105 x 300 x 8 cm
Esmalte sobre cerâmica, aço galvanizado e EVA
Foto Filipe BerndtA mobilidade do homem entre espaços é celebrada em Jeremias, que traz escrito em cacos de cerâmicas de várias proveniências uma profecia presente na Bíblia, no Livro de Jeremias, Capítulo 35:7: “Habitais em tendas para que possais viver muito na terra em que sois estrangeiro”.
Como uma escavação arqueológica, a obra propõe a ruína da condição da edificação e do acúmulo material em detrimento de um constante estado de deslocamento.
16 x 15 x 16 cm
Impressão offset sobre papel, régua de poliestireno, acrílico e EVA
Foto VermelhoEm suas múltiplas expedições, Moscheta coleciona rochas, fósseis, documentos e uma miríade de elementos. É parte desse material que forma a série Autopoiesis (2024), onde elementos de diferentes caminhadas são articulados numa lógica de produção fundamentada em características do conceitualismo, como a intervenção e combinação de elementos, a articulação de textos enquanto imagem, o uso da documentação e a contextualização de componentes. Essas obras aproximam diferentes experiências como um glossário de possibilidades que é tensionado em novas combinações. Na biologia e na filosofia, o termo autopoiesis descreve sistemas que são capazes de se criar e se manter a partir de si mesmos.
dimensões variáveis
Giz de cera sobre Tyvek e suporte em ferro
Foto Filipe BerndtDólmens são estruturas megalíticas compostas por grandes pedras que eram usadas como túmulo no período Calcolítico, entre 3300 e 1200 a.C. Por se conformarem como uma espécie de abrigo, suas estruturas preveem o corpo enquanto escala. A instalação, feita a partir de frottages (ou decalques) do Dólmen da Arca, localizado no município de Viseu, em Portugal, planifica o monumento permitindo que o público se desloque por seu índice.
Para a frottage do Dólmen, foi necessário encontrar um material macio e resistente que suportasse a agressividade do atrito do giz com o granito do Dólmen. Assim, a Tyvek® apoiou o projeto de Moscheta, cedendo um material altamente tecnológico, resistente à abrasão. O material permitiu a fricção do giz com o granito, garantindo a integridade do desenho e o deslocamento de algo tão imóvel e fixo quanto a estrutura de 5000 anos do Dólmen da Arca a partir de seu índice.
22 x 38 cm
Madeira, papel isolante elétrico e impressão offset
Foto Marcelo MoschetaEm suas múltiplas expedições, Moscheta coleciona rochas, fósseis, documentos e uma miríade de elementos. É parte desse material que forma a série Autopoiesis (2024), onde elementos de diferentes caminhadas são articulados numa lógica de produção fundamentada em características do conceitualismo, como a intervenção e combinação de elementos, a articulação de textos enquanto imagem, o uso da documentação e a contextualização de componentes. Essas obras aproximam diferentes experiências como um glossário de possibilidades que é tensionado em novas combinações. Na biologia e na filosofia, o termo autopoiesis descreve sistemas que são capazes de se criar e se manter a partir de si mesmos.
40 x 40 cm
Impressão de pigmento mineral sobre papel luster, cabo de aço, ardósia e linho
Foto Marcelo MoschetaNa série Parábola, Moscheta propõe outro deslocamento temporal a partir de uma fotografia feita por seu pai durante uma coleta no Horto Florestal de Maringá (Paraná) em 1981. Botânico de profissão, seu pai registrou um colega, acompanhado de seu filho, com uma vara de poda.
O trabalho opera através da repetição de elementos ligados à lógica (o grid da lousa de ardósia, o grid do linho) para investigar o momento de aprendizado lúdico registrado na fotografia e elaborar composições onde ensinamento e liberdade se aproximam. Na obra, vivência e oralidade se sobrepõem à formalidade da lousa representada pela pedra de ardósia.
41 x 40 cm
Impressão pigmentada sobre papel Epson Sommerset RAG 250g, fuligem sobre vidro e madeira compensado
Foto Vermelho1000 x 1000 x 300 cm
gralhos secos e ferro
Foto Jean PeixotoA palavra Hiato tem origem no termo Latim “hiatus”, cujo significado é “abertura, fenda, lacuna”. No sentido figurado, um hiato representa uma falha, uma lacuna. Pode ainda ser definido como uma interrupção entre dois acontecimentos.
A intervenção realizada na embaixada de Portugal em Brasília (2021) e no Parque da Luz em São Paulo (2014), com galhos secos e ferro, cria um “corredor” em que se avista na fenda entre os dois lados, uma árvore do jardim.
Evocando uma presença através da ausência do tronco, os galhos, alinhados lado a lado parecem conter ali uma árvore que já não existe mais, uma quase presença que existe no hiato de seus próprios galhos.
182 x 60,5 x 29,5 cm
Desenho em grafite sobre PVC expandido, tinta de offset sobre pedra litográfica e ferro
Foto VermelhoO título Memória Gráfica refere-se à o conjunto de pedras litográficas que o artista encontrou partido irregularmente e usado para completar seus desenhos fracionados de formações rochosas. Moscheta trabalha com a ideia de que através fragmentos podemos compor mentalmente uma montanha imaginária gama de “cheios” e “vazios”, numa operação artística que une o desenho ao objeto, como parte de um mesmo sistema linguístico.
123 x 75 cm (desenho) / 35 x 31 cm (fotografia)
Desenho em grafite sobre PVC expandido, impressão com pigmento mineral sobre papel Hahnemühle Photo Baryta 300g
Foto VermelhoA série Gigantica Amazonica foi iniciada a partir de uma incursão de Moscheta pela Amazônia. Na série, o artista trabalha com fotografias de Albert Frisch, criando um jogo de ficção sobre a monumentalidade da botânica amazônica. Moscheta faz montagens digitais sobre as fotos de Frisch, adicionando folhagens agigantadas sobre elas. Ao lado, ele apresenta um desenho em “tamanho real” da folha que aparece na foto. A história do próprio Frisch flerta com a ficção. Nascido em 1840 na Baviera, o fotógrafo foi, até o final do século XX, um personagem misterioso da fotografia brasileira e muitos supunham que ele nunca tivesse existido. Frisch realizou, em 1867, uma série de 98 fotografias na Amazônia, a partir de uma expediçãopela região.
72 x 47 x 14 cm
Pedras litográficas e ferro
Foto VermelhoBizâncio faz parte de um conjunto de obras realizadas por Moscheta a partir de fragmentos de pedras litográficas. Com elas, o artista organizou “colunas” de pedras sobrepostas que levam o nome de ruinas de civilizações passadas.
Aqui, objeto representado e instrumento de representação se fundem por via das pedras que foram múltiplas vezes utilizadas para gerar impressões, formando uma espécie de biblioteca em potencial.
96 x 128 cm
Impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel Hahnemühle Fine Art Photo Rag 308 gr em chapa de alumínio e gravação a laser em chapa de cobre
Foto VermelhoNa série ‘Fixos e Fluxos’, conjuntos de folhas de alumínio compostas esquematicamente mostram fotos de satélite do Deserto do Atacama. Para cada quadrante, Moscheta anexou um pequeno cobre placa com as coordenadas geográficas daquele espaço, registrado por ele durante sua passagem pela região em 2012.
A viagem de Moscheta pelo território do Atacama distancia-se a partir da visão da imagem de satélite, despojando a vastidão e os elementos naturais da viagem. Nas palavras de Moscheta, “Meu método de construção desta obra se assemelha ao dos antigos cartógrafos, onde a experiência do viajante era anterior à representação do território. O mapa era apenas produzido após a visita do cartógrafo ao local a ser mapeado, então a experiência do cartógrafo passou a fazer parte da representação.
Nesse trabalho, o olho mecânico do satélite encontra a área que visitei através de coordenadas. Meu movimento geográfico determinou a escolha da imagem – uma paisagem nunca visto antes por mim, embora houvesse as marcas de minhas botas no chão.”
42 x 70 cm - díptico
Monotipia em papel carbono sobre papel Saunders Waterfont 300g e madeira
Foto VermelhoListar, seriar, identificar, catalogar são processos da metodologia científica de que os artistas se apropriam, transferindo-os para as poéticas particulares dos seus trabalhos: deste modo numa série como Antes (2021) Marcelo Moscheta apresenta um conjunto de espécies arbóreas do Cerrado representadas através de monotipias em papel carbono sobre papel Saunders, um papel requintado utilizado tradicionalmente para a aguarela, relembrando os desenhos dos pintores viajantes de outros tempos, ou a tradição paisagística anglo-saxónica, mediada pela consciência dos processos de reprodução e impressão da história da fotografia. O resultado é um singular e belíssimo álbum botânico montado na parede num xadrez mural, transferindo o desenho para o espaço, reinventando nessa montagem o lugar em que são apresentados.
– João Fernandes
113 x 93 x 5 cm
Impressão jato de tinta e corrosão sobre ferro
Foto Marcelo MoschetaNa série Positivo Singular, Moscheta apresenta uma série de dez fotografias de paisagens insólitas do deserto chileno sobrepostas com chapas de ferro que formam volumes que lembram o monólito do filme 2001: as Space Odyssey, de Stanley Kubrick.
A presença simbólica que o volume negro, de matéria não definida, trazia ao filme de 1968 tratava do sincronismo entre passado e futuro, como uma anunciação atemporal do destino desbravador do homem. A primeira aparição do objeto no filme se dá justamente no momento em que o ancestral do homem descobre que o mesmo osso que forma sua estrutura poderia ser usado como ferramenta e, finamente, como arma.
Nas obras de Moscheta, no entanto, esse monólito está, sim, sujeito a passagem do tempo e, dada sua matéria ferrosa, adquire marcas da passagem do tempo, com oxidação e corrosão constantes. Os monólitos de Moscheta são, assim, sincrônicos como o de Kubrick, mas, construídos pelo homem, só tendem ao desgaste crescente.
56 x 52 x 17 cm
Impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel Awagami Kozo Thick White 110 gr, madeira imbuia e corpo de prova em concreto
Foto Edouard FraipontA fricção entre o impulso criador da natureza e os processos de arranjo do homem aparece em O Tempo, 2018, e Ainda, 2018. Em ambas, páginas de enciclopédias tiveram trechos de seus textos apagados, dando ao texto remanescentes um caráter diferente do tom cientifico original. São páginas que trazem imagens de uma natureza brutal, como erupções vulcânicas ou resíduos de materiais rochosos pós estrondos. De suas molduras, surgem acoplados a elas, plataformas que sustentam elementos processados, ou colhidos, a partir da natureza, como rochas basílicas ou corpos de prova (concreto).
60 x 130 x 2,8 cm
Madeira, chapa de ferro oxidado, fotografia em fotolípo, pagina de enciclopédia e imãs
Foto Edouard FraipontA série que dá título à exposição, A História Natural e Outras Ruínas, 2018, é composta por fragmentos de uma enciclopédia dos anos 1970 que narra a formação da terra e o desenvolvimento da vida no planeta.
Nomeados como capítulos (capítulo 1, capitulo 3, etc) os trabalhos se organizam em composições de partes da enciclopédia com fotografias em fotolitos de uma indústria mineradora e chapas de aço oxidado, cuja textura lembra aquela das paisagens de montanhas de brita da mineradora.
410 x 160 x 160 cm
Desenhos em grafite sobre PVC montados em andaime
Foto Marcelo MoschetaA instalação que dá nome à exposição ocupa a sala principal da galeria, e é composta por um andaime de 5 metros de altura e sete desenhos em grafite sobre PVC. As imagens representam sete cachoeiras que, por razões ligadas ao espírito progressista do homem, foram sublimadas de suas paisagens naturais por grandes obras de engenharia.
