EXPANSIVO empresta seu título da obra criada por Carmela Gross, em 1988, por expressar em si o conceito que permeia parte das obras que integram a coletiva, que abordam questões como a de expansão, propagação e dispersão de uma ideia a partir de um núcleo.
Para além de uma experiência visual, EXPANSIVO conta com obras que envolvem outros sentidos além da visão, como o olfato no caso de Per fumum (2010-2011) de Rosângela Rennó, e a audição em Expansão (2011-2012) de Marcius Galan.
EXPANSIVO propõe uma reflexão acerca do original e do único, sugerindo um envolvimento amplo dos sentidos como forma de catalisar a experiência entre observador e obra, e, além disso, entre os próprios observadores. A exposição busca criar uma experiência coletiva única que vai além do sentido da visão.
A partir de um desenho original, Carmela Gross implode, em Expansivo, o campo da imagem. Cabe ao observador decifrar a magnitude da forma original a partir das partículas liberadas de seu núcleo. Composta por dezenas de pequenas partes de latão cromado reflexivas, Expansivo se assemelha a uma constelação que gravita no espaço, sugerindo um espaço elástico e em transformação que reflete seu entorno. Expansivo de Gross sugere uma reflexão sobre os limites de coesão e divisão da imagem, explorando suas forças de gravitação e concentração.
A Sociedade dos Amigos e das Adjacências da Rua da Alfândega, ou como é popularmente conhecida a região ocupada pelo maior mercado popular ao ar livre da cidade do Rio de Janeiro, o Saara, serviu de estimulo original e palco para a criação da obra Per fumum de Rosângela Rennó. Composta por turíbulos contendo resinas aromáticas como mirra, olíbano, mastique, estoraque, copal, breu branco e benjoim do Sião e de Sumatra, Per fumum surgiu como uma intervenção urbana no Saara. Originalmente, a obra sugere uma aproximação através do incenso entre os vários grupos étnicos que ocupam a região, como árabes, judeus, coreanos budistas e católicos. Ao caminhar ao longo dos espaços expositivos de EXPANSIVO, o observador sentirá o ar impregnado por aromas diferentes, derivados da queima de resinas mais tradicionais, conhecidas e usadas por diversos povos e culturas. A instalação Alices (2009), de Marilá Dardot, foi criada a partir do clássico da literatura inglesa Alice’s Adventures in Wonderland, de Lewis Carrol. Para realizá-la, Dardot se apropriou de uma edição do livro na língua original disponível na biblioteca do Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo. O trabalho explora as mudanças de tamanho da personagem para refletir sobre a transformação do próprio leitor/observador ao longo da leitura da obra. A dimensão das imagens de trechos do livro reproduzidos por Dardot na obra varia de acordo com o tamanho de Alice na passagem destacada, como se o visitante da exposição crescesse ou diminuísse junto com o personagem. Nicolás Bacal (1985), artista argentino que recentemente passou a ser representado pela Vermelho, apresenta La gravedad de mi órbita alrededor tuyo (2009). A vida emocional e os sistemas de medição, o enigma da música e a utopia de dar forma ao tempo como objeto escultórico, são alguns dos problemas que caracterizam a obra de Nicolás Bacal.
Com La gravedad de mi órbita alrededor tuyo, Bacal revela um refinamento da teoria do BigBang, ou seja, uma maneira de compreender e materializar os mecanismos pelos quais o pequeno reaparece com dimensões ampliadas. Na obra, Bacal emprega a fotografia para simular a explosão de uma hipernova. Para criá-la, o artista fotografou o interior dos quartos de amigos próximos onde objetos pessoais aparecem misturados a flashes fotográficos que queimam a imagem e a visão do observador, iluminando as paredes abarrotadas de imagens e de objetos. A coincidência entre tempo e lugar nesses ambientes íntimos e o simulacro de fenômenos astronômicos justapõem-se, criando duas escalas e duas cadeias de sentido.
Para criar Expansão, Marcius Galan amplificou o som gerado pelo atrito entre o lápis sobre o papel num movimento único e linear. Nesse caso, o desenho vaza do papel assumindo outra materialidade. Na obra, a bidimensionalidade do papel se transforma à vista do observador na tridimensionalidade do som.
Finalmente, sobre a fachada da Vermelho, Lia Chaia apresenta a instalação Gato (2012), que, como o nome já diz, revela uma situação bastante vista nas ruas de cidades como São Paulo, o famoso gato. A partir de um ponto fixo no pátio da Vermelho, um imbricado sistema de cabos e fios elétricos conectaram as várias edificações que ocupam o entorno do prédio principal.
