em seus laboratórios. O engenheiro nascido em Smiljan, no então Império Austríaco e hoje parte da Croácia, é reverenciado como inventor de tecnologias que mudaram o mundo: inventou e produziu a lâmpada fluorescente, o raio-X, o controle remoto e a robótica, além de ser tido como o verdadeiro criador do rádio; contabilizando cerca de 300 patentes no mundo todo.
Em um de seus estudos, Nikola Tesla demonstrava a possibilidade de fornecimento de energia elétrica limpa e sem fios, através da criação da Torre Wardenclyffe, que seria capaz, também, de transmitir sinais radiofônicos para todo o globo terrestre. Esse feito heroico conferiria à humanidade toda a comunicação e a energia necessárias para seu funcionamento, além de uma melhor relação com seu entorno, que não sofreria o mesmo declínio ecológico que vem experimentando hoje. Tesla seria, então, uma espécie de messias, que entregaria o poder ao homem, tal qual o titã Prometeu que, defensor do Homem na mitologia grega, roubou o fogo de Héstia e o entregou aos mortais. Zeus, que temia que os mortais ficassem tão poderosos quanto os próprios deuses, teria punido Prometeu por este crime, deixando-o amarrado a uma pedra. Nela, uma enorme águia comeria seu fígado todos os dias, enquanto o órgão se regeneraria durante a noite para ser comido de novo no dia seguinte.
Abandonado por seus investidores, que encontrariam um investimento em radiofonia mais barato e de resultados mais rápidos – porém, sem a distribuição de energia limpa e sem fios – Tesla se tornaria recluso até o fim da vida. Sua personalidade excêntrica, suas afirmações aparentemente bizarras e inacreditáveis sobre possíveis desenvolvimentos científicos, faziam-no ser visto como um cientista louco, acarretando em seu próprio ostracismo. Nunca tendo dado muita atenção às suas finanças, Tesla morreu empobrecido aos 86 anos.
Em sua terceira exposição individual na Vermelho, Henrique César aproxima a reverência religiosa da Idade Média com a celebração aos avanços científicos modernos protagonizados por Nikola Tesla. Assim, desenvolve uma iconologia baseada na mistura de ícones religiosos e científicos. É, no entanto, nas religiões de origem africana que César encontra ressonância para suas articulações.
Em “Xeri de Tesla”, de 2014-2015, vemos representados chocalhos usados com frequência em rituais afro-religiosos. Xeri (palavra de língua Iorubá) é um instrumento de chamado, empunhado pela imagem de Xangô (orixá que rege o trovão, o fogo e a justiça) para domar as descargas atmosféricas. Nos rituais de candomblé, o xeri é empunhado pelos pais de santo com o objetivo de evocar o transe e saudar as divindades. No tríptico de xeris pintados a óleo sobre papel, vemos esquemas que simulam fisicamente os caminhos dos elétrons e as direções dos campos magnéticos encontrados no projeto da Bobina de Tesla, que é um transformador ressonante capaz de gerar uma tensão altíssima com grande simplicidade de construção. Foi inventada por volta de 1890 e tinha a função primária de transmitir, através da física do seu mecanismo, energia elétrica à distância – tecnologia precursora do wireless. Xeri e Bobina Tesla são, por tanto, equivalentes nesse tríptico, desenvolvendo uma espécie de cânone ao aproximar estâncias distintas da racionalidade.
Em “Elo”, de 2015, imagens apropriadas de um catálogo da Petrobrás, datado de 1976, são organizadas como uma folha de história em quadrinhos, mostrando o processo da extração do petróleo de bacias brasileiras. O artista reproduz as imagens em nanquim e as sobrepõe com a imagem de uma Patipemba riscada em ecoline vermelha. Patipembas são desenhos esquemáticos, normalmente riscados no chão, utilizados em rituais pagãos para atrair as forças dos espíritos. Essa é uma das muitas maneiras de tornar física a mensagem de ancestrais, dentro do culto do Palo Mayombe, uma antiga religião da costa atlântica africana que originou a Quimbanda e influenciou a Umbanda brasileira, além do Candomblé. Henrique César une dois processos distintos (a extração do petróleo e a atração das forças espirituais), que convergem na ideia semelhante de arrebatar energias vindas do solo – uma material, e outra espiritual.
Nos desenhos da série “Estações”, 2015, Henrique Cesar retrata as centrais emissoras criadas por Nikola Tesla para exercer sua pesquisa de distribuição de energia sem fio. Os mecanismos de Tesla aparecem tanto em seus locais de origem – seus laboratórios – quanto sobre as casas onde Cesar esteve quando desenvolveu a série de desenhos. O insulamento que parece ser comum a todas as estações representadas às fazem parecer templos – presumidamente pela qualidade altiva que o artista parece adotar para representa-las.
A insulação também aparece em “Câmara”, de 2015. Na escultura, seis micro-ondas têm suas aberturas voltadas umas às outras, de modo a fazer chocar as radiações emitidas pelos seis aparelhos que funcionam ao mesmo tempo. A energia gerada pelos aparelhos cria um núcleo central de exitância energética que parece pronta para expandir-se em uma implosão. A organização dos utensílios em eixos como os que compõem as três dimensões (altura, largura e profundidade) parece fazer referencia a presumida grande explosão cósmica que, entre 10 e 20 bilhões de anos atrás teria formado o universo como o conhecemos. Estaria a iminência desse estouro tecnológico atrelado a sua capacidade de criação?
Na série “Metalinguística”, de 2015, Henrique Cesar utiliza fragmentos de porta de micro-ondas como suporte para seis pinturas a óleo. São figuras que narram a saga de experimentos da física/ química, responsáveis por enaltecer alguns paradigmas relativos à contenção, dispersão, distribuição, fissão e explosão da energia como grandeza física. Tornam-se, então, ícones construídos a partir de um gesto iconoclasta do artista. Ou seja, se tornam novos símbolos de veneração a partir da destruição de seus antecessores.
Essa nova iconografia encontra seu lugar em “Cosmologia Composta” (2015), um conjunto de quatro desenhos que destacam as estações construídas por Nikola Tesla para aprimorar suas experiências com a transmissão de ondas eletromagnéticas. O conjunto de números serigrafados que sobrepõe tais paisagens traz o número π compreendido em códigos binários. Ou seja, esse grupo de zeros e uns mostram uma maneira binária de se construir a imagem da constante matemática que rege as propriedades da circunferência. Tal constante circular está presente nos cálculos das circunferências e, consequentemente, das ondas provocadas pelo fluxo dos elétrons dentro de um campo magnético. Tornam-se, portanto, um mantra sobre os já mencionados “templos” de Tesla, unindo local de culto e seu “evangelho” na forma de abstrações matemáticas.
As convergências entre esse grupo são muitas. Além de amigos próximos, são interlocutores regulares uns dos outros, tendo todos dividido um mesmo estúdio no bairro do Belenzinho, em São Paulo. É significativa a escolha desse bairro, que pertence a uma localização fundamental para a história da cidade. Foi lá que se deu o início da industrialização paulista, reunindo fábricas de vidro e tecido. É lá, também, que está a histórica Vila Maria Zélia, primeira vila operária do Brasil. O conjunto de casas e a fábrica que compõe a vila foram construídos por Jorge Luis Street, entre 1912 e 1916, para abrigar a Companhia Nacional de Tecidos de Juta e moradas para seus funcionários. Em 1931, fábrica e vila foram transferidas para o governo federal, que converteu o parque fabril em presídio para o Estado Novo. Muitos presos políticos foram alocados por lá, entre eles intelectuais de esquerda, o que rendeu ao presídio o apelido de Universidade Maria Zélia. É pertinente observarmos como uma mesma localidade da cidade abrigou diferentes faces da característica progressista da cidade de São Paulo. Desde o início de uma produção em larga escala, que seria responsável pelo crescimento urbano, populacional e de riquezas de São Paulo, e do Brasil, até o abrigo de presos de um Estado Militar ditador. São cursos de uma tendência ligada aos movimentos modernistas que, dentre outras coisas, investigavam mecânicas com aspiração para uma identidade nacional forte.