O título e desenhos fazem referencia à história do Salto de Sete Quedas, ou Salto Guaíra, que, em 13 de outubro de 1982, teve suas dezenove cachoeiras (que eram divididas em sete grupos) alagadas para a construção da Usina Hidroelétrica de Itaipú.
Tido como o maior sistema de cachoeiras do mundo em volume d’água e considerado um dos maiores espetáculos naturais do planeta, Sete Quedas desapareceu da paisagem para dar lugar ao progresso. No entanto, a comunidade local foi cortada pela metade, já que dependia intrinsicamente do turismo gerado pelas cachoeiras.
400 x 160 cm
Grafite sobre parede
Foto Edouard Fraipont90 x 251 cm
Impressão jato de tinta e chapeiras de metal
Foto Marcelo MoschetaO Trabalho dos Dias, de 2016, mostra uma “queda” recente. Moscheta justapõe um conjunto de “chapeiras” (suporte utilizado para fixar cartões de ponto em empresas) a uma imagem de um terikon, na Ucrânia. Os terikons, também chamados de spoil tips, em inglês, são montes construídos pelo homem com dejetos e refugos da indústria mineradora. Moscheta comenta o esforço de trabalho humano necessário para construir tal elevação topográfica na paisagem de uma cidade ao justapor a “chapeira” de cartões de ponto a imagem do terikon, que parece carregar, em forma de perfurações sistemáticas na imagem, o registro da passagem do homem pela paisagem. O relógio de ponto foi criado em fins do séc XIX, nos EUA, com o objetivo de aumentar a produtividade e controlar o horário de trabalho dos funcionários por um empregador. Aqui, seu vestígio indica uma medida igualmente direcionada ao lucro e à exploração das forças de trabalho e de recursos naturais, já que os terikons apresentam riscos às populações de seu entorno, por conta dos constantes deslizamentos e de combustões subterrâneas.
190 x 120 x 60 cm
Impressão digital em chapas de offset sobre chapa galvanizada e blocos de cimento celular
Foto Marcelo MoschetaEm Fundo Infinito, 2016, Marcelo Moscheta registra as ruínas de uma construção rudimentar – e igualmente insólita – no meio do deserto do Atacama.
A edificação fragmentada parece fundir-se com a paisagem rochosa do deserto. A imagem registrada em chapas de offset sobre chapa galvanizada também aproxima cromaticamente as duas instâncias e parece comentar a falência do homem empreendedor, já que a figura parece desestruturada, em processo de queda, sobre a chapa galvanizada torcida.
Porém, mesmo que em queda, o aspecto desenvolvimentista do homem aparece reafirmado pela estrutura de base da figura; uma pilha de blocos celulares perfeitamente alinhados e estáveis. O cimento celular é uma tecnologia relativamente nova (está empregada na construção civil brasileira há apenas 30 anos), e garante durabilidade, leveza, facilidade construtiva, além de contar com grande desempenho térmico e acústico. A justaposição de tal material à imagem da construção feita de pedras em frangalhos aponta para a futura permanência alongada de construções mais recentes e futuras. É o homem se sobrepondo à natureza.
55,5 x 44,5 cm
Tipografia, cedro rosa, lápis conté e aquarela sobre papel Print Paper White Smooth Grain Long 335g
Foto VermelhoDurante sua residência em Honda o artista coletou pedrinhas no Vale do rio Madalena. Tratada como um estudo geológico detalhado e baseada na estética das pranchas de ilustração científica do século XVIII por José Celestino Mutis no mesmo local, o título [Estudos sobre revoluções] refere-se tanto ao movimento rotacional das pedras quanto ao a história do país, palco de muitas guerras e disputas desde sua colonização.
40 x 475 x 25 cm
Rochas coletadas na fronteira estados unidos x canadá, gravação a laser sobre PVC, saca-polia e arame de ferro
Foto Toni HafkenscheidPara “Parallel 45N”, Moscheta viajou 150 km da fronteira EUA / Canadá entre X e Y, coletando rochas conforme se deslocava. Uma linha reta traçada indiferente a elevação da terra, esta seção da fronteira corre ao longo do Paralelo 45 N, comumente conhecido como o ponto médio entre o equador e o pólo norte. A fronteira EUA / Canadá, conhecida como o “No touching zone,” é a maior linha desmatada no mundo. As rochas apresentadas aqui, são relativamente indiferentes aos conceitos de fronteiras e latitude nacionais, todavia, marcadas com as coordenadas GPS do local onde foram encontradas, marcam um momento especial em sua vida, onde descansaram entre nações como marcadores informais apátridas. Geografia, cartografia, nação, terra, identidade, ciência e afeto, se cruzam criando uma tensão entre a abstração e a materialidade.
dimensões variáveis
rochas, concreto, asfalto, arenito, areia e paralelepípedo coletados das duas margens do Rio Tietê, madeira, poliestireno, impressão sobre papel, lâmpadas led e desenho a grafite sobre PVC expandido
Foto Edouard FraipontNa dinâmica dos fluidos, arrasto é a força que faz resistência ao movimento de um objeto sólido através de um meio fluído, como um líquido. A resistência produzida a partir do atrito do Rio Tietê com suas margens levou o artista Marcelo Moscheta a realizar uma expedição por toda a extensão do rio desde sua nascente em Salesópolis até a foz no Rio Paraná.
De março a agosto foram coletadas rochas, argilas, areias e minerais diversos das duas margens, documentadas e classificadas, assim como uma catalogação do curso do Tietê através dos elementos que são encontrados em suas duas bordas. Flertando com a arqueologia, geologia e o ciclo do Bandeirantismo Paulista, o artista compõe um armazém de memórias particulares, relatos para um pequeno museu de curiosidades que compartilham cada qual, o seu lado do leito fluído.
A instalação Arrasto que ocupou a sala central da Casa do Bandeirante, une ainda um grande desenho de uma queda d’água do Rio Tietê submersa pelas águas da represa de Nova Avanhandava às coletas. Dispostas lado a lado em estantes, desenho e rochas criam um diálogo tensionado entre representação e a própria paisagem deslocada para dentro da obra.
230 x 220 x 40 cm
Impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel, alfinetes e 21 placas de cimento celular
Foto Galeria VermelhoAs imagens de uma montanha coberta com pedras e neve revelam a ação do tempo e dos ventos congelantes do Arquipélago de Svalbard, no Pólo Norte. Como um desabamento, o cenário lembra as ruínas daquilo que sobra quando o planeta é fortemente balançado. O contraste entre a coluna e as imagens cria o diálogo entre o caos e a ordem, da linha do horizonte que é paisagem e da linha vertical – ação humana sobre o mundo.
385 x 720 x 400 cm
Desenho a grafite sobre PVC, cedro amarelo e troncos de deriva
Foto Galeria VermelhoO desenho com grafite sobre PVC, na exata proporção de um tronco de Cedro, cria as conexões entre a extração de madeira (uma vez que Vancouver é uma das maiores regiões extrativistas de madeira do mundo) e a ação das “First Nations”, aborígenes que praticam uma cerimônia de corte da madeira fazendo reverências e em atitude de gratidão agradecem a árvore por se tornar um totem, uma canoa, por lhes oferecer a madeira para seus usos diversos. O Cedro Vermelho é a árvore oficial da Columbia Britânica, chamado comumente de Arbor-Vitae, latim para árvore da vida.
320 x 1000 x 100 cm
Rochas coletadas na margem do rio Uruguay e parafina
Foto Marcelo MoschetaA instalação “Oriente”, trata de questões relativas à constituição do território uruguaio, sua geografia e história, marcadas fortemente pela presença do Rio que dá nome ao país. Os limites definidos pelo rio são transpostos para o interior da Igreja, “refazendo” o território da República Oriental partindo do seu ponto mais ocidental – a margem esquerda do Rio Uruguay, a parte dentro do território Uruguaio (aproximadamente 500 km). Dez rochas foram coletadas na margem uruguaia do rio. Colocadas sobre um pilar de parafina branca, esses pedaços telúricos do país “flutuam” na nave da igreja e escorrem para a direita delimitando o alcance e a extensão que aquelas rochas podem ter, como se fossem o DNA da paisagem, que se replica e se amolda conforme o passar dos anos e das eras.
37 x 82 cm
Tinta pigmentada e colagem com materiais variados sob papel de arquivo, alumínio, laser, acrílico, fiação e componentes elétricos
Foto Marcelo MoschetaDepois do fim da atividade mineradora, Ny Alesund teve seu desenvolvimento como uma base avançada de pesquisa no Ártico. O Instituto Polar Norueguês iniciou uma pesquisa permanente e o local tornou-se num laboratório a céu aberto internacional, sendo um dos lugares habitados mais boreais mundo.
Hoje, a Companhia Kings Bay AS. fornece toda a infraestrutura para as diferentes equipes de cientistas que estão ativos na região. A população durante o inverno ártico fica em torno de 30 pessoas, mas durante o verão este número sobe para mais de 130 habitantes. O objetivo é que, num futuro próximo, Ny Alesund possa se tornar uma base permanente e internacional de estudos sobre o Ártico.
Durante todas as noites, um raio laser de cor verde é traçado em direção ao espaço, tornando a base isolada no ártico uma referência que pode ser avistada a quilômetros de distância, em meio à vastidão branca permeada pelos picos agudos.
As fotografias, retiradas dos arquivos do museu histórico local, permanecem embaçadas e fora de foco na montagem, tornam-se lampejos de um tempo heróico, quando bravos homens lançavam-se na desconfortável mas intrigante missão de viver num ambiente tão hostil à sua própria sobrevivência. Ao lado de imagens atuais da neve acumulada nos primeiros dias de outono -período em que visitei Ny Alesund – e que se assemelham a vistas aéreas do local, as duas imagens coabitam numa delicada relação entre passado e presente, sendo separadas pelo laser intenso que sobe em direção ao teto e que atravessa essas histórias, ferindo a moldura com sua presença e atacando o equilíbrio da relação entre as imagens e colagens com sua perturbadora presença.
Como um caderno repleto de anotações e referências de viagem, indicações de escala e pontos demarcados sobre mapas, as obras desta série corporificam uma quase “maquete” daquele local e desnudam o desejo do artista em ser o reorganizador da experiência espacial através de uma micro expedição sensorial aos lugares mais remotos de nossas lembranças e arquétipos.
– Marcelo Moschetta
50 x 80 cm (cada) - políptico composto por 4 peças
impressão lambda em metacrilato e isopor®
Foto Edouard Fraipont“Assim como um viajante que olha o mundo como os olhos dos românticos do Século XIX ou como os Grandes Exploradores do Ártico, eu venho fazendo instalações, intervenções, desenhos e fotografias nascidas à partir dos meus tempos em localidades remotas como o Deserto do Atacama e o Arquipélago de Svalbard, no Pólo Norte.
Através de materiais e técnicas incomuns, minhas obras focam a noção de efemeridade e dos esforços da humanidade de compreender e recriar aspectos físicos e geográficos encontrados nos ambientes naturais. Eu estou interessado na paisagem como um sistema representacional onde o homem pode medir seu próprio mundo.
Estes trabalhos da série “A Line in the Arctic”, foram realizados durante uma de minhas residências no Alto Ártico, em Spitsbergen.
