A Vermelho apresenta, de 03 de junho a 05 de julho de 2014, a individual Ponto Final de Maurício Ianês.
A pesquisa que norteia a obra de Maurício Ianês pretende questionar as linguagens verbal e artística, suas possibilidades e limites expressivos, suas funções políticas e sociais, propondo, em alguns casos, a participação do público por meio de ações que buscam criar situações de troca onde a linguagem e os seus desdobramentos entram em jogo.
Embora permeada pelo contexto cultural onde o artista está inserido, a obra de Ianês adquire características universais por meio do uso da palavra, sugerindo múltiplos elementos significantes, auditivos e visuais, sistematizados e apresentados na forma de vídeo, fotografia, desenho e instalação.
De todos os elementos que compõem a pesquisa atual de Ianês, revelada pelo conjunto de obras que integram Ponto Final, a família tipográfica Fraktur, seu emprego atual e histórico, constitui um dos elementos centrais na exposição.
As fontes Fraktur são o expoente mais importante do grupo das chamadas letras góticas. Nos Países-Baixos, Reino Unido, e principalmente na Alemanha, essa família tipográfica teve até a metade do século 20 uma expressão dominante. Nos dias de hoje ela continua a ser empregada amplamente em tatuagens, nomes de jornal, logomarcas de bebidas, bandas e por grupos góticos.
A fonte fraktur aparece em varias das obras de Ponto Final em contextos distintos, como os ligados à construção da identidade nacional de um povo, grupo ou gueto, ou como forma de exclusão e de racismo. Sobre a fachada da galeria, a fonte Tennenbaum, que pertence à família fraktur, foi usada para reescrever a frase “Ordem e Progresso” da bandeira brasileira.
Ela reaparece também na série Ponto Final, que dá titulo a exposição, composta por 10 desenhos de pontos finais cavados sobre as paredes do espaço expositivo.
Composta por 14 grupos de imagens de baixa qualidade obtidas na internet, a série “Fratura” (do alemão Fraktur) combina, por meio dessas imagens, usos atuais da fraktur com seu emprego em livros e manuscritos antigos e nas estratégias de propaganda e comunicação interna do partido Nacional Socialista alemão dos anos 1930 e 1940.
Em “Império”, Ianês cita o filósofo austriaco Ludwig Wittgenstein e constroi uma grande escultura em madeira que repete uma das frase retiradas por ele do “Tractatus logico-philosophicus”, publicado por Wittgenstein em 1921. No contexto dessa exposição, “Die Grenzen meiner Sprache bedeuten die Grenzen meiner Welt” (Os limites da minha linguagem significam os limites do meu mundo) sugere que o limite da arte se restringe àquilo possivel de ser expresso por meio da linguagem, ou seja, possivel de ser imaginado.
Além de Wittgenstein, Ianês se apropria também de elementos da literatura de Faulkner, mais especificamente do livro “O Som e a Fúria”. Em “The Sound and The Fury”, o artista retirou da
primeira página do livro a maior parte das palavras e manteve apenas “fence” e “flag”, mais uma vez sugerindo os limites da linguagem.
Símbolo primeiro de países e regiões, a bandeira é utilizada por Ianês em várias das obras da exposição. É o caso em “(The Sound) and the fury”, obra em que o artista borda as palavras Fence e Flag sobre bandeiras brancas, ou ainda em “And the fury” composta por 9 flâmulas pretas cuja instalação remete aos limites dados por uma cerca (fence).
Completam a individual as obras “Wor(L)d”, “Discurso Ltda”, “Via Negativa”, “Broken language”, “Cinzas” e “Incisão”.
A Vermelho apresenta, de 03 de junho a 05 de julho de 2014, a individual Ponto Final de Maurício Ianês.
A pesquisa que norteia a obra de Maurício Ianês pretende questionar as linguagens verbal e artística, suas possibilidades e limites expressivos, suas funções políticas e sociais, propondo, em alguns casos, a participação do público por meio de ações que buscam criar situações de troca onde a linguagem e os seus desdobramentos entram em jogo.
Embora permeada pelo contexto cultural onde o artista está inserido, a obra de Ianês adquire características universais por meio do uso da palavra, sugerindo múltiplos elementos significantes, auditivos e visuais, sistematizados e apresentados na forma de vídeo, fotografia, desenho e instalação.
De todos os elementos que compõem a pesquisa atual de Ianês, revelada pelo conjunto de obras que integram Ponto Final, a família tipográfica Fraktur, seu emprego atual e histórico, constitui um dos elementos centrais na exposição.
As fontes Fraktur são o expoente mais importante do grupo das chamadas letras góticas. Nos Países-Baixos, Reino Unido, e principalmente na Alemanha, essa família tipográfica teve até a metade do século 20 uma expressão dominante. Nos dias de hoje ela continua a ser empregada amplamente em tatuagens, nomes de jornal, logomarcas de bebidas, bandas e por grupos góticos.
A fonte fraktur aparece em varias das obras de Ponto Final em contextos distintos, como os ligados à construção da identidade nacional de um povo, grupo ou gueto, ou como forma de exclusão e de racismo. Sobre a fachada da galeria, a fonte Tennenbaum, que pertence à família fraktur, foi usada para reescrever a frase “Ordem e Progresso” da bandeira brasileira.
Ela reaparece também na série Ponto Final, que dá titulo a exposição, composta por 10 desenhos de pontos finais cavados sobre as paredes do espaço expositivo.
Composta por 14 grupos de imagens de baixa qualidade obtidas na internet, a série “Fratura” (do alemão Fraktur) combina, por meio dessas imagens, usos atuais da fraktur com seu emprego em livros e manuscritos antigos e nas estratégias de propaganda e comunicação interna do partido Nacional Socialista alemão dos anos 1930 e 1940.
Em “Império”, Ianês cita o filósofo austriaco Ludwig Wittgenstein e constroi uma grande escultura em madeira que repete uma das frase retiradas por ele do “Tractatus logico-philosophicus”, publicado por Wittgenstein em 1921. No contexto dessa exposição, “Die Grenzen meiner Sprache bedeuten die Grenzen meiner Welt” (Os limites da minha linguagem significam os limites do meu mundo) sugere que o limite da arte se restringe àquilo possivel de ser expresso por meio da linguagem, ou seja, possivel de ser imaginado.
Além de Wittgenstein, Ianês se apropria também de elementos da literatura de Faulkner, mais especificamente do livro “O Som e a Fúria”. Em “The Sound and The Fury”, o artista retirou da
primeira página do livro a maior parte das palavras e manteve apenas “fence” e “flag”, mais uma vez sugerindo os limites da linguagem.
Símbolo primeiro de países e regiões, a bandeira é utilizada por Ianês em várias das obras da exposição. É o caso em “(The Sound) and the fury”, obra em que o artista borda as palavras Fence e Flag sobre bandeiras brancas, ou ainda em “And the fury” composta por 9 flâmulas pretas cuja instalação remete aos limites dados por uma cerca (fence).
Completam a individual as obras “Wor(L)d”, “Discurso Ltda”, “Via Negativa”, “Broken language”, “Cinzas” e “Incisão”.