220 x 220 x 6 cm
Tinta e massa acrílica sobre placa de compensado laminado, arame farpado, arame, madeira e pregos Foto Ana Pigosso In “Matriz legal” [Legal matrix], Komatsu creates geometric and labyrinthine designs with barbed wire on wooden supports, encircling “prepared” areas with paint and acrylic putty. The white fields, which would usually be the basis for the pictorial construction on the wooden panels, are supplemented - or oppressed - by the potential danger represented by the barbed wire.160 x 91 x 41 cm
Tinta esmalte a base d'água sobre cantoneira de aço, vidro temperado blindex 8mm, corrente corroída por ácido muriático Foto Filipe Berndt “Dormente” (2021), de André Komatsu opera em duas chaves. A primeira no título, que descreve a peça que sustenta os trilhos de trem e, ao mesmo tempo, algo que está adormecido, insensível. Dinamismo e imobilidade. Progresso e estagnação. A segunda chave está na estrutura da peça feita de vidro, cantoneiras aço e corrente de ferro. A corrente corroída pela metade por ácido, repousa sobre o vidro que, a depender da luz ou da posição do espectador, se torna espelho ou janela. No reflexo, a corrente pode aparecer inteira nova, ou inteira corroída.160 x 91 x 41 cm
Tinta esmalte a base d'água sobre cantoneira de aço, vidro temperado blindex 8mm, corrente corroída por ácido muriático Foto Filipe Berndt “Dormente” (2021), de André Komatsu opera em duas chaves. A primeira no título, que descreve a peça que sustenta os trilhos de trem e, ao mesmo tempo, algo que está adormecido, insensível. Dinamismo e imobilidade. Progresso e estagnação. A segunda chave está na estrutura da peça feita de vidro, cantoneiras aço e corrente de ferro. A corrente corroída pela metade por ácido, repousa sobre o vidro que, a depender da luz ou da posição do espectador, se torna espelho ou janela. No reflexo, a corrente pode aparecer inteira nova, ou inteira corroída.160 x 140 x 8 cm
Tinta e massa acrílica sobre placa de compensado laminado, arame farpado, arame, madeira e pregos Foto Ana Pigosso Na série “Matriz legal”, Komatsu cria desenhos geométricos e labirínticos com arame farpado sobre suportes de madeira, cerceando áreas “preparadas” com tinta e massa acrílica. Os campos brancos, que usualmente seriam a base para a construção pictórica nos painéis de madeira, são completados - ou oprimidos - pelo risco representado pelo arame farpado.Dimensões variáveis
Cadeira escolar, tela de arame hexagonal de aço e arame de aço Foto Filipe Berndt Na sala principal, em “Apagamento ambivalente”, uma cadeira escolar é envolta por camadas de tela de arame, que se expandem ocupando quase que integralmente o espaço da sala, limitando o deslocamento e a visão do observador.Dimensões variáveis
Cadeira escolar, tela de arame hexagonal de aço e arame de aço Foto Filipe Berndt Na sala principal, em “Apagamento ambivalente”, uma cadeira escolar é envolta por camadas de tela de arame, que se expandem ocupando quase que integralmente o espaço da sala, limitando o deslocamento e a visão do observador.63 x 71,5 x 4 cm
Tinta acrílica sobre jornal, cola spray e papel offset Foto Filipe Berndt No hall de entrada, a série “Sussurro” - criada sobre páginas de jornais de circulação diária encobertas com tinta nanquim preta - evidencia palavras como democracia, pátria, revolução, Estado, e mercado, que aparecem escritas com tinta branca sobre fundo preto. Por trás dessas palavras, outros termos surgem como sombras, podendo destacar, reafirmar, contrapor ou completar os vocábulos da frente.50 x 91 x 75 cm
Corte sobre placa de mdf branco tx, massa acrílica e cantoneira de alumínio Foto Filipe Berndt As lousas brancas da série “Ruído retórico”, trazem palavras e frase que são entalhadas (e às vezes apagadas com massa acrílica) em sua superfície. Mensagens como “tudo vai bem” ou “dócil” chamam a atenção se observadas sob uma ótica crítica a conjuntura sociopolítica brasileira atual.50 x 91 x 75 cm
Corte sobre placa de mdf branco tx, massa acrílica e cantoneira de alumínio
Foto Ana PigossoAs lousas brancas da série “Ruído retórico”, trazem palavras e frase que são entalhadas (e às vezes apagadas com massa acrílica) em sua superfície. Mensagens como “tudo vai bem” ou “dócil” chamam a atenção se observadas sob uma ótica crítica a conjuntura sociopolítica brasileira atual.
49,5 x 57,5 x 2 cm
Fotocópia sobre concreto, verniz acrílico, cola branca e MDF.
Foto André KomatsuAndré Komatsu tem uma relação intrínseca com a rua em suas obras, que podem reagir aos desdobramentos políticos ou aos usos sociais do espaço público. Em sua nova série ‘Noturnos’, placas de cimento são emolduradas por pedaços rudimentares de madeira – como se fossem coletados nas próprias ruas. Incrustadas no cimento estão imagens de jornais retratando confrontos entre manifestantes e policiais ou entre manifestantes de diferentes lados do espectro polarizado da sociedade brasileira. Ao lado das fotografias estão marcações geométricas ou desenhos que enquadram essas imagens nos problemas estruturais que dividem a sociedade brasileira.
60 x 52,5 x 2 cm
Grafite sobre concreto, tela de aço e verniz acrílico Foto Ana Pigosso A representação de processos construtivos e de edificações no trabalho de André Komatsu costuma lidar com ruínas e com a ideia de desconstrução. Um dos procedimentos usuais do artista é atribuir nova função ao que era dejeto, seja para empregá-lo na produção de tridimensionais e instalações, seja para tomá-lo como suporte de desenhos de arquitetura. Em geral, as peças incorporam, invertem e devolvem na forma de problema as características de seus suportes e referentes.402 x 179 x 34 cm
Ferro, verniz, grade de aço galvanizado, lona de plástico, cola, fio elétrico, lâmpada incandescente, lâmpada fluorescente e borracha
Foto Edouard FraipontAs obras da série Fantasma (2015-2018) dão continuidade a pesquisa de Komatsu que resultou em sua instalação no Pavilhão Brasileiro da Bienal de Veneza de 2015. O artista trabalha com o conforto sentido pelo individuo moderno em situações de autoaprisionamento doméstico, como na segurança sentida quando nos fazemos reféns em nossas moradas, cercadas de proteção e de artifícios elaborados para preservar nossas privacidades. Aqui, o que vemos é a celebração desses procedimentos, transformados em objetos de contemplação.
275 x 303 x 7 cm
tinta vinílica sobre sacos de entulho costurados e barra de ferro
Foto Edouard FraipontAs peças da série Massa falida (2018) são compostas por sacos de entulho usados na construção civil. Os sacos, costurados uns aos outros, formam estandartes ou bandeiras. Dispostos lado a lado, evidenciam uma repetição a partir de informações textuais que constavam no produto original. Com tinta e solvente, Komatsu apaga ou destaca trechos desses textos originais e desenha linhas e gráficos, criando novos significados. O saco para entulho sai do lugar mais baixo do descarte na construção civil para chamar a atenção para as repetições históricas das disparidades sociais.