Uma linha feita de fita adesiva é esticada no chão na tentativa de seguir o paralelo e o meridiano exato para o norte, o sul, o leste e o oeste. Mas o sinal do GPS de última geração que eu carregava é um tanto traiçoeiro em tão altas latitudes, o que ocasiona uma dúvida sobre a veracidade da ação, apesar da marcação do aparelho ser entendida como extremamente precisa.
Estas obras nos falam sobre as falhas e incoerências que temos em nossa tentativa de medir e colocar o mundo num grid matemático, sobre os parâmetros que na maioria dos casos parecem deslocados da situação real e característica encontrada na paisagem natural.”
Marcelo Moscheta, 2012
50 x 80 cm (cada) - políptico composto por 4 peças
impressão lambda em metacrilato e isopor®
Foto Edouard Fraipont“Assim como um viajante que olha o mundo como os olhos dos românticos do Século XIX ou como os Grandes Exploradores do Ártico, eu venho fazendo instalações, intervenções, desenhos e fotografias nascidas à partir dos meus tempos em localidades remotas como o Deserto do Atacama e o Arquipélago de Svalbard, no Pólo Norte.
Através de materiais e técnicas incomuns, minhas obras focam a noção de efemeridade e dos esforços da humanidade de compreender e recriar aspectos físicos e geográficos encontrados nos ambientes naturais. Eu estou interessado na paisagem como um sistema representacional onde o homem pode medir seu próprio mundo.
Estes trabalhos da série “A Line in the Arctic”, foram realizados durante uma de minhas residências no Alto Ártico, em Spitsbergen.
Uma linha feita de fita adesiva é esticada no chão na tentativa de seguir o paralelo e o meridiano exato para o norte, o sul, o leste e o oeste. Mas o sinal do GPS de última geração que eu carregava é um tanto traiçoeiro em tão altas latitudes, o que ocasiona uma dúvida sobre a veracidade da ação, apesar da marcação do aparelho ser entendida como extremamente precisa.
Estas obras nos falam sobre as falhas e incoerências que temos em nossa tentativa de medir e colocar o mundo num grid matemático, sobre os parâmetros que na maioria dos casos parecem deslocados da situação real e característica encontrada na paisagem natural.”
Marcelo Moscheta, 2012
50 x 80 cm (cada) - políptico composto por 4 peças
impressão lambda em metacrilato e isopor®
Foto Edouard Fraipont“Assim como um viajante que olha o mundo como os olhos dos românticos do Século XIX ou como os Grandes Exploradores do Ártico, eu venho fazendo instalações, intervenções, desenhos e fotografias nascidas à partir dos meus tempos em localidades remotas como o Deserto do Atacama e o Arquipélago de Svalbard, no Pólo Norte.
Através de materiais e técnicas incomuns, minhas obras focam a noção de efemeridade e dos esforços da humanidade de compreender e recriar aspectos físicos e geográficos encontrados nos ambientes naturais. Eu estou interessado na paisagem como um sistema representacional onde o homem pode medir seu próprio mundo.
Estes trabalhos da série “A Line in the Arctic”, foram realizados durante uma de minhas residências no Alto Ártico, em Spitsbergen.
Uma linha feita de fita adesiva é esticada no chão na tentativa de seguir o paralelo e o meridiano exato para o norte, o sul, o leste e o oeste. Mas o sinal do GPS de última geração que eu carregava é um tanto traiçoeiro em tão altas latitudes, o que ocasiona uma dúvida sobre a veracidade da ação, apesar da marcação do aparelho ser entendida como extremamente precisa.
Estas obras nos falam sobre as falhas e incoerências que temos em nossa tentativa de medir e colocar o mundo num grid matemático, sobre os parâmetros que na maioria dos casos parecem deslocados da situação real e característica encontrada na paisagem natural.”
Marcelo Mocheta, 2012
141 x 192 x 100 cm
Ferro, computadores e monitores antigos, componentes elétricos e vídeo
Foto Galeria Vermelho300 x 300 x 270 cm
Instalação – 2000 tags de papel escritas à mão, alumínio, estantes de ferro, lâmpadas fluorescentes, fios elétricos, caixas poliondas e carimbos sobre papel
Foto Vermelho300 x 600 x 300 cm
55 desenhos à grafite sobre PVC expandido, ferro, cabos de aço, manta magnética e acrílico
Foto Vermelho“Deslocando Territórios: Projeto Para a Fronteira Brasil/Uruguay” representa um trajeto solitário feito pelo artista pela zona fronteiriça dos pampas, em toda a extensão da fronteira entre os dois países. Sua experiência reflete o resgate da memória da paisagem, por meio do recolhimento de pedras classificadas, desenhadas e organizadas em seguida. Sua obra questiona os limites e a permanência de fronteiras num ambiente natural que é anterior a qualquer identidade nacional e cultural. Sua exposição foi realizada na cidade de Pelotas, mais especificamente no Museu de Arte Leopoldo Gotuzo, durante o mês de julho e depois como parte da 8ª Bienal do Mercosul, realizada em Porto Alegre entre setembro e dezembro de 2011
28 x 44 cm
Impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel Hahnemühle Photo Rag 300g
Foto Reprodução105 x 188 cm
Desenho em grafite sobre placa de PVC
Foto Marcelo Moscheta“Minha relação com a paisagem repousa numa tentativa primeira de construir um lugar ideal, uma imitação da natureza como retrato fiel das relações de perfeição e equilíbrio. Quero assim, abarcar todas as possibilidades de entender um local, não somente por meios sensíveis como o desenho ou a fotografia, mas através de formas racionais de se entender lugar: latitude, longitude, altitude, cálculos matemáticos e referências técnico/científicas. Os mistérios da força que age em segredo na natureza são recriados, por vezes de maneira brutal, outras, de forma delicada e quase imperceptível, num ato de compreender de maneira integral a matéria da qual somos formados” – Marcelo Moscheta.
Entre suas exposições individuais, destacam-se Hiato (Centro Cultural Banco do Brasil, Brasília, 2021), Rejeito (FAMA, Itú, 2020), Transumantes (SESC Pompéia, São Paulo, 2018), A História Natural e Outras Ruínas (Galeria Vermelho, São Paulo, 2018), Erosão Diferencial (Museu de Arte Contemporânea de Campinas, 2017), Arrasto (Casa do Bandeirante, São Paulo, 2015), Potências de 10 (Museus de Arte do Rio, Rio de Janeiro, 2013), Norte (Paço Imperial, Rio de Janeiro, 2012) e Contra.Céu (Capela do Morumbi, São Paulo, 2010).
Exposições institucionais recentes incluem Intermingling Flux (Guangzhou Image Triennial, China, 2021), Passado/Futuro/Presente (Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2019), Amazônia: Os Novos Viajantes (Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia, São Paulo), Contemporary Brazilian Art from the Museum of Modern Art (Phoenix Art Museum, Phoenix, EUA, 2017), Situações: a instalação no acervo da Pinacoteca (Pinacoteca do Estado, São Paulo, 2016), Open Sessions 6 (The Drawing Room, Nova York, EUA, 2015) e Rocks, Stones, and Dust (University of Toronto Art Centre, Canadá, 2015)
Moscheta recebeu diversos prêmios e bolsas de pesquisa, incluindo The Pollock-Krasner Foundation Grant (2017), The Drawing Center Open Sessions Program (2015), Bolsa Estímulo FUNARTE (2014), Prêmio de Fotografia Marc Ferrez (2012) e o Prêmio Pipa/Júri Popular em 2010, entre outros.
O seu trabalho encontra-se representado em diversas coleções privadas e institucionais, como: El Museo del Barrio (Nova York, EUA), Jameel Art Center (Dubai), Kunstpatrimonium (Bruxelas, Bélgica), Museo de La Solidariedad Salvador Allende (Santiago, Chile), Pinacoteca do Estado (São Paulo), Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro), Museu de Arte Moderna (São Paulo), Museu de Arte Contemporânea da USP (São Paulo) e Instituto Figueiredo Ferraz (Ribeirão Preto).
“Minha relação com a paisagem repousa numa tentativa primeira de construir um lugar ideal, uma imitação da natureza como retrato fiel das relações de perfeição e equilíbrio. Quero assim, abarcar todas as possibilidades de entender um local, não somente por meios sensíveis como o desenho ou a fotografia, mas através de formas racionais de se entender lugar: latitude, longitude, altitude, cálculos matemáticos e referências técnico/científicas. Os mistérios da força que age em segredo na natureza são recriados, por vezes de maneira brutal, outras, de forma delicada e quase imperceptível, num ato de compreender de maneira integral a matéria da qual somos formados” – Marcelo Moscheta.
Entre suas exposições individuais, destacam-se Hiato (Centro Cultural Banco do Brasil, Brasília, 2021), Rejeito (FAMA, Itú, 2020), Transumantes (SESC Pompéia, São Paulo, 2018), A História Natural e Outras Ruínas (Galeria Vermelho, São Paulo, 2018), Erosão Diferencial (Museu de Arte Contemporânea de Campinas, 2017), Arrasto (Casa do Bandeirante, São Paulo, 2015), Potências de 10 (Museus de Arte do Rio, Rio de Janeiro, 2013), Norte (Paço Imperial, Rio de Janeiro, 2012) e Contra.Céu (Capela do Morumbi, São Paulo, 2010).
Exposições institucionais recentes incluem Intermingling Flux (Guangzhou Image Triennial, China, 2021), Passado/Futuro/Presente (Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2019), Amazônia: Os Novos Viajantes (Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia, São Paulo), Contemporary Brazilian Art from the Museum of Modern Art (Phoenix Art Museum, Phoenix, EUA, 2017), Situações: a instalação no acervo da Pinacoteca (Pinacoteca do Estado, São Paulo, 2016), Open Sessions 6 (The Drawing Room, Nova York, EUA, 2015) e Rocks, Stones, and Dust (University of Toronto Art Centre, Canadá, 2015)
Moscheta recebeu diversos prêmios e bolsas de pesquisa, incluindo The Pollock-Krasner Foundation Grant (2017), The Drawing Center Open Sessions Program (2015), Bolsa Estímulo FUNARTE (2014), Prêmio de Fotografia Marc Ferrez (2012) e o Prêmio Pipa/Júri Popular em 2010, entre outros.
O seu trabalho encontra-se representado em diversas coleções privadas e institucionais, como: El Museo del Barrio (Nova York, EUA), Jameel Art Center (Dubai), Kunstpatrimonium (Bruxelas, Bélgica), Museo de La Solidariedad Salvador Allende (Santiago, Chile), Pinacoteca do Estado (São Paulo), Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro), Museu de Arte Moderna (São Paulo), Museu de Arte Contemporânea da USP (São Paulo) e Instituto Figueiredo Ferraz (Ribeirão Preto).
Marcelo Moscheta
1976. São José do Rio Preto
Vive e trabalha em Coimbra
Exposições Individuais
2024
– Marcelo Moscheta. Do Labirinto ósseo do homem ao eixo do Rochedo – Museu de História Natural e da Ciência de Lisboa – Lisboa – Portugal
– De onde vêm os nomes – Jardim das Esculturas [Instalação permanente] – Sesc Itaquera – São Paulo – Brasil
2023
– Marcelo Moscheta. Autopoiesis – Biblioteca Municipal de Águeda – Águeda – Portugal
– Marcelo Moscheta. Mise en Abyme – Gallery Nosco – Bruxelas – Bélgica
– Percurso. O delírio das saúvas ou como descrever o invisível – Museu de Serralves – Porto – Portugal
2022
– Marcelo Moscheta. Teach Us to Sit Still – Colégio das Artes – Coimbra – Portugal
2021
– Marcelo Moscheta. Hiato – Centro Cultural Banco do Brasil [CCBB] – Brasília – Brasil
– Oréades – Embaixada de Portugal em Brasília – Brasília – Brasil
2020
– Marcelo Moscheta. Rejeito – Fábrica de Arte Marcos Amaro – Itú – Brasil
2018
– Marcelo Moscheta e Bjarne Fostervold. La piel de los días.
