A Vermelho e a Sala Antonio apresentam Tentativa de aspirar ao grande labirinto, vídeo de Guilherme Peters de 2013.
O uso da nomenclatura “tentativa” na obra de Guilherme Peters parte sempre de uma previsão de fracasso, seja histórico, estético ou político. Sem ressalvas, o artista usa nessas experiências o corpo como ferramenta para experimentar doutrinas, ideias e conceitos, incluindo o ser humano dentro de determinada perspectiva. Essa estratégia foi iniciada por Peters em performances e fotografias antes de ser aplicada ao vídeo.
Tentativas se relacionam com a ideia de tentação, ou de desejo veemente, de impulso. Partem de vontades de possuir ou alcançar determinada situação ou objeto. Para Peters, esses impulsos estão ligados a concepções superlativas de ideais
Em Tentativa de aspirar ao grande labirinto, Guilherme Peters escrutina um dos Metaesquemas de Helio Oiticica por meio de uma animação criada com ferramentas de desenvolvimento de desenho técnico para projetos de arquitetura em 3D. Na obra, Peters se apropria ainda do texto Brasil Diarréia, escrito por Oiticica em 1970, e incluso no seu livro Aspiro ao grande labirinto (1986). O texto aponta para a diluição dos elementos construtivos brasileiros em prol de uma “deglutição” de tudo aquilo que seria interno ou externo a cultura nacional.
No trabalho de Peters, uma reprodução de um Metaesquema é aos poucos transmutada em espaço, fazendo suas formas erguerem-se como construções e fazendo seus espaços brancos tornarem-se vias de circulação. A “câmera” trafega por essas vias, como em um passeio virtual por uma cidade geométrica. Para Oiticica, essas pinturas geométricas apresentavam o conflito entre o espaço pictórico e o espaço extra-pictórico, preparando a superação do quadro que viria a seguir em sua obra. O Texto de Hélio Oiticica critica um processo de diluição do “caráter” brasileiro e clama por uma posição crítica.
No audio, Peters tenta ler o texto de Oiticica, mas sua dislexia impede o andamento fluido e compreensivo da obra. Sua blesidade nos atrai e repele conforme acompanhamos o texto, em um misto de torcida para que o narrador chegue na próxima parte do texto ou para que pare, cessando a irritante repetição de erros.
A Vermelho e a Sala Antonio apresentam Tentativa de aspirar ao grande labirinto, vídeo de Guilherme Peters de 2013.
O uso da nomenclatura “tentativa” na obra de Guilherme Peters parte sempre de uma previsão de fracasso, seja histórico, estético ou político. Sem ressalvas, o artista usa nessas experiências o corpo como ferramenta para experimentar doutrinas, ideias e conceitos, incluindo o ser humano dentro de determinada perspectiva. Essa estratégia foi iniciada por Peters em performances e fotografias antes de ser aplicada ao vídeo.
Tentativas se relacionam com a ideia de tentação, ou de desejo veemente, de impulso. Partem de vontades de possuir ou alcançar determinada situação ou objeto. Para Peters, esses impulsos estão ligados a concepções superlativas de ideais
Em Tentativa de aspirar ao grande labirinto, Guilherme Peters escrutina um dos Metaesquemas de Helio Oiticica por meio de uma animação criada com ferramentas de desenvolvimento de desenho técnico para projetos de arquitetura em 3D. Na obra, Peters se apropria ainda do texto Brasil Diarréia, escrito por Oiticica em 1970, e incluso no seu livro Aspiro ao grande labirinto (1986). O texto aponta para a diluição dos elementos construtivos brasileiros em prol de uma “deglutição” de tudo aquilo que seria interno ou externo a cultura nacional.
No trabalho de Peters, uma reprodução de um Metaesquema é aos poucos transmutada em espaço, fazendo suas formas erguerem-se como construções e fazendo seus espaços brancos tornarem-se vias de circulação. A “câmera” trafega por essas vias, como em um passeio virtual por uma cidade geométrica. Para Oiticica, essas pinturas geométricas apresentavam o conflito entre o espaço pictórico e o espaço extra-pictórico, preparando a superação do quadro que viria a seguir em sua obra. O Texto de Hélio Oiticica critica um processo de diluição do “caráter” brasileiro e clama por uma posição crítica.
No audio, Peters tenta ler o texto de Oiticica, mas sua dislexia impede o andamento fluido e compreensivo da obra. Sua blesidade nos atrai e repele conforme acompanhamos o texto, em um misto de torcida para que o narrador chegue na próxima parte do texto ou para que pare, cessando a irritante repetição de erros.