160 x 160 x 220 cm
Compensado laminado, blocos de concreto, marreta e talhadeira Foto Vermelho315 x 315 x 25 cm
Tumor, 2010 - Tijolo, concreto, ferro, epóxi e cola plástica Foto MUSAC As obras de André Komatsu muitas vezes se relacionam com processos incompletos e / ou aludem a espaços arquitetônicos e urbanos e às suas relações paradoxais com as pessoas que ocupam esses espaços. Tumor, 2010, ao mesmo tempo evidencia processos de construção e aponta para a ruína de tais processos como cenários sedutores e alarmantes.95 x 54 x 84 cm
7 livros, sarrafo e caibro de pinus, barra rosqueada, porcas, parafusos, ferro, rolamento de aço, motor de máquina de lavar roupa, correia de borracha, linóleo, fio elétrico e sensor de movimento Foto Vermelho Sobre uma mesa, uma pilha de livros monográficos que discorrem sobre ideologias políticas e econômicas, reage à aproximação do observador. Sobre um mesmo eixo, os livros giram, impedindo a leitura de seu conteúdo.André Komatsu integra a geração que cresceu com a retomada da democracia no Brasil e viu o neoliberalismo ser implementado pelas políticas econômicas nos anos 1990. E é nesse contexto que nasce sua obra. O artista questiona as diferentes formas de atuação do homem no mundo – a maneira como lida com o espaço urbano e com os poderes estabelecidos.
“O discurso sobre o poder e sobre os conflitos sociais, mais ou menos latentes, permeia os materiais, influencia sua escolha, constitui, de certa maneira, a verdadeira matéria-prima das esculturas e instalações de André Komatsu. Em muitos dos títulos escolhidos pelo artista ecoam reminiscências foucaultianas, o que exemplifica a maneira como a teoria da microfísica do poder de Michel Foucault, para além dos títulos, está no cerne das suas preocupações e até, poder-se-ia dizer, da sua visão de mundo”, reflete o curador Jacopo Crivelli Visconti, em texto para mostra Corpo dócil, na Galeria Vermelho (2013).
De suas exposições individuais, destacam-se Estrela escura, na Vermelho (2018); Ordem Casual, no Futurdome, em Milão (2018); When the sun falls down, 2017 / Cont(IN)una projec/ Galleria Continua, Pequim (2017); Construção de Valores, no Redbull Station, em São Paulo (2017); e Projeto Bolsa Pampulha, do Museu da Pampulha, em Belo Horizonte (2006). Participou de coletivas como No habrá nunca una puerta. Estás adentro, na Fundação Santander, em Madri(2019); Navalha na carne, no Paglione D’Arte Contemporanea (PAC), em Milão (2018); Troposphere, no Beijing Minsheng Art Museum, em Pequim (2017); Avenida Paulista, no Museu de Arte de São Paulo (MASP), em São Paulo (2017); Pedra no céu – Arquitetura e arte de Paulo Mendes da Rocha, no Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE), em São Paulo (2017); So much that it doesn’t fit here (É tanta coisa que não cabe aqui) – 56ª Bienal de Veneza, Pavilhão do Brasil, em Veneza (2015); Bienal das Américas, no Museu de Arte Contemporânea Denver (MCA), no Colorado (2015); Beyond the Supersquare, no Museu de Arte do Bronx, em Nova York (2014); Sextanisquatsi – Desorden habitable, 10ª Bienal de Monterrey, Museu de Arte Contemporânea (MARCO), Monterrey (2012); e When Lives Become Form, no Museu de Arte Contemporânea (MOT), em Tóquio (2008).
Komatsu foi contemplado com o Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas (2011); Illy Art Café, na Arco, Madri (2011); Bolsa Pampulha, em Belo Horizonte (2005); entre outros, e foi finalista do Future Generation Art Prize, de Kiev, Ucrânia (2012). Participou de residências artísticas no Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte (2005), Museu de Arte do Bronx, em Nova York (2009), Matadero, em Madri (2010), dentre outras.
Suas obras integram acervos de instituições como TATE Modern, de Londres; Museu de Arte Moderna de Nova York (MOMA), de Nova York; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo; Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (MACBA); e Middlesbrough Institute of Modern Art (MIMA), em Middlesbrough.
André Komatsu integra a geração que cresceu com a retomada da democracia no Brasil e viu o neoliberalismo ser implementado pelas políticas econômicas nos anos 1990. E é nesse contexto que nasce sua obra. O artista questiona as diferentes formas de atuação do homem no mundo – a maneira como lida com o espaço urbano e com os poderes estabelecidos.
“O discurso sobre o poder e sobre os conflitos sociais, mais ou menos latentes, permeia os materiais, influencia sua escolha, constitui, de certa maneira, a verdadeira matéria-prima das esculturas e instalações de André Komatsu. Em muitos dos títulos escolhidos pelo artista ecoam reminiscências foucaultianas, o que exemplifica a maneira como a teoria da microfísica do poder de Michel Foucault, para além dos títulos, está no cerne das suas preocupações e até, poder-se-ia dizer, da sua visão de mundo”, reflete o curador Jacopo Crivelli Visconti, em texto para mostra Corpo dócil, na Galeria Vermelho (2013).
De suas exposições individuais, destacam-se Estrela escura, na Vermelho (2018); Ordem Casual, no Futurdome, em Milão (2018); When the sun falls down, 2017 / Cont(IN)una projec/ Galleria Continua, Pequim (2017); Construção de Valores, no Redbull Station, em São Paulo (2017); e Projeto Bolsa Pampulha, do Museu da Pampulha, em Belo Horizonte (2006). Participou de coletivas como No habrá nunca una puerta. Estás adentro, na Fundação Santander, em Madri(2019); Navalha na carne, no Paglione D’Arte Contemporanea (PAC), em Milão (2018); Troposphere, no Beijing Minsheng Art Museum, em Pequim (2017); Avenida Paulista, no Museu de Arte de São Paulo (MASP), em São Paulo (2017); Pedra no céu – Arquitetura e arte de Paulo Mendes da Rocha, no Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE), em São Paulo (2017); So much that it doesn’t fit here (É tanta coisa que não cabe aqui) – 56ª Bienal de Veneza, Pavilhão do Brasil, em Veneza (2015); Bienal das Américas, no Museu de Arte Contemporânea Denver (MCA), no Colorado (2015); Beyond the Supersquare, no Museu de Arte do Bronx, em Nova York (2014); Sextanisquatsi – Desorden habitable, 10ª Bienal de Monterrey, Museu de Arte Contemporânea (MARCO), Monterrey (2012); e When Lives Become Form, no Museu de Arte Contemporânea (MOT), em Tóquio (2008).
Komatsu foi contemplado com o Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas (2011); Illy Art Café, na Arco, Madri (2011); Bolsa Pampulha, em Belo Horizonte (2005); entre outros, e foi finalista do Future Generation Art Prize, de Kiev, Ucrânia (2012). Participou de residências artísticas no Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte (2005), Museu de Arte do Bronx, em Nova York (2009), Matadero, em Madri (2010), dentre outras.
Suas obras integram acervos de instituições como TATE Modern, de Londres; Museu de Arte Moderna de Nova York (MOMA), de Nova York; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo; Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (MACBA); e Middlesbrough Institute of Modern Art (MIMA), em Middlesbrough.