– Crónicas de afectos y resistências – Centro Cultural Juan de Salazar – Assunção – Paraguai
– Marcelo Moscheta: Transumantes – Sesc Pompéia – São Paulo – Brasil
– Marcelo Moscheta: a história natural e outras ruínas – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
2017
– Marcelo Moscheta: Plano Inclinado – SIM Galeria – Curitiba – Brasil
– Marcelo Moscheta: Erosão Diferencial – Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MAC) – Campinas – Brasil
2016
– Marcelo Moscheta: Sete Quedas – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
2015
– 218 a. C. – Galleria Riccardo Crespi – Milão – Itália
– Arrasto – Casa do Bandeirante – São Paulo – Brasil
– Carbono 14 – SIM Galeria – Curitiba – Brasil
2013
– 1.000 km, 10.000 Anos – Galeria LEME – São Paulo – Brasil
– Potências de 10 – Casa da Imagem – São Paulo – Brasil
– Potências de 10 – Museus de Arte do Rio (MAR) – Rio de Janeiro – Brasil
– Inverno – Intervenções VII – Museu Lasar Segall – São Paulo – Brasil
2012
– Norte – Paço Imperial – Rio de Janeiro – Brasil
2011
– Atlas – Galeria Leme – São Paulo – Brasil
2010
– Mare Incognitum – Centro Universitário Mariantonia – São Paulo – Brasil
– Contra.Céu – Capela do Morumbi – São Paulo – Brasil
2009
– Terra Incognita – Galeria Riccardo Crespi – Milão – Itália
– Gravity – Galeria Leme – São Paulo – Brasil
– A New Method for Assisting the Invention in the Composition of Clouds – British Council – São Paulo – Brasil
2008
– Latitude – Galerie Anita Beckers – Frankfurt – Alemanha
2007
– [ Z E R O ] – Léo Bahia Arte Contemporânea – Belo Horizonte – Brasil
– STILL – Paço das Artes – São Paulo – Brasil
2006
– III Mostra do Programa de Exposições – Centro Cultural São Paulo (CCSP) – São Paulo – Brasil
2005
– Desabitados – Galeria Baobá – Fundação Joaquim Nabuco – Recife – Brasil
– Notícias da existência do Mundo – Fundação Jaime Câmara – Goiânia – Brasil
2004
– Sobre tudo o que se deve guardar – Museu de Arte Contemporânea de Campinas – Campinas – Brasil
2003
– O livro da memória – Galeria de Arte da UNAMA – Belém – Brasil
2002
– Um súbito desejo de voar – Conjunto Cultural da Caixa – São Paulo – Brasil
Exposições Coletivas
2024
– Ground Zero – Galeria Nova Ogiva – Óbidos – Portugal
– Devir Paisagem – Museu Nacional Frei Manuel Cenáculo – Évora – Portugal
– O Mágico de N’Oz – Danielian Galeria – Rio de Janeiro – Brasil
– É Bonita a Festa, Pá / Bienal de Cerveira – Fórum Cultural de Cerveira – Vila Nova de Cerveira – Portugal
– The Awe of the Arctic: A Visual History – New York Public Library – Nova York – EUA
2023
– Eles falam em arco-íris – Círculo de Artes Plásticas de Coimbra – Coimbra – Portugal
– Festival CÔA. Corredor das Artes – Reserva de Vale Carapito – Sabugal – Portugal
– Elementar: fazer junto – Museu de Arte Moderna (MAM SP) – São Paulo – Brasil
– Cartografia da sombra. Uma exposição de Pedro Vaz e Marcelo Moscheta – Kubic Gallery – Porto – Portugal
– Atravessar a matéria do Tempo. Bienal’23 Fotografia do Porto – Centro Português de Fotografia – Porto – Portugal
– A certain instance of verrition – Fundação Leal Rio – Lisboa – Portugal
– El Dorado. Un Territorio [The Golden Myth] – Fundación Proa – Buenos Aires – Argentina
2022
– Diante-Dentro. Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira – BF 22 – Museu Municipal de Vila Franca de Xira – Vila Franca de Xira – Portugal
– Comer a montanha – Galeria de Arte da Universidade de Lisboa – Lisboa – Portugal
– Paisagem sob inventário – Museu de Artes Visuais [MAV] – Campinas – Brasil
– Expeditions: Territory, Climate and Species – Centro Cultural de la Moneda [CCLM] – Santiago – Chile
– Slippage – 601Artspace – Nova York – EUA
– É Primavera no Paço – Paço dos Duques de Cadaval – Tentúgal – Portugal
– Contar o tempo – Mariantonia – São Paulo – Brasil
– Viva Brasil! – Colégio das Artes – Coimbra – Portugal
– Coleção Sartori — A arte contemporânea habita Antônio Prado – Museu de Arte do Rio Grande do Sul [MARGS] – Porto Alegre – Brasil
2021
– Mutirão – Nowhere Lisboa – Lisboa – Portugal
– Intermingling Flux. The Guangzhou Image Triennial 2021 – Guangdong Museum of Art – Guangdong – China
2020
– Educação pela Pedra – Museu Paranaense – Curitiba – Brasil
2019
– Educação pela Pedra – Galeria Vicente do Rego Monteiro – Recife – Brasil
– Arquivos Órfãos. Poéticas de adoção e re-existências de imagens – MAC Campinas – Campinas – Brasil
– Contos de Curiosidades – Naturais e Artificiais- Casarão 34 – João Pessoa – Brasil
– Coleções no MuBE: Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz. Construções e Geometrias – Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MUBE) – São Paulo – Brasil
– Passado/Futuro/Presente: Arte contemporânea brasileira no acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Museu de Arte Moderna de São Paulo [MAM SP], São Paulo, Brasil
– Exposição Novas Aquisições no MAM – Museu de Arte Moderna (MAM SP) – São Paulo – Brasil
2018
– Fracture Zone – International Symposium on Eletronic Art – Durban – África do Sul
– Amazônia: Os Novos Viajantes – Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia (MUBE) – São Paulo – Brasil
2017
– Água – Sesc Belenzinho – São Paulo – Brasil
– Past/Future/Present: Contemporary Brazilian Art from the Museum of Modern Art, São Paulo – Phoenix Art Museum – Phoenix – EUA
– Artistas Finalistas da 6ª edição do Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas – Museu Brasileiro da Escultura (MUBE) – São Paulo – Brasil
– Topografias Intermitentes – Casa Nova Arte e Cultura Contemporânea – São Paulo – Brasil
– Metrópole: experiência Paulistana – Estação Pinacoteca – São Paulo – Brasil
– Aqua. Les artistes contemporains et l’enjeu de l’eau – Château de Penthes (Pregny-Chambésy) – Genebra – Suíça
2016
– Coletiva – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Anthropocene – Galleria Riccardo Crespi – Milão – Itália
– Focus – Ch.ACO 2016 (Projeto Especial) – Edificio Las Condes Design – Santiago – Chile
– Toda janela é um projétil, é um projeto, é uma paisagem – SIM Galeria – Curitiba – Brasil
– Situações: a instalação no acervo da Pinacoteca – Pinacoteca do Estado de São Paulo – São Paulo – Brasil
– Natureza Franciscana – Museu de Arte Moderna (MAM SP) – São Paulo – Brasil
– Vértice – Coleção Sérgio Carvalho – Centro Cultural Correios – São Paulo – Brasil
– Clube da Gravura: 30 anos – Museu de Arte Moderna (MAM) – São Paulo – Brasil
– Everything you are I am not: Latin American Contemporary Art from the Tiroche Delein Collection – Mana Contemporary Glass Project – Jersey City – EUA
2015
– Everything you are I am not – Mana Wynwood Convention Center – Miami – EUA
– Fotos contam Fatos – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– A Arte e a Ciência: nós entre os extremos – Instituto Tomie Ohtake – São Paulo – Brasil
– Open Sessions 6 – The Drawing Room – Nova York – EUA
– Nature. Arte ed Ecologia – Galleria Civica de Trento – Trento – Brasil
– Rocks, Stones, and Dust – University of Toronto Art Centre – Toronto – Canadá
– Singularidades/Anotações: Rumos Artes Visuais 1998 – 2013 – Paço Imperial – Rio de Janeiro – Brasil
– Vértice – Coleção Sérgio Carvalho – Centro Cultural Correios Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil
– Luz do Mundo – Bienal Internacional de Curitiba – Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC) – Curitiba – Brasil
– Destino dos Objetos – Fundação Vera Chaves Barcellos – Porto Alegre – Brasil
– Name It By Trying To Name It: Opens Session 2014-15 – The Drawing Center, Nova York, EUA
– Sustainable Connections – The Illy Sustainart World – La Triennale de Milano – Milão – Itália
– VERBO 2015 – Mostra de Performance Arte (11ª edição) – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Vértice – Coleção Sérgio Carvalho – Museu Correios – Brasília – Brasil
– Ficções – Caixa Cultural Rio de Janeiro (Galeria 3) – Rio de Janeiro – Brasil
– 30 Artistas Selecionados da 5ª Edição do Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça – MAC Ibirapuera – São Paulo – Brasil
– Equalizador Para Horizontes Distantes – SESC Jundiaí – Jundiaí – Brasil
– Resquicios – Carmen Araújo Arte – Caracas – Venezuela
– Open Sessions: Drawing in the Context/Field – Queens Museum – Queens – NY – EUA
2014
– Afetividades Eletivas – Centro Cultural Minas Tênis Clube – Belo Horizonte – Brasil
– Transbordamentos: Arte, Espaço e Urbanidade na Estação Pinacoteca – Pinacoteca do Estado de São Paulo – São Paulo – Brasil
– Vancouver Biennale – Crossing Borders – Shipbuilder’s Square – Vancouver – Canadá
– Magnetic North: artists and the Arctic Circle – UBS Building – Nova Iorque – EUA
– II Bienal de Montevideo: 500 anos de futuro – Iglesia de San Francisco de Assis – Montevideo – Uruguai
– Frestas – Trienal de Arte Contemporânea – SESC Sorocaba – Sorocaba – Brasil
– SituaçõesBrasília 2014– Museu Nacional da República – Brasília – Brasil
– Língua Franca: Art from Brazil – The Place Downstairs – Londres – Inglaterra
– Singularidades/Anotações: Rumos Artes Visuais – Itaú Cultural – São Paulo – Brasil
– 10 Anos do Prêmio Aquisição – Centro Cultural São Paulo (CCSP) – São Paulo – Brasil
– Duplo Olhar – Paço das Artes – São Paulo – Brasil
– I Bienal MASP Pirelli de Fotografia – Museu Oscar Niemeyer – Curitiba – Brasil
2013
– Artic – Louisiana Museum of Modern Art – Copenhagen – Dinamarca
– I Bienal MASP Pirelli de Fotografia – Museu de Arte de São Paulo (MASP) – São Paulo – Brasil
– Fronteiras Incertas – Arte e Fotografia na Coleção do MAC USP – MAC USP – São Paulo – Brasil
– A Imagem Adquirida – Museu de Arte Contemporânea (MAC) – Goiânia – Brasil
– Reinventando o Mundo – Museu Vale – Vila Velha – Brasil
– Brasil Vívido – Sotheby’s S2 – Novo Iorque – EUA
– Coleção Itaú de Fotografia Brasileira – Palácio das Artes – Belo Horizonte – Brasil
2012
– Mas allá de la xilografia – Museo de la Solidaridad Salvador Allende – Santiago – Chile
– Coleção BGA – Brazilian Golden Art – Museu Brasileiro de Escultura (MUBE) – São Paulo – Brasil
