A Vermelho apresenta, de 1 de setembro a 4 de outubro, de 2009, a exposição coletiva Asimetrías y Convergencias (salas 1 e 2), que reúne trabalhos de 19 jovens artistas colombianos organizada pela curadora também colombiana Maria Iovino.
Alguns dos artistas que integram a exposição já são conhecidos no Brasil e no exterior, como Nicolás París, Milena Bonilla, Carlos Bonil, Gabriel Antolinez ou Ícaro Zorbar, artista que participou da mostra de performances VERBO 2009, em julho passado.
Além desses artistas, a coletiva inclui também trabalhos de María Isabel Arango, Natalia Castañeda, Pedro Gómez-Egaña, Andrés Ramírez Gaviria, Cesar González, Kevin Simón Mancera, Luis Hernández Mellizo, Mónica Naranjo, Luisa Roa, María Isabel Rueda, Adriana Salazar, Daniel Santiago Salguero, Diana Menestrey Schwieger e Angélica Teuta.
Asimetrías y Convergencias reúne trabalhos que tem o desenho como ponto de partida, mas que sugerem desdobramentos possíveis que abrangem não apenas rascunhos ou ilustrações de projetos, instrumento na visualização e organização de idéias, mas também aqueles que ganham tridimensionalidade e surgem no formato de esculturas e instalações.
Nas mãos do artista, a ação de desenhar possibilita uma série de outras ações paralelas como traçar, apagar, rasurar, anotar, riscar, rascunhar, rabiscar. De qualquer forma, o desenho está intimamente relacionado à experiência. Mais do que qualquer outra mídia, o desenho representa uma relação direta com o artista, testemunho do entorno que o afeta, criando uma narrativa acerca do cotidiano materializada de forma abstrata ou realista. O desenho, por conta de sua fragilidade, concisão e aparente proximidade com o observador, exerce sobre ele um grande poder de sedução.
A seleção de trabalhos proposta pela curadora independente Maria Iovino para Asimetrías y Convergencias guarda muitas das características mencionadas acima. São instalações, vídeos, animações, desenhos, livros de artista e esculturas que criam diferentes relações com o desenho, por vezes tangenciando-o, como o muralismo de María Isabel Arango e de Luisa Roa que, embora possa ser associado à tradição mais ancestral do desenho (arte rupestre), parece negar a bidimensionalidade da superfície chapada das paredes do cubo branco escorrendo para o chão e para os cantos do espaço, rompendo com a rigidez asséptica da arquitetura desses espaços.
A tentativa de rompimento com a bidimensionalidade aparece também nos bordados de Gabriel Antolinez que não apenas se aproveitam da possibilidade arquitetônica do espaço, mas o subverte criando cantos e ângulos inusitados, sugerindo ligamentos e conexões que revelam aquilo que está sob o suporte, ou melhor, aquilo que vaza do desenho no verso do papel.
Já Idea Corriente de Carlos Bonil, obra que ocupará a fachada da Vermelho, usa o desenho como um procedimento elétrico, ou seja, dois pólos, um positivo e outro negativo independentes que nem sempre caminham juntos. Entretanto, a conexão simultânea detona uma idéia. Várias analogias poderiam ser criadas a partir dessa engenhoca tão simples que, de qualquer forma, aponta para a relação entre traço e suporte. O mesmo pode ser dito acerca das Máquinas Maleducadas de Adriana Salazar. As duas instalações propostas pela artista repetem atos cotidianos, como amarrar um sapato ou colocar vinho em uma taça de vidro através de engenhocas mecânicas cujos resultados são superados pela ação que esses pequenos robôs desenvolvem no espaço.
O desenho como um procedimento mecanizado gerido pelas artes gráficas aparece em Hilando Vientos, livro de artista de Natalia Castañeda. A obra, composta por apenas dois desenhos, busca criar um esboço do movimento dos ventos. Como o fole de um acordeom, a obra sugere a materialização sobre papel verger do imaterial, daquilo que não pode ser apreendido ou recuperado, apontando para a fragilidade e finitude do desenho, e da própria arte em geral.