André Komatsu
1978. São Paulo, Brasil
Vive e trabalha em São Paulo
Exposições individuais
2024
– André Komatsu: Vídeos 2001-2006 – Sala Antonio – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
2023
– André Komatsu. Abyss/Abismo – Galleria Continua – Roma – Itália
2021
– André Komatsu. Voo Cego – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– André Komatsu. Noite Longa – Pinacoteca do Estado – São Paulo – Brasil
2018
– André Komatsu: estados de exceção – Die Ecke – Santiago – Chile
– Autômatos – Embaixada do Brasil – Pequim – China
– André Komatsu. Ordem Casual – FuturDome – Milão – Itália
– André Komatsu. Estrela Escura – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
2017
– André Komatsu: When the Sun falls Down – Galleria Continua Beijing – Pequim – China
– Construção de Valores – Red Bull Station – São Paulo – Brasil
2016
– Concrete that makes us – Glasgow International Today – Civic Room – Glasgow – Escócia
– Solo Project – PArC – MAC Lima – Lima – Peru
2015
– White Noise – Palazzo Pamphilj – Galleria Cândido Portinari – Roma – Itália
2014
– Insustentável Paraíso – Galeria Vermelho – São Paulo
– André Komatsu – Galleria Continua – San Gimignano – Itália
2013
– Corpo Dócil – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
2011
– Pinta 2011 – Art Projects – Londres – Inglaterra
– ARCO 2011 – Solo Projects – Madri – Espanha
2010
– Acaso por intenção- Galeria Vermelho – São Paulo- Brasil
– Concreto/Periódico – Natalie Seroussi – Paris – França
2009
– Soma Neutra – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
2007
– Quando ramos são subtraídos – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
2006
– Temporada de Projetos 2006 – Paço das Artes – São Paulo – Brasil
– Bolsa Pampulha 2005-2006 – Museu de Arte da Pampulha – Belo Horizonte – Brasil
– Programa de Exposições 2005-2006 – Centro Cultural São Paulo [CCSP] – São Paulo – Brasil
Exposições coletivas
2024
– Faça você mesmo – Quase Espaço – São Paulo – Brasil
– Refundação (itinerância) – Museu da Inconfidência – Ouro Preto – Brasil
– radicar raði’kaɾ – POUSH – Aubervilliers – França
2023
– Lingua Franca – Bratislava City Gallery – Bratislava – Eslováquia
– POW e/ou BLEFE – Massape Projetos – São Paulo – Brasil
– Refundação – Galeria Reocupa – Ocupação 9 de Julho – São Paulo – Brasil
– NENHUMLUGARAGORA – Edifício Vera – São Paulo – Brasil
– Hiato – Del Infinito – Buenos Aires – Argentina
– Beneath the Surface, Behind the Scenes – Heidi Museum of Modern Art -Melbourne – Austrália
– Casa no céu – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Tridimensional: entre o estético e o sagrado [Um recorte da coleção Vera e Miguel Chaia] – Arte 132 Galeria – São Paulo – Brasil
2022
– Aichi Triennale 2022 – Aichi Arts Center – Nagoya – Japão
– Géométries Instables – Galleria Continua – Paris – França
– Outras Lembranças, Outros Enredos – Cordoaria Nacional – Lisboa – Portugal
2020
– Decategorized Artists From Brazil – Fundación ArtNexus – Bogotá – Colômbia
– Dia, Noite, Dia. Coleção Andréa e José Olympio Pereira – Galpão da Lapa – São Paulo – Brasil
– O Pequeno Colecionador – Carbono Galeria – São Paulo – Brasil
– M.A.P.A. – Mapas de Ação para propagar arte. No Calor da Hora – Palmas – Tocantins
– Samba in the dark – Anton Kern Gallery – Nova York – EUA
2019
– Deslocal – Olhão – São Paulo – Brasil
– Vaivém – Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB Brasília) – Brasília – Brasil
– O que não é floresta é prisão política – Reocupação 9 de Julho – São Paulo – Brasil
– Room for Failure – Atchugarry Art Center – Miami – EUA
– No habrá nunca una puerta. Estás a dentro. Obras de la coleção Teixeria de Freitas – Santander Art Gallery – Madri – Espanha
– Vaivém – Centro Cultural Banco do Brasil [CCBB-SP] – São Paulo – Brasil
– OpenSpace – SP-Arte 2019. Parque do Ibirapuera – São Paulo – Brasil
– SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JUNHO DE 2019 – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
2018
– Brasile. Il coltello nella carne – Padiglione di Arte Contemporanea (PAC) – Milão – Itália
– Horizonte de sucesos – OTR. espacio de arte – Madri – Espanha
– Ação e Reação – Casa do Brasil: Colegio Mayor Universitario – Madri – Espanha
2017
– Troposphere: Chinese and Brazilian Contemporary Art – Beijing Minsheng Art Museum – Pequim – China
– MA – Luciana Caravello Arte Contemporânea – Rio de Janeiro – Brasil
– Potência e Adversidade. Arte da América Latina nas coleções em Portugal – Museu de Lisboa – Lisboa – Portugal
– Here the border is you – proyectosLA – Los Angeles – EUA
– Grid – Jacarandá – Rio de Janeiro – Brasil
– São Paulo não é uma cidade, invenções do Centro – Sesc 24 de Maio – São Paulo – Brasil
– Frestas Trienal de Artes – Sesc Sorocaba – Sorocaba – Brasil
– Desenho – SIM Galeria – Curitiba – Brasil
– Pedra no Céu: Arte e a Arquitetura de Paulo Mendes da Rocha – MUBE – São Paulo – Brasil
– Avenida Paulista – Museu de Arte de São Paulo (MASP) – São Paulo – Brasil
2016
– New Shamans/Novos Xamãs: Brazilian Artists – The Rubell Family Collection/Contemporary Arts Foundation – Miami – EUA
– Coletiva – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Anything to Declare? – Camera di Commercio – Prato – Itália
– Os muitos e o um: a arte contemporânea brasileira na coleção de José Olympio e Andrea Pereira – Instituto Tomie Ohtake (ITO) – São Paulo – Brasil
– Clube da Gravura: 30 anos – Museu de Arte Moderna (MAM) – São Paulo – Brasil
– Quand fondra la neige, où ira le blanc – Pallazzo Fortuni – Veneza – Itália
– Coletiva – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Quando o tempo aperta – Museu Histórico Nacional – Rio de Janeiro – Brasil
– Quando o tempo aperta – Palácio das Artes – Fundação Clóvis Salgado – Belo Horizonte – Brasil
– Signal to Noise – Simon Preston Gallery – Nova York – EUA
2015
– Polígrafa Obra Gráfica: 50 años, Obras Seleccionadas – Galeria Lucia de La Puente – Lima – Peru
– Singularidades/Anotações: Rumos Artes Visuais 1998 – 2013 – Paço Imperial – Rio de Janeiro – Brasil
– Follia Continua! – Le CENTQUATRE-PARIS – Paris – França
– Now? NOW! Biennial of the Americas – Museum of Contemporary Art Denver – Denver – EUA
– Aprendendo a Viver com a Sujeira – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– É Tanta Coisa que Não Cabe Aqui – 56ª edição da Bienal Internacional de Arte de Veneza – Veneza – Itália
– Quarta-feira de Cinzas – Parque Lage – Rio de Janeiro – Brasil
– Encruzilhada – Parque Lage – Rio de Janeiro – Brasil
– O Museu que há de vir – Fórum Eugénio de Almeida – Évora – Portugal
