Em sua primeira individual na Vermelho, Elilson apresenta um conjunto de oito trabalhos inéditos que desdobram alguns dos elementos-chave de sua pesquisa: as relações entre mobilidade e performance, o ato de caminhar e o ato de contar histórias, o público e o privado, além de jogos de palavras e da noção de História como escrita coletiva sempre em movimento.
Materializados em vídeos, objetos, instalações, textos e peças sonoras, os trabalhos de Tempo-mandíbula dialogam, como sugerido pelo título, com a irrefreável passagem das coisas, das pessoas e do tempo, em um momento político-histórico-social cada vez mais limítrofe e com deflagrado desinteresse pela vida e pela morte. O título da exposição é inspirado no verso São Paulo, cidade-mandíbula, de autoria do poeta Jonatas Onofre, cuja composição integra um dos trabalhos expostos.
Em sua primeira individual na Vermelho, Elilson apresenta um conjunto de oito trabalhos inéditos que desdobram alguns dos elementos-chave de sua pesquisa: as relações entre mobilidade e performance, o ato de caminhar e o ato de contar histórias, o público e o privado, além de jogos de palavras e da noção de História como escrita coletiva sempre em movimento.
Materializados em vídeos, objetos, instalações, textos e peças sonoras, os trabalhos de Tempo-mandíbula dialogam, como sugerido pelo título, com a irrefreável passagem das coisas, das pessoas e do tempo, em um momento político-histórico-social cada vez mais limítrofe e com deflagrado desinteresse pela vida e pela morte. O título da exposição é inspirado no verso São Paulo, cidade-mandíbula, de autoria do poeta Jonatas Onofre, cuja composição integra um dos trabalhos expostos.
























Instalação. Moinho catavento com 18 hélices serigrafadas.
Serigrafia: Nina Lins.
Foto Galeria Vermelho
Nome ao ar é um objeto instalado no pátio da galeria.
Um moinho catavento, cujas 18 hélices têm inscrições em serigrafia de um conjunto de adjetivos que remetem a modos de extermínio de corpos LGBTs, que, ao longo da história, tem seus substantivos próprios sublimados e massificados.
Assim, entre termos como “arremessados”, “empalados”, “fuzilados” e “suicidados”, que nomeiam aniquilamentos de ontem e em curso, também gira, de acordo com a intensidade do vento que circula pelo pátio, a palavra “vi-vos”, grafada assim, hifenizada pela sílaba tônica.
Instalação. Moinho catavento com 18 hélices serigrafadas.
Serigrafia: Nina Lins.
Nome ao ar é um objeto instalado no pátio da galeria.
Um moinho catavento, cujas 18 hélices têm inscrições em serigrafia de um conjunto de adjetivos que remetem a modos de extermínio de corpos LGBTs, que, ao longo da história, tem seus substantivos próprios sublimados e massificados.
Assim, entre termos como “arremessados”, “empalados”, “fuzilados” e “suicidados”, que nomeiam aniquilamentos de ontem e em curso, também gira, de acordo com a intensidade do vento que circula pelo pátio, a palavra “vi-vos”, grafada assim, hifenizada pela sílaba tônica.
Moinho catavento com 18 hélices serigrafadas
Foto Galeria Vermelho
Carta ao vento é uma peça sonora que compõe uma instalação em conjunto a Nome ao ar. Trata-se de uma carta endereçada a Tibira do Maranhão, homem tupinambá que foi condenado à morte no canhão em 1612 ou 1613, sendo a primeira vítima da homofobia de que se tem registro em solo brasileiro. A proposição é que a energia eólica gerada pelo moinho catavento execute o áudio, que desdobra um dos principais eixos das pesquisas atuais do artista, que é propor textos em que se misturem tempos históricos, inserindo o ouvinte em um exercício conjunto de imaginação política.
Peça sonora, 5’
600cm de altura por 340cm de diâmetro
Moinho catavento com 18 hélices serigrafadas
Foto Galeria VermelhoCarta ao vento é uma peça sonora que compõe uma instalação em conjunto a Nome ao ar. Trata-se de uma carta endereçada a Tibira do Maranhão, homem tupinambá que foi condenado à morte no canhão em 1612 ou 1613, sendo a primeira vítima da homofobia de que se tem registro em solo brasileiro. A proposição é que a energia eólica gerada pelo moinho catavento execute o áudio, que desdobra um dos principais eixos das pesquisas atuais do artista, que é propor textos em que se misturem tempos históricos, inserindo o ouvinte em um exercício conjunto de imaginação política.