Não é à toa, portanto, que o olhar desses artistas, se volte para a observação e crítica de diferentes características do desenvolvimento social. E não é por acaso, que busquem uma região onde as marcas do passado formador de nossa sociedade sejam fortes. Talvez o comum na poética destes cinco artistas seja de fato o olhar para o entorno. Alguns investigando e criticando a formação de nosso Estado via características formativas, outros desafiando nosso olhar para pequenezas cotidianas que se revelam complexas em sua estrutura.
É o olhar para esses problemas que possivelmente gera uma poética que não necessariamente se articula ao redor do deleite estético, mas que pode encontrar o belo em elementos cotidianos, descartados, aproveitados ou re-significados, e que guardam rastros do seu lugar de origem. É talvez uma resposta à assepsia moderna, formadora de nossa identidade, que leva suas obras a lidarem com a sujeira. Mas não estamos (necessariamente) falando de uma sujeira da ordem da imundice, mas de um ardil que se instaura sobre situações corriqueiras, que podem fazer compreender um dado do mundo de outra maneira. Um ato vil que qualifica ou “des-(re)-qualifica” a rotina da arte ou da vida.
Tinta, tecido e madeira
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Abajur e areia
Foto Edouard Fraipont
Cobertor de aglomerado têxtil, martelo, pé de cabra e casaco camuflado americano
Foto Edouard Fraipont
Chumbo e arame
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Luminária de teto e poeira fixada
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Papel sulfite A4, fita adesiva, cola, ventilador de coluna e pintura acrílica sobre parede
Foto Edouard Fraipont
Piso de borracha trançado
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Madeiras, gravetos, ferro, alumínio e latão
Foto Edouard Fraipont
Intervenção em luvas de livros em papelão
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Impressão sobre papel fotográfico, foamboard e telas
Foto Edouard Fraipont
Impressão sobre papel fotográfico, foamboard e telas
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Cobertores de aglomerado têxtil, cabo de aço e extensores
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Caneta sobre parede
Foto Edouard Fraipont
Tinta acrílica sobre papel e 2 galhos de árvore
Foto Edouard Fraipont
Balde, motor, água com pigmento e madeira
Foto Edouard Fraipont
Crochê sobre chassis
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Garras para muro em chapas de aço galvanizado
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Vestido de tricô e capa de plástico
Foto Edouard Fraipont
Retalhos costurados e capa de plástico
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Banco em concreto, 2 garrafas de cerveja e 2 pratos de porcelana
Foto Edouard Fraipont
Em Banco Brasília (2015), Marcelo cidade propõe uma articulação iconoclasta em torno da promessa modernista brasileira e das instâncias de poder, através de uma composição que emula, com pratos de comida limpos e garrafas de cerveja vazias, o prédio do congresso nacional.
Em Banco Brasília (2015), Marcelo cidade propõe uma articulação iconoclasta em torno da promessa modernista brasileira e das instâncias de poder, através de uma composição que emula, com pratos de comida limpos e garrafas de cerveja vazias, o prédio do congresso nacional.
Varas de madeira e cesto de metal
Foto Edouard Fraipont
Impressão com tinta pigmentada mineral sobre tela e tinta esmalte
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Impressão digital sobre tecido
Foto Edouard Fraipont
Cimento, livros e cadernos
Foto Edouard Fraipont
Vídeo, cor e som
Foto Vídeo still
Em Para GB, Lia Chaia presta uma homenagem a Geraldo de Barros utilizando um dispositivo simples, feito de canudos de plástico e fios. As mãos da artista surgem manipulando a engenhoca que avança ganhando formas e cores que fazem referencia às composições geométricas feitas por Barros a partir de imagens da cidade, à sua aproximação com a nova figuração junto ao Grupo Rex – quando suas obras ganham cores e são construídas a partir de modulações simples, que permitem reprodução descomplicada – e da sua experiência com o lúdico na Unilabor, que fundou junto com Frei João Batista e que mantinha escola de arte infantil e cooperativa de fabricação de móveis.
Gabriel Zimbardi, 2017
Em Para GB, Lia Chaia presta uma homenagem a Geraldo de Barros utilizando um dispositivo simples, feito de canudos de plástico e fios. As mãos da artista surgem manipulando a engenhoca que avança ganhando formas e cores que fazem referencia às composições geométricas feitas por Barros a partir de imagens da cidade, à sua aproximação com a nova figuração junto ao Grupo Rex – quando suas obras ganham cores e são construídas a partir de modulações simples, que permitem reprodução descomplicada – e da sua experiência com o lúdico na Unilabor, que fundou junto com Frei João Batista e que mantinha escola de arte infantil e cooperativa de fabricação de móveis.
Gabriel Zimbardi, 2017
Alumínio anodizado
Foto Edouard Fraipont
Alumínio anodizado
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Em Chora-Chuva, Gisela Motta e Leandro Lima seguem com sua investigação a respeito da relação do homem com seu entorno. A partir da constatação de uma crise ambiental global, a dupla toca em pontos pertinentes da discussão atual sobre problemas no gerenciamento de recursos. Estão presentes trabalhos que falam do desuso sempre rápido de meios e mídias em detrimento de técnicas mais avançadas e sobre qual o resultado dessas operações.
Na instalação que dá nome à exposição, Chora-Chuva, de 2014, 16 baldes de plástico com água são posicionados sobre mesas como que para conter goteiras que invadem o espaço expositivo. Sob esses baldes foram instaladas caixas de som que, ao emitirem sinais e impulsos, provocam vibrações na água, emulando gotejar sobre sua superfície. O Trabalho idealizado para a última Bienal de Vancouver, ganha novos significados quando inserido em um contexto de crise de abastecimento de água na maior metrópole do país, chamando atenção para a necessária reflexão de toda a sociedade sobre esse problema.
A água também está presente nas pinturas da série Terrenos, de 2015. Nesses trabalhos, desenhos gerados com tinta esmalte remetem a padrões de camuflagem. Na técnica chamada Ebru, a tinta é depositada sobre uma superfície d’água e o próprio movimento da água tingida é transferido para o suporte. As pinturas remetem a visões de regiões da América Latina vistas por satélites. As peças da série Terrenos foram construídas com base nos jogos de Tangram. Esse ponto reforça a ideia da camuflagem como desenvolvimento do raciocínio lógico na analise e distinção de suas formas. Com o uso referente a esse tipo de padronagem, os artistas também apontam para as regiões representadas como zonas de conflito, ou como zonas que, por alguma razão, vêm (ou devem ver) o outro como inimigo. Atacama, Tapajós e São Paulo são algumas das localidades representadas na série.
Outro trabalho ligado às paisagens urbanas e naturais é Relâmpago, de 2015. Os artistas criaram um relâmpago feito com lâmpadas tubulares do tipo activiva. Segundo o fabricante, esse tipo de lâmpada promove o bem estar e a produtividade do ser humano, além de estimular a fotossíntese. Fica evidente a observação dos artistas a respeito da dependência do homem da energia elétrica para seu bom funcionamento, ao menos em perímetros urbanos.
