Odires Mlászho muitas vezes trabalha na fronteira entre artes visuais e poesia. Sua investigação, em grande parte, mira entender onde esses dois campos se tocam. Um dos principais focos de sua pesquisa, portanto, se articula entorno da dimensão gráfica da palavra escrita enquanto imagem. A sobreposição de sistemas de escrita, de alfabetos e línguas, e os equipamentos desenvolvidos para gravar, imprimir e estampar esses sistemas são ferramentas na produção de sua obra. Por vezes, Odires constrói seus trabalhos ao redor da espacialização da construção de poemas, com seus cheios e vazios e suas estruturas.
Esse tipo de investigação fronteiriça leva o artista a explorar o limite entre os planos bi e tridimensional, como vemos em algumas de suas colagens como “Bauhausmachine”, 2007. É a partir desse tranco que Mlászho passa a desenvolver obras com a técnica que batiza de livros alterados, aonde a escrita cede lugar ao próprio corpo do livro que a abriga para gerar construções que se edificam ao redor da couraça da escrita. Os livros alterados apontam a presença física oriunda de seu próprio contraponto bidimensional. Mas a escrita que verte da produção de Odires é o que o artista chama de “proto-escrita”, ou a escrita diluída antes de sua materialização sintáxica. Trata-se de uma escrevedura totalmente desarticulada, como em um “balbucio”, como o artista já colocou. Os elementos linguísticos estão lá, mas não cabem a qualquer léxico ou sintaxe.
Em “Arquibabas: Babas Geométricas”, o que vemos são os invólucros ideais para as “escritas” do artista. A série inédita e de mesmo nome, de 2015, se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A abundância de “Arquibabas” apresentadas reforça essa espécie de esforço retórico apontada pelos “balbucios” antes citados. A demasia pode apontar a deficiência da linguagem observada por Mlászho. Não se trata, porém, de descartar a imensidão do universo semântico, mas de qualificar sua paixão pelo acesso plástico do textual, da palavra retomada como imagem.
Foto Edouard Fraipont
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Foto Edouard Fraipont
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
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Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Marcação com faca gráfica e esfoliação sobre capas de livros em suporte de alumínio
Foto Edouard Fraipont
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
A série inédita “Arquibabas” se articula à volta de procedimentos feitos por Mlászho em capas de livros. São intervenções feitas com facas gráficas, esfoliações e sublimações que não deixam vestígios sobre o conteúdo que poderia vir abrigado por aquelas capas. Vemos apenas anunciações geométricas e coloridas em excesso. As babas sugeridas por Odires poderiam ser lidas como lábia, ardil, ou como palavrório imbuído de astúcia e artifícios.
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel
Foto Galeria Vermelho
Impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel
Foto Edouard Fraipont
Impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel
Foto Vermelho
A exposição Fotos contam Fatos, que tem como curadora Denise Gadelha, exibe um conjunto polifônico de obras marcadas pela presença da fotografia como instrumento narrativo. A mostra propõe uma interlocução estabelecida a partir da pesquisa contemplada no XIII Premio Marc Ferrez de Fotografia (Funarte), que possibilitou o contato com diferentes aspectos das redes de produção e circulação artística em dez cidades, de norte a sul do país.
O caráter plural desta investigação reflete a tendência da contaminação entre linguagens; não somente sob a ótica do hibridismo da estética pós-moderna, mas também, mantendo sintonia com a simbiose entre texto e imagem, cada vez mais alimentada pela complexidade interativa da comunicação na sociedade contemporânea. A transmissão de um acontecimento é facilitada pela sobreposição de diferentes meios para descrever facetas complementares em sua atribuição de sentido. Sobretudo, no que tange às narrativas atuais, textos são invadidos por imagens e estas são ressignificadas pela escrita.
Fotos contam Fatos elenca abordagens pouco convencionais, se comparadas à apresentação da fotografia tradicional que retrata imagens puras. A pesquisa busca outros caminhos ao articular proposições fotográficas que transitam entre categorias artísticas. O diálogo é ampliado em um contexto que valoriza a leitura da imagem enquanto veículo de narração em suportes variados como a instalação, a escultura, o objeto, o vídeo ou livros e publicações em geral.
