






























Minhas práticas partem da premissa que, para gerar forma, é necessário despender energia. Minhas performances, filmes, vídeos, objetos e instalações invariavelmente tornam visíveis os esforços necessários para sua realização – sejam eles identificados como onda sonora, correntes elétricas ou meu próprio fôlego. Cada trabalho funciona como uma tentativa de constituir metabolismo próprio, que se alimenta de referências que, historicamente, carregam em si o motor da mudança e o horizonte da frustração, tais como tentativas modernas de revolução da arte e da vida disparadas por agitadores sociais, por artistas de vanguarda ou por ditadores comprometidos com a ascensão e o declínio dos povos. Essas referências são submetidas a ciclos entrópicos de repetição, perda e transformação de valores simbólicos ou de crença. Em alguns casos esses metabolismos operam em uma lógica catabólica: consomem a si mesmos, se autodestroem através de circuitos internos, ou se apresentam como tentativas de eficácia questionável, que inevitavelmente são levadas ao fracasso. Já outros operam em uma lógica anabólica, produzindo carga de energia que despende e dispersa como movimento, força, som, suor e atrito. – Guilherme Peters 2021
Guilherme Peters possui trabalhos que se movem entre desenho, vídeo, performance e instalação, investigando as relações entre história, arte, cultura, política, resistência e transformação.
Co-produzido com Roberto Winter, escreveu e dirigiu o longa-metragem “Proxy Reverso”, recebendo diversos prêmios, entre eles Montagem e Invenção, Prêmio ABD e Prêmio Especial do Júri durante o festival de cinema Semana dos Diretores de 2015.
Peters participou de exposições como Artifice and Fiction, no Institute of Contemporary Art of Singapore (2019), XXXV Festival internacional do Uruguay – Cinemateca Uruguaya Lorenzo Carnelli (2017, Montevideo, Uruguai); Building Imaginery Bridges Across Hard Ground – Art Dubai Contemporary (2015, Dubai, Emirados Árabes); The part that doesn’t belong to you, Wiesbaden Kunsthaus (2014, Wisbaden, Alemanha); La Historia la escriben los vencedores, Espacio OTR (2014, Madri, Espanha) ; Amor e ódio a Lygia Clark – Zacheta National Gallery (2013, Varsóvia, Polônia) “À Sombra do Futuro” no Instituto Cervantes (2010, São Paulo, SP), 8ª Bienal do MERCOSUL – “Ensaios de Geopoéticas” (2011, Porto Alegre, RS) , “Panoramas do Sul” – 17 ° Festival Internacional de Arte Contemporânea Videobrasil, no SESC Belenzinho (2011, São Paulo, SP), e em várias edições de festival de performance Verbo (São Paulo, SP).
Graduado em Artes Visuais pela Fundação Armando Alvares Penteado (São Paulo).
Minhas práticas partem da premissa que, para gerar forma, é necessário despender energia. Minhas performances, filmes, vídeos, objetos e instalações invariavelmente tornam visíveis os esforços necessários para sua realização – sejam eles identificados como onda sonora, correntes elétricas ou meu próprio fôlego. Cada trabalho funciona como uma tentativa de constituir metabolismo próprio, que se alimenta de referências que, historicamente, carregam em si o motor da mudança e o horizonte da frustração, tais como tentativas modernas de revolução da arte e da vida disparadas por agitadores sociais, por artistas de vanguarda ou por ditadores comprometidos com a ascensão e o declínio dos povos. Essas referências são submetidas a ciclos entrópicos de repetição, perda e transformação de valores simbólicos ou de crença. Em alguns casos esses metabolismos operam em uma lógica catabólica: consomem a si mesmos, se autodestroem através de circuitos internos, ou se apresentam como tentativas de eficácia questionável, que inevitavelmente são levadas ao fracasso. Já outros operam em uma lógica anabólica, produzindo carga de energia que despende e dispersa como movimento, força, som, suor e atrito. – Guilherme Peters 2021
Guilherme Peters possui trabalhos que se movem entre desenho, vídeo, performance e instalação, investigando as relações entre história, arte, cultura, política, resistência e transformação.
Co-produzido com Roberto Winter, escreveu e dirigiu o longa-metragem “Proxy Reverso”, recebendo diversos prêmios, entre eles Montagem e Invenção, Prêmio ABD e Prêmio Especial do Júri durante o festival de cinema Semana dos Diretores de 2015.