É importante, no entanto, investigarmos outros aspectos da simbologia ligada aos relâmpagos: teorias científicas apontam que descargas elétricas possam ter sido fundamentais no surgimento da vida. Na história humana, foi possivelmente a primeira fonte de fogo, fundamental no processo da evolução. De um modo geral, o raio representa um poder ao mesmo tempo criador e destruidor, seja observando por um ponto de vista científico ou mitológico. É simultaneamente a vida e a morte; uma síntese da atividade celeste e suas ações transformadoras.
Essas relações dicotômicas aparecem em outros trabalhos da mostra como em Beija-Flor, 2013. Na peça, dois tripés sustentam uma traquitana que rotaciona hélices de formatos irregulares e sobre elas é projetada a imagem de um beija-flor. A imagem desse pássaro – que vive apenas nas Américas – se forma numa superfície transparente, como uma holografia. As hélices fragmentam a projeção originalmente branca e sua cor percorre todas as cores do espectro em movimento decorrente da insuficiência da frequência de projeção. É como se dessa insuficiência surgisse essa imagem oriunda do reino animal. É o natural que emerge a partir da insuficiência do aparato eletrônico. A insuficiência das mídias também está presente no vídeo Horizonte, de 2015. Na obra, cordas de um violão formam ondas de dimensões e comprimento distintos a partir da incapacidade – ou incompatibilidade – da câmera de vídeo em captar as vibrações geradas pelo instrumento de cordas. Essas linhas criam formas geográficas que representam vistas do horizonte.
Em Bugado, de 2014, a luz original de um monitor foi removida, deixando apenas a parte frontal, transparente, do equipamento. Por trás dessa tela, os artistas instalaram uma lâmpada fria do tipo econômico. Como o monitor segue funcionando sem a luz original, a lâmpada adicionada permite ver a imagem que é transmitida para o equipamento. O que se vê então são moscas que parecem circular ao redor da luz emitida pela instalação. A impressão que se tem é a de um vestígio de uma cultura material. É, porém, o que sobra em funcionamento nessa ruína, que nos faz ver a natureza ao seu redor, no caso, a imagem das moscas que circundam o objeto.
Finalmente, em Deposição, de 2013, o desuso aparece na forma da acumulação de enciclopédias impressas que, cortadas como desenhos topográficos aparentam serem estalagmites. Fazem referência, portanto, a uma sedimentação de materiais que se desprenderam de seu contexto original e passaram a estruturar uma forma composta por resíduos.
Tinta para Chroma Key Digicomp sobre parede
Foto Edouard Fraipont
Vídeo loop
Foto Edouard Fraipont
A insuficiência das mídias está presente no vídeo Horizonte, de 2015. Na obra, cordas de um violão formam ondas de dimensões e comprimento distintos a partir da incapacidade – ou incompatibilidade – da câmera de vídeo em captar as vibrações geradas pelo instrumento de cordas. Essas linhas criam formas geográficas que representam vistas do horizonte.
A insuficiência das mídias está presente no vídeo Horizonte, de 2015. Na obra, cordas de um violão formam ondas de dimensões e comprimento distintos a partir da incapacidade – ou incompatibilidade – da câmera de vídeo em captar as vibrações geradas pelo instrumento de cordas. Essas linhas criam formas geográficas que representam vistas do horizonte.
Monitor de LCD 23’, media player, aço inoxidável e luz fluorescente
Foto Edouard Fraipont
Em Deposição, de 2013, o desuso aparece na forma da acumulação de enciclopédias impressas que, cortadas como desenhos topográficos aparentam serem estalagmites. Fazem referência, portanto, a uma sedimentação de materiais que se desprenderam de seu contexto original e passaram a estruturar uma forma composta por resíduos.
Em Deposição, de 2013, o desuso aparece na forma da acumulação de enciclopédias impressas que, cortadas como desenhos topográficos aparentam serem estalagmites. Fazem referência, portanto, a uma sedimentação de materiais que se desprenderam de seu contexto original e passaram a estruturar uma forma composta por resíduos.
Baldes, mesas, auto-falantes, amplificadores estéreos, cabos e água
Foto Edouard Fraipont
Em Chora-Chuva, 16 baldes de plástico com água são posicionados sobre mesas como que para conter goteiras que invadem o espaço expositivo. Sob esses baldes foram instaladas caixas de som que ao emitirem sinais e impulsos provocam vibrações na água, emulando gotejar sobre sua superfície – é a invasão da chuva no espaço interno.
O trabalho, idealizado para a Bienal de Vancouver (2014), ganha novos significados quando inserido em outro contexto.
Em Chora-Chuva, 16 baldes de plástico com água são posicionados sobre mesas como que para conter goteiras que invadem o espaço expositivo. Sob esses baldes foram instaladas caixas de som que ao emitirem sinais e impulsos provocam vibrações na água, emulando gotejar sobre sua superfície – é a invasão da chuva no espaço interno.
O trabalho, idealizado para a Bienal de Vancouver (2014), ganha novos significados quando inserido em outro contexto.
Baldes, mesas, auto-falantes, amplificadores estéreos, cabos e água
Foto Edouard Fraipont
Em Chora-Chuva, 16 baldes de plástico com água são posicionados sobre mesas como que para conter goteiras que invadem o espaço expositivo. Sob esses baldes foram instaladas caixas de som que ao emitirem sinais e impulsos provocam vibrações na água, emulando gotejar sobre sua superfície – é a invasão da chuva no espaço interno. O trabalho, idealizado para a Bienal de Vancouver (2014), ganha novos significados quando inserido em outro contexto.
Em Chora-Chuva, 16 baldes de plástico com água são posicionados sobre mesas como que para conter goteiras que invadem o espaço expositivo. Sob esses baldes foram instaladas caixas de som que ao emitirem sinais e impulsos provocam vibrações na água, emulando gotejar sobre sua superfície – é a invasão da chuva no espaço interno. O trabalho, idealizado para a Bienal de Vancouver (2014), ganha novos significados quando inserido em outro contexto.
Baldes, mesas, alto-falantes, amplificadores, cabos e água
Tinta esmalte sobre MDF
Foto Edouard Fraipont
A água também está presente nas pinturas da série Terrenos, de 2015. Nesses trabalhos, desenhos gerados com tinta esmalte remetem a padrões de camuflagem. Na técnica chamada Ebru, a tinta é depositada sobre uma superfície d’água e o próprio movimento da água tingida é transferido para o suporte. As pinturas remetem a visões de regiões da América Latina vistas por satélites. As peças da série Terrenos foram construídas com base nos jogos de Tangram. Esse ponto reforça a ideia da camuflagem como desenvolvimento do raciocínio lógico na analise e distinção de suas formas. Com o uso referente a esse tipo de padronagem, os artistas também apontam para as regiões representadas como zonas de conflito, ou como zonas que, por alguma razão, vêm (ou devem ver) o outro como inimigo. Atacama, Tapajós e São Paulo são algumas das localidades representadas na série.
A água também está presente nas pinturas da série Terrenos, de 2015. Nesses trabalhos, desenhos gerados com tinta esmalte remetem a padrões de camuflagem. Na técnica chamada Ebru, a tinta é depositada sobre uma superfície d’água e o próprio movimento da água tingida é transferido para o suporte. As pinturas remetem a visões de regiões da América Latina vistas por satélites. As peças da série Terrenos foram construídas com base nos jogos de Tangram. Esse ponto reforça a ideia da camuflagem como desenvolvimento do raciocínio lógico na analise e distinção de suas formas. Com o uso referente a esse tipo de padronagem, os artistas também apontam para as regiões representadas como zonas de conflito, ou como zonas que, por alguma razão, vêm (ou devem ver) o outro como inimigo. Atacama, Tapajós e São Paulo são algumas das localidades representadas na série.
