Radicados em Paris, desde 2002, Detanico e Lain apresentam em Rio Cor-rente obras que estabelecem dinâmicas entre palavras, seus significados e a forma como as lemos.
Em Rio Corrente [2012], instalação criada em vinil adesivo que dá título a individual, um texto é diagramado espacialmente por meio da organização verti-cal das palavras em ordem alfabética. As palavras que começam com a letra A são posicionadas no alto da parede, as com B, na linha imediatamente abaixo, e assim por diante. Com isso, a estrutura sintática do texto é quebrada, cri-ando múltiplas leituras.
Composta por círculos de aço inox recortados e sobrepostos sobre o chão do espaço expositivo, a instalação Pulsar [2012] foi criada a partir da tipografia Amplitude [2012], que designa para cada letra do alfabeto um número deter-minado de círculos. De A a Z os círculos se acumulam em progressão geométrica, ou seja, Pulsar conta com 16 círculos para a letra P, 21 para U, 12 para L, 19 para S, 1 para A e 18 para R.
Na sala 2, Detanico Lain apresentam a animação Horizonte de ondas (um e dois meios) [2012] composta por duas projeções P&B e uma partitura im-pressa. A obra combina formas geométricas a ondas de som sinusoidais, cuja imagem é semelhante ao movimento das ondas do mar, do som e da luz. Na Instalação, oito faixas de elementos gráficos e sonoros deslizam no campo da imagem, criando um horizonte em movimento. Cada faixa é composta de 3 elementos ( /\ \ / ) correspondentes ao comportamento das ondas. As faixas mais próximas deslizam mais rapidamente e soam mais agudas; as mais distantes deslizam mais lentamente e soam mais graves. A combinação desses elementos constrói uma paisagem geométrica de ondas sonoras. A projeção é acompanhada por um mapa que descreve a estrutura em palíndromo da com-posição, ou seja, o fato dela poder ser lida tanto da direita para a esquerda como da esquerda para a direita.
Completa a individual a instalação Palavras Compostas [2012]. Nela, palavras com sentidos opostos, como sim/não, sempre/nunca ou cheio/vazio, são posicionadas de forma a constituir um único desenho. Para isso, a dupla utiliza
a metade superior de cada palavra e a posiciona exatamente sobre a oposta criando um desenho abstrato feito de antônimos. Sobre a fachada da Vermelho, o observador atento poderá ler dentro/fora, escolha que aponta não apenas para a transitoriedade de toda palavra mas também do espaço como um todo.
Foto Rafael Cañas
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Adesivo vinílico preto sobre parede
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Palavras com sentidos opostos – claro e escuro, dentro e fora – são combinadas em uma única forma. Neste face a face de sentidos, os contrários se completam em uma palavra/desenho, composta de contrastes e semelhanças
Palavras com sentidos opostos – claro e escuro, dentro e fora – são combinadas em uma única forma. Neste face a face de sentidos, os contrários se completam em uma palavra/desenho, composta de contrastes e semelhanças
Foto Rafael Cañas
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Ao chegar no pátio da Vermelho, antes mesmo de entrar no espaço expositivo da galeria, o visitante terá pistas acerca do conceito que permeia a primeira individual de Carmela Gross na Vermelho.
Duas perfurações no muro da fachada conectam o exterior com o espaço expositivo da galeria criando um fluxo direto entre aquilo que constitui o lugar privado do cubo branco e a ordem do espaço público da cidade. Mais do que uma simples alteração na materialidade do local, essas perfurações, chamadas pela artista de “2 Buracos”, revelam que o campo de ação de Gross também é a cidade.
“Luz Del Fuego”, vídeo de 2012, reúne imagens documentais de incêndios publicadas em jornais, entre 2007 e 2011. Na obra, a imagem do fogo conduz a narrativa e aponta para transformações radicais de ordem política e social.