Os trabalhos selecionados representam um universo diversificado de posturas que transcendem o significado isolado de uma imagem e encadeam conexões exteriores por meio do emprego de uma série de estratégias, como a disposição de múltiplas imagens em sequências narrativas, ou então, o uso de fotografias tratadas como unidades semânticas em “frases visuais” que formam conjuntos maiores. Propostas que extravasam os limites do plano bidimensional e ratificam a presença do corpo da imagem no espaço. Fotografias desmembradas em suas mínimas partículas constituintes para, a seguir, serem reconstruídas de modo a reorganizar seu código-base resultando, assim, em uma aparência totalmente distinta. Fotos que documentam ficções. Imagens latentes em objetos que negam sua visibilidade… A grande maioria, porém, é formada por ensaios visuais organizados em publicações. Tais atitudes em relação à fotografia exemplificam alguns dos procedimentos recorrentes do microcosmo desta exposição, cujo anseio é espelhar o espírito cacofônico do nosso tempo.
Em sintonia com a sensação generalizada de sobrecarga de informação que desafia nossa capacidade seletiva cotidiana, a expografia, adotada nesta proposição, evoca a natureza compulsiva e agregadora da biblioteca, transgredindo a assepsia formal do “cubo branco”. As obras são dispostas em estantes metálicas convencionais como aquelas encontradas nas bibliotecas. A ocupação da galeria é saturada. Há excesso de estímulos que comprometem a assimilação da totalidade. A mostra remete ao infinito que reside potencialmente em qualquer agrupamento, onde elementos postos em sequência sugerem virtualmente inúmeras permutações. Este conjunto polissêmico está aberto à interação, uma vez que boa parte das publicações está disponível para a consulta local. Uma grande mesa, e cadeiras posicionadas no centro da sala oferecem melhores condições à fruição. No entanto, não é possível prever como o material será devolvido às prateleiras. Portanto, o livre intercâmbio aumenta as possibilidades de desdobramento da leitura, ao estabelecer novos diálogos em situações distintas da configuração inicial.
As imagens-técnicas constituem um tipo de linguagem capaz de aglutinar grande volume de informação visual. Contrariamente à escrita linear – que traz consigo o tempo próprio dado pela sucessão das palavras – a fotografia coloca em suspensão uma fração de um continuum, e, portanto, se torna mais suscetível à projeção do nexo externo estabelecido pela circunstância específica de sua recepção.
Em Fotos contam Fatos a fotografia é vista como um ponto de partida e não um fim em si mesma. A construção de significado se dá no encontro e é atribuída à dinâmica entre as coisas. Mais do que um instrumento que registra o passado, a fotografia colabora para a sedimentação de uma versão de outra realidade temporal ecoando no agora.
Edgard de Souza justapõe obras que parecem antagônicas em sua produção. Características marcantes em sua obra – a dualidade entre em um espaço íntimo de investigação e um trabalho voltado ao público, e o virtuosismo na produção de suas peças tridimensionais – estão presentes em sua primeira individual na Galeria Vermelho.
De um lado, Edgard de Souza explicita o seu virtuosismo na construção de esculturas, como nas obras “Autofagia II”, de 2015, que traz a figura espelhada, uma constante em sua obra; e em “Acaso (hélice)” e “Acaso (Saci)”, ambas de 2015, aonde o ato de nutrir-se da própria carne (como apontado pelo título da escultura anterior) aparece amplificado. “Autofagia II” é a maior e mais intrincada escultura em bronze já produzida pelo artista. Os dois corpos que se cruzam, não são mais simétricos, parecem estar em pleno embate aonde apenas um sobreviverá, num amálgama entre lascívia e luta. Do outro lado estão os desenhos da série “Rabisco”, de 2015, aonde o artista nos mostra o novo território de seu embate de autodevoração. À primeira vista, os desenhos em caneta sobre papel, parecem gatafunhos e garatujas aleatórios e pueris.
São, no entanto, resultado de um procedimento constante na obra do artista, como nos autorretratos em cibachrome de fins dos anos de 1990. As fotografias desse período parecem servir tanto como exploração de seu próprio corpo para o desenvolvimento de suas esculturas, quanto como um nó com a própria obra – mais uma vez a autodevoração.