Tinta esmalte sobre MDF
Foto Edouard Fraipont
A água também está presente nas pinturas da série Terrenos, de 2015. Nesses trabalhos, desenhos gerados com tinta esmalte remetem a padrões de camuflagem. Na técnica chamada Ebru, a tinta é depositada sobre uma superfície d’água e o próprio movimento da água tingida é transferido para o suporte. As pinturas remetem a visões de regiões da América Latina vistas por satélites. As peças da série Terrenos foram construídas com base nos jogos de Tangram. Esse ponto reforça a ideia da camuflagem como desenvolvimento do raciocínio lógico na analise e distinção de suas formas. Com o uso referente a esse tipo de padronagem, os artistas também apontam para as regiões representadas como zonas de conflito, ou como zonas que, por alguma razão, vêm (ou devem ver) o outro como inimigo. Atacama, Tapajós e São Paulo são algumas das localidades representadas na série.
A água também está presente nas pinturas da série Terrenos, de 2015. Nesses trabalhos, desenhos gerados com tinta esmalte remetem a padrões de camuflagem. Na técnica chamada Ebru, a tinta é depositada sobre uma superfície d’água e o próprio movimento da água tingida é transferido para o suporte. As pinturas remetem a visões de regiões da América Latina vistas por satélites. As peças da série Terrenos foram construídas com base nos jogos de Tangram. Esse ponto reforça a ideia da camuflagem como desenvolvimento do raciocínio lógico na analise e distinção de suas formas. Com o uso referente a esse tipo de padronagem, os artistas também apontam para as regiões representadas como zonas de conflito, ou como zonas que, por alguma razão, vêm (ou devem ver) o outro como inimigo. Atacama, Tapajós e São Paulo são algumas das localidades representadas na série.
Tinta esmalte sobre MDF
Foto Edouard Fraipont
A água também está presente nas pinturas da série Terrenos, de 2015. Nesses trabalhos, desenhos gerados com tinta esmalte remetem a padrões de camuflagem. Na técnica chamada Ebru, a tinta é depositada sobre uma superfície d’água e o próprio movimento da água tingida é transferido para o suporte. As pinturas remetem a visões de regiões da América Latina vistas por satélites. As peças da série Terrenos foram construídas com base nos jogos de Tangram. Esse ponto reforça a ideia da camuflagem como desenvolvimento do raciocínio lógico na analise e distinção de suas formas. Com o uso referente a esse tipo de padronagem, os artistas também apontam para as regiões representadas como zonas de conflito, ou como zonas que, por alguma razão, vêm (ou devem ver) o outro como inimigo. Atacama, Tapajós e São Paulo são algumas das localidades representadas na série.
A água também está presente nas pinturas da série Terrenos, de 2015. Nesses trabalhos, desenhos gerados com tinta esmalte remetem a padrões de camuflagem. Na técnica chamada Ebru, a tinta é depositada sobre uma superfície d’água e o próprio movimento da água tingida é transferido para o suporte. As pinturas remetem a visões de regiões da América Latina vistas por satélites. As peças da série Terrenos foram construídas com base nos jogos de Tangram. Esse ponto reforça a ideia da camuflagem como desenvolvimento do raciocínio lógico na analise e distinção de suas formas. Com o uso referente a esse tipo de padronagem, os artistas também apontam para as regiões representadas como zonas de conflito, ou como zonas que, por alguma razão, vêm (ou devem ver) o outro como inimigo. Atacama, Tapajós e São Paulo são algumas das localidades representadas na série.
Lâmpadas, reatores, conectores e cabos
Foto Edouard Fraipont
Outro trabalho ligado às paisagens urbanas e naturais é Relâmpago, de 2015. Os artistas criaram um relâmpago feito com lâmpadas tubulares do tipo activiva. Segundo o fabricante, esse tipo de lâmpada promove o bem estar e a produtividade do ser humano, além de estimular a fotossíntese. Fica evidente a observação dos artistas a respeito da dependência do homem da energia elétrica para seu bom funcionamento, ao menos em perímetros urbanos. É importante, no entanto, investigarmos outros aspectos da simbologia ligada aos relâmpagos: teorias científicas apontam que descargas elétricas possam ter sido fundamentais no surgimento da vida. Na história humana, foi possivelmente a primeira fonte de fogo, fundamental no processo da evolução. De um modo geral, o raio representa um poder ao mesmo tempo criador e destruidor, seja observando por um ponto de vista científico ou mitológico. É simultaneamente a vida e a morte; uma síntese da atividade celeste e suas ações transformadoras.
Outro trabalho ligado às paisagens urbanas e naturais é Relâmpago, de 2015. Os artistas criaram um relâmpago feito com lâmpadas tubulares do tipo activiva. Segundo o fabricante, esse tipo de lâmpada promove o bem estar e a produtividade do ser humano, além de estimular a fotossíntese. Fica evidente a observação dos artistas a respeito da dependência do homem da energia elétrica para seu bom funcionamento, ao menos em perímetros urbanos. É importante, no entanto, investigarmos outros aspectos da simbologia ligada aos relâmpagos: teorias científicas apontam que descargas elétricas possam ter sido fundamentais no surgimento da vida. Na história humana, foi possivelmente a primeira fonte de fogo, fundamental no processo da evolução. De um modo geral, o raio representa um poder ao mesmo tempo criador e destruidor, seja observando por um ponto de vista científico ou mitológico. É simultaneamente a vida e a morte; uma síntese da atividade celeste e suas ações transformadoras.
Foto Edouard Fraipont
Tripés, projetor, motor, hélices, vídeo player
Foto Edouard Fraipont
Dois tripés sustentam uma traquitana que rotaciona hélices de formatos irregulares e sobre elas é projetada a imagem de um beija-flor. A imagem desse pássaro – que habita somente as Américas- se forma na superficie das helices que fragmentam a projeção originalmente branca, percorrendo todas as cores do espectro em movimento.
É como se dessa insuficiência surgisse essa imagem oriunda do reino animal. É o natural que emerge a partir da insuficiência do aparato eletrônico.
Dois tripés sustentam uma traquitana que rotaciona hélices de formatos irregulares e sobre elas é projetada a imagem de um beija-flor. A imagem desse pássaro – que habita somente as Américas- se forma na superficie das helices que fragmentam a projeção originalmente branca, percorrendo todas as cores do espectro em movimento.
É como se dessa insuficiência surgisse essa imagem oriunda do reino animal. É o natural que emerge a partir da insuficiência do aparato eletrônico.
Tripés, projetor, motor, helices, vídeo player
Foto Edouard Fraipont
Dois tripés sustentam uma traquitana que rotaciona hélices de formatos irregulares e sobre elas é projetada a imagem de um beija-flor. A imagem desse pássaro – que habita somente as Américas- se forma na superficie das helices que fragmentam a projeção originalmente branca, percorrendo todas as cores do espectro em movimento. É como se dessa insuficiência surgisse essa imagem oriunda do reino animal. É o natural que emerge a partir da insuficiência do aparato eletrônico.
Dois tripés sustentam uma traquitana que rotaciona hélices de formatos irregulares e sobre elas é projetada a imagem de um beija-flor. A imagem desse pássaro – que habita somente as Américas- se forma na superficie das helices que fragmentam a projeção originalmente branca, percorrendo todas as cores do espectro em movimento. É como se dessa insuficiência surgisse essa imagem oriunda do reino animal. É o natural que emerge a partir da insuficiência do aparato eletrônico.
Objetos compostos por 7 enciclopédias
Foto Edouard Fraipont
Em Deposição, de 2013, o desuso aparece na forma da acumulação de enciclopédias impressas que, cortadas como desenhos topográficos aparentam serem estalagmites. Fazem referência, portanto, a uma sedimentação de materiais que se desprenderam de seu contexto original e passaram a estruturar uma forma composta por resíduos.
