As convergências entre esse grupo são muitas. Além de amigos próximos, são interlocutores regulares uns dos outros, tendo todos dividido um mesmo estúdio no bairro do Belenzinho, em São Paulo. É significativa a escolha desse bairro, que pertence a uma localização fundamental para a história da cidade. Foi lá que se deu o início da industrialização paulista, reunindo fábricas de vidro e tecido. É lá, também, que está a histórica Vila Maria Zélia, primeira vila operária do Brasil. O conjunto de casas e a fábrica que compõe a vila foram construídos por Jorge Luis Street, entre 1912 e 1916, para abrigar a Companhia Nacional de Tecidos de Juta e moradas para seus funcionários. Em 1931, fábrica e vila foram transferidas para o governo federal, que converteu o parque fabril em presídio para o Estado Novo. Muitos presos políticos foram alocados por lá, entre eles intelectuais de esquerda, o que rendeu ao presídio o apelido de Universidade Maria Zélia. É pertinente observarmos como uma mesma localidade da cidade abrigou diferentes faces da característica progressista da cidade de São Paulo. Desde o início de uma produção em larga escala, que seria responsável pelo crescimento urbano, populacional e de riquezas de São Paulo, e do Brasil, até o abrigo de presos de um Estado Militar ditador. São cursos de uma tendência ligada aos movimentos modernistas que, dentre outras coisas, investigavam mecânicas com aspiração para uma identidade nacional forte.
Não é à toa, portanto, que o olhar desses artistas, se volte para a observação e crítica de diferentes características do desenvolvimento social. E não é por acaso, que busquem uma região onde as marcas do passado formador de nossa sociedade sejam fortes. Talvez o comum na poética destes cinco artistas seja de fato o olhar para o entorno. Alguns investigando e criticando a formação de nosso Estado via características formativas, outros desafiando nosso olhar para pequenezas cotidianas que se revelam complexas em sua estrutura.
É o olhar para esses problemas que possivelmente gera uma poética que não necessariamente se articula ao redor do deleite estético, mas que pode encontrar o belo em elementos cotidianos, descartados, aproveitados ou re-significados, e que guardam rastros do seu lugar de origem. É talvez uma resposta à assepsia moderna, formadora de nossa identidade, que leva suas obras a lidarem com a sujeira. Mas não estamos (necessariamente) falando de uma sujeira da ordem da imundice, mas de um ardil que se instaura sobre situações corriqueiras, que podem fazer compreender um dado do mundo de outra maneira. Um ato vil que qualifica ou “des-(re)-qualifica” a rotina da arte ou da vida.
As convergências entre esse grupo são muitas. Além de amigos próximos, são interlocutores regulares uns dos outros, tendo todos dividido um mesmo estúdio no bairro do Belenzinho, em São Paulo. É significativa a escolha desse bairro, que pertence a uma localização fundamental para a história da cidade. Foi lá que se deu o início da industrialização paulista, reunindo fábricas de vidro e tecido. É lá, também, que está a histórica Vila Maria Zélia, primeira vila operária do Brasil. O conjunto de casas e a fábrica que compõe a vila foram construídos por Jorge Luis Street, entre 1912 e 1916, para abrigar a Companhia Nacional de Tecidos de Juta e moradas para seus funcionários. Em 1931, fábrica e vila foram transferidas para o governo federal, que converteu o parque fabril em presídio para o Estado Novo. Muitos presos políticos foram alocados por lá, entre eles intelectuais de esquerda, o que rendeu ao presídio o apelido de Universidade Maria Zélia. É pertinente observarmos como uma mesma localidade da cidade abrigou diferentes faces da característica progressista da cidade de São Paulo. Desde o início de uma produção em larga escala, que seria responsável pelo crescimento urbano, populacional e de riquezas de São Paulo, e do Brasil, até o abrigo de presos de um Estado Militar ditador. São cursos de uma tendência ligada aos movimentos modernistas que, dentre outras coisas, investigavam mecânicas com aspiração para uma identidade nacional forte.
Não é à toa, portanto, que o olhar desses artistas, se volte para a observação e crítica de diferentes características do desenvolvimento social. E não é por acaso, que busquem uma região onde as marcas do passado formador de nossa sociedade sejam fortes. Talvez o comum na poética destes cinco artistas seja de fato o olhar para o entorno. Alguns investigando e criticando a formação de nosso Estado via características formativas, outros desafiando nosso olhar para pequenezas cotidianas que se revelam complexas em sua estrutura.
É o olhar para esses problemas que possivelmente gera uma poética que não necessariamente se articula ao redor do deleite estético, mas que pode encontrar o belo em elementos cotidianos, descartados, aproveitados ou re-significados, e que guardam rastros do seu lugar de origem. É talvez uma resposta à assepsia moderna, formadora de nossa identidade, que leva suas obras a lidarem com a sujeira. Mas não estamos (necessariamente) falando de uma sujeira da ordem da imundice, mas de um ardil que se instaura sobre situações corriqueiras, que podem fazer compreender um dado do mundo de outra maneira. Um ato vil que qualifica ou “des-(re)-qualifica” a rotina da arte ou da vida.