Peça sonora, 5’
Serigrafia sobre acrílico espelhado, fotografia digital e texto
Foto Galeria Vermelho
foto: Amanda Melo da Mota
texto: 30 x 20,5 cm cada parte de 2 / foto: 61,5 x 61,5 cm
Serigrafia sobre acrílico espelhado, fotografia digital e texto
Foto Galeria Vermelhofoto: Amanda Melo da Mota
Foto Galeria Vermelho
Vídeo em dois canais. Cor e som
Foto Galeria Vermelho
Nesse trabalho em vídeo em dois canais, vê-se, em uma das telas, Elilson descendo de joelhos, degrau por degrau, a escadaria da Catedral da Sé, em São Paulo, e, na outra, a perspectiva de uma câmera GoPro revela um poema sendo escrito a giz. Trata-se de uma revisitação que o artista fez à primeira performance que realizou na cidade de São Paulo, como visitante, em 2016: inscreveu na escadaria da Sé o poema “À memória de um Francisco”, do amigo e poeta Jonatas Onofre, escrito em tributo a Francisco Erasmo Rodrigues de Lima, que, em setembro de 2015, às vésperas do feriado da Independência, deu a vida para salvar uma desconhecida mantida refém por um sequestrador. O tributo ao homem que teve sua vida anônima convertida em morte pública e televisionada em tempo real foi feito de supetão pelo artista, cumprindo uma promessa feita ao poeta, de que transformaria o texto em ação. Agora, em 2022, a ação ganha outras camadas narrativas, ainda que situada na mesma escadaria, patrimônio histórico em que monumentalidade e impunidade se imbricam para salientar as histórias dos cartões-postais da “cidade-mandíbula”.
Poema citado: Jonatas Onofre
Captação e edição de vídeo: Lorena Pazzanese
10’30’’
Vídeo em dois canais. Cor e som
Foto Galeria VermelhoNesse trabalho em vídeo em dois canais, vê-se, em uma das telas, Elilson descendo de joelhos, degrau por degrau, a escadaria da Catedral da Sé, em São Paulo, e, na outra, a perspectiva de uma câmera GoPro revela um poema sendo escrito a giz. Trata-se de uma revisitação que o artista fez à primeira performance que realizou na cidade de São Paulo, como visitante, em 2016: inscreveu na escadaria da Sé o poema “À memória de um Francisco”, do amigo e poeta Jonatas Onofre, escrito em tributo a Francisco Erasmo Rodrigues de Lima, que, em setembro de 2015, às vésperas do feriado da Independência, deu a vida para salvar uma desconhecida mantida refém por um sequestrador. O tributo ao homem que teve sua vida anônima convertida em morte pública e televisionada em tempo real foi feito de supetão pelo artista, cumprindo uma promessa feita ao poeta, de que transformaria o texto em ação. Agora, em 2022, a ação ganha outras camadas narrativas, ainda que situada na mesma escadaria, patrimônio histórico em que monumentalidade e impunidade se imbricam para salientar as histórias dos cartões-postais da “cidade-mandíbula”.
Poema citado: Jonatas Onofre
Captação e edição de vídeo: Lorena Pazzanese
Foto Galeria Vermelho
Foto Galeria Vermelho
Foto Galeria Vermelho
Foto Galeria Vermelho
Foto Galeria Vermelho
Foto Galeria Vermelho
Relato de ação em carvão sobre parede
Foto Galeria Vermelho
Dimensões variáveis
Relato de ação em carvão sobre parede
Foto Galeria VermelhoInstalação composta por carrinho, 06 camisetas e registro em vídeo
MDF, ferro, rodízios e espelho com adesivo em vinil.
2,75 x 1,70 x 1,20 (carrinho), 8’(vídeo)
Execução de projeto (marcenaria): Agemiro Coelho
Captação e edição de vídeo: Renata Vieira
Performers colaboradores: Maria Luiza Nascimento, Mariano Sobrancelha, Mayara Millane, Paulina Albuquerque e Rafael Bqueer
Produção: Júlia Fontes.