Esses autorretratos foram editados pelo selo Edições Tijuana em formato de livro de artista, em lançamento simultâneo a abertura da exposição e deflagram as primeiras montagens, em estudos rudimentares, feitas pelo artista utilizando um aparelho de fax para combinar imagens.
De modo parecido ao das fotografias, os “Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
Em “Restauro”, 2011, o artista restaura um pano de chão velho e rasgado em um processo manual de costura, oferecendo vida a um objeto morto. O movimento é contrário aos dos “Rabiscos”: devolvendo o pano à sua forma original, porém repleto da habilidade construtiva do artista.
Na série “Conforto”, desenvolvida entre 2013 e 2015, Edgard desloca almofadas que parecem provindas de cadeiras e que deveriam oferecer aconchego e bem-estar ao status de escultura. As almofadas, além de terem seu lugar e posição desvirtuados, são deformadas em feitio entre conchas seguras e protetoras e formas desajustadas e austeras.
O conforto de Edgard de Souza parece estar nesse terreno entre o controle absoluto do virtuoso e a perda de controle que move sua produção adiante.
A crítica e curadora Lisette Lagnado, escreveu no catálogo da exposição panorâmica do artista na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2004, que “Se tomarmos como paradigma existencial que Edgard de Souza começa a produzir num período marcado pelo ‘medo’, será inevitável constatar um recolhimento para um sítio interno”. Lagnado se refere ao aparecimento da AIDS e o subsequente adoecimento de algumas pessoas que rodeavam o artista na década de 1980. O aparecimento da doença instala um vetor inversamente proporcional ao da efervescência jovem daquele instante. Entram em embate impulsos de selvageria e de abrigo; de racionalidade e barbárie com a mesma intensidade.
Essa duplicidade é vista na produção de Edgard desde suas primeiras esculturas construídas como animais mobília-anamórficos de fins da década de 1980 e início da década de 1990. Nesse momento, pernas de móveis como criados-mudos e poltronas, elaborados para fins de solidez ou repouso, são encimados por formas orgânicas finalizadas com peles de animais como vacas, zebras ou cobras que formam buracos, falos destorcidos ou lembram cavalos prontos para serem montados. São repouso e saracoteio em um.
Esse duelo é amplificado pelas figuras espelhadas na produção de Edgard de Souza, como no banco “Sem título” de 1990, nas cadeiras “Sem título”, de 1997, no bronze “Sem título” de 1997 e em “Autofagia I”, de 2013. Nessas peças, o duplo é igual e parece consumir a si mesmo, como sugerido no título da peça mais recente. Como no processo celular de mesmo nome, as esculturas parecem ingerir-se num processo que envolve morte e vida simultaneamente.
Tinta sobre a parede
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Bronze
Foto Edouard Fraipont
Na série Acaso as formas de Edgard de Souza são ambíguas e fragmentadas, com traços de corporeidade, desejo, sexualidade e erotismo. As peças de Acaso são produzidas no ateliê de fundiçnao de bronze, artticulando partes de outras esculturas do artista.
Na série Acaso as formas de Edgard de Souza são ambíguas e fragmentadas, com traços de corporeidade, desejo, sexualidade e erotismo. As peças de Acaso são produzidas no ateliê de fundiçnao de bronze, artticulando partes de outras esculturas do artista.
Foto Edouard Fraipont
Caneta esferográfica sobre papel
Foto Edouard Fraipont
Caneta esferográfica sobre papel
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Pastel oleoso sobre piso e parede
Foto Edouard Fraipont
Caneta esferográfica sobre papel algodão
Foto Edouard Fraipont
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
Foto Edouard Fraipont
bronze
Foto Edouard Fraipont
Edgard de Souza explicita o seu virtuosismo na construção de esculturas, como nas obras “Autofagia II”, de 2015, que traz a figura espelhada, uma constante em sua obra; e em “Acaso (hélice)” e “Acaso (Saci)”, ambas de 2015, aonde o ato de nutrir-se da própria carne (como apontado pelo título da escultura anterior) aparece amplificado. “Autofagia II” é a maior e mais intrincada escultura em bronze já produzida pelo artista. Os dois corpos que se cruzam, não são mais simétricos, parecem estar em pleno embate aonde apenas um sobreviverá, num amálgama entre lascívia e luta.