– 12ª Mostra Internacional de Arte Gas Natural Fenosa – MACUF – La Coruña – Espanha
– Uma Coleção de Arte Contemporânea para Josefa Óbidos – Galeria NovaOgiva – Óbidos – Portugal
– Coleção Itaú de Fotografia Brasileira – Paço Imperial – Rio de Janeiro – Brasil
– Além da Forma – Instituto Figueiredo Ferraz – Ribeirão Preto – Brasil
– Instável – Paço das Artes – São Paulo – Brasil
2011
– 8ª Bienal do Mercosul – Cadernos de Viagem – CAIS A7 – Porto Alegre – Brasil
– Na Other Place – Galerie Lelong – Nova Iorque – EUA
– Fotógrafos Viajantes – Plataforma Revólver – Lisboa – Portugal
– Deslocando Territórios – Fronteira Brasil – Uruguai – Pelotas – Brasil
– O Colecionador de Sonhos – Instituto Figueiredo Ferraz – Ribeirão Preto – Brasil
– 30º Arte Pará – Museu Paraense Emílio Goeldi – Belém – Brasil
– Mapas Invisíveis – Caixa Cultural – São Paulo – Brasil
– Superfície Mundo – Atelie Aberto – Campinas – Brasil
– Realidades: desenho contemporâneo brasileiro – SESC Pinheiros – São Paulo – Brasil
– Memoria Variabile – Galeria Riccardo Crespi – Milão – Itália
2010
– Convivências: 10 anos da Bolsa Iberê Camargo – Fundação Iberê Camargo – Porto Alegre – Brasil
– Prêmio PIPA 2010 – Museu de Arte Moderna (MAM) – Rio de Janeiro – Brasil
– Ponto de Equilíbrio – Institute Tomie Ohtake – São Paulo – Brasil
– Natura e Destino – Galleria Riccardo Crespi – Milão – Itália
– Realism – Adventure of Reality – Kunsthalle Emden – Emden
– Realism – Adventure of Reality – Kunsthalle der Hypo Kulturstiftung – Munique – Alemanha
– Paisagem Incompleta – Centro Cultural USIMINAS – Ipatinga – Brasil
2009
– XV Bienal de Cerveira – Vila Nova de Cerveira – Portugal
– 7éme Biennale International de Gravure Contemporaine de Liège – Museum of Modern and Contemporary art of Liège – Liège – Bélgica
– Prêmio Porto Seguro de Fotografia 2009 – Espaço Porto Seguro Fotografia – São Paulo – Brasil
– PARALLÉLES // 22º S 50º N – Museu de Arte Contemporânea (MAC) – Campinas – Brasil
– Rumos Artes Visuais – Instituto Itaú Cultural – São Paulo – Brasil
– Rumos Artes Visuais – Paço Imperial – Rio de Janeiro – Brasil
– PROJETO 79>09 – Museu de Arte Contemporânea (MAC) – Campinas – Brasil
2008
– Alguns aspectos do desenho contemporâneo – SESC Pinheiros – São Paulo – Brasil
2007
– CONTRL_C + CONTRL_V – SESC Pompéia – São Paulo – Brasil
– Novas aquisições da Coleção Gilberto Chateaubriand – Museu de Arte Moderna (MAM) – Rio de Janeiro – Brasil
2006
– Coleção Gilberto Chateaubriand: um século de Arte Brasileira – Pinacoteca do Estado de São Paulo – São Paulo – Brasil
– Coleção Gilberto Chateaubriand: um século de Arte Brasileira – Museu de Arte Moderna (MAM) – Rio de Janeiro – Brasil
– Coleção Gilberto Chateaubriand: um século de Arte Brasileira – Museu Oscar Niemeyer – Curitiba – Brasil
– FIAT Mostra Brasil – Fundação Bienal de São Paulo – São Paulo – Brasil
– Coletiva do Programa de Exposições – Centro Cultural São Paulo (CCSP) – São Paulo – Brasil
– É Hoje – Santander Cultural – Porto Alegre – Brasil
2005
– Fotografia Conceitual – Espaço Cultural Sérgio Porto – Rio de Janeiro – Brasil
– Afinidades Eletivas – Espaço Cultural CPFL – Campinas – Brasil
2004
– 29º Salão Nacional de Arte de Ribeirão Preto (MARP) – Ribeirão Preto – Brasil
– Seja lá onde for – Museu de Arte Contemporânea (MAC) – Americana – Brasil
– Acervo MAC – Museu de Arte Contemporânea (MAC) – Campinas – Brasil
– Para ver (des)perto – Galeria da FAV – Goiânia – Brasil
2003
– Cada um dos pedaços – AteliêAberto – Campinas – Brasil
– Prêmio La Joven Estampa03 – Casa de Las Américas – Havana – Cuba
2002
– 59º Salão Paranaense – Museu de Arte Contemporânea (MAC) – Curitiba – Brasil
– XXIX Salão de Arte Jovem – Galeria CCBEU – Santos – Brasil
2001
– La Huella del Correo – Centro Cultural de La PUC de Quito – Quito – Equador
– 31º Salão de Arte Contemporânea – Engenho Central Piracicaba – Piracicaba – Brasil
2000
– Formandos de 1999 – Artes Plásticas – Galeria de Arte UNICAMP – Campinas – Brasil
1999
– Prêmio La Joven Estampa `99 – Casa de Las Américas – Havana – Cuba
– I Mostra Internacional de Mini Gravura de Vitória – Museu de Arte do Espirito Santo (MAES) – Vitória – Brasil
Exposições permanentes
– De onde vêm os nomes – Sesc Itaquera – São Paulo – Brasil
Residências
2023
– Grande Vale do Côa – Festival de arte na paisagem CÔA – Corredor das Artes – Vale do Côa – Portugal
2016
– FLORA ars+natura – Bogotá – Colômbia
– Labverde, Art Immersion in the Amazon – Manaus – Brasil
2015
– The Drawing Center – Nova Iorque – EUA
2014
– Vancouver Biennale – Vancouver – Canadá
– 2ª Bienal de Montevideo – Montevideo – Uruguai
2013
– CURRENTS – China
2012
– Plataforma Atacama – Deserto de Atacama – Chile
2011
– The Arctic Circle 2011 – Svalbard – Noruega
– 8ª Bienal do MERCOSUL – Cadernos de Viagem – Fronteira Brasil / Uruguai
2009
– XV Bienal de Cerveira – Vila Nova de Cerveira – Portugal
2007
– Bolsa Iberê Camargo 2007 – École des Beaux-Arts de Rennes – Rennes – França
Prêmios e Subvenções
2017
– Pollock-Krasner Foundation Grant 2017 – Nova York – EUA
2016
– PROAC Artes Visuais (Obras e Exposições) – São Paulo – Brasil
– ICCO / SP-Arte de Residência Artistica – São Paulo, e Flora Ars+Natura – Bogotá, Colômbia
2014
– Bolsa FUNARTE de Estímulo à produção em Artes Visuais 2014 – Brasil
2013
– Prêmio ArtNexus EFG Bank – SP-Arte – São Paulo – Brasil
2012
– XII Prêmio FUNARTE Marc Ferrez de Fotografia – FUNARTE – Brasil
– II Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea – Ministério das Relações Exteriores – Brasil
2010
– Prêmio PIPA 2010 (Juri Popular) – Museu de Arte Moderna (MAM) – Rio de Janeiro – Brasil
2009
– 13º Cultura Inglesa Festival – British Council – São Paulo – Brasil
– Prix 7ème Biennale International de Gravure Contemporaine – Musée d’Art Moderne et d’Art Contemporain de la Ville de Liège – Liège – Bélgica
2008
– Prêmio Aquisição Shopping Iguatemi – SP Arte – São Paulo – Brasil
2007
– Prêmio Aquisição 9º Salão Nacional Victor Meirelles – MASC – Florianópolis – Brasil
2006
– Prêmio Aquisição – Programa Anual de Exposições – Centro Cultural São Paulo (CCSP) – São Paulo – Brasil
– Prêmio Aquisição – XII Salão de Pequenos Formatos – Galeria de Arte da UNAMA – Belém – Brasil
2005
– Prêmio Aquisição 12º Salão da Bahia – Museu de Arte Moderna (MAM) – Salvador – Brasil
– Prêmio Referência Especial – 30º Salão de Arte de Ribeirão Preto – Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP) – Ribeirão Preto – Brasil
2004
– Prêmio Aquisição – 4º Salão Nacional de Artes de Goiás – Flamboyant Shopping Goiânia – Goiânia – Brasil
2003
– Prêmio Aquisição – MAC Campinas – Campinas – Brasil
– Prêmio Aquisição – IX Salão de Pequenos Formatos – Galeria de Arte UNAMA – Belém – Brasil
2002
– Prêmio Aquisição – Edital Revelação 2002 – MAC Campinas – Campinas – Brasil
– Prêmio Estímulo – 5º Prêmio Revelação Artes Plásticas – Museu de Arte Contemporânea (MAC) – Americana – Brasil
2001
– Prêmio Aquisição – Secretaria de Estado da Cultura – 5º Salão de Artes Plásticas de Londrina – Londrina – Brasil
Coleções Públicas e Privadas abertas ao público
The New York Public Library, Nova York, EUA
Museu de Artes Visuais [MAV], Universidade Estadual de Campinas – Brasil
Art Jameel Collection – Arábia Saudita e Emirados Árabes
Museo del Barrio – Nova York – EUA
Kunstpatrimonium – Patrimoine Artistique – Art Collection – Bélgica
Deutsche Bank – Nova Iorque – EUA
Lhoist Collection – Bruxelas – Bélgica
RNA Foundation – Moscou – Rússia
Musée d’art Moderne et d’art Contemporaine – Liege – Bélgica
Museu de la Solidariedad Salvador Allende – Santiago – Chile
Pinacoteca do Estado de São Paulo – São Paulo – Brasil
Coleção Gilberto Chateaubriand – Museu de Arte Moderna (MAM) – Rio de Janeiro – Brasil
Museu de Arte Moderna (MAM) – São Paulo – Brasil
Museu de Arte Contemporânea (MAC) USP – São Paulo – Brasil
Museu de Arte Moderna (MAM) – Salvador – Brasil
Museu de Arte Contemporânea (MAC) Sorocaba – Sorocaba – Brasil
Museu de Arte Contemporânea (MAC) Goiânia – Goiânia – Brasil
Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) – José Pancetti – Campinas – Brasil
Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) – Florianópolis – Brasil
Itaú Cultural – São Paulo – Brasil
Coleção de Arte da Cidade de São Paulo (Pinacoteca Municipal) – São Paulo – Brasil
Instituto Figueiredo Ferraz – Ribeirão Preto – Brasil
Galeria Haidèe Santamaria – Casa de las Américas – Havana – Cuba
Estampría Quiteña – Quito – Equador
Galeria de Arte da UNAMA – Coleção Graça Landeira – Belém – Brasil
Galeria de Arte da Faculdade de Artes Visuais de Goiânia – Goiânia – Brasil
Coleção Fundação Jaime Câmara – Goiânia – Brasil
Sesc São Paulo – São Paulo – Brasil
“ (…) do fundo do opaco eu escrevo, reconstruindo o mapa de um soalheiro que nada mais é que um inverifcável axioma para os cálculos da memória, o lugar geométrico do eu, de um mim mesmo do qual o mim mesmo necessita para se saber mim mesmo, o eu que só serve para que o mundo receba continuadamente notícias da existência do mundo, um engenho de que o mundo dispõe para saber se existe.” Ítalo Calvino . Do Opaco in O Caminho de San Giovanni. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
Um caderno de notas, um GPS e uma câmera fotográfica são os três elementos fundamentais para o artista Marcelo Moscheta – , com quem bati um papo no último domingo (07) – em seus deslocamentos ao redor do mundo. Geralmente passando por lugares inóspitos, o paranaense já embarcou para expedições solitárias e imersivas da fronteira Brasil-Uruguai ao Ártico, do deserto do Atacama às margens do rio Tietê. Moscheta busca estar em lugares pouco convidativos que provoquem algum desconforto, mas que apontem para algum instinto de sobrevivência, mergulhando em uma viagem existencial na paisagem, longe dos ruídos e imerso nas entranhas do tempo. “O que é existir em comparação com esse mundo?” Pergunta-me ele.