Em Deposição, de 2013, o desuso aparece na forma da acumulação de enciclopédias impressas que, cortadas como desenhos topográficos aparentam serem estalagmites. Fazem referência, portanto, a uma sedimentação de materiais que se desprenderam de seu contexto original e passaram a estruturar uma forma composta por resíduos.
Tinta para chroma key digicomp sobre parede
Foto Edouard Fraipont
Em Black Bloc, Dora Longo Bahia mostra uma série de trabalhos feitos a partir da observação da artista sobre as manifestações que vem ocorrendo no Brasil desde junho de 2013.
Na instalação que dá título à mostra, 126 placas cimentícias trazem silhuetas de garrafas de vinagre serigrafadas em preto. São como retratos de manifestantes, com seus capuzes pretos e suas garrafas de vinagre, utilizadas para neutralizar os efeitos das bombas de efeito moral usadas pela polícia. Em meio às diferentes garrafas de vinagre, uma única silhueta de um coquetel molotov destaca-se, salientando a iminência da violência. Longo Bahia discute o poder de irradiação da união de uma massa de pessoas sem rosto.
Em outro trabalho, também intitulado Black Bloc, um conjunto de 11 garrafas de vinagre foi esculpido em torno a partir de blocos maciços de nylon preto. Embora sejam feitas em escala natural em relação às garrafas originais, sua materialidade lhes confere monumentalidade e, mais uma vez fica evidente o caráter icônico de simples garrafas de vinagre, transformadas em símbolos de resistência no atual momento histórico brasileiro.
Simultaneamente, nos vídeos Lucifer e Lilith, Dora traça um paralelo entre os Black Blocs e as mulheres mulçumanas que vestem a burca. A artista trata de dois sujeitos sem lugar na contemporaneidade. Os jovens manifestantes sem identidade e as mulheres religiosas que não mostram o corpo.
Em Lucifer, os manifestantes são mostrados como crianças que, depois da queda de um anjo numa idílica e misteriosa floresta de cores vibrantes, tentam sobreviver numa paisagem pós-apocalíptica. Uma das crianças é o “portador da luz”, significado original da palavra lucifer, pois tem nas mãos um coquetel molotov – causa ou consequência da destruição? Em Lilith, a artista apresenta uma paisagem lunar permeada por vulcões e gêiseres, intercalada por tomadas de um casal que parece conversar numa paisagem desértica, inóspita e hostil. A mulher, vestida com uma burca, escuta o homem que, com o rosto coberto por um keffiyeh, gesticula sem fazer sentido. Lilith é a primeira companheira de Adão, feita da mesma matéria prima que ele e por isso é sua igual. É uma “criatura da noite”, significado original da palavra lilith, expulsa do paraíso por disputar sua importância com Adão.
Junto à série Black Bloc, os vídeos Lucifer e Lilith trazem uma visão iconoclasta sobre representações enraizadas na mídia e na religião.
Vídeo
Foto Still do vídeo
Nos vídeos Lucifer e Lilith, Dora traça um paralelo entre os Black Blocs e as mulheres mulçumanas que vestem a burca. A artista trata de dois sujeitos sem lugar na contemporaneidade. Os jovens manifestantes sem identidade e as mulheres religiosas que não mostram o corpo. Em Lucifer, os manifestantes são mostrados como crianças que, depois da queda de um anjo numa idílica e misteriosa floresta de cores vibrantes, tentam sobreviver numa paisagem pós-apocalíptica. Uma das crianças é o “portador da luz”, significado original da palavra lucifer, pois tem nas mãos um coquetel molotov – causa ou consequência da destruição? Em Lilith, a artista apresenta uma paisagem lunar permeada por vulcões e gêiseres, intercalada por tomadas de um casal que parece conversar numa paisagem desértica, inóspita e hostil. A mulher, vestida com uma burca, escuta o homem que, com o rosto coberto por um keffiyeh, gesticula sem fazer sentido. Lilith é a primeira companheira de Adão, feita da mesma matéria prima que ele e por isso é sua igual. É uma “criatura da noite”, significado original da palavra lilith, expulsa do paraíso por disputar sua importância com Adão.
Nos vídeos Lucifer e Lilith, Dora traça um paralelo entre os Black Blocs e as mulheres mulçumanas que vestem a burca. A artista trata de dois sujeitos sem lugar na contemporaneidade. Os jovens manifestantes sem identidade e as mulheres religiosas que não mostram o corpo. Em Lucifer, os manifestantes são mostrados como crianças que, depois da queda de um anjo numa idílica e misteriosa floresta de cores vibrantes, tentam sobreviver numa paisagem pós-apocalíptica. Uma das crianças é o “portador da luz”, significado original da palavra lucifer, pois tem nas mãos um coquetel molotov – causa ou consequência da destruição? Em Lilith, a artista apresenta uma paisagem lunar permeada por vulcões e gêiseres, intercalada por tomadas de um casal que parece conversar numa paisagem desértica, inóspita e hostil. A mulher, vestida com uma burca, escuta o homem que, com o rosto coberto por um keffiyeh, gesticula sem fazer sentido. Lilith é a primeira companheira de Adão, feita da mesma matéria prima que ele e por isso é sua igual. É uma “criatura da noite”, significado original da palavra lilith, expulsa do paraíso por disputar sua importância com Adão.
Vídeo
Foto Still do vídeo
Nos vídeos Lucifer e Lilith, Dora traça um paralelo entre os Black Blocs e as mulheres mulçumanas que vestem a burca. A artista trata de dois sujeitos sem lugar na contemporaneidade. Os jovens manifestantes sem identidade e as mulheres religiosas que não mostram o corpo. Em Lucifer, os manifestantes são mostrados como crianças que, depois da queda de um anjo numa idílica e misteriosa floresta de cores vibrantes, tentam sobreviver numa paisagem pós-apocalíptica. Uma das crianças é o “portador da luz”, significado original da palavra lucifer, pois tem nas mãos um coquetel molotov – causa ou consequência da destruição? Em Lilith, a artista apresenta uma paisagem lunar permeada por vulcões e gêiseres, intercalada por tomadas de um casal que parece conversar numa paisagem desértica, inóspita e hostil. A mulher, vestida com uma burca, escuta o homem que, com o rosto coberto por um keffiyeh, gesticula sem fazer sentido. Lilith é a primeira companheira de Adão, feita da mesma matéria prima que ele e por isso é sua igual. É uma “criatura da noite”, significado original da palavra lilith, expulsa do paraíso por disputar sua importância com Adão.
Nos vídeos Lucifer e Lilith, Dora traça um paralelo entre os Black Blocs e as mulheres mulçumanas que vestem a burca. A artista trata de dois sujeitos sem lugar na contemporaneidade. Os jovens manifestantes sem identidade e as mulheres religiosas que não mostram o corpo. Em Lucifer, os manifestantes são mostrados como crianças que, depois da queda de um anjo numa idílica e misteriosa floresta de cores vibrantes, tentam sobreviver numa paisagem pós-apocalíptica. Uma das crianças é o “portador da luz”, significado original da palavra lucifer, pois tem nas mãos um coquetel molotov – causa ou consequência da destruição? Em Lilith, a artista apresenta uma paisagem lunar permeada por vulcões e gêiseres, intercalada por tomadas de um casal que parece conversar numa paisagem desértica, inóspita e hostil. A mulher, vestida com uma burca, escuta o homem que, com o rosto coberto por um keffiyeh, gesticula sem fazer sentido. Lilith é a primeira companheira de Adão, feita da mesma matéria prima que ele e por isso é sua igual. É uma “criatura da noite”, significado original da palavra lilith, expulsa do paraíso por disputar sua importância com Adão.
garrafas de cerveja, pano, querosene e base de cimento
Foto Edouard Fraipont
O coquetel Molotov aparece em Lúcifer e Satã, utilizando garrafas de cerveja que evocam variantes do nome da encarnação do Mal nas religiões monoteístas. São um comentário sobre a demonização sofrida por aqueles que vão às ruas reivindicar direitos em um momento de acentuada polarização política no Brasil.