Peters participou de exposições como Artifice and Fiction, no Institute of Contemporary Art of Singapore (2019), XXXV Festival internacional do Uruguay – Cinemateca Uruguaya Lorenzo Carnelli (2017, Montevideo, Uruguai); Building Imaginery Bridges Across Hard Ground – Art Dubai Contemporary (2015, Dubai, Emirados Árabes); The part that doesn’t belong to you, Wiesbaden Kunsthaus (2014, Wisbaden, Alemanha); La Historia la escriben los vencedores, Espacio OTR (2014, Madri, Espanha) ; Amor e ódio a Lygia Clark – Zacheta National Gallery (2013, Varsóvia, Polônia) “À Sombra do Futuro” no Instituto Cervantes (2010, São Paulo, SP), 8ª Bienal do MERCOSUL – “Ensaios de Geopoéticas” (2011, Porto Alegre, RS) , “Panoramas do Sul” – 17 ° Festival Internacional de Arte Contemporânea Videobrasil, no SESC Belenzinho (2011, São Paulo, SP), e em várias edições de festival de performance Verbo (São Paulo, SP).
Graduado em Artes Visuais pela Fundação Armando Alvares Penteado (São Paulo).
Guilherme Peters
1987. São Paulo, Brasil
Vive e trabalha em São Paulo
guilhermepeters.com
Exposições Individuais / Solo Shows
2019
– Nâo pense em crise, trabalhe – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil – 2018
– Guilherme Peters: tentativa de aspirar o grande labirinto – Sala Antonio – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil- 2017
– PARTE 2017 – Feira de Arte Contemporânea (Seção Solos) – A Hebraica – Salão Marc Chagall – São Paulo – Brasil 2013
– U=RI – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil 2011
– Palácio da Eternidade e a Valsa dos Esquecidos – Palácio das Artes – Belo Horizonte – MG – Brasil
Exposições Coletivas / Group Shows
2022
– Coleção Sartori — A arte contemporânea habita Antônio Prado – Museu de Arte do Rio Grande do Sul [MARGS] – Porto Alegre – Brasil
– Ciclo Internacional de VIDEOARTE_7’8 – Fábrica Braço de Prata – Lisboa – Portugal
2019
– O que não é floresta é prisão política – Reocupação 9 de Julho – São Paulo – Brasil
– Black End: vigilância, arte e privacidade – Faculdade de Direito da USP – São Paulo – Brasil
– Artifice and Fiction – Institute of Contemporary Art of Singapore – Singapura
2018
– Mostra de filmes e vídeos Verbo SLZ – Chão SLZ – São Luís – Brasil
– Caixa-Preta – Fundação Iberê Camargo – Porto Alegre – Brasil
– Arte Atual Festival: Demonstração por Absurdo – Instituto Tomie Ohtake (ITO) – São Paulo – Brasil
– A Marquise, o MAM e nós no meio – Museu de Arte de São Paulo (MAM SP) – São Paulo – Brasil
– Do Disturb – Palais de Tokyo – Paris – França
2017
– Quando nós estamos? O tempo e o Prêmio EDP nas Artes – Instituto Tomie Ohtake – São Paulo – Brasil
– Brasil: de 1500 a 2013 & Entre documentário e ficção – Cine Jóia – Rio de Janeiro – Brasil
– Cinecien – Festival de Cine y Video Científico del Mercosur – Centro Cultural de la Ciencia – Buenos Aires – Argentina
– Mostra São Paulo Cinema Anônimo – Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes – Belo Horizonte – Brasil
– XXXV Festival internacional do Uruguay – Cinemateca Uruguaya Lorenzo Carnelli – Montevideo – Uruguai
2016
– Coletiva – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Coletiva – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Keep Calm and Carry On – Tabacalera – Madri – Espanha
– 15ª Mostra do Filme Livre – CCBB BH, CCBB Rio, CCBB São Paulo, CCBB DF, Brasil
2015
– VII Semana dos Realizadores – Rio de Janeiro – Brasil
– Fotos contam Fatos – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Ponto de Ebulição – PSM Gallery – Berlim – Alemanha
– Building Imaginery Bridges Across Hard Ground – Art Dubai Contemporary – Dubai – Emirados Árabes
2014
– The part that doesn’t belong to you, Wiesbaden – Kunsthaus – Wisbaden – Alemanha
– Verbo 2014. Mostra de Performance Arte (10ª ed.) – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Transperformance 3: Corpo Estranho – Oi Futuro – Rio de Janeiro – Brasil
– La Historia la escriben los vencedores – Espacio OTR – Madri – Espanha
– Deslize – Museu de Arte do Rio – Rio de Janeiro – Brasil
2013
– Amor e ódio a Lygia Clark – Zacheta National Gallery – Varsóvia – Polônia
– Verbo 2013: mostra de performance arte [9ª edição] – Galeria Vermelho – São Paulo – Brazil
2012
– Red Bull House of Art – Red Bull Station – São Paulo – Brasil
– Paraty em Foco 2013 – Paraty – Brasil
– 1a Bienal de Montevideo: El Gran Sur – Fundacion Bienal de Montevideo – Montevideo – Uruguai
– Da próxima vez eu fazia tudo diferente – Pivô / COPAN – São Paulo – Brasil
– É preciso confrontar as imagens vagas com os gestos claros – Oficina Cultural Oswaldo de Andrade – São Paulo – Brasil