– Open Plan – SP Arte 2015 – Pavilhão Ciccillo Matarazzo – São Paulo – Brasil
2014
– Singularidades/Anotações: Rumos Artes Visuais – Itaú Cultural – São Paulo – Brasil
– Do Valongo à Favela – Museu de Arte do Rio [MAR] – Rio de Janeiro – Brasil
– Experimentando Espaços 2 – Museu da Casa Brasileira – São Paulo – Brasil
– Beyond the Superquare – Bronx Museum – Nova York – EUA
– Dispositivos para um mundo (im)possível (Roesler Hotel #25) – Galeria Nara Roesler – São Paulo – Brasil
– Um Olhar sobre a Coleção – Galeria Hideo Kobayashi – Centro Cultural Usiminas – Ipatinga – Brasil
2013
– Escavar o Futuro – Fundação Clóvis Salgado – Belo Horizonte – Brasil
– Interruption: The 30th edition of the Ljubljana Biennial of Grafic Arts – Ljubljana – Eslovênia
– In Lines and Realignments – Simon Lee Gallery – Londres – Inglaterra
– Blind Field – Broad Art Museum – East Lansing – EUA
– Future Generation Art Prize @Venice – Pallazzo Contarini Polignac – Veneza – Itália
– Prêmio CNI/SESI Marcantonio Vilaça para Artes Plásticas – Palácio das Artes – Belo Horizonte – Brasil
– El Arte Contemporaneo de la X Bienal Monterrey FEMSA – Antiguo Colegio de San Ildefonso – Cidade do México – México
– O Abrigo e o Terreno. Arte e Sociedade no Brasil I –Museu de Arte do Rio [MAR] – Rio de Janeiro – Brasil
– Blind Field – Krannert Art Museum – Champaign – EUA
– Prêmio CNI/SESI Marcantonio Vilaça para Artes Plásticas – Museu de Arte de Ribeirão Preto [MARP] – Ribeirão Preto – Brasil
– Future Generation Art Prize 2012 [21 Shortlisted Artists] – Pinchukartcentre – Kiev – Ucrânia
2012
– Colapso – A Gentil Carioca – Rio de Janeiro – Brasil
– Prêmio CNI/SESI Marcantonio Vilaça para Artes Plásticas – Palácio do Comércio – Associação Comercial de Maceió – Maceió – Brasil
– Prêmio CNI/SESI Marcantonio Vilaça para Artes Plásticas – Fortaleza São José de Macapá – Macapá – Brasil
– Prêmio CNI/SESI Marcantonio Vilaça para artes plásticas – Centro Cultural Usina do Gasômetro – Porto Alegre – RS – Brasil
– Prêmio CNI/SESI Marcantonio Vilaça para artes plásticas – Casa França Brasil – Rio de Janeiro – RJ – Brasil
– Trienal Poli/Gráfica de San Juan: América Latina y el Caribe – Instituto de Cultura Puertorriquena – Puerto Rico
– The Peripatetic School: itinerant drawing from Latin America – Banco de la República – Bogotá – Colômbia
– La escuela peripatética: dibujo itinerante de América Latina – Galería Max Estrella – Madri – Espanha
– Sextanisqatsi: desordem habitável – Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey [MARCO] – México
– X Bienal Monterrey FEMSA – Monterrey – México
2011
– Finalistas do PIPA 2011 – Museu de Arte Moderna (MAM RJ) – Rio de Janeiro – Brasil
– El Ranchito – Matadero Madrid – Madri – Espanha
– An Other Place – Galerie Lelong – Nova York – EUA
– Contra a Parede – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Os Primeiros Dez Anos – Instituto Tomie Ohtake – São Paulo – Brasil
– Nova Escultura Brasileira: heranças e diversidades – Caixa Cultural – Rio de Janeiro – Brasil
– Caos e Efeito – Instituto Itaú Cultural – São Paulo – Brasil
– The Peripatetic School: Itinerant Drawing from Latin America – Middlesbrough Institute of Modern Art [MIMA] – Middlesbrough – Inglaterra
– The Peripatetic School: itinerant drawing from Latin America – Drawing Room – Londres – Inglaterra
– Finalistas PIPA 2011 – Museu de Arte Moderna [MAM RJ] – Rio de Janeiro – Brasil
– 8ª Bienal do Mercosul: Ensaios de Geopoéticas – Porto Alegre – Brasil
– Caos e Efeito – Itaú Cultural – São Paulo – Brasil
– Um Outro Lugar – Museu de Arte Moderna [MAM SP] –São Paulo – Brasil
– Ustedes e Nosotros – Centro Cultural de España – Ciudad de Guatemala – Guatemala
– The natural order of things – Max Wigram Gallery – Londres – Inglanterra
2010
– EN OBRAS | Arte y arquitectura en la Coleção Teixeira de Freitas – Tenerife Espacio de las Artes [TEA] – Ilhas Canárias
– Ponto de Equilíbrio – Instituto Tomie Ohtake- São Paulo- Brasil
– Paralela: A contemplação do mundo- Liceu de Artes e Ofício- São Paulo- Brasil
– 20 anos do Programa de Exposições – Centro Cultural São Paulo- Brasil
– A sombra do futuro: especulações por fazer- Oi Futuro- Belo Horizonte- Brasil
– Quem tem medo? – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Pra Começo de Século – Centro Dragão do Mar de Arte Contemporânea – Fortaleza – Brasil
– Para ser Construídos – Museu de Arte Contemporáneo de Castilla y Léon [MUSAC] – Castilla y Léon – Espanha
2009
– Obsession: Contemporary Art from the Lodeveans Collection – University of Leeds – Leeds – Inglaterra
– Por Aqui – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– D |ESTE| LADO – Instituto Goethe – São Paulo – Brasil
– AFTER UTOPIA – Museo Centro Pecci – Prato – Itália
– 7ª Bienal do Mercosul: Grito e Escuta – Rio Grande do Sul – Brasil
– When Lives Become Form: Creative Power from Brasil – Yerba Buena Center for the Arts – San Francisco – EUA
– Artérias e Capilares – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Vértice – Galeria Millan – São Paulo – Brasil
– Exposição de Verão – Galeria Silvia Cintra+Box4 – Rio de Janeiro – Brasil
– When Lives Become Form: Creative Power from Brasil – Hiroshima City Museum of Contemporary Art – Hiroshima – Japão
2008
– When Lives Become Form: Creative Power from Brasil – Brasilian Embassy Tokyo – Museum of Contemporary Art [MOT] – Tóquio – Japão
– 4ª Paralela – Liceu de Artes e Ofícios – São Paulo – Brasil
– Seja marginal, seja herói – Galerie GP & N Vallois & Galerie Natalie Seroussi – Paris – França
– Oriente/Ocidente, 100 anos da Imigração Japonesa – Centro Cultural São Paulo [CCSP] – São Paulo – Brasil
– Verbo 2008 – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Arte.Brasil-Japão. Moderno e Atual – Museu de Arte Contemporânea [MAC USP] – São Paulo – Brasil
– Laços do Olhar – Instituto Tomie Ohtake – São Paulo – Brasil
– Quando vidas se tornam forma – Museu de Arte Moderna [MAM SP] – São Paulo – Brasil
2006
– This is not a love song – Galeria Vermelho – São Paulo – SP
– Coletiva Programa de Exposições – Centro Cultural São Paulo [CCSP] – São Paulo – Brasil
– Rumos Itaú Cultural Artes Plásticas 2005-2006 – Instituto Itaú Cultural – São Paulo – Brasil
2005
– Vorazes, Grotescos e Malvados – Paço das Artes – São Paulo – Brasil
– Verbo – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
2003
– Modos de Usar – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Arte contemporânea e política no movimento dos sem tetos do Centro (MSTC) – Rua Prestes Maia – São Paulo – Brasil