O coquetel Molotov aparece em Lúcifer e Satã, utilizando garrafas de cerveja que evocam variantes do nome da encarnação do Mal nas religiões monoteístas. São um comentário sobre a demonização sofrida por aqueles que vão às ruas reivindicar direitos em um momento de acentuada polarização política no Brasil.
126 impressões com tinta serigráfica de relevo sobre fibrocimento
Foto Edouard Fraipont
Na instalação que dá título à mostra, 126 placas cimentícias trazem silhuetas de garrafas de vinagre serigrafadas em preto. São como retratos de manifestantes, com seus capuzes pretos e suas garrafas de vinagre, utilizadas para neutralizar os efeitos das bombas de efeito moral usadas pela polícia. Em meio às diferentes garrafas de vinagre, uma única silhueta de um coquetel molotov destaca-se, salientando a iminência da violência. Longo Bahia discute o poder de irradiação da união de uma massa de pessoas sem rosto.
Na instalação que dá título à mostra, 126 placas cimentícias trazem silhuetas de garrafas de vinagre serigrafadas em preto. São como retratos de manifestantes, com seus capuzes pretos e suas garrafas de vinagre, utilizadas para neutralizar os efeitos das bombas de efeito moral usadas pela polícia. Em meio às diferentes garrafas de vinagre, uma única silhueta de um coquetel molotov destaca-se, salientando a iminência da violência. Longo Bahia discute o poder de irradiação da união de uma massa de pessoas sem rosto.
Nylon e cimento
Foto Edouard Fraipont
Em outro trabalho, também intitulado Black Bloc, um conjunto de 11 garrafas de vinagre foi esculpido em torno a partir de blocos maciços de nylon preto. Embora sejam feitas em escala natural em relação às garrafas originais, sua materialidade lhes confere monumentalidade e, mais uma vez fica evidente o caráter icônico de simples garrafas de vinagre, transformadas em símbolos de resistência no atual momento histórico brasileiro.
Em outro trabalho, também intitulado Black Bloc, um conjunto de 11 garrafas de vinagre foi esculpido em torno a partir de blocos maciços de nylon preto. Embora sejam feitas em escala natural em relação às garrafas originais, sua materialidade lhes confere monumentalidade e, mais uma vez fica evidente o caráter icônico de simples garrafas de vinagre, transformadas em símbolos de resistência no atual momento histórico brasileiro.
Serigrafia sobre fibrocimento
Foto Edouard Fraipont
Marco Paulo Rolla mostra sua produção recente na individual Impertinência Capital. A mostra reflete a pesquisa multidisciplinar do artista, apresentando pinturas, desenhos, esculturas e performances feitas para a câmera de vídeo.
A série Esvaziamento Cotidiano se organiza em 5 pinturas em acrílica sobre telas de grandes dimensões. Dramas cotidianos e tensão entre indivíduos dão a tônica das situações representadas, como no opulento cinema particular retratado em Home Theater, em que a cantora que ocupa a tela de projeção aparece muda diante do microfone a sua frente.
No segundo andar, a série Desenhos Brancos (que junto às pinturas de Esvaziamento Cotidiano forma a família de trabalhos Dramas) é toda executada em lápis e pastel seco brancos sobre papel bege. As situações representadas nessa série são todas oriundas de imagens apropriadas de meios de comunicação como revistas e jornais e, assim, partem diretamente de cenas apresentadas pela mídia. A técnica dos desenhos remete às fantasmagorias, cuja origem está nas imagens produzidas pelas chamadas lanternas mágicas, antecessoras dos modernos aparelhos de projeção. Essas imagens ganhavam aspecto fantasmagórico por conta de sua projeção em nuvens de fumaça. Walter Benjamin, fascinado por essa tecnologia, usa fantasmagoria como termo para aproximá-la do conceito de fetichismo da mercadoria de Karl Marx, assinalando a universalidade do fenômeno do fetichismo como característica central da modernidade, pontos presentes na pesquisa de Marco Paulo.
Cinco monitores espalhados pelo espaço expositivo mostram a ação desenvolvida para a câmera de vídeo Homens de Preto. Figuras trajando máscaras e ternos pretos batem incessantemente à máquina de escrever, gerando uma instalação ao mesmo tempo imagética e sonora, em que o artista fala de um modelo de obsolescência. Esses homens parecem trabalhar incansavelmente para extrair algo desses equipamentos, porém o único resultado de sua ação é a falência repentina dos próprios personagens que, cansados de seus movimentos repetitivos, caem em decesso momentâneo para em seguida voltar à ação.
Completam a exposição as esculturas Discurso Interrompido e Discurso Fechado, ambas feitas em pedra sabão, em que microfones se misturam à materialidade da pedra, falando sobre a inercia do discurso contemporâneo.
Vinil adesivo
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Vídeo performance em 5 canais
Foto Galeria Vermelho
Cinco monitores espalhados pelo espaço expositivo mostram a ação desenvolvida para a câmera de vídeo Homens de Preto. Figuras trajando máscaras e ternos pretos batem incessantemente à máquina de escrever, gerando uma instalação ao mesmo tempo imagética e sonora, em que o artista fala de um modelo de obsolescência. Esses homens parecem trabalhar incansavelmente para extrair algo desses equipamentos, porém o único resultado de sua ação é a falência repentina dos próprios personagens que, cansados de seus movimentos repetitivos, caem em decesso momentâneo para em seguida voltar à ação.
Cinco monitores espalhados pelo espaço expositivo mostram a ação desenvolvida para a câmera de vídeo Homens de Preto. Figuras trajando máscaras e ternos pretos batem incessantemente à máquina de escrever, gerando uma instalação ao mesmo tempo imagética e sonora, em que o artista fala de um modelo de obsolescência. Esses homens parecem trabalhar incansavelmente para extrair algo desses equipamentos, porém o único resultado de sua ação é a falência repentina dos próprios personagens que, cansados de seus movimentos repetitivos, caem em decesso momentâneo para em seguida voltar à ação.
Foto Edouard Fraipont
Tinta acrílica sobre tela
Foto Galeria Vermelho
A série Esvaziamento Cotidiano se organiza em 5 pinturas em acrílica sobre telas de grandes dimensões. Dramas cotidianos e tensão entre indivíduos dão a tônica das situações representadas.
A série Esvaziamento Cotidiano se organiza em 5 pinturas em acrílica sobre telas de grandes dimensões. Dramas cotidianos e tensão entre indivíduos dão a tônica das situações representadas.
pedra sabão
Foto Edouard Fraipont
pedra sabão
Foto Maurizio Mancioli
Foto Edouard Fraipont
Tinta acrílica sobre tela
Foto Maurizio Mancioli
A série Esvaziamento Cotidiano se organiza em 5 pinturas em acrílica sobre telas de grandes dimensões. Dramas cotidianos e tensão entre indivíduos dão a tônica das situações representadas.
A série Esvaziamento Cotidiano se organiza em 5 pinturas em acrílica sobre telas de grandes dimensões. Dramas cotidianos e tensão entre indivíduos dão a tônica das situações representadas.