EXPANSIVO empresta seu título da obra criada por Carmela Gross, em 1988, por expressar em si o conceito que permeia parte das obras que integram a coletiva, que abordam questões como a de expansão, propagação e dispersão de uma ideia a partir de um núcleo.
Para além de uma experiência visual, EXPANSIVO conta com obras que envolvem outros sentidos além da visão, como o olfato no caso de Per fumum (2010-2011) de Rosângela Rennó, e a audição em Expansão (2011-2012) de Marcius Galan.
EXPANSIVO propõe uma reflexão acerca do original e do único, sugerindo um envolvimento amplo dos sentidos como forma de catalisar a experiência entre observador e obra, e, além disso, entre os próprios observadores. A exposição busca criar uma experiência coletiva única que vai além do sentido da visão.
A partir de um desenho original, Carmela Gross implode, em Expansivo, o campo da imagem. Cabe ao observador decifrar a magnitude da forma original a partir das partículas liberadas de seu núcleo. Composta por dezenas de pequenas partes de latão cromado reflexivas, Expansivo se assemelha a uma constelação que gravita no espaço, sugerindo um espaço elástico e em transformação que reflete seu entorno. Expansivo de Gross sugere uma reflexão sobre os limites de coesão e divisão da imagem, explorando suas forças de gravitação e concentração.
A Sociedade dos Amigos e das Adjacências da Rua da Alfândega, ou como é popularmente conhecida a região ocupada pelo maior mercado popular ao ar livre da cidade do Rio de Janeiro, o Saara, serviu de estimulo original e palco para a criação da obra Per fumum de Rosângela Rennó. Composta por turíbulos contendo resinas aromáticas como mirra, olíbano, mastique, estoraque, copal, breu branco e benjoim do Sião e de Sumatra, Per fumum surgiu como uma intervenção urbana no Saara. Originalmente, a obra sugere uma aproximação através do incenso entre os vários grupos étnicos que ocupam a região, como árabes, judeus, coreanos budistas e católicos. Ao caminhar ao longo dos espaços expositivos de EXPANSIVO, o observador sentirá o ar impregnado por aromas diferentes, derivados da queima de resinas mais tradicionais, conhecidas e usadas por diversos povos e culturas. A instalação Alices (2009), de Marilá Dardot, foi criada a partir do clássico da literatura inglesa Alice’s Adventures in Wonderland, de Lewis Carrol. Para realizá-la, Dardot se apropriou de uma edição do livro na língua original disponível na biblioteca do Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo. O trabalho explora as mudanças de tamanho da personagem para refletir sobre a transformação do próprio leitor/observador ao longo da leitura da obra. A dimensão das imagens de trechos do livro reproduzidos por Dardot na obra varia de acordo com o tamanho de Alice na passagem destacada, como se o visitante da exposição crescesse ou diminuísse junto com o personagem. Nicolás Bacal (1985), artista argentino que recentemente passou a ser representado pela Vermelho, apresenta La gravedad de mi órbita alrededor tuyo (2009). A vida emocional e os sistemas de medição, o enigma da música e a utopia de dar forma ao tempo como objeto escultórico, são alguns dos problemas que caracterizam a obra de Nicolás Bacal.
Com La gravedad de mi órbita alrededor tuyo, Bacal revela um refinamento da teoria do BigBang, ou seja, uma maneira de compreender e materializar os mecanismos pelos quais o pequeno reaparece com dimensões ampliadas. Na obra, Bacal emprega a fotografia para simular a explosão de uma hipernova. Para criá-la, o artista fotografou o interior dos quartos de amigos próximos onde objetos pessoais aparecem misturados a flashes fotográficos que queimam a imagem e a visão do observador, iluminando as paredes abarrotadas de imagens e de objetos. A coincidência entre tempo e lugar nesses ambientes íntimos e o simulacro de fenômenos astronômicos justapõem-se, criando duas escalas e duas cadeias de sentido.
Para criar Expansão, Marcius Galan amplificou o som gerado pelo atrito entre o lápis sobre o papel num movimento único e linear. Nesse caso, o desenho vaza do papel assumindo outra materialidade. Na obra, a bidimensionalidade do papel se transforma à vista do observador na tridimensionalidade do som.
Finalmente, sobre a fachada da Vermelho, Lia Chaia apresenta a instalação Gato (2012), que, como o nome já diz, revela uma situação bastante vista nas ruas de cidades como São Paulo, o famoso gato. A partir de um ponto fixo no pátio da Vermelho, um imbricado sistema de cabos e fios elétricos conectaram as várias edificações que ocupam o entorno do prédio principal.


