– Giroflexxxx – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– A Casa Onírica – VI Semana Fernando Furlanetto – Espaço Cultural Fernando Arrigucci – São João da Boa Vista – SP
2002
– Plural – Gabinete de Arte Regina Pinho de Almeida – São Paulo – Brasil
– Desdobramentos-Desenho –Museu de Arte Contemporânea [MAC] – Americana – Brasil
– Marrom – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Genius Loci: O Espírito do Lugar – Circuito Vila Buarque de Educação e Cultura – São Paulo – Brasil
2001
– Primeiro Circuito Noturno das Artes – Galeria Luisa Strina – São Paulo – Brasil
– XXXIII Anual De Artes – Fundação Armando Alvares Penteado [FAAP] – São Paulo – Brasil
– Políticas Pessoais –Museu de Arte Contemporânea [MAC] – Americana – Brasil
– Casa da Grazi – Espaço Cultura – São Paulo – Brasil
– Figura Impressa – Adriana Penteado Arte Contemporânea – São Paulo – Brasil
– São Paulo/ Universidades – Euroart-Castelli – São Paulo – Brasil
2000
– Fumaça 1 [Happening] – Fundação Armando Alvares Penteado [FAAP] – São Paulo – Brasil
– XXXII Anual de Artes – Fundação Armando Alvares Penteado [FAAP] – São Paulo – Brasil
– Zananocio – Ateliê Maurício Cardoso – São Paulo – Brasil
1998
– XXXI Anual de Artes – Fundação Armando Alvares Penteado [FAAP] – São Paulo – Brasil
Prêmios e Bolsas
2011
– 4ª Edição Prêmio CNI-SESI Marcantonio Vilaça para Artes Plásticas – Brasil (2011-2013)
– Illy SustainArt Award – ARCO 2011 – Madri – Espanha
2010
-Residência – El Ranchito – Matadero – Madri – Espanha
2009
– Residence – Bronx Museum – Nova York – EUA
2005
– Prêmio Bolsa Pampulha – Museu da Pampulha- Belo Horizonte – Brasil
– 17° Salåo de Arte da Praia Grande [Primeiro Prêmio] – Såo Paulo – Brasil
– 32ª Anual da FAAP[Terceiro Prêmio Bolsa] – São Paulo – Brasil
Coleções públicas
– Pinacoteca do Estado de São Paulo – São Paulo – Brasil
– Middlesbrough Institute of Modern Art (MIMA) – Middlesbrough – Inglaterra
– Bronx Museum – Nova York – EUA
– CA2M Centro de Arte Dos de Mayo – Madri – Espanha
– Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM RJ) – Rio de Janeiro – Brasil
– Museum of Modern Art [MOMA] – Nova York – EUA
– Fundação Clóvis Salgado – Palácio das Artes – Belo Horizonte – Brasil
– TATE Modern – Londres – Inglaterra
– Fundação Serralves (Comodato) – Porto – Portugal
– Museo de Arte del Banco de la República, Bogotá, Colômbia
Coleções privadas abertas ao público
– Rubell Collection, Miami, FL, EUA
– Berezdivin Collection, San Juan, Porto Rico
André Komatsu (1978, San Paolo, BR) entra nelle opulente sale tardo seicentesche di Palazzo Pamphilj insinuandosi dalle fondamenta, come un fruscio di sottofondo strutturato. Nelle stanze della Galleria Cândido Portinari, Komatsu esplora le complicate intersezioni visuali tra arte e vibrazione, tra rigogliosità e rigore, tra orizzontalità e proiezione ortogonale, tra disturbi percettivi e ricostruzioni distribuite.
Ruído Branco, letteralmente rumore bianco, segna la capacità del sistema visuale di rilevare correlazioni spazio-temporali attraverso modelli statici, corrispettivi geometrici degli spettri entro i quali si muove e spande il fenomeno del rumore bianco. Rumore ad estensione spettrale illimitata. Questi schemi sull’individuazione di una visibilità non-atmosferica del rumore consistono nella combinazione di una gamma di punti che uniscono elementi affidati ad uno spazio e ad un ritmo correntemente calcolabili. Qualsiasi configurazione di interferenza del rumore bianco infatti non contiene mai punti di riferimento che possano rilevare dislocamenti certi delle sue fonti, ma ne diventa essa stessa sorgente di destabilizzazione. Per questo motivo Ruído Branco si caratterizza come un percorso suddiviso in riquadri prospettici aperti, proiezioni di sequenze e di frequenze che poste le une accanto alle altre si identificano spontaneamente come singole, sebbene si dispongano nello spazio a raggera, in qualità di anomalie dall’interferenza controllata.
Sono sempre alla ricerca di soggetti della mimetizzazione percettiva creata dal rumore bianco, rimarca l’artista, di come era strumentalizzata in guerra, nei sistemi dittatoriali dell’America Latina e, più in generale nel mondo. Utilizzando questo procedimento, riproducendo il rumore bianco per persuadere, confondere gli ostaggi in prigione, impiantando nelle loro menti una nuova prospettiva di esistenza.
Nella serie Educaçao basica, ad esempio, ho raccolto sacche di plastica usate, che erano state utilizzate come contenitori per sabbia e malta, materiali fondamentali per le costruzioni civili, e ho cominciato a focalizzarmi su alcune parole, alcune lettere sovrimpresse, così come sui simboli che si trovavano in superficie, suggerendo un altro punto di vista dell’atto costruttivo. Organizzazione dello spazio entrata nelle nostre vite come un fruscio costante che condiziona il nostro corpo, dirigendo e conformando su di essa il pensiero.
Ruído Branco, a qualche giorno di distanza dalla partecipazione di André Komatsu alla 56. Esposizione Internazionale d’Arte dal titolo All the World’s Futures, si evolve come tutti i sistemi biologici e compositivi alla presenza di un rumore costante, capace, allo stesso tempo, di ignorare quel medesimo segnale che lo definisce, per poi, a sua volta, propagarsi. Effetto descritto come un sistema al quale appartiene un colore nel momento in cui il quantitativo di energia in differenti frequenze non si diffonde uniforme per trasmettere dati estensivi, talvolta destabilizzanti.
Il rumore bianco, infatti, è un particolare tipo di rumore caratterizzato dall’assenza di periodicità nel tempo e da ampiezza costante su tutto lo spettro di frequenze. Viene definito bianco anche per analogia con il fatto che una radiazione elettromagnetica di simile spettro all’interno delle banda della luce visibile apparirebbe all’occhio umano come luce bianca. Nella pratica artistica di André Komatsu, invece, il rumore bianco non esiste: si tratta di un’idealizzazione teorica, poiché nessun sistema è in grado di generare uno spettro uniforme per tutte le frequenze esteso da zero a infinito, mentre nelle delimitazioni reali dei suoi lavori il rumore bianco è al più riferibile ad un intervallo di frequenze (campiture bianche a banda finita o limitata). Si presenta, così, spesso, come uno spettro compositivo con caratteristiche simili al rumore bianco, ma con ampiezza proiettiva minore rispetto alle basse frequenze, fino ad azzerarsi alle frequenze maggiori. E il rumore bianco, identificabile anche in qualità di suono bianco, non viene mai esattamente udito, quanto piuttosto visualizzato come un intervallo di superficie.