Foto Edouard Fraipont
Tinta acrílica sobre tela
Foto Galeria Vermelho
A série Esvaziamento Cotidiano se organiza em 5 pinturas em acrílica sobre telas de grandes dimensões. Dramas cotidianos e tensão entre indivíduos dão a tônica das situações representadas.
A série Esvaziamento Cotidiano se organiza em 5 pinturas em acrílica sobre telas de grandes dimensões. Dramas cotidianos e tensão entre indivíduos dão a tônica das situações representadas.
Foto Edouard Fraipont
Pedra sabão e máquina de escrever
Foto Maurizio Mancioli
Pedra sabão e máquina de escrever
Foto Galeria Vermelho
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Lápis de cor e lápis conté sobre papel duplex
Foto Galeria Vermelho
A série Desenhos Brancos (que junto às pinturas de Esvaziamento Cotidiano forma a família de trabalhos Dramas) é toda executada em lápis e pastel seco brancos sobre papel bege. As situações representadas nessa série são todas oriundas de imagens apropriadas de meios de comunicação como revistas e jornais e, assim, partem diretamente de cenas apresentadas pela mídia. A técnica dos desenhos remete às fantasmagorias, cuja origem está nas imagens produzidas pelas chamadas lanternas mágicas, antecessoras dos modernos aparelhos de projeção. Essas imagens ganhavam aspecto fantasmagórico por conta de sua projeção em nuvens de fumaça. Walter Benjamin, fascinado por essa tecnologia, usa fantasmagoria como termo para aproximá-la do conceito de fetichismo da mercadoria de Karl Marx, assinalando a universalidade do fenômeno do fetichismo como característica central da modernidade, pontos presentes na pesquisa de Marco Paulo.
A série Desenhos Brancos (que junto às pinturas de Esvaziamento Cotidiano forma a família de trabalhos Dramas) é toda executada em lápis e pastel seco brancos sobre papel bege. As situações representadas nessa série são todas oriundas de imagens apropriadas de meios de comunicação como revistas e jornais e, assim, partem diretamente de cenas apresentadas pela mídia. A técnica dos desenhos remete às fantasmagorias, cuja origem está nas imagens produzidas pelas chamadas lanternas mágicas, antecessoras dos modernos aparelhos de projeção. Essas imagens ganhavam aspecto fantasmagórico por conta de sua projeção em nuvens de fumaça. Walter Benjamin, fascinado por essa tecnologia, usa fantasmagoria como termo para aproximá-la do conceito de fetichismo da mercadoria de Karl Marx, assinalando a universalidade do fenômeno do fetichismo como característica central da modernidade, pontos presentes na pesquisa de Marco Paulo.
Lápis de cor e lápis conté sobre papel duplex
Foto Galeria Vermelho
A série Desenhos Brancos (que junto às pinturas de Esvaziamento Cotidiano forma a família de trabalhos Dramas) é toda executada em lápis e pastel seco brancos sobre papel bege. As situações representadas nessa série são todas oriundas de imagens apropriadas de meios de comunicação como revistas e jornais e, assim, partem diretamente de cenas apresentadas pela mídia. A técnica dos desenhos remete às fantasmagorias, cuja origem está nas imagens produzidas pelas chamadas lanternas mágicas, antecessoras dos modernos aparelhos de projeção. Essas imagens ganhavam aspecto fantasmagórico por conta de sua projeção em nuvens de fumaça. Walter Benjamin, fascinado por essa tecnologia, usa fantasmagoria como termo para aproximá-la do conceito de fetichismo da mercadoria de Karl Marx, assinalando a universalidade do fenômeno do fetichismo como característica central da modernidade, pontos presentes na pesquisa de Marco Paulo.
A série Desenhos Brancos (que junto às pinturas de Esvaziamento Cotidiano forma a família de trabalhos Dramas) é toda executada em lápis e pastel seco brancos sobre papel bege. As situações representadas nessa série são todas oriundas de imagens apropriadas de meios de comunicação como revistas e jornais e, assim, partem diretamente de cenas apresentadas pela mídia. A técnica dos desenhos remete às fantasmagorias, cuja origem está nas imagens produzidas pelas chamadas lanternas mágicas, antecessoras dos modernos aparelhos de projeção. Essas imagens ganhavam aspecto fantasmagórico por conta de sua projeção em nuvens de fumaça. Walter Benjamin, fascinado por essa tecnologia, usa fantasmagoria como termo para aproximá-la do conceito de fetichismo da mercadoria de Karl Marx, assinalando a universalidade do fenômeno do fetichismo como característica central da modernidade, pontos presentes na pesquisa de Marco Paulo.
Lápis de cor e lápis conté sobre papel duplex
Foto Galeria Vermelho
A série Desenhos Brancos (que junto às pinturas de Esvaziamento Cotidiano forma a família de trabalhos Dramas) é toda executada em lápis e pastel seco brancos sobre papel bege. As situações representadas nessa série são todas oriundas de imagens apropriadas de meios de comunicação como revistas e jornais e, assim, partem diretamente de cenas apresentadas pela mídia. A técnica dos desenhos remete às fantasmagorias, cuja origem está nas imagens produzidas pelas chamadas lanternas mágicas, antecessoras dos modernos aparelhos de projeção. Essas imagens ganhavam aspecto fantasmagórico por conta de sua projeção em nuvens de fumaça. Walter Benjamin, fascinado por essa tecnologia, usa fantasmagoria como termo para aproximá-la do conceito de fetichismo da mercadoria de Karl Marx, assinalando a universalidade do fenômeno do fetichismo como característica central da modernidade, pontos presentes na pesquisa de Marco Paulo.
A série Desenhos Brancos (que junto às pinturas de Esvaziamento Cotidiano forma a família de trabalhos Dramas) é toda executada em lápis e pastel seco brancos sobre papel bege. As situações representadas nessa série são todas oriundas de imagens apropriadas de meios de comunicação como revistas e jornais e, assim, partem diretamente de cenas apresentadas pela mídia. A técnica dos desenhos remete às fantasmagorias, cuja origem está nas imagens produzidas pelas chamadas lanternas mágicas, antecessoras dos modernos aparelhos de projeção. Essas imagens ganhavam aspecto fantasmagórico por conta de sua projeção em nuvens de fumaça. Walter Benjamin, fascinado por essa tecnologia, usa fantasmagoria como termo para aproximá-la do conceito de fetichismo da mercadoria de Karl Marx, assinalando a universalidade do fenômeno do fetichismo como característica central da modernidade, pontos presentes na pesquisa de Marco Paulo.
Foto Edouard Fraipont
Vídeo performance em 5 canais
Foto still do vídeo
Cinco monitores espalhados pelo espaço expositivo mostram a ação desenvolvida para a câmera de vídeo Homens de Preto. Figuras trajando máscaras e ternos pretos batem incessantemente à máquina de escrever, gerando uma instalação ao mesmo tempo imagética e sonora, em que o artista fala de um modelo de obsolescência. Esses homens parecem trabalhar incansavelmente para extrair algo desses equipamentos, porém o único resultado de sua ação é a falência repentina dos próprios personagens que, cansados de seus movimentos repetitivos, caem em decesso momentâneo para em seguida voltar à ação.
Cinco monitores espalhados pelo espaço expositivo mostram a ação desenvolvida para a câmera de vídeo Homens de Preto. Figuras trajando máscaras e ternos pretos batem incessantemente à máquina de escrever, gerando uma instalação ao mesmo tempo imagética e sonora, em que o artista fala de um modelo de obsolescência. Esses homens parecem trabalhar incansavelmente para extrair algo desses equipamentos, porém o único resultado de sua ação é a falência repentina dos próprios personagens que, cansados de seus movimentos repetitivos, caem em decesso momentâneo para em seguida voltar à ação.
