Cem anos, na fachada da galeria, trata da celebração dos casamentos duradouros. Tradicionalmente, na cultura ocidental, o presente
dado ao casal na comemoração de cada ano vivido em matrimônio deve ser feito com um material específico. Iniciada na Alemanha medieval, a tradição da celebração de uma união previa que no 25º aniversário de casamento os noivos fossem presenteados com uma coroa de prata e, aos 50, com uma coroa de ouro. Com o tempo outras simbologias foram criadas para cada ano celebrado. Uma lista de cem palavras é o que pode ser visto e lido na instalação que Rosângela Rennó propõe, em colaboração com Daniela Seixas, para a fachada da galeria. Sob fundo prateado, estão enumeradas as cem bodas e seus respectivos materiais, num exercício catalográfico que representa a linha temporal que vai do primeiro ano ao centenário.
A intervenção na fachada de Laercio Redondo evoca uma frase atribuída ao arquiteto Paulo Mendes da Rocha, autor do projeto da galeria: A arquitetura não foi feita para enfeitar o desastre. O trabalho de Redondo é frequentemente motivado pela interpretação de eventos específicos relacionados com a cidade, a arquitetura e representações históricas.
SOMOS é a fachada da segunda individual na Vermelho do colombiano radicado em Paris Iván Argote.
O artista recusa as fronteiras geopolíticas e emocionais para refletir sobre as barreiras físicas e mentais que nos separam como seres humanos por questões ligadas a crenças, tradições, princípios e mitos. SOMOS se torna um monumento para a reaproximação.
Monumento é a série formada por desenhos lineares, feitos com pinos e elásticos – a linha elástica fechada se apoia em cada um dos pinos previamente fixados na parede, armando um contorno de segmentos retilíneos. Construções do desejo, bordas de falésias tangíveis, fronteiras em suspensão, limites instáveis da forma. Nuvens. Com diferentes materialidades, este conjunto apresenta operações do desenho que re-significa o espaço por meio das dobras e da flexibilidade da linha: com a linha-elástico e mínimos pontos de apoio, o monumento se eleva em sua verticalidade frágil.
Na sua sexta individual na Vermelho, Dora Longo Bahia realiza na fachada uma grande pintura que tem como fundo a mesma tinta cinza utilizada pela prefeitura de São Paulo em 2017 para cobrir algumas pinturas de arte urbana na cidade.
A intervenção ganha mais uma camada de leitura quando lembramos que sobre a parede de 109m² da fachada da galeria já foram apresentados mais de 90 intervenções de diversos artistas.