Não sei… Mas para ele a existência passa por ter em seus trabalhos essas raízes de explorador, na busca de contato intenso com sua alma e seu espírito. “Aislado” em cada viagem, sem se desligar do mundo. “Tem uma questão de documentar a experiência para ela ser melhor pensada e decantada no espaço do ateliê. “Essas viagens são muito para criar um diário, me alimentar da história de superação do homem e o ambiente, da geologia e da topografia, numa tentativa de entendimento daquilo tudo. Projetinhos científicos ao lado dos artísticos, caminhando junto nessa maneira de tentar traduzir a experiência homem-mundo. Na ciência tem um conhecimento ilusório “preciso” do espaço. “Esse conhecimento o mundo de uma forma demasiada assertiva é uma ideia e não a realidade”.
Os GPS (desde 2007 Moscheta é voluntariamente rastreado por eles) podem, de alguma forma, trazer para seu trabalho um deslocamento preciso, com seu corpo funcionando como um lápis nas trajetórias de cada território, na representação do espaço, reforçando essas camadas de entendimento racional e sensível do mundo.
“mapas são anotações gráficas de experiências a serem lembradas. Terra não mapeada é terra não possuída.” Lucy Lippard, “Overlay”, The New Press, 1983.
Das viagens, dos pedaços da Terra habitados temporariamente e explorados com a dilatação do tempo e do sentir, Moscheta carrega uma pedra, um galho, uma planta, uma poeira. Todos esses elementos-souvenirs do que foi o espaço vivido que ele leva de uma viagem até seu ateliê em Campinas são fontes inesgotáveis de inspiração.
Raramente suas obras são executadas “in loco”. Passam pelo processo de maturação necessária para tornarem-se trabalhos e saírem do seu caderninho de desenhos e transmutarem. Às vezes elas vêm direcionadas para a participação de uma obra, outras vezes como um auxílio de resgate da memória, como um gatilho criativo, ou apenas ali acumuladas e catalogadas. Sim, pois sempre que chega de algum destino, ele etiqueta, cataloga e armazena todas as peças como em um arquivo da Terra, um museu do planeta.
Carregar pedaços do mundo é apreender os territórios, interligando-os no ateliê, criando cartografias em cada pedaço de seu espaço criativo. Os olhos carregam as emoções, as cores e texturas. A matéria é sólida. Real. Presente. Palpável e incentiva e resgata o que já foi esquecido e o que pode ser criado. Mover elementos naturais, cruzando fronteiras, sem limites, é permitir novos significados aos elementos e a quem está ao redor.
Como uma forma de catalogar alguns conceitos, perguntei ao artista sobre algumas palavras chaves em seu trabalho:
Horizonte: a possibilidade do encontro, a linha que equilibra o mundo.
Território: campo da ação, lugar de conflitos infinitos e particulares.
Terra: é o pertencimento, viemos do pó e a ele voltaremos.
Fronteira: é o limite da identidade.
Filho de um botânico e uma artesã, ligar informações científicas aos seus trabalhos é algo recorrente. Há a busca em decompor a paisagem de certa forma, ao agarrar esses elementos e reclassifica-los até o limite dessa poética.
Assim como a natureza, seus processos passam por ciclos com começo, meio e fim. Explorar, desbravar, mergulhar, recriar e enterrar. “Quem determina o fim dos ciclos não sou eu, são elas, as pedras, os elementos. Tem uma certa ideia de esgotamento da poética do objeto.”
São fronteiras territoriais e pessoais que ele ultrapassa com cada projeto. Desde sempre, ainda em Maringá, onde morava com os pais, sentia que precisava afrouxar as bordas desse território-casa, num querer atravessar o mundo, a história, a geografia. De fato, seus passos atravessaram fronteiras, paisagens, histórias e geografias, como ele sempre quis, com tudo registrado pelo GPS (ou Zuckerberg) e sabe-se lá por quem mais.
Moscheta tateia a paisagem, aterra no solo de cada viagem, apropriando-se de tudo ao seu redor, respeitando o tempo necessário para apurar o olhar e o sentir, eliminando a ansiedade e as imagens preestabelecidas antes da experiência.
A experiência estava, quase sempre, no corpo ausente de Marcelo. Mas isso vem mudando e sendo questionado em seus trabalhos, desde 2015, quando fez uma residência na Itália e agiu direto e manualmente no objeto para transformá-lo na obra. Moschetta pegou as pedras das encostas de um rio onde supostamente aconteceu uma batalha em 208 a.C., batendo uma contra a outra e, com os fragmentos, criou os atos I-V da série Trauma. Nesse processo, seu corpo age na paisagem. O corte seco nas pedras, a aceleração, a quebra, o rompimento, o trauma, só foi possível com o artista como agente fundamental dessa transformação. O que é o corpo no trabalho? A ação do homem em um elemento da natureza faz deste arte, artefato. Moscheta, que em uma espécie de performance filma todo seu processo, pergunta-se se o registro não seria parte essencial da obra. Certamente.
Ele, que sempre habitou um planeta ainda não existente ou uma Terra que colapsou, começa a pensar em que corpo é esse que percorre e habita a paisagem. Antes, parecia um corpo muito abstrato, generalizado. Agora existe a vontade de entrar mais na ideia da paisagem habitada por outros seres, por humanidade, por gente. Onde começa a Terra e onde termina o Eu? (Planalto Central, Ano Zero)
O sólido e os caminhos inventados no deserto ou no Polo Norte, onde perder-se é parte da experiência, vão dando espaço para o fluido, para o caminho já traçado das águas dos rios. Diferente da errância e do nomadismo permanente das mil possibilidades de percorrer a terra, o rio já existe, não há como criar um novo pontilhar. Esse caminho é anterior a nossa existência. Ele é um outro ser.
texto para o blog entretempos . Folha de São Paulo . 5 de junho de 2020
Acercar-se dos trabalhos de Marcelo Moscheta implica, quase sempre, indagar sobre como eles se fazem, sejam imagens ou objetos. Embora atraiam e encantem o olhar por algo que não se reduz à fala – sendo, portanto, da ordem do intransitivo que é próprio da experiência estética –, eles invocam a vontade de saber procedimentos e origens. Vontade de saber quais são os gestos que, traçados em tempos e espaços precisos, produzem o que se é dado a ver nos ambientes em que são expostos. E dentre as principais dessas ações – explícitas ou somente sugeridas em seus trabalhos – está a de mover-se a pé ao longo de um território, prática intuitivamente usada para conhecer um lugar, sejam quais forem os meios posteriormente empregados para apoiar ou registrar a geração desse saber. Seja na região dos Pampas, no deserto do Atacama, no Ártico ou ao longo das margens do rio Tietê, entre outras mais localidades atravessadas pelo artista como prática de criar, o caminhar é gesto fundante de sua obra recente, sem contudo tornar os desenhos, objetos, textos e instalações que faz meros vestígios ou documentos das derivas que os precedem. O que é condição essencial dos trabalhos não apaga o protagonismo e a potência de afeto do que dela resulta.
Ter no deslocamento frequente no espaço e na observação dos lugares por onde passa aspectos centrais de sua prática filia Marcelo Moscheta a uma tradição artística que inclui e ata Situacionistas, praticantes da land art e demais criadores peripatéticos. Faz de sua atuação, assim como as desses outros, algo próximo daquela que é própria dos cartógrafos. Faz dele, como de seus pares, um descritor de espaços pelos quais se sente de alguma forma próximo. E consequentemente faz, de seus trabalhos, espécies de mapas. Afinal, o que tanto esses artistas quanto os cartógrafos de profissão praticam é percorrer um território e anotar aquilo que mais chama sua atenção no trajeto, valendo-se, para isso, de ferramentas próprias a seus ofícios. Não é à toa que com tanta frequência apareça, nos trabalhos de Marcelo Moscheta, a ideia de traduzir, em meios que são próprios ao domínio da arte, o interesse em apreender os lugares que com seu corpo atravessa. O interesse em medir, com a dimensão humana de seu corpo e com os instrumentos criativos de que dispõe, espaços que são da escala da paisagem.
É próprio de qualquer processo cartográfico, contudo, que eleições e exclusões de características do ambiente atravessado sejam feitas, posto que mapas não se confundem com os territórios neles descritos, sendo antes modelos para conhecer-se um pouco deles. Mapas são abstrações de espaços que geram conhecimento empírico ou simbólico sobre esses espaços, formas de apreensão de algo que sempre escapa a intenções de total tradução ou captura. Nisso, mapas e criações artísticas se assemelham: uns e outras partilham a incompletude de sua natureza. Diferenciam-se, no entanto, em um crucial aspecto. A despeito da impossibilidade de totalizar seu objeto de investigação, é próprio dos mapas ocultar tais limites, apresentando-se, no mais das vezes, como representação plena e imparcial de um território. Trabalhos de arte, por sua vez, usualmente revelam a natureza fragmentada e singular da experiência de deixar-se afetar por um lugar, recusando ser sua tradução inteira. Há um certo silêncio na arte, uma recusa à fala escorreita; condição que é traço de ambição e também de recato, sugestão de uma forma de conhecimento que somente a experiência estética oferta. Como mapeadores, artistas escolhem sinalizadores de seu deambular, marcos que assinalem os interesses que surgem de seus embates com os variados territórios que percorrem. Na trajetória de Marcelo Moscheta, são pedras que mais e mais surgem como elementos que assinalam sua passagem por esses lugares. Pedras que são, ao mesmo tempo, parte e resumo de paisagens encontradas; coisas concretas e metáforas inventadas.
São vários os trabalhos do artista em que pedras assumem esse lugar central de pesquisa e exibição, de procura e partilha, de trajeto e paragem. Um dos mais sintéticos em sua clareza muda talvez seja o chamado Deslocando territórios: Projeto para a fronteira Brasil/Uruguay. Ocupando larga extensão de piso e o rebatimento na parede contígua de área semelhante, o trabalho exibe, postas sobre o chão, cinco dezenas de pedras que Marcelo Moscheta recolheu em viagens feitas ao longo da divisa entre os dois países. Arrumadas em colunas e linhas imaginárias sobre o piso, trazem etiquetas que identificam a localização exata onde foram achadas, de acordo com o aparelho de GPS que o artista então usava. Não existe a pretensão, contudo, de reproduzirem ali seu ordenamento original no espaço, aproximando pedras que estavam distribuídas em países distintos e afastando outras que eram antes avizinhadas. Ao deslocar as pedras de seus lugares de origem e mudar com tal gesto, minimamente que seja, os territórios onde elas antes se encontravam, Marcelo Moscheta embaralha demarcações que são menos naturais do que arbitrárias. Mistura de lugares que é ainda reforçada pelos desenhos de grafite sobre PVC arranjados também em grade sobre a parede, como se fossem rebatimento bidimensional das pedras dispostas sobre o chão. Um olhar menos ligeiro revela, porém, que não existe uma correspondência unívoca entre uns e outras, parecendo sugerir que, deste arranjo novo e sem nexos claros, outros territórios – mais acidentados e fluidos – possam ser imaginados.