Tinta acrílica sobre tela
Foto Galeria Vermelho
A série Esvaziamento Cotidiano se organiza em 5 pinturas em acrílica sobre telas de grandes dimensões. Dramas cotidianos e tensão entre indivíduos dão a tônica das situações representadas.
A série Esvaziamento Cotidiano se organiza em 5 pinturas em acrílica sobre telas de grandes dimensões. Dramas cotidianos e tensão entre indivíduos dão a tônica das situações representadas.
Foto Edouard Fraipont
Tinta acrílica sobre tela
Foto Galeria Vermelho
A série Esvaziamento Cotidiano se organiza em 5 pinturas em acrílica sobre telas de grandes dimensões. Dramas cotidianos e tensão entre indivíduos dão a tônica das situações representadas, como no opulento cinema particular retratado em Home Theater, em que a cantora que ocupa a tela de projeção aparece muda diante do microfone a sua frente.
A série Esvaziamento Cotidiano se organiza em 5 pinturas em acrílica sobre telas de grandes dimensões. Dramas cotidianos e tensão entre indivíduos dão a tônica das situações representadas, como no opulento cinema particular retratado em Home Theater, em que a cantora que ocupa a tela de projeção aparece muda diante do microfone a sua frente.
Pedra sabão, ferro e cabos de som
Foto Edouard Fraipont
Pedra sabão, ferro e cabos de som
Foto Edouard Fraipont
Pedra sabão, ferro e cabos de som
Foto Edouard Fraipont
Na ocasião da exposição, o selo Edições Tijuana lançou “Álbum”, livro de artista em que Lia Chaia utilizou o álbum de figurinhas como sistema para articular sua pesquisa sobre o lugar do espectador diante de uma obra.
O álbum de figurinhas é um tipo de publicação bastante popular. Geralmente temático, o álbum sugere a interatividade do leitor, uma vez que a regra é completar os campos vazios deixados em cada página com figurinhas que correspondam exatamente àquele espaço. No caso de Álbum, as figurinhas que acompanham a publicação seguem outra regra. Não existem espaços exatos para que elas sejam coladas, fica a critério do leitor definir o lugar que aquele desenho se encaixa. Além disso, Álbum foi impresso em um material transparente, e isso multiplica as possibilidades de encaixe, uma vez que os desenhos de páginas distantes podem ser sobrepostos e formar novas relações formais e simbólicas.
Paralelamente ao lançamento do livro, Lia apresentou a exposição individual Corpo Mitológico com a série de mesmo nome – trabalho derivado da pesquisa para Álbum. O jogo de encaixe e composição fica aparente aqui, já que Chaia parte de um repertório de figuras pré definidas para elaborar construções casuais e fortuitas por cima de chapas de vidro jateado.
Também fez parte da exposição a série Transfusão, onde, com canos de PVC e cabos de diferentes tons de vermelho, Chaia faz menção não só a um circuito de veias humanas, mas também à arquitetura como algo vivo e proponente
Colagem de adesivos sobre vidro jateado
Foto Ding Musa
Em Corpo Mitológico, o jogo de encaixe e composição fica aparente, já que Chaia parte de um repertório de figuras pré definidas para elaborar construções casuais e fortuitas por cima de chapas de vidro jateado.
Em Corpo Mitológico, o jogo de encaixe e composição fica aparente, já que Chaia parte de um repertório de figuras pré definidas para elaborar construções casuais e fortuitas por cima de chapas de vidro jateado.
Colagem de adesivos sobre vidro jateado
Foto Ding Musa
Em Corpo Mitológico, o jogo de encaixe e composição fica aparente, já que Chaia parte de um repertório de figuras pré definidas para elaborar construções casuais e fortuitas por cima de chapas de vidro jateado.
Em Corpo Mitológico, o jogo de encaixe e composição fica aparente, já que Chaia parte de um repertório de figuras pré definidas para elaborar construções casuais e fortuitas por cima de chapas de vidro jateado.
Colagem de adesivos sobre vidro jateado
Foto Edouard Fraipont
Em Corpo Mitológico, o jogo de encaixe e composição fica aparente, já que Chaia parte de um repertório de figuras pré definidas para elaborar construções casuais e fortuitas por cima de chapas de vidro jateado.
Em Corpo Mitológico, o jogo de encaixe e composição fica aparente, já que Chaia parte de um repertório de figuras pré definidas para elaborar construções casuais e fortuitas por cima de chapas de vidro jateado.
Colagem de adesivos sobre vidro jateado
Foto Ding Musa
Em Corpo Mitológico, o jogo de encaixe e composição fica aparente, já que Chaia parte de um repertório de figuras pré definidas para elaborar construções casuais e fortuitas por cima de chapas de vidro jateado.
Em Corpo Mitológico, o jogo de encaixe e composição fica aparente, já que Chaia parte de um repertório de figuras pré definidas para elaborar construções casuais e fortuitas por cima de chapas de vidro jateado.
Foto Ana Pigoso
Colagem de adesivos sobre vidro jateado
Foto Ding Musa
Em Corpo Mitológico, o jogo de encaixe e composição fica aparente, já que Chaia parte de um repertório de figuras pré definidas para elaborar construções casuais e fortuitas por cima de chapas de vidro jateado.
Em Corpo Mitológico, o jogo de encaixe e composição fica aparente, já que Chaia parte de um repertório de figuras pré definidas para elaborar construções casuais e fortuitas por cima de chapas de vidro jateado.
Fios de plásticos vermelhos e tubos de PVC
Foto Ding Musa
Na série Transfusão, com canos de PVC e cabos de diferentes tons de vermelho, Chaia faz menção não só a um circuito de veias humanas, mas também à arquitetura como algo vivo e proponente.
Na série Transfusão, com canos de PVC e cabos de diferentes tons de vermelho, Chaia faz menção não só a um circuito de veias humanas, mas também à arquitetura como algo vivo e proponente.
Fios de plásticos vermelhos e tubos de PVC
Foto Ding Musa
Na série Transfusão, com canos de PVC e cabos de diferentes tons de vermelho, Chaia faz menção não só a um circuito de veias humanas, mas também à arquitetura como algo vivo e proponente.
Na série Transfusão, com canos de PVC e cabos de diferentes tons de vermelho, Chaia faz menção não só a um circuito de veias humanas, mas também à arquitetura como algo vivo e proponente.
Fios de plásticos vermelhos e tubos de PVC
Foto Ding Musa
Na série Transfusão, com canos de PVC e cabos de diferentes tons de vermelho, Chaia faz menção não só a um circuito de veias humanas, mas também à arquitetura como algo vivo e proponente.
Na série Transfusão, com canos de PVC e cabos de diferentes tons de vermelho, Chaia faz menção não só a um circuito de veias humanas, mas também à arquitetura como algo vivo e proponente.
Fios de plásticos vermelhos e tubos de PVC
Foto Ding Musa
Na série Transfusão, com canos de PVC e cabos de diferentes tons de vermelho, Chaia faz menção não só a um circuito de veias humanas, mas também à arquitetura como algo vivo e proponente.
Na série Transfusão, com canos de PVC e cabos de diferentes tons de vermelho, Chaia faz menção não só a um circuito de veias humanas, mas também à arquitetura como algo vivo e proponente.
Fios de plásticos vermelhos e tubos de PVC
Foto Ding Musa
Na série Transfusão, com canos de PVC e cabos de diferentes tons de vermelho, Chaia faz menção não só a um circuito de veias humanas, mas também à arquitetura como algo vivo e proponente.
Na série Transfusão, com canos de PVC e cabos de diferentes tons de vermelho, Chaia faz menção não só a um circuito de veias humanas, mas também à arquitetura como algo vivo e proponente.