Na sala 1 da Vermelho, Gross apresenta a obra “Escada de Emergência” (2012). Construída com lâmpadas florescentes verdes e vermelhas e sustentadas por tripés metálicos, a obra sugere uma experiência física a partir de uma experiência visual. Desprovida de sua funcionalidade, ela aponta para o universo simbólico representado pela escada.
Todo o piso da sala 2 será ocupado por uma Instalação composta por 280 peças fundidas em latão e banhadas em níquel, que Gross chamou de “Répteis” [2012].
“Entre Palavras” (2012), série de desenhos feitos com grafite e esmalte sobre folhas do dicionário Aurélio, ocupa a sala 3. Na obra, a figura flexível da cobra surge associada à palavra e às suas variações. Ao cobrir os verbetes das páginas do dicionário com desenhos de cobras, Gross articula a potência do discurso à astucia do animal.
Na exposição Serpentes, Carmela Gross reúne construções tridimensionais, luz, desenhos e colagens digitais, que propõem um terreno movediço impossível de ser domesticado pelo espaço.
Foto Rafael Cañas
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Exposição coletiva que apresentou trabalhos de Daniel Senise, Lia Chaia, Marilá Dardot, Claudia Andujar, Angela Detanico e Rafael Lain, Gisele Mota e Leandro Lima, Carmela gross, Maurício Ianês, Nicolás Robbio, André Komatsu, Cadu, João Loureiro, Marcelo Cidade, Ana Maria Tavares, Rosângela Rennó e Dora Longo Bahia.
Foto Rafael Cañas
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Expondo regularmente na Vermelho desde 2005, Nicolás volta a ocupar as salas da galeria com três novas instalações, sendo que uma delas faz referência direta à seta apresentada em “Maio”, sua primeira individual na galeria, há sete anos.
O universo simbólico criado por Robbio em “Maio”, já apontava para o que, atualmente, constitui seu vocabulário de imagens, composto por diagramas, desenhos técnicos e elementos arquitetônicos. Isolados, justapostos ou recombinados esses elementos têm o objetivo de sugerir diferentes formas de percepção e leitura de sistemas representacionais altamente difundidos no mundo atual. O maior trabalho daquela mostra foi uma pintura, uma grande seta negra, que escapava do espaço físico destinado à sua exposição, e que invadia a sala inferior, ocupado na época pela individual de Rogerio Canella, sugerindo com a obra dois polos opostos: um deles repleto de luz, representado pela superfície branca das paredes onde Canella instalou suas fotografias, e outro desprovido de luz e de objetos representado nas paredes pretas.
Ideia semelhante surge na obra “Pelo princípio de erguer”. Nela, Robbio divide o cubo branco da Vermelho em duas partes, por meio de uma estrutura de madeira, e cria, literalmente, um novo espaço: a parte inferior, acessível pelo piso térreo da galeria, é totalmente desprovida de luz; a superior, essa sim iluminada e não acessível, é ocupada apenas pela escultura de um lobo. A partir da experiência da gravidade, Robbio cria um universo que vai além da física, ou seja, muito além daquilo que mantem o homem em pé.
Para o artista, a força que nos mantem aterrados sobre a terra é a mesma que nos eleva – seu campo de ação está localizado no espaço intermediário entre esses dois extremos.
A materialização dessas ideias aparece também na instalação “A 90°”, que ocupa a sala 2 da Vermelho. Nela, o artista continua a abordar a questão da gravidade, a partir de dois extremos que na verdade parecem negar esse conceito. Instalada sobre uma das paredes da sala, a obra cria um mapa composto por linhas retas que, sob o efeito de pesos posicionados nos extremos de uma imbricada engrenagem feita com cordas, parece sustentar a cosmologia, ou melhor, o imaginário do artista.
Completa a individual a instalação “1+2+3+4” onde mais uma vez Robbio busca questionar as leis da física. Feita em madeira, a obra foi posicionada em um canto do hall de entrada da Vermelho e tem como objetivo anular o imperativo da arquitetura que exige que para que algo permaneça em pé, um outro elemento funcione como estrutura.