O desenho como representação do mundo visível pode ser uma comentário plausível para o trabalho de Mônica Naranjo. Entretanto, um olhar mais atento perceberá nas narrativas aparentemente lineares propostas pela artista um emaranhado de enigmas visuais, espelhamentos, sombras e aparições que compõem o imaginário óptico de Naranjo, que associa o desenho a procedimentos de colorização digital. O desenho associado a procedimentos digitais reaparece nas obras de Nicolás París e Andrés Ramírez Gaviria que, antes de apontar para o visível, sugerem uma certa invisibilidade.
A idéia histórica do desenho como representação transparente do visível reaparece subvertida na instalação Decoración para espacios Claustrofóbicos (2009) de Angélica Teuta. Sobre a superfície de vidro de dois retroprojetores, Teuta cria cenários urbanos a partir de pequenas miniaturas e impressões em acetato revertendo,com esse procedimento, a busca pela tridimensionalidade, já que a maquete criada sobre o vidro reaparece em um jogo de transparências projetado sobre a parede branca.
Já Kevin Simón Mancera apresenta uma série de desenhos criados a partir dos estímulos sugeridos pelo deslocamento do artista dentro da cidade de São Paulo. O artista andarilho percorre grandes distâncias a pé se deixando afetar, criando um diário de bordo, índices acerca do entorno e podem se materializar em folhas de livros antigos, jornais ou revistas.
Asimetrías y Convergencias é um projeto criado por Maria Iovino com financiamento da Fundación Gilberto Alzate Avendaño (Colômbia). Os 19 artistas que integram a exposição foram selecionados através de uma convocatória e contou ainda com um programa de residências artísticas em São Paulo e no Rio de Janeiro, que possibilitou a vinda e permanência no Brasil, por um mês, de Andrés Ramírez Gaviria, Kevin Simón Mancera, Luisa Roa, Adriana Salazar, Angélica Teuta e Ícaro Zobar.
Simultaneamente a Asimetrías y Convergencias, será apresentada também a instalação Hortus Conclusus de Teresa Berlinck. Obra em processo que permanecerá instalada no terraço da Vermelho, durante três meses, Hortus Conclusus aponta para o constante processo de reorganização e transformação que caracteriza a vida atual.
A Vermelho apresenta, de 1 de setembro a 4 de outubro, de 2009, a exposição coletiva Asimetrías y Convergencias (salas 1 e 2), que reúne trabalhos de 19 jovens artistas colombianos organizada pela curadora também colombiana Maria Iovino.
Alguns dos artistas que integram a exposição já são conhecidos no Brasil e no exterior, como Nicolás París, Milena Bonilla, Carlos Bonil, Gabriel Antolinez ou Ícaro Zorbar, artista que participou da mostra de performances VERBO 2009, em julho passado.
Além desses artistas, a coletiva inclui também trabalhos de María Isabel Arango, Natalia Castañeda, Pedro Gómez-Egaña, Andrés Ramírez Gaviria, Cesar González, Kevin Simón Mancera, Luis Hernández Mellizo, Mónica Naranjo, Luisa Roa, María Isabel Rueda, Adriana Salazar, Daniel Santiago Salguero, Diana Menestrey Schwieger e Angélica Teuta.
Asimetrías y Convergencias reúne trabalhos que tem o desenho como ponto de partida, mas que sugerem desdobramentos possíveis que abrangem não apenas rascunhos ou ilustrações de projetos, instrumento na visualização e organização de idéias, mas também aqueles que ganham tridimensionalidade e surgem no formato de esculturas e instalações.
Nas mãos do artista, a ação de desenhar possibilita uma série de outras ações paralelas como traçar, apagar, rasurar, anotar, riscar, rascunhar, rabiscar. De qualquer forma, o desenho está intimamente relacionado à experiência. Mais do que qualquer outra mídia, o desenho representa uma relação direta com o artista, testemunho do entorno que o afeta, criando uma narrativa acerca do cotidiano materializada de forma abstrata ou realista. O desenho, por conta de sua fragilidade, concisão e aparente proximidade com o observador, exerce sobre ele um grande poder de sedução.