Benché non esistano sistemi visuali, identificativi univoci di riferimento, per analogia, dunque, viene associato al colore bianco perché rappresenta la tonalità che contiene l’intero spettro di colori di luce e, allo stesso modo, il rumore bianco viene creato utilizzando l’intero spettro di frequenze che l’orecchio umano può udire e non può udire, alterando talvolta ogni altra percezione, anche quella del dialogo tra la coscienza e la nostra interiorità.
Il rumore però non contribuisce a generare casualmente possibilità alternative, il rumore interferisce con le decisioni e le rende più difficili da prendere, giocando anche un ruolo d’intromissione, nella forma di un rumore d’inquietudine, di sottofondo.
Esistono comunque valorizzazioni positive del fenomeno. Livelli di frequenze del rumore bianco nell’universo, sono stati rilevati come tracce del processo di genesi della creazione cosmica, definendo una banda lineare stocastica che non è stata sopraffatta dal caos: la cosiddetta entropia positiva.
Lo sviluppo statico di Ruído Branco si manifesta attraverso una visualità non-mimetica; nell’arco della cattura di un suono, elemento sfuggente che ancora resiste ai tentativi di fissazione. L’oggetto sonoro di André Komatsu indica qualunque fenomeno acustico dotato di contorni precisi e riconoscibili, e su di esso costruisce una teoria propriocettiva, di dislocamento del sé. Il punto di partenza, in questo caso non è la sinusoide, la forma d’onda del suono più semplice, ma un lungo lavoro di somma o sottrazione di molteplici sinusoidi, composizioni che creano timbri complessi e che tagliano la forma seguendo princìpi di tipo matematico, ortogonale.
Tra le campiture velate di Mérito (2014), che insistono sul medesimo angolo fino a farlo perdere, e le ombre cave, appena accennate di Contra Regra 3 (2014) ogni sequenza correlata può convenientemente essere mascherata con un avvicendamento, un intervallo spaziale incongruente, che addirittura forza la realtà a presentarsi sotto forma di simulacri massoni (Educaçao basica 4,2015).
In ultimo, quando si prende in considerazione ogni singola armatura, risulta impossibile scoprire se la sequenza visuale apparterrà all’invisibilità del rumore bianco o all’emersione di una struttura correlata, fondendo i due registri nel piano di pensiero della sinestesia. Allora la differenza emergerà solo nella correlazione spazio-temporale fornita dalla posizione dello spettatore, nei confronti del percorso, come in Contra Regra 2 (2014).
Ruído Branco risulta dunque essere uno strumento di misurazione della soglia che introduce il rapporto segnale/rumore, quantificando esteticamente la performance del rilevamento attraverso il contrasto costante tra livelli coscienti e subliminali di percezione della luce, nonché dello spazio. L’ampiezza delle superfici delimitate, tra corde, chiodi e sacche di plastica mette in relazione la potenza del segnale vibratorio di un confine rispetto a quella del rumore in un sistema di acquisizione, elaborazione o trasmissione dell’informazione compositiva dei lavori.
Ruído Branco partendo dalla delineazione di un territorio sinestesico ricorda come ogni rivoluzione, ogni sovversione debba partire da un contesto di distruzione radicale delle barriere, architettoniche o metaforiche, urbane o mentali che insistono sulla società esistente. Troppo rumore, infatti, è sempre deleterio e può introdurre errori casuali durante il processo di immagazzinamento mnestico del tempo. Per accettare questa distruzione rivoluzionaria si deve compiere un gesto che a partire dalle fondamenta arriva ai risvolti più umbratili dei registri neuro-scientifici.
Ogni volta che tendiamo ad opporre resistenza alle forze radicali della distruzione, tendiamo a rivelare territori compassionevoli e nostalgici nei confronti del nostro passato e forse anche più verso il nostro presente a rischio, passibile di errate trasmissioni della conoscenza e della memoria. Il rumore bianco si presenta come la medicina più potente per contrastare compassione e nostalgia, indicando la presenza di una soglia dell’atemporalità nella rivelazione di gabbie percettive.
Il linguaggio scultoreo dell’astrazione geometrica è qui basato su un uso di forme prospettiche poste in uno spazio non-illusionistico e combinato in composizioni non-oggettive, evolute come logica conclusione della destrutturazione e della riformulazione di convenzioni prestabilite della forma e dello spazio. André Komatsu sovverte la tradizionale descrizione della realtà facendo affidamento sull’imitazione delle forme e del mondo appartenente al contesto visuale nell’illusionismo della prospettiva spaziale. La fase analitica degli interventi di Komatsu rende disponibile all’artista la planarità della sovrapposizione fontale di superfici assieme da una griglia lineare. La fase sintetica invece prevede la schematizzazione delle forme assieme all’introduzione di spazi astratti e di elementi costruttivi della composizione. Questi tre aspetti diventano la caratteristica fondamentale della geometria astratta di André Komatsu. Inoltre, la libertà di sperimentare con differenti materiali e la relazione spaziale tra le varie parti compositive enfatizza le figure di superficie, come vettore degli elementi applicati a muro, nonché, come realtà fisica di esplorazione di forme e materiali. In Ruído Branco il ricorso alla circoscrizione fisica emerge come un fruscio appena accennato, attraverso il processo di purificazione delle vestigia della realtà visuale, incentrata sull’inerente caratteristica di ampliamento dimensionale di una scultura muraria.
Questo processo di evoluzione di una realtà puramente compositiva costituita da forme di elementi geometrici ha assunto differenti espressioni stilistiche in André Komatsu. Il suo lavoro infatti intende convogliare la realtà assoluta, costruita seguendo il mondo di forme pure e geometriche, sottolineando tutta l’esistenza dell’invisibile e facendo riferimento al principio verticale-orizzontale di linee e colori dai gradienti puri. Il processo di sistematizzazione di André Komatsu richiede l’intervento referenziale della realtà, chiamata a farne parte attraverso i contenitori di materiali edili, svuotati di sostanza e significante, come se fossero il vero significato, linea di demarcazione transitoria che forma campi ampliati, divisi dai diversi spessori dei tracciati.
Nelle strutture acustico-scultoree di Ruído Branco i piani rettangolari, formati dalla pluralità delle linee rette, in opposizione ortogonale fra loro e necessari per determinare alcuni involontari accenni al colore, si dissolvono in virtù del loro carattere uniforme e il ritmo ne emerge da solo, abbandonando i piani, come un nulla.
Nella percezione di un suono dunque bisogna saper vedere in ogni cosa la nitidezza, la certezza, la precisione, l’equità, la distanza rettilinea, la velocità che si identificano con la quiete e soprattutto con la presa di coscienza, in cui il colore viene visto come depurato dal non-colore, bianco, nero o grigio, perde il suo aspetto naturale e appare definito in pictografie massone, industriali dal piano rettangolare che essi occupano e che si forma inevitabilmente attraverso l’opposizione delle molteplici linee rette. Lo statuto dell’opera d’arte qui concede alla linea e al colore un’esistenza diffusa grazie all’interdipendenza con la ricerca sul rumore bianco, rendendo tutti i componenti di questa personale indipendenti. Nel senso che essi non sono né oppressi né deformati dalla geometria particolare, ma formano in assoluta autonomia una limitazione appropriata alla loro natura entropica.