Os questionamentos propostos na individual parecem bastante oportunos no mundo atual. Eles sugerem a superação de modelos anteriores de relação entre cultura e sociedade, baseados na aceitação de ideias opostas e frequentemente antagônicas. Usando referências da arquitetura, da estética, da física, da história e da literatura, Robbio defende a tese de um mundo cheio de nuances, decorrência do confronto entre racional e subjetivo, entre presente e passado, entre apropriado e original, entre individuo e coletivo.
Foto Rafael Cañas
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A Vermelho apresenta, de 31 de julho a 25 de agosto de 2012, a nova individual de Dora Longo Bahia “Imagens claras x Ideias vagas”. A ideia da representação do conflito norteia a nova mostra da artista. Na série de pinturas que integram a exposição, Longo Bahia (50) apresenta imagens de confrontos gerados por guerras e revoltas difundidas diariamente nos meios de comunicação, temática semelhante à apresentada em “Trash Metal”, individual da artista, em 2010.
Em “Imagens claras x Ideias vagas”, Longo Bahia segue abordando a representação da violência social. É o que ocorre nas duas pinturas “Ocupação [Alemão]” e “Ocupação [Brasileira]”, ambas de 2011, exibidas na sala 1 da galeria. As obras de grande formato (cerca de 4 x 6 m) apresentam imagens retiradas da internet da ocupação do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, em julho de 2011. A obra propõe uma reflexão sobre a espetacularização da violência pela mídia, questionando a compreensão da representação dos horrores da guerra, da dor e do conflito.
Procedimento semelhante aparece na série de 80 pinturas sobre papel pergaminho “Desastres da Guerra” [2012]. O título da obra faz referência à série de gravuras “Los Desastres de la Guerra” criada por Francisco de Goya (1746), no século XIX. “Desastres da Guerra” de Longo Bahia apresenta imagens criadas a partir da leitura do livro de Susan Sontag “Diante da dor dos outros”, que aborda a sedução das imagens de violência e dor através da história. Na série, a artista agrega também os comentários que integram a obra de Goya.
Na série “Gel Poetics”, Longo Bahia apresenta pinturas criadas a partir de 2011, que repetem os mapas de países ou de regiões do planeta em situação de conflito interno ou com seus vizinhos. Sobre grandes superfícies de lona verde, surgem manchas vermelhas e brilhantes de países como a Colômbia, Sudão e Coreia do Norte.
No conjunto, “Imagens claras x Ideias vagas” redesenha o mapa do planeta a partir da ideia de representação do conflito, levantando questões cruciais para a compreensão da vida atual. A crueldade e violência que surgem nas pinturas de Longo Bahia questionam – da mesma forma que no livro de Son-tag – como imagens sobre situações de discórdia e violência podem levar à apatia. De sua reflexão surge uma formulação surpreendente e desafiadora: a relevância dessas imagens depende, em última instância, da maneira com as encaramos.
Foto Rafael Cañas
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EXPANSIVO empresta seu título da obra criada por Carmela Gross, em 1988, por expressar em si o conceito que permeia parte das obras que integram a coletiva, que abordam questões como a de expansão, propagação e dispersão de uma ideia a partir de um núcleo.
Para além de uma experiência visual, EXPANSIVO conta com obras que envolvem outros sentidos além da visão, como o olfato no caso de Per fumum (2010-2011) de Rosângela Rennó, e a audição em Expansão (2011-2012) de Marcius Galan.
EXPANSIVO propõe uma reflexão acerca do original e do único, sugerindo um envolvimento amplo dos sentidos como forma de catalisar a experiência entre observador e obra, e, além disso, entre os próprios observadores. A exposição busca criar uma experiência coletiva única que vai além do sentido da visão.
A partir de um desenho original, Carmela Gross implode, em Expansivo, o campo da imagem. Cabe ao observador decifrar a magnitude da forma original a partir das partículas liberadas de seu núcleo. Composta por dezenas de pequenas partes de latão cromado reflexivas, Expansivo se assemelha a uma constelação que gravita no espaço, sugerindo um espaço elástico e em transformação que reflete seu entorno. Expansivo de Gross sugere uma reflexão sobre os limites de coesão e divisão da imagem, explorando suas forças de gravitação e concentração.