Edgard de Souza explicita o seu virtuosismo na construção de esculturas, como nas obras “Autofagia II”, de 2015, que traz a figura espelhada, uma constante em sua obra; e em “Acaso (hélice)” e “Acaso (Saci)”, ambas de 2015, aonde o ato de nutrir-se da própria carne (como apontado pelo título da escultura anterior) aparece amplificado. “Autofagia II” é a maior e mais intrincada escultura em bronze já produzida pelo artista. Os dois corpos que se cruzam, não são mais simétricos, parecem estar em pleno embate aonde apenas um sobreviverá, num amálgama entre lascívia e luta.
Foto Edouard Fraipont
Caneta esferográfica sobre papel algodão
Foto Edouard Fraipont
Bronze
Foto Edouard Fraipont
Edgard de Souza explicita o seu virtuosismo na construção de esculturas, como nas obras “Autofagia II”, de 2015, que traz a figura espelhada, uma constante em sua obra; e em “Acaso (hélice)” e “Acaso (Saci)”, ambas de 2015, aonde o ato de nutrir-se da própria carne (como apontado pelo título da escultura anterior) aparece amplificado.
Edgard de Souza explicita o seu virtuosismo na construção de esculturas, como nas obras “Autofagia II”, de 2015, que traz a figura espelhada, uma constante em sua obra; e em “Acaso (hélice)” e “Acaso (Saci)”, ambas de 2015, aonde o ato de nutrir-se da própria carne (como apontado pelo título da escultura anterior) aparece amplificado.
Foto Edouard Fraipont
Caneta esferográfica sobre papel algodão
Foto Edouard Fraipont
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Veludo, espuma e arame
Foto Edouard Fraipont
Na série “Conforto”, desenvolvida entre 2013 e 2015, Edgard desloca almofadas que parecem provindas de cadeiras e que deveriam oferecer aconchego e bem-estar ao status de escultura. As almofadas, além de terem seu lugar e posição desvirtuados, são deformadas em feitio entre conchas seguras e protetoras e formas desajustadas e austeras. O conforto de Edgard de Souza parece estar nesse terreno entre o controle absoluto do virtuoso e a perda de controle que move sua produção adiante.
Na série “Conforto”, desenvolvida entre 2013 e 2015, Edgard desloca almofadas que parecem provindas de cadeiras e que deveriam oferecer aconchego e bem-estar ao status de escultura. As almofadas, além de terem seu lugar e posição desvirtuados, são deformadas em feitio entre conchas seguras e protetoras e formas desajustadas e austeras. O conforto de Edgard de Souza parece estar nesse terreno entre o controle absoluto do virtuoso e a perda de controle que move sua produção adiante.
Foto Edouard Fraipont
Caneta esferográfica sobre papel algodão
Foto Edouard Fraipont
Foto Edouard Fraipont
Pano de chão restaurado com fio de algodão
Foto Edouard Fraipont
Em “Restauro”, 2015, o artista restaura um pano de chão velho e rasgado em um processo manual de costura, oferecendo vida a um objeto morto. O movimento é contrário aos dos “Rabiscos”: devolvendo o pano à sua forma original, porém repleto da habilidade construtiva do artista.
Em “Restauro”, 2015, o artista restaura um pano de chão velho e rasgado em um processo manual de costura, oferecendo vida a um objeto morto. O movimento é contrário aos dos “Rabiscos”: devolvendo o pano à sua forma original, porém repleto da habilidade construtiva do artista.
Caneta esferográfica sobre papel algodão
Foto Edouard Fraipont
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
Caneta esferográfica sobre papel algodão
Foto Edouard Fraipont
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
“Rabiscos” registram movimentos de Edgard de Souza. São desenhos feitos durante missões simples: dançar, falar ao telefone, usar as duas mãos ao mesmo tempo, usar a caneta até o fim, ser simétrico, evitar a simetria. Cada uma dessas incumbências gera um desenho diferente, seja gráfica ou materialmente, que se impõe sobre o suporte de modo diferente. No entanto são embates e análises de seu corpo, que parece presente em cada um deles. Por vezes, o esforço dispendido na aplicação do corpo sobre o papel é tanto que a pigmentação da tinta se funde com entalhos formados pelo movimento repetitivo e terminam por compor superfícies de características epidérmicas.
Foto Edouard Fraipont