A seleção de trabalhos proposta pela curadora independente Maria Iovino para Asimetrías y Convergencias guarda muitas das características mencionadas acima. São instalações, vídeos, animações, desenhos, livros de artista e esculturas que criam diferentes relações com o desenho, por vezes tangenciando-o, como o muralismo de María Isabel Arango e de Luisa Roa que, embora possa ser associado à tradição mais ancestral do desenho (arte rupestre), parece negar a bidimensionalidade da superfície chapada das paredes do cubo branco escorrendo para o chão e para os cantos do espaço, rompendo com a rigidez asséptica da arquitetura desses espaços.
A tentativa de rompimento com a bidimensionalidade aparece também nos bordados de Gabriel Antolinez que não apenas se aproveitam da possibilidade arquitetônica do espaço, mas o subverte criando cantos e ângulos inusitados, sugerindo ligamentos e conexões que revelam aquilo que está sob o suporte, ou melhor, aquilo que vaza do desenho no verso do papel.
Já Idea Corriente de Carlos Bonil, obra que ocupará a fachada da Vermelho, usa o desenho como um procedimento elétrico, ou seja, dois pólos, um positivo e outro negativo independentes que nem sempre caminham juntos. Entretanto, a conexão simultânea detona uma idéia. Várias analogias poderiam ser criadas a partir dessa engenhoca tão simples que, de qualquer forma, aponta para a relação entre traço e suporte. O mesmo pode ser dito acerca das Máquinas Maleducadas de Adriana Salazar. As duas instalações propostas pela artista repetem atos cotidianos, como amarrar um sapato ou colocar vinho em uma taça de vidro através de engenhocas mecânicas cujos resultados são superados pela ação que esses pequenos robôs desenvolvem no espaço.
O desenho como um procedimento mecanizado gerido pelas artes gráficas aparece em Hilando Vientos, livro de artista de Natalia Castañeda. A obra, composta por apenas dois desenhos, busca criar um esboço do movimento dos ventos. Como o fole de um acordeom, a obra sugere a materialização sobre papel verger do imaterial, daquilo que não pode ser apreendido ou recuperado, apontando para a fragilidade e finitude do desenho, e da própria arte em geral.
O desenho como representação do mundo visível pode ser uma comentário plausível para o trabalho de Mônica Naranjo. Entretanto, um olhar mais atento perceberá nas narrativas aparentemente lineares propostas pela artista um emaranhado de enigmas visuais, espelhamentos, sombras e aparições que compõem o imaginário óptico de Naranjo, que associa o desenho a procedimentos de colorização digital. O desenho associado a procedimentos digitais reaparece nas obras de Nicolás París e Andrés Ramírez Gaviria que, antes de apontar para o visível, sugerem uma certa invisibilidade.
A idéia histórica do desenho como representação transparente do visível reaparece subvertida na instalação Decoración para espacios Claustrofóbicos (2009) de Angélica Teuta. Sobre a superfície de vidro de dois retroprojetores, Teuta cria cenários urbanos a partir de pequenas miniaturas e impressões em acetato revertendo,com esse procedimento, a busca pela tridimensionalidade, já que a maquete criada sobre o vidro reaparece em um jogo de transparências projetado sobre a parede branca.
Já Kevin Simón Mancera apresenta uma série de desenhos criados a partir dos estímulos sugeridos pelo deslocamento do artista dentro da cidade de São Paulo. O artista andarilho percorre grandes distâncias a pé se deixando afetar, criando um diário de bordo, índices acerca do entorno e podem se materializar em folhas de livros antigos, jornais ou revistas.
Asimetrías y Convergencias é um projeto criado por Maria Iovino com financiamento da Fundación Gilberto Alzate Avendaño (Colômbia). Os 19 artistas que integram a exposição foram selecionados através de uma convocatória e contou ainda com um programa de residências artísticas em São Paulo e no Rio de Janeiro, que possibilitou a vinda e permanência no Brasil, por um mês, de Andrés Ramírez Gaviria, Kevin Simón Mancera, Luisa Roa, Adriana Salazar, Angélica Teuta e Ícaro Zobar.
Simultaneamente a Asimetrías y Convergencias, será apresentada também a instalação Hortus Conclusus de Teresa Berlinck. Obra em processo que permanecerá instalada no terraço da Vermelho, durante três meses, Hortus Conclusus aponta para o constante processo de reorganização e transformação que caracteriza a vida atual.