Em Base hierárquica (2011-), um trabalho sutilmente site-specific que André Komatsu tem realizado em vários países, em cada um recorrendo a copos, taças e materiais de construção comuns no local, diversos blocos de concreto encontram-se apoiados em copos de vidro aparentemente simples e baratos, mas evidentemente resistentes o suficiente para sustentar o peso, enquanto os estilhaços de uma taça testemunham da fragilidade da sua elegância. Em muitos dos títulos escolhidos pelo artista ecoam reminiscências foucaultianas, e Base hierárquica, apesar de não ser um dos mais explícitos nesse sentido, está certamente entre os que melhor exemplificam a maneira como a teoria da microfísica do poder de Michel Foucault, para além dos títulos, está no cerne das suas preocupações e até, poder-se-ia dizer, da sua visão de mundo. O discurso sobre o poder e sobre os conflitos sociais, mais ou menos latentes, permeia os materiais, influencia sua escolha, constitui, de certa maneira, a verdadeira matéria prima das esculturas e instalações de André Komatsu. Nesse sentido, a presença, recorrente desde pelo menos o tempo da ação-performance Projeto – Casa/entulho (2002), de utilizar fragmentos descartados, restos, sobras encontradas em caçambas, também é reveladora do desejo de subverter os valores convencionalmente atribuídos aos próprios materiais e, de maneira mais geral, aos elementos do cotidiano, instaurando, para citar o título de outro trabalho, uma Nova Ordem (2009).
Nos trabalhos da série Três vidros (2012) incluídos nesta exposição, o valor dos fragmentos é enfatizado, já que é com eles que são construídas arquiteturas de linhas modernas, isoladas em lotes perfeitamente planos, seguindo à risca os preceitos modernistas. A transformação de ícones da época dourada da arquitetura nacional em aglomerados de detritos e sobras pode ser interpretada como denúncia da violência implícita no processo construtivo, ou das desigualdades que essa arquitetura, cujos sonhos democráticos naufragaram na progressiva aproximação com as elites sociais, políticas e econômicas, acaba por validar e preservar atrás de suas formas límpidas e simples. Não se trata dos únicos trabalhos da exposição que nascem da tensão entre elementos naturais, fragmentados e aparentemente desarrumados de um lado, e formas precisas e rigorosas do outro. Mas essa contraposição é, de certa maneira, ilusória, como demonstra o galho, contorto e bruto, que contudo se encaixa perfeitamente e sustenta uma mesa milimetricamente quadrada (Cooperativa antagônica, 2013), ou ainda a imagem de um tronco, impressa num papel anónimo e simples, que quase se funde com o pontalete que a segura no alto, contra a parede (Campo aberto 4). Por conta dessa tensão entre polos opostos (natural e artificial / geométrico e orgânico / bruto e acabado, etc.), as obras de André Komatsu não renunciam à prerrogativa de constituírem, exatamente, campos abertos, como se estivessem ainda a acontecer na frente do observador, ao invés de apresentar-se como algo concluído.
Ao recorrer, direta ou indiretamente, à técnica da anamorfose (Anamorfose sistemática 3 e 4, ambas 2012, e Campo Aberto 2, 2013), o artista enfatiza, de certa maneira, a necessidade de uma interpretação política ou de qualquer maneira metafórica para a exposição como um todo. A chave, para a compreensão de uma anamorfose, é quase sempre a mudança do ponto de vista, o deslocamento que permite olhar as coisas a partir de outro ângulo, revelando como o que parecia obscuro e abstrato seja, de fato, perfeitamente lógico e compreensível, e é exatamente isso que as obras aqui reunidas pedem: uma mudança de ponto de vista, a disponibilidade para serem lidas de outra forma, e entendidas de outra maneira. Os tijolos, as arquiteturas, os relógios que confluem para o universo artístico de André Komatsu são, além do que eles aparentam ser, convites à resistência social. Uma obra como Time Out (2013), por exemplo, em que umas resmas de papel sulfite impedem aos ponteiros de um relógio de seguir seu curso, é antes de mais nada um manifesto social e político. O ato metaforicamente carregado de parar o tempo seria impossível para uma única folha, e a força do trabalho, para além da sua beleza poética, consiste exatamente em demonstrar a potência, a carga revolucionária da união, capaz de realizar gestos impossíveis.
E essa mesma carga aparece no trabalho que pode ser considerado, exatamente pelo fato de fugir da lógica da tensão dominante na exposição, o que fornece sua chave mais importante: Esquadria disciplinar / Ordem marginal (2013). Aparentemente, a contraposição entre ordens distintas é ausente aqui: os dois grupos de chapas, o segundo resultante das que “sobram” do primeiro, obedecem ambos à mesma lógica rigorosa e dedutiva. Mas algumas chapas sobram ainda, e voltam, como uma espécie de vírus, infringindo a bidimensionalidade que parecia dominar o trabalho, sobressaindo-se da parede e propondo, nas palavras do artista, “um outro modelo de coexistência”. No universo aberto de André Komatsu, o próprio conceito de ordem é, poder-se-ia dizer, marginal, e não central. A ordem, como a conhecemos convencionalmente, é uma das possíveis formas em que o mundo pode manifestar-se, e não necessariamente a mais facilmente compreensível. Basta dar um passo, olhar as coisas de um novo ângulo, e o que parecia ordenado poderá revelar-se desarrumado, o que parecia caótico mostrar, finalmente, sua lógica irrepreensível.
O projeto de André Komatsu é menos uma obra acabada do que um processo que se desenvolve no tempo. Ele não chega a se constituir como uma narrativa, já que não há personagens ou acontecimentos que se encadeiam em série. Trata-se apenas de dois momentos: o primeiro, o incêndio da estrutura de uma pequena casa de madeira construída ao ar livre e, o segundo, o recolhimento das cinzas e a transferência delas para uma caixa dentro do espaço expositivo.
O trabalho não forma um sistema fechado em que a mudança de um estado a outro tende sempre a desordem, embora parte da casa incendiada se dissipe em calor e fumaça. A perda de energia, a destruição da estrutura arquitetônica e sua tendência ao esfacelamento, são relevantes nesse processo. No entanto, em vez da valorização do declínio ou da aniquilação, interessa ao artista o processo de mudança contínua tanto dos objetos como do espaço. Além de ocupar livremente o exterior do prédio, resíduos desse processo ficam impregnados nas roupas do público. E depois de transportadas para dentro do Paço das Artes, qualquer deslocamento de ar tende a fazer com que as cinzas continuem a se dispersar.
As premissas espaciais do trabalho de Komatsu se distanciam de uma compreensão apenas quantitativa do espaço, como se ele fosse constante, fixo e mensurável completamente por alguma unidade de medida. Ao contrário, sua noção parte de um espaço que em nada se opõe ao tempo. Trata-se justamente de um espaço móvel, qualitativo e que tende a ser percebido em seu devir. As arquiteturas projetadas pelo artista são sempre inabitáveis ou inacessíveis. Não são espaços confortáveis, concebidos segundo proporções ideais a partir da escala do corpo. São lugares apertados, áridos e que antes de buscarem uma relação harmoniosa com o espectador, ou proporem uma participação, são agressivos e avessos ao contato direto.