Foto Galeria Vermelho
Um carrinho de 2,75 m de comprimento e 1,70 m de altura com 6 puxadores de ferro em uma das faces e um espelho na outra contendo a frase “A história nunca se apresenta de frente” transitou na Avenida Paulista. Os performers-puxadores vestiam camisas cinzas cujas letras estampadas nas costas formavam a frase “O outro”. A frase original – “O outro nunca se apresenta de frente” – recolhida pelo artista de um texto impresso do filósofo Merleau-Ponty encontrado na rua, é colocada em jogo com a variação “A história”, ressoando uma de suas principais práticas: a caminhada de costas em coro como uma profanação da expressão primeira e absoluta da ordem e do progresso: o andar para frente. O carrinho, o registro em vídeo da ação e o conjunto de camisetas formam um núcleo instalativo na exposição.
Instalação composta por carrinho, 06 camisetas e registro em vídeo
MDF, ferro, rodízios e espelho com adesivo em vinil.
2,75 x 1,70 x 1,20 (carrinho), 8’(vídeo)
Execução de projeto (marcenaria): Agemiro Coelho
Captação e edição de vídeo: Renata Vieira
Performers colaboradores: Maria Luiza Nascimento, Mariano Sobrancelha, Mayara Millane, Paulina Albuquerque e Rafael Bqueer
Produção: Júlia Fontes.
Um carrinho de 2,75 m de comprimento e 1,70 m de altura com 6 puxadores de ferro em uma das faces e um espelho na outra contendo a frase “A história nunca se apresenta de frente” transitou na Avenida Paulista. Os performers-puxadores vestiam camisas cinzas cujas letras estampadas nas costas formavam a frase “O outro”. A frase original – “O outro nunca se apresenta de frente” – recolhida pelo artista de um texto impresso do filósofo Merleau-Ponty encontrado na rua, é colocada em jogo com a variação “A história”, ressoando uma de suas principais práticas: a caminhada de costas em coro como uma profanação da expressão primeira e absoluta da ordem e do progresso: o andar para frente. O carrinho, o registro em vídeo da ação e o conjunto de camisetas formam um núcleo instalativo na exposição.
Foto Galeria Vermelho
Carrinho em MDF, ferro, espelho, vinil adesivo, rodízios fixos e giratórios; impressão vinílica sobre camistas; relato/ descrição da performance; vídeo de registro da ação – cor e som
Foto Galeria Vermelho
Um carrinho com 6 puxadores em uma das faces e um espelho na outra contendo a frase “A história nunca se apresenta de frente” transitou na Avenida Paulista. Os performers-puxadores vestiam camisas cinzas em que letras estampadas nas costas formavam a frase “O outro”.
A frase original – “O outro nunca se apresenta de frente”– recolhida pelo artista de um texto impresso do filósofo Merleau-Ponty encontrado na rua, é colocada em jogo com a variação “A história”, ressoando uma de suas principais práticas: a caminhada de costas em coro como uma profanação da expressão primeira e absoluta da ordem e do progresso: o andar para frente.
Dimensões variáveis
Carrinho em MDF, ferro, espelho, vinil adesivo, rodízios fixos e giratórios; impressão vinílica sobre camistas; relato/ descrição da performance; vídeo de registro da ação – cor e som
Foto Galeria VermelhoUm carrinho com 6 puxadores em uma das faces e um espelho na outra contendo a frase “A história nunca se apresenta de frente” transitou na Avenida Paulista. Os performers-puxadores vestiam camisas cinzas em que letras estampadas nas costas formavam a frase “O outro”.
A frase original – “O outro nunca se apresenta de frente”– recolhida pelo artista de um texto impresso do filósofo Merleau-Ponty encontrado na rua, é colocada em jogo com a variação “A história”, ressoando uma de suas principais práticas: a caminhada de costas em coro como uma profanação da expressão primeira e absoluta da ordem e do progresso: o andar para frente.