– Verbo 2012 / Programa I – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Gravura em campo expandido – Pinacoteca do Estado – São Paulo – Brasil
– Além da Forma: Plano, matéria, espaço e tempo – Instituto Figueiredo Ferraz – Ribeirão Preto – Brasil
– FLAM III [Forum of Live Art Amsterdam] – Arti et Amicitiae – Amsterdam – Holanda
– Panoramas do Sul – 17° Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC Videobrasil [itinerancia] – Ilhas Maurício
– Panoramas do Sul / 17º Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil [itinerancia] – SESC Campinas – Campinas – São Paulo – Brasil
– Panoramas do Sul / 17º Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil [itinerancia] – SESC São José do Rio Preto – São José do Rio Preto –Brasil
– Panoramas do Sul / 17º Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil [itinerancia] – SESC Santos – Santos –Brasil
2011
– Contra a Parede – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Panoramas do Sul – 17° Festival Internacional de Arte Contemporânea Videobrasil – SESC Belenzinho – São Paulo – SP- Brasil
– 8ª Bienal do Mercosul: Ensaios de Geopoéticas – Porto Alegre – Brasil
2010
-Nada se Ensaia: procura-se a Falha – Galeria Mendes Wood- São Paulo – Brasil
– Red Bull House of Art – São Paulo – Brasil
– 20 Poucos Anos – Galeria Baró – São Paulo – Brasil
– À Sombra do Futuro – Instituto Cervantes – São Paulo – Brasil
– Prêmio EDP nas Artes – Instituto Tomie Ohtake – São Paulo – Brasil
– Verbo 2010 – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Aluga-se – São Paulo – Brasil
– VÃO- Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Experiência Hélio Oiticica – Itaú Cultural – São Paulo – Brasil
2009
– Verbo 2009- Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
2008
– 40ª Anual de Arte FAAP – Fundação Armando Alvares Penteado [FAAP] – São Paulo – Brasi
Residências / Artistic Residences
2012
– URRA – Residencia de Arte de Buenos Aires – Buenos Aires – Argentina
Prêmios / Prizes
2015
– Proxy Reverso – Prêmio Especial do Júri, Prêmio Edt. de montagem de invenção, Prêmio ABD – Audiovisual Independente (Melhor Longa) – VII Semana dos Realizadores – Rio de Janeiro – Brasil
Coleções Privadas abertas ao Público / Private Collections open to the Public
– Coleção Figueiredo Ferraz – Ribeirão Preto – Brasil
– Collecion Konex – Buenos Aires – Argentina
A presente pesquisa busca analisar e compreender as potencialidades do fracasso a partir
das performances do artista Guilherme Peters. Examinando obras realizadas por ele entre os
anos de 2008 e 2016, sempre com o uso de skate, identificam-se ações recorrentes, como o
salto, a queda e a ruína gerada. O conjunto performático possibilita problematizar questões
da arte e de nossa história. A metodologia aplicada prevê leituras de imagem e entrevista
com o artista. Como objetivo final da pesquisa, buscou-se uma reflexão sobre o fracasso e
sua potencialidade crítica sobre nossa presença no mundo.
Clique aqui para ler a dissertação completa.
Texto escrito para a 8ª Bienal do Mercosul, 2011.
A noção de território para Guilherme Peters vem dos trajetos e caminhos que ele percorre pela cidade. A experiência do artista com a urbe se dá sobre as rodas, no shape do skate. Seja por sons transmitidos ao vivo, captados por microfones instalados na parte inferior do skate, seja por desenhos traçados diretamente nas ruas, a paisagem é vivida sob a perspectiva do movimento. O perigo e a exposição do corpo são uma constante em sua ainda breve trajetória. É recorrente em sua prática a demarcação de territórios públicos ou privados. O campo demarcado, especialmente em performances em que se refere a Joséph Beuys, está previamente preparado com uma banha escorregadia que impede o movimento fluido das rodas do skate. Em outro trabalho, seu corpo atravessa arrastado por um carro toda extensão do Valle de La Muerte, no deserto do Atacama, no Chile. Há uma perseguição indireta dos limites e das fronteiras em sua obra. As ações acontecem até que os materiais envolvidos se deteriorem ou que o corpo não aguente mais. Em Tentativa de levar uma boia rosa até o horizonte, o território é demarcado a partir de uma simples corrida e a fronteira é medida pelo alcance da vista. Em Robespierre e a tentativa de retomar a revolução, Guilherme Peters interpreta um dos mais radicais e respeitados revolucionários franceses. Com um figurino típico, o artista recorre às origens do movimento republicano atual e à formação da nação contemporânea. Bem-humorado, o artista revela a impossibilidade de a utopia revolucionária prosperar num mundo em que tarefas simples e repetitivas provocam vertigem.