Jonathas de Andrade ocupa a sala Antonio – o cinema da Galeria Vermelho – com o curta-metragem O Caseiro (2016) que propõe um diálogo com o filme de 1959, O Mestre de Apipucos, de Joaquim Pedro de Andrade.
O filme é construído simetricamente em duas narrativas. À esquerda, o filme de 1959, gentilmente cedido pela produtora Filmes do Serro, exibe o cotidiano de Gilberto Freyre em sua casa no bairro de Apipucos, no Recife. À direita, Jonathas de Andrade cria um espelhamento simultâneo das cenas de O Mestre de Apipucos substituindo Freyre por um suposto caseiro da opulenta morada do sociólogo. O paralelo entre os dois personagens – aquele histórico do documentário, e aquele anônimo da ficção – estabelece uma tensão que sublinha aspectos de classe e raça, dois dos assuntos mais presentes na obra de Freyre, já que este aparece vivendo uma vida de registro aristocrático no filme de Pedro de Andrade.
Do lado de fora do cinema, Jonathas exibe a instalação Suar a Camisa (2014), vista pela primeira vez em São Paulo. Em contato direto com trabalhadores pelas ruas do Recife, de Andrade negociou, trocou e comprou cerca de 120 camisas suadas de trabalhadores da cidade ao final de um dia de trabalho. A montagem das camisas em uma grande fila, cada uma sobre um suporte vertical de madeira, faz menção a uma espécie de fila de espera: do desemprego, do ônibus, ou ate mesmo de uma greve.
Jonathas de Andrade ocupa a sala Antonio – o cinema da Galeria Vermelho – com o curta-metragem O Caseiro (2016) que propõe um diálogo com o filme de 1959, O Mestre de Apipucos, de Joaquim Pedro de Andrade.
O filme é construído simetricamente em duas narrativas. À esquerda, o filme de 1959, gentilmente cedido pela produtora Filmes do Serro, exibe o cotidiano de Gilberto Freyre em sua casa no bairro de Apipucos, no Recife. À direita, Jonathas de Andrade cria um espelhamento simultâneo das cenas de O Mestre de Apipucos substituindo Freyre por um suposto caseiro da opulenta morada do sociólogo. O paralelo entre os dois personagens – aquele histórico do documentário, e aquele anônimo da ficção – estabelece uma tensão que sublinha aspectos de classe e raça, dois dos assuntos mais presentes na obra de Freyre, já que este aparece vivendo uma vida de registro aristocrático no filme de Pedro de Andrade.
Do lado de fora do cinema, Jonathas exibe a instalação Suar a Camisa (2014), vista pela primeira vez em São Paulo. Em contato direto com trabalhadores pelas ruas do Recife, de Andrade negociou, trocou e comprou cerca de 120 camisas suadas de trabalhadores da cidade ao final de um dia de trabalho. A montagem das camisas em uma grande fila, cada uma sobre um suporte vertical de madeira, faz menção a uma espécie de fila de espera: do desemprego, do ônibus, ou ate mesmo de uma greve.