Dimensões variáveis
Tinta, tecido e madeira
Foto Edouard FraipontDimensões variáveis
Abajur e areia
Foto Edouard Fraipont140 x 115 x 66 cm
Cobertor de aglomerado têxtil, martelo, pé de cabra e casaco camuflado americano
Foto Edouard Fraipont35 x 21 cm
Chumbo e arame
Foto Edouard Fraipont14 x 64 x 4 cm
Luminária de teto e poeira fixada
Foto Edouard Fraipont14 x 64 x 4 cm
Papel sulfite A4, fita adesiva, cola, ventilador de coluna e pintura acrílica sobre parede
Foto Edouard FraipontDimensões variáveis
Piso de borracha trançado
Foto Edouard Fraipont152 x 300 x 26 cm
Madeiras, gravetos, ferro, alumínio e latão
Foto Edouard Fraipont96 x 97 x 32 cm
Intervenção em luvas de livros em papelão
Foto Edouard Fraipont300 x 150 x 150 cm
Foto Edouard Fraipont54 x 43 cm
Impressão sobre papel fotográfico, foamboard e telas
Foto Edouard Fraipont54 x 32 cm
Impressão sobre papel fotográfico, foamboard e telas
Foto Edouard Fraipont240 x 110 x 2 cm
Cobertores de aglomerado têxtil, cabo de aço e extensores
Foto Edouard FraipontDimensões variáveis
Caneta sobre parede
Foto Edouard FraipontDimensões variáveis
Tinta acrílica sobre papel e 2 galhos de árvore
Foto Edouard Fraipont100 x 52 x 55 cm
Balde, motor, água com pigmento e madeira
Foto Edouard FraipontDimensões variáveis
Crochê sobre chassis
Foto Edouard Fraipont120 x 1298 x 12 cm
Garras para muro em chapas de aço galvanizado
Foto Edouard Fraipont30 x 43 cm
Foto Edouard Fraipont165 x 163 x 3,5 cm
Vestido de tricô e capa de plástico
Foto Edouard Fraipont115 x 220 x 2,5 cm
Retalhos costurados e capa de plástico
Foto Edouard FraipontEm Banco Brasília (2015), Marcelo cidade propõe uma articulação iconoclasta em torno da promessa modernista brasileira e das instâncias de poder, através de uma composição que emula, com pratos de comida limpos e garrafas de cerveja vazias, o prédio do congresso nacional.
90 x 200 x 50 cm
Banco em concreto, 2 garrafas de cerveja e 2 pratos de porcelana
Foto Edouard FraipontEm Banco Brasília (2015), Marcelo cidade propõe uma articulação iconoclasta em torno da promessa modernista brasileira e das instâncias de poder, através de uma composição que emula, com pratos de comida limpos e garrafas de cerveja vazias, o prédio do congresso nacional.
36 x 57 x 68 cm
Varas de madeira e cesto de metal
Foto Edouard Fraipont270 x 320 cm
Impressão com tinta pigmentada mineral sobre tela e tinta esmalte
Foto Edouard Fraipont120 x 137 cm (cada) - díptico
Impressão digital sobre tecido
Foto Edouard Fraipont76,5 x 223 x 4 cm
Cimento, livros e cadernos
Foto Edouard FraipontEm Para GB, Lia Chaia presta uma homenagem a Geraldo de Barros utilizando um dispositivo simples, feito de canudos de plástico e fios. As mãos da artista surgem manipulando a engenhoca que avança ganhando formas e cores que fazem referencia às composições geométricas feitas por Barros a partir de imagens da cidade, à sua aproximação com a nova figuração junto ao Grupo Rex – quando suas obras ganham cores e são construídas a partir de modulações simples, que permitem reprodução descomplicada – e da sua experiência com o lúdico na Unilabor, que fundou junto com Frei João Batista e que mantinha escola de arte infantil e cooperativa de fabricação de móveis.
Gabriel Zimbardi, 2017
8'55''
Vídeo, cor e som
Foto Vídeo stillEm Para GB, Lia Chaia presta uma homenagem a Geraldo de Barros utilizando um dispositivo simples, feito de canudos de plástico e fios. As mãos da artista surgem manipulando a engenhoca que avança ganhando formas e cores que fazem referencia às composições geométricas feitas por Barros a partir de imagens da cidade, à sua aproximação com a nova figuração junto ao Grupo Rex – quando suas obras ganham cores e são construídas a partir de modulações simples, que permitem reprodução descomplicada – e da sua experiência com o lúdico na Unilabor, que fundou junto com Frei João Batista e que mantinha escola de arte infantil e cooperativa de fabricação de móveis.
Gabriel Zimbardi, 2017
Dimensões variáveis
Alumínio anodizado
Foto Edouard FraipontDimensões variáveis
Alumínio anodizado
Foto Edouard Fraipont