Foto Galeria Vermelho
Carrinho plataforma, cimento e neon
Foto Vermelho
Neste objeto, um carrinho de carga do modelo plataforma tem uma base de cimento e um letreiro em neon com a palavra “Regionalismo”. Inclinada diagonalmente, acoplada ao cimento como uma lápide, a palavra acende um jogo de ideias presente em um ano marcado por efemérides e debates regionais oficializados como nacionais pelo fato de se situarem historicamente no eixo São Paulo-Rio. Se a palavra em neon ainda representa um termo insistentemente usado para “classificar” a arte produzida ou advinda fora desse eixo, os materiais utilizados no trabalho podem dialogar com duas marcas regionais da arte sudestina.
Dimensões variáveis
Carrinho plataforma, cimento e neon
Foto VermelhoNeste objeto, um carrinho de carga do modelo plataforma tem uma base de cimento e um letreiro em neon com a palavra “Regionalismo”. Inclinada diagonalmente, acoplada ao cimento como uma lápide, a palavra acende um jogo de ideias presente em um ano marcado por efemérides e debates regionais oficializados como nacionais pelo fato de se situarem historicamente no eixo São Paulo-Rio. Se a palavra em neon ainda representa um termo insistentemente usado para “classificar” a arte produzida ou advinda fora desse eixo, os materiais utilizados no trabalho podem dialogar com duas marcas regionais da arte sudestina.
Foto Galeria Vermelho
Foto Galeria Vermelho
Vídeo – cor e som
Foto still do vídeo
Neste vídeo de 8’ projeta-se um colecionismo cotidiano e afetivo: a caminhada-busca por relógios públicos parados. Restringidos à função de artefatos decorativos ou ignorados por uma massa em vaivém frenético e incessante que foi desabituada a reparar nas fachadas dos prédios, esses relógios, situados em estabelecimentos, instituições públicas e prédios desabitados, parecem testemunhar, com seus ponteiros estagnados e em greve contra as horas oficiais, que o tempo é uma invenção. No título, trocando a ordem dos termos “certo” e “parado” no ditado popular, o artista destaca a incerteza e a paralisação do tempo, pensando sobretudo num costume popular hoje tão perdido quanto a função dos relógios: parar os ponteiros sempre que morra alguém.
8’
Vídeo – cor e som
Foto still do vídeoNeste vídeo de 8’ projeta-se um colecionismo cotidiano e afetivo: a caminhada-busca por relógios públicos parados. Restringidos à função de artefatos decorativos ou ignorados por uma massa em vaivém frenético e incessante que foi desabituada a reparar nas fachadas dos prédios, esses relógios, situados em estabelecimentos, instituições públicas e prédios desabitados, parecem testemunhar, com seus ponteiros estagnados e em greve contra as horas oficiais, que o tempo é uma invenção. No título, trocando a ordem dos termos “certo” e “parado” no ditado popular, o artista destaca a incerteza e a paralisação do tempo, pensando sobretudo num costume popular hoje tão perdido quanto a função dos relógios: parar os ponteiros sempre que morra alguém.
Foto Galeria Vermelho
Instalação. Moinho catavento com 18 hélices serigrafadas.
Serigrafia: Nina Lins
Foto Galeria Vermelho
Nome ao ar é um objeto instalado no pátio da galeria.
Um moinho catavento, cujas 18 hélices têm inscrições em serigrafia de um conjunto de adjetivos que remetem a modos de extermínio de corpos LGBTs, que, ao longo da história, tem seus substantivos próprios sublimados e massificados.
Assim, entre termos como “arremessados”, “empalados”, “fuzilados” e “suicidados”, que nomeiam aniquilamentos de ontem e em curso, também gira, de acordo com a intensidade do vento que circula pelo pátio, a palavra “vi-vos”, grafada assim, hifenizada pela sílaba tônica.
600 cm de altura por 340 cm de diâmetro
Instalação. Moinho catavento com 18 hélices serigrafadas.
Serigrafia: Nina Lins
Nome ao ar é um objeto instalado no pátio da galeria.
Um moinho catavento, cujas 18 hélices têm inscrições em serigrafia de um conjunto de adjetivos que remetem a modos de extermínio de corpos LGBTs, que, ao longo da história, tem seus substantivos próprios sublimados e massificados.
Assim, entre termos como “arremessados”, “empalados”, “fuzilados” e “suicidados”, que nomeiam aniquilamentos de ontem e em curso, também gira, de acordo com a intensidade do vento que circula pelo pátio, a palavra “vi-vos”, grafada assim, hifenizada pela sílaba tônica.
Foto Galeria Vermelho