Em um dos de seus vídeos, em que o artista recolhe ruínas e fragmentos de construções pelas ruas da cidade e tenta agregá-los ao seu corpo em mochilas ou bolsos, fica evidente a inadequação entre corpo humano e a matéria bruta da construção civil. Mesmo que em alguns trabalhos ele tente a atribuir nova função ao entulho, é clara certa oposição entre esses dejetos, os espaços arquitetônicos dos quais eles resultam, e sua relação com o corpo.
A inadequação de certas construções em relação ao corpo havia sido formulada pelo artista em uma espécie de guarita inóspita, uma arquitetura de guerra e de controle que Komatsu projetou para sua individual no Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo. Fechado em si mesmo e inacessível, tratava-se de um espaço ameaçador que se camuflava com o branco dos painéis destinados a organizar a mostra.
Entretanto, enquanto nessa experiência a assepsia era uma estratégia de disfarce, aqui, em Tempo = ação/espaço, ela pode ser compreendida de modo inverso. A combustão da madeira não deixa de ser uma maneira de higienização, mas a transposição dos resíduos resultante desse processo para o espaço expositivo inverte esse processo. O trabalho funciona assim como um agente contaminador que leva a sujeira do mundo da vida para dentro do asséptico e “neutro” espaço expositivo.
Trabalhando com as relações entre a ação no espaço e sua correspondência com o tempo, Komatsu parece compreender o par construção e desconstrução como inseparável. Antes de criar espaços congelados e determinados por relações fixas, ele lida com o processo de transformação da ruína em edificações e a inevitável ação do tempo que tende a corrompê-las e degenerá-las.
A representação de processos construtivos e de edificações no trabalho de André Komatsu contém sempre ruínas e a idéia de desconstrução. Um dos procedimentos usuais do artista é recolher entulho das ruas, caçambas e lixos, e atribuir nova função ao que era dejeto, seja para empregá-lo na produção de tridimensionais e instalações, seja para tomá-lo como suporte de desenhos de arquitetura.
Em geral, as peças incorporam, invertem e devolvem na forma de problema as características de seus suportes e referentes. Assim, fragmentos de alvenaria recebem contornos a lápis de um muro imperfeito ou de um prédio de alto padrão, e a maquete de um sobrado, com as paredes laterais de madeira no chão, abriga uma pilha de cascalhos. Nessa espécie de dialética do canteiro de obras, erigir pressupõe a derrubada de estruturas. E o que sobra da demolição volta a ser matéria-prima em trabalhos que comentam os modos de uso e ocupação de espaços públicos e terrenos particulares na cidade.
A mostra do artista no Centro Cultural São Paulo transpõe para a área expositiva o princípio de construir para destruir, e vice-versa. Kamikase (ou para todos aqueles que acreditaram) representa o impacto da colisão entre dois carrinhos de rolimã por um amontoado de papelão, sarrafos de madeira, garrafas de PVC etc. O “choque” dos carros guiados pelos pés ganha uma onomatopéia puramente visual, não-lingüística: o CRASHHH!!! dos balões de gibis, com os destroços. Montado no cruzamento entre duas rampas do prédio, o trabalho restringe a circulação dos visitantes e insinua um estado de exceção, quem sabe, o clima de guerra que o título sugere.
A beligerância está abafada também nos vãos que cortam a luminosidade clínica de Alasca, instalação na qual Komatsu ergue uma casa-mata com a assepsia do “cubo branco” em carga máxima, o que, vice-versa, confere sentido militar ao espaço genérico consagrado à arte. De fato, o bunker é um cubo enquanto construção, branco, de blocos de concreto, mas é também o local de proteção e ataque, com visores nas quatro faces laterais, instalado numa sala iluminada até a saturação da luz fria.
Tudo cândido demais, uma brancura comparável – por indução do artista – a um iglu projetado em linhas retas, encravado na neve de fundo infinito do Alasca. De dentro do abrigo, onde ninguém entra, só seria possível ver o exterior pelas frestas, destinadas ao posicionamento e à mira de armas de fogo. Sem indício de conflito, debaixo de um barulho surdo, a arquitetura de guerra parece até se acondicionar bem numa galeria de arte. Ou não, seria a própria arte em risco, sob alvo de fogo-amigo? Se for, a exposição vai inteira dedicada àqueles que acreditaram.
Os narradores nollianos possuem uma espécie de “corpo sombreado”, ou seja, mesmo que se saibam mutilados, deambulam pelas cidades com se ainda possuíssem os pedaços que faltam. Por isso conservam um “repertório de imagens”, de estereótipos que anunciam, continuamente, a cadeia de vocábulos e atos repetitivos.
(SENNETT. Op. cit., p. 225)
Uma reta de mil metros com uma curva na ponta, entra no lado esquerdo de dois muros, voltados pra parte interna de um fosso de três metros de profundidade, que dá para um dos quartos, cada um, com portas gigantescas e janelas que dão pro lado de dentro da casa a quinze centímetros do chão.
Da sala, dá pra ver no final do corredor, um piso com dois palmos de altura, mais uma polegada e três passos até chegar numa base onde sai uma escada, sem degraus, que afunda chão adentro e se encerra nela mesma. Se a parede sobe junto ao piso alcançam o primeiro andar, ambos cobrem um teto que se abre para as mesmas janelas que dão pro jardim, é possível dobrar a porta do porão e empurrar o muro modificando o espaço do lado da casa, quase que invadindo um terreno ao lado, acho que de uma fábrica ou um hospital, não sei…
Noves fora cinco, ou quatro operações
1.um corpo que o braço é um martelo e os olhos são placas de vidro, cuja parte de trás da perna não dobra, mas é ajustável por um mecanismo de madeira e rolimãs que o permite arrastar-se com desenvoltura. Os dedos e os cabelos são do mesmo material do teto da casa, uma espécie de ímãs revestidos com borracha.
1.ao se colocarem na rua, seu lugar de origem, o corpo e a casa, se confundem com uma paisagem que é uma espécie de espelho, desses que alteram as dimensões da imagem, essa imagem é projetada numa malha esticada forrando a terra e sufocado-a. A violência do tecido/sentido, pressiona o chão deixado-o inchado, pulsante, prestes a explodir. E quando explode, a cidade continua, torta, quebrada e estruturada a partir de rachaduras que a redesenham.
- 1. o corpo, desmontando-se no chão se arrasta até a avenida, como um móvel de madeira montando-se e desmontando-se pela cidade (digo de cal e éter), levando a casa nas costas e arranhando a rua.
- 1. uma espécie de suspensão frente às certezas do artista que autoriza a fragmentação dos restos úteis e os recoloca na paisagem, usa de uma ‘composiçao’ que nos move como um detalhe ampliado. Pois, o detalhe passa a forçar uma composição mole, porque há fumaça e lama, e como fôrmas incompletas, recebem a massa acrílica de uma avenida que se alarga até o fim do corredor da casa suspensa.
somar: no trabalho de André komatsu, o peso sobre o solo não se calcula em números, nem em pensamentos e palavras sobre balanças, mas, na ‘sub-tração’ da carne, na ciência do espaço e no questionamento da pedra.