A Sociedade dos Amigos e das Adjacências da Rua da Alfândega, ou como é popularmente conhecida a região ocupada pelo maior mercado popular ao ar livre da cidade do Rio de Janeiro, o Saara, serviu de estimulo original e palco para a criação da obra Per fumum de Rosângela Rennó. Composta por turíbulos contendo resinas aromáticas como mirra, olíbano, mastique, estoraque, copal, breu branco e benjoim do Sião e de Sumatra, Per fumum surgiu como uma intervenção urbana no Saara. Originalmente, a obra sugere uma aproximação através do incenso entre os vários grupos étnicos que ocupam a região, como árabes, judeus, coreanos budistas e católicos. Ao caminhar ao longo dos espaços expositivos de EXPANSIVO, o observador sentirá o ar impregnado por aromas diferentes, derivados da queima de resinas mais tradicionais, conhecidas e usadas por diversos povos e culturas. A instalação Alices (2009), de Marilá Dardot, foi criada a partir do clássico da literatura inglesa Alice’s Adventures in Wonderland, de Lewis Carrol. Para realizá-la, Dardot se apropriou de uma edição do livro na língua original disponível na biblioteca do Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo. O trabalho explora as mudanças de tamanho da personagem para refletir sobre a transformação do próprio leitor/observador ao longo da leitura da obra. A dimensão das imagens de trechos do livro reproduzidos por Dardot na obra varia de acordo com o tamanho de Alice na passagem destacada, como se o visitante da exposição crescesse ou diminuísse junto com o personagem. Nicolás Bacal (1985), artista argentino que recentemente passou a ser representado pela Vermelho, apresenta La gravedad de mi órbita alrededor tuyo (2009). A vida emocional e os sistemas de medição, o enigma da música e a utopia de dar forma ao tempo como objeto escultórico, são alguns dos problemas que caracterizam a obra de Nicolás Bacal.
Com La gravedad de mi órbita alrededor tuyo, Bacal revela um refinamento da teoria do BigBang, ou seja, uma maneira de compreender e materializar os mecanismos pelos quais o pequeno reaparece com dimensões ampliadas. Na obra, Bacal emprega a fotografia para simular a explosão de uma hipernova. Para criá-la, o artista fotografou o interior dos quartos de amigos próximos onde objetos pessoais aparecem misturados a flashes fotográficos que queimam a imagem e a visão do observador, iluminando as paredes abarrotadas de imagens e de objetos. A coincidência entre tempo e lugar nesses ambientes íntimos e o simulacro de fenômenos astronômicos justapõem-se, criando duas escalas e duas cadeias de sentido.
Para criar Expansão, Marcius Galan amplificou o som gerado pelo atrito entre o lápis sobre o papel num movimento único e linear. Nesse caso, o desenho vaza do papel assumindo outra materialidade. Na obra, a bidimensionalidade do papel se transforma à vista do observador na tridimensionalidade do som.
Finalmente, sobre a fachada da Vermelho, Lia Chaia apresenta a instalação Gato (2012), que, como o nome já diz, revela uma situação bastante vista nas ruas de cidades como São Paulo, o famoso gato. A partir de um ponto fixo no pátio da Vermelho, um imbricado sistema de cabos e fios elétricos conectaram as várias edificações que ocupam o entorno do prédio principal.
Cabos elétricos e traquitanas
Foto Rafael Cañas
Sobre a fachada da Vermelho, Lia Chaia apresenta a instalação Gato (2012), que, como o nome já diz, revela uma situação bastante vista nas ruas de cidades como São Paulo, o famoso gato. A partir de um ponto fixo no pátio da Vermelho, um imbricado sistema de cabos e fios elétricos conectaram as várias edificações que ocupam o entorno do prédio