Outra coleta de pedras, incluindo fragmentos de derivados seus produzidos pelo homem – concreto, paralelepípedo, asfalto – foi feita pelo artista ao longo de caminhadas percorrendo toda a extensão do rio Tietê, de sua nascente à sua foz, no estado de São Paulo. Percurso que foi também aquele feito pelos Bandeirantes mais de dois séculos antes, desbravando terras e escravizando ou matando povos indígenas em nome da geração de riqueza para poucos libertos e brancos. Investigação cartográfica que é, portanto, natural e política, de agora e do passado, e que tem nos minerais achados e escolhidos marcos possíveis para narrar esses fatos. Individualmente identificados com a localização exata de onde foram encontrados, esses fragmentos foram expostos, como artefatos arqueológicos, em duas grandes estantes, postas de um lado e de outro de um grande desenho, também feito em grafite sobre PVC, de uma queda d’água que dia existiu no Tietê, evocando as margens direita e esquerda do rio paulista. Cachoeira que há tempos não existe mais, extinta que foi pela acomodação da água represada do rio necessária à geração de energia. Uma lembrança de que há muito, e por motivos vários, o Tietê gradualmente morre. O nome Arrasto, que dá título ao trabalho, ecoa não somente o movimento forte e fluido das águas, mas a destruição incessante do leito por onde o líquido corre, comprometido por sujeira e mau uso.
Nesses dois trabalhos, escolhidos em meio a outros aparentados, parece haver a clareza da vontade de extrair um tipo que conhecimento que só existe na matéria dura das pedras. A intenção, mesmo que não claramente formulada, de aprender com elas, tomando, da matéria mineral, lições sobre as formas humanas de organizar-se. Intenção de identificar formas de conhecer o mundo político no que está disposto na paisagem cartografada, aproximando-se daquilo que João Cabral de Melo Neto propunha em seu poema “A educação pela pedra”:
Uma educação pela pedra: por lições;
para aprender da pedra, frequentá-la;
captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
ao que flui e a fluir, a ser maleada;
a de poética, sua carnadura concreta;
a de economia, seu adensar-se compacta:
lições de pedra (de fora para dentro,
cartilha muda), para quem soletrá-la.Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
e se lecionasse não ensinaria nada;
lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
uma pedra de nascença, entranha a alma.
Traço central do poema, e também dos trabalhos de Marcelo Moscheta, é o fato de não existir transparência dos significados que o contato com a pedra gera, e sim, ao contrário, opacidade. A pedra como metáfora, talvez, da própria arte. Afinal, é no embate pessoal com as palavras e com a produção artística que cada um pode, no uso de suas capacidades, desejos e memórias, formular sentidos próprios do mundo que são irredutíveis a outras formas. Porque se fosse possível traduzi-los em outros modos, se fosse possível explicar com clareza sobre o que tratam essas expressões escritas ou visuais e como elas atuam sobre cada um que entra em atrito com elas, não haveria nem mesmo a necessidade de existirem assim organizadas. A educação pela pedra, diz o poeta, “é pré-didática”. Como os trabalhos de Marcelo Moscheta mais mostram que provam, a arte que realmente conta é uma que frustre e desafie um conhecimento que se pensava já ter. É aquela que instala uma pedagogia do desaprender. Uma arte que importa é aquela que, paradoxalmente, deseduca, ensinando a quem ela afeta a olhar de novo o entorno que se julgava ser já sabido. É aquela que provoca erosão, que constrói destruindo, que aposta no encontro inesperado entre coisas e corpos. Que deseja o que está por vir, o que pouco ainda se sabe.
texto da exposição individual Erosão Diferencial, realizada no MACC Campinas em 2017
“Se puderes olhar, vê. Se puderes ver, repara”
J. Saramago
“Lama, cristais de sal, rocha, água”
R. Smithson
Embora não existam relatos concretos sobre os primórdios da pintura, sabe-se que esta nasce “em negativo”. Plínio, o Velho, em sua “História Natural”, conta-nos o episódio de uma jovem, filha de um artífice de Corinto (Grécia) que, enamorada por um rapaz prestes a deixar a cidade, teria fixado por meio de linhas, o perfil do amante projetado na parede, à luz de uma candeia.
Constituindo talvez um dos mais incertos e misteriosos episódios da história da arte, onde tudo se presta a conjecturas, nele se concretiza muito daquilo que ainda hoje entendemos por “imagem”: entre presença e ausência, simulacro e substituição.
Se a sombra está na origem da pintura, o negativo está na origem da fotografia, a qual, séculos mais tarde, acrescenta uma nova possibilidade ontológica: uma imagem é também vestígio material de um referente, “traço” ou “índice”.
Ocorrem-me estas duas “narrativas da origem”, afastadas entre si, a propósito do que Marcelo Moscheta nos apresenta em “Plano Inclinado”, a sua 2a exposição individual na SIM Galeria. Não por se tratar de uma exposição que versa sobre disciplinas específicas, antes pelo contrário, a proposta que Moscheta nos traz radica no exercício pós-moderno da escultura, isto é, a superação da disciplina e a ideia de que é possível realizar todas as modalidades possíveis do procedimento artístico, mesmo aquelas que pertencem a outro domínio, do antropológico, do documental, da mera recolecção, inventariação, do arquivo, do cinemático.
Laboratório de ensaio da arte contemporânea, a que alguns autores chamam de “arte-como-coisa-sem-nome”, a escultura desenvolveu-se no último século por várias outras vias que tornam o seu estatuto um lugar permanente de negociação. O filme, o vídeo e a fotografia agregaram-lhe a possibilidade de não deixar de ser escultura, mas poder ser também objeto e instalação, de se organizar no plano ficcional, abordar o diferido, a ausência e a não- representação.
Posto isto, é possível que nos equivoquemos se olharmos para o trabalho de Marcelo Moscheta a partir do rigor clínico e mineral que o aproxima das ciências exatas. Porque atentando somente para esta “exterioridade”, deixaremos de observar o quanto está próximo dessa erótica dos primórdios, memória de um corpo ausente, de que nos falava Plínio, O Velho. Em suma, deixaremos de enxergar um aspeto significativo que é a operação do “imaginário”, essa “guloseima canibal que transforma o real”, que tanto instigou Freud.
De um modo geral, o trabalho de Moscheta opera nesta dialética ou tensão, e julgo que um único trabalho desta exposição é capaz de falar por toda esta complexidade, da mesma forma que uma pedra pode falar sobre a paisagem geológica a que pertence.
Intitulado “Memória Gráfica”, em referência ao conjunto de pedras litográficas que o artista encontrou quebradas de modo irregular nas suas bordas, trata-se de uma instalação que ocupa um espaço destacado da galeria, e organiza à sua volta todos os trabalhos restantes.
A ideia que nos dá, é que através dos fragmentos podemos compor mentalmente uma pequena cordilheira imaginária de “cheios” e “vasados”, numa operação artística que une o desenho ao objeto, como parte de um mesmo sistema linguístico. O dinamismo que confere ao espaço, relaciona-se não apenas a esta operação, mas também a uma ideia de origem e destino final, de nós, do mundo.
Como refere Moscheta “este trabalho procura transformar a memória contida na superfície da pedra, que um dia foi berço de inúmeras reproduções, em uma nova e última estampa, negra. Segue acumulando imagens em camadas e mais camadas, como que um palimpsesto de todas as anteriores. Um jogo cíclico entre a ideia de reprodução e de origem”.
O desenho de grafite sobre um fundo negro, rebate e multiplica o horizonte mental da exposição, como uma “superfície de projeção” onde a meticulosidade do arranjo formal abre para uma deliberada alienação da possibilidade expressiva, e destitui inclusive a dimensão cognitiva da técnica.
Esta sensibilidade do trabalho de Marcelo Moscheta, em que o legado conceitual é atravessado pelo sentimento problemático da sua própria historicidade – porque o presente não se adensa nem deposita memória -, torna-se aqui um exercício de ir e voltar. É este movimento que perpetuamente refaz a nossa relação erótica com a imagem, entre presença e ausência.
texto para a exposição individual Plano Inclinado, realizado na SIM Galeria, Curitib em 2017.
Você se lembra? Você se lembra daqueles ficheiros metálicos imensos, com a face tomada por pequenas gavetas, estas repletas das fichas de catalogação datiloscritas com o precioso número de tombo que permitia localizar cada volume impresso da biblioteca por entre os muitos corredores de estantes de madeira ou metal? Lembra-se de como as fichas ficavam organizadas por ordem alfabética do sobrenome do autor; e as estantes dispostas em ordem crescente de numeração? Esses números, traduções arbitrárias da organização do saber em disciplinas e áreas de conhecimento, reuniam em uma mesma estante publicações mais ou menos afins. A ordem alfabética das fichas, por sua vez, produzia em sua ordem indiferente os mais chocantes encontros entre autores e temas que se justapunham em papéis vizinhos.
Lembrar ou não de tais aparatos de organização dos conhecimentos diz muito sobre a idade (e assiduidade aos estudos) de cada um de nós. Já para desconhecer o funcionamento geral dos mecanismos de busca do google e afins é preciso estar, bem, bastante desconectado de nosso tempo. Neles, não é preciso saber o nome do autor, nem mesmo saber o que se está procurando: algumas palavras chave, uma pergunta ou um fragmento de frase são suficientes para ativar um algoritmo que, em altíssima velocidade, processa o maior banco de dados da história da humanidade e tenta “adivinhar” as ocorrências com maior probabilidade de interessar o usuário (levando em conta suas outras buscas, seu histórico, sua localização e horário, além de todas as outras buscas já feitas através do mesmo algoritmo, hierarquizadas por ordenação, recorrência e por uma avaliação de desempenho pregresso).
Veja, não se trata apenas de uma mudança de ferramentas: o que muda é a própria relação com o conhecimento. Estamos nos afastando (por superação? por decadência?) das estruturas modernas de organização do saber. As novas ferramentas são mais amigáveis e ágeis, têm o benefício de ocupar muito pouco espaço e serem extremamente móveis, mas, por outro lado, operam mecanismos opacos, difíceis de compreender e mesmo de visualizar: são ferramentas criadas por corporações, atualizadas em tempo real, parciais, arbitrárias e dotadas de engrenagens invisíveis. As máquinas modernas de saber são pesadas, lentas, também arbitrárias e parciais, mas pelo menos fáceis de criticar, pois seu funcionamento depende da reiteração ad nauseum de seus princípios.
Para o pensamento moderno, não basta, por exemplo, que exista a ideia da biologia como ciência, ela precisa ser constantemente reafirmada por cadeiras universitárias, enciclopédias, dicionários especializados, por todo um ramal de catalogação bibliográfica, linhas de pesquisa etc. Cada conceito moderno precisa ser reforçado como categoria praticada pelo moto-contínuo da modernidade: nomear, abstrair, dividir, analisar, ordenar, subdividir, classificar, comparar, provar e assim sucessivamente.
Marcelo Moscheta vive em tensão com esse modelo de organização do conhecimento. Por um lado, ele investe grande energia em deslocamentos por ambientes naturais – o Ártico polar, o deserto do Atacama, a fronteira entre Brasil e Uruguai – nos quais imerge como um explorador fenomenológico da paisagem, das pedras, dos caminhos e da natureza; neste aspecto, ele procura os ambientes limítrofes em relação ao campo organizado da cultura e dos saberes. Por outro lado, ele herda da tradição ocidental (e mais diretamente de seu pai, professor de botânica) uma série de princípios de organização sistemática das coisas do mundo: catalogação, medição, seriação, tabulação, reprodução e nomeação de espécimes, fragmentos do mundo natural traduzidos como itens em compêndios supostamente objetivos e verdadeiros.
Todas essas ações frias do saber técnico – identificadas com o cientificista pathos do pensamento moderno – integram os processos criativos de Moscheta da mesma forma que os cálculos de resistência dos materiais integram os projetos de um bom arquiteto. São modelos herdados que fazem com que a criação não parta exclusivamente da folha em branco, mas também de equações já apreendidas sobre o comportamento das coisas: imposição de limites que lhe reveste o pensamento com um véu de objetividade e verdade. Estamos falando de relações preexistentes entre formas de pensar, modos de olhar e ações de análise que são exacerbados pelo artista até se tornarem estruturas conceituais, esquemas compositivos e gestos poéticos, respectivamente.
Na obra de Moscheta, tudo que havia de peculiar, pesado e artificioso na organização dos já nostálgicos ficheiros das bibliotecas retorna ampliado e reformado por desígnios poéticos muitas vezes alimentados por imersões em paisagens desconhecidas e por projeções de forma, desenho e enquadramento. Assim, o que é dura artificialidade da organização do saber recebe uma paródia sagaz e se transmuta em lúdico arranjo.
É sabido que o pensamento analítico torna-se mais e mais cego para a totalidade do contexto quanto mais se aprofunda na tarefa de nomear e estruturar partículas menores e mais recortadas da realidade concreta – Marcelo Moscheta não corrige essa miopia, mas se aproveita dela para trapacear no jogo do pensamento moderno e criar suas máquinas de sonho presente.
texto para o catálogo da exposição Carbono 14, realizado na SIM Galeria em Curitiba em 2015
A diferença entre meridianos e paralelo é simples. Os primeiros correspondem aos cortes longitudinais que realizamos numa laranja para comer os pedaços diretamente, enquanto os segundos começam no corte da laranja destinado a extrair seu suco. Em resumo, os meridianos são arbitrários, nunca saberemos em que lugar exato da laranja vamos executar um corte longitudinal, mas os paralelos são naturais, toda laranja tem um equador entre seus polos. Enquanto Greenwich foi um tratado político, os paralelos são geográficos; a linha equatorial não poderia estar num outro lugar do globo, o mesmo acontece com os trópicos –Câncer e Capricórnio–, que constituem linhas em que cada solstício de verão ou inverno, o sol alcança seu zênite, uma posição de 90o em relação à Terra e, então, os objetos esquecem de projetar suas próprias sombras.
Na sua residência de dez dias na Plataforma Atacama, no deserto de Chile, Marcelo Moscheta desenvolveu uma ação que levou tempo e esforço: criar um caminho de pedras cuja extensão de 15 metros seguisse e, simultaneamente, revelasse o Trópico de Capricórnio, pedras que, por tanto, carecerão de sombra durante o zênite solar de cada ano.
Deixar uma pista implica imaginar um futuro que, no tempo dilatado do deserto, aparentemente imóvel, pode acontecer daqui a um dia ou daqui a 10.000 anos, quando outro viajante percorra, com seus passos, esse rasto. Viajante futuro que, vendo as pedras empilhadas, saberá que alguém esteve ali e, senão lhe faltar paciência nas suas observações, terminará por saber qual linha assinalou Moscheta; o sol se encarregará de mostra-lhe.
A ação de construir a linha, empilhar as pedras, tem uma dupla conotação; de um lado, opera como memória de um fato passado, de outro, atua como mensagem dirigida ao futuro. Porém, o curioso do trabalho de Moscheta consiste em que esse futuro converte-se em presente, enquanto o presente converte-se em passado. Explico-me. Moscheta deixa um rasto que eventualmente será lido, ao tempo que, ele próprio encontrasse lendo rastos passados, dos primeiros habitantes de Atacama, cujos sinais foram recolhidos pelo artista com ajuda da arqueóloga Ana María Barón, que tem uma coleção de pedras de 10.000 anos de história. Nesse sentido, Moscheta parece conjugar dois lugares no tempo, pois, se de um lado, deixa pegadas para um viajante ulterior; de outro, assume o lugar desse viajante quando lê os traços de uma civilização remota.
Duplo lugar no tempo que acaba por eclipsá-lo, por torna-lo um presente pleno, sem sombras. Moscheta está no futuro do passado dos antigos habitantes da zona, enquanto está no passado do futuro dos possíveis visitantes de suas pedras.
De toda essa experiência surge a exposição 1000 km: 10.000 anos, curada por Alexia Tala na Galeria Leme, e conformada por três obras.
A primeira, Linha: Tempo: Espaço, consiste em uma grande acumulação de pedras sobre uma base cumprida, característica que remite, de fato, a ação realizada no deserto. Contudo, olhando a obra, é possível advertir que não se trata de muitas pedras, mas de réplicas de uma só, em cerâmica, cada uma das quais apresenta uma pequena placa de metal indicando coordenadas. Coordenadas que levariam supor diferentes lugares de localização do objeto, porém, tratando-se de uma pedra só, isso acaba se tornando uma contradição; não posso encontrar uma mesma pedra em pontos diferentes, assim como não consigo esta aqui e ali no mesmo tempo. Paradoxo tangível que lembra o jogo temporal exposto antes, e que é completado por um elemento: a pedra modelo não é uma pedra qualquer, mas uma ferramenta usada por aqueles que habitaram a região vários milênios atrás.
A seguinte peça, Atacama: 28.04-06/2012, é uma imagem de grafite sobre PVC, técnica que Moscheta tem desenvolvido com destreza no transcorrer de sua carreira. Trata-se de um mapa que da conta de suas rotas pelo deserto; vista capturada a uma grande distância da superfície do globo. Finalmente, Timelapse é uma caixa pequena que guarda areia e pedras de Atacama, acompanhada de uma placa em metal que lembra uma mensagem legada ao futuro, dirigida a algum extraterrestre que, por acaso, tropece com nossos restos. Nessa obra, novamente aparece uma contraposição: a caixa, de uns poucos centímetros quadrados, bem que pode conter uma visão panorâmica da imensidade completa do deserto, mas tudo depende do ponto de vista, da escala que atribuímos ao objeto.
Moscheta faz convergir as noções de longe e perto, passado e futuro. De forma que aqui e ali, antes e depois, acabam compartilhando uma única e mesma substância na sua obra. Está nas mãos do visitante a escolha: olhar na caixa de Timelapse, areia miúda ou a extensão de um território enorme; ou encontrar na pedra do deserto, um futuro ainda por vir ou um passado que já foi embora.
ArtNexus Magazine . No.90 . Volume 12 . 2013
No começo século do XIX os artistas descobriram que poderiam pintar a natureza como a sentiam, e não mais sua simples representação pictórica.
Marcelo Moscheta, artista paulista que vive em Campinas, já deve estar acostumado com as paisagens “monótonas” na sua aparente calmaria, a se perderem de vista no horizonte do interior do estado de São Paulo. Dramáticas, se deixam predominar pelo verde esmaecido formado pelas plantações da cana-de-áçucar que tomam conta da região. São campos monocórdicos acobertados por um gigantesco céu de um azul meio acinzentado, igualmente meio esmaecido. Características que dão à região uma certa melancolia, só quebrada quando nuvens brancas entremeadas de ora cinzas ora negras, passam por aquele céu.
Em meio a esta “monotonia” que descrevo, o que se percebe nos desenhos “inventados” do artista, como Still, ou na série Branco Gelo, é, pelo contrário, um mundo muitas vezes soturno e também em constante transformação. Uma atmosfera poética que nos espreita no silêncio aterrador dessas paisagens desenhadas, onde a arte se mistura com experiências vividas.
Em Céu/Lugar ou então em Still, o artista repete um gesto romântico como o artista inglês Alexander Colzens (c.1717-1799), o de olhar para as nuvens e observar os seus movimentos e transformações.
As nuvens são formações etéreas de partículas de água suspensas na atmosfera. Com estes desenhos de memória do que foi contemplado na natureza, Moscheta nos fala de maneira simples da nossa transitoriedade na terra. Ao se observar atentamente tais desenhos e os das outras séries, tem-se a sensação de que se olha não a uma imagem congelada, mas a uma paisagem cujo elemento principal está em um lento e constante movimento, quase morto. Como se não existisse ali o instante, mas apenas a noção imperceptível do entrementes, entre um e outro momento. Entre um quadro congelado e outro. É como percebemos, por exemplo, a construção do movimento das imagens no cinema.
Estética que acaba por trazer à estas paisagens um questionamento sobre a representação do que se vê, como a realidade no mundo que habitamos. Não se sabe diferenciar o que foi imaginado do que foi realmente vivenciado pelo artista. Os desenhos confundem a nossa percepção para identificar o que é verdadeiro ou fantasioso nestas paisagens silenciosas.
O resultado de sua fatura que resulta em imagens/desenhos perfeitos, de um mundo que fica entre o falso e real, uma dicotomia que mais lembra a fotografia em preto e branco, daquelas meio rudimentares, onde podemos perceber a granulação da imagem. Como se fossem vistas instáveis, captadas pelo olhar mecânico da fotografia, de um mundo que se desmaterializa lentamente, imperceptível à nossa compreensão (incompreensão?) contemporânea da passagem do tempo.
Este resultado lhes confere um sentido sublime, como o que se percebia no romantismo. São vistas distantes, que na analogia desse movimento artístico do final do século XVIII e começo do XIX, poderiam ser a representação do paraíso.
Mas que paraísos seriam estes de Moscheta? Nas suas vistas panorâmicas parece não haver lugar para o homem. O que se vê são ambientes naturais desolados e hostis à sua presença. Uma dramaticidade só vista em seu sentido simbólico nos céus turbulentos e mares revoltos das pinturas de Willian Turner (1775-1851); este outro pintor inglês que, no auge do romantismo europeu, expôs com eloqüência os “medos” do mundo na sua época.
As paisagens de Marcelo Moscheta recuperam emoções adormecidas na virtualidade da era contemporânea, em que vivemos mediados por imagens digitais, sem materialidade. O artista recupera o fazer artesanal e meticuloso nos seus desenhos. Um trabalho físico de fato, ao se debruçar sobre a superfície de uma folha de PVC, suporte para suas imagens, e pacientemente criar sua arte. Os desenhos (ou pinturas) a grafite são resultados encorpados, de um complexo processo artístico que se dá em diversas etapas.
As imagens “fotográficas” surgem do apagamento de uma superficie que, inicialmente coberta pelo grafite, transforma-se em uma “espessa” camada de pó que se acomoda sobre o suporte plástico, sem no entanto se fixar. Na sequência é meticulosamente retirado/apagado com borracha que resultam em áreas claras e escuras sombreadas que formam esses lugares silenciosos e suspensos que habitam nossa memória.
O artista nada mais faz do que nos permitir a contemplação de um mundo misterioso no plano do desenho, do qual estaríamos destacados pelo vazio que nos distancia da parede e o outro lado em que o habitamos como observadores e nada mais.
texto para o catálogo da individual [ZERO] – Leo Bahia Arte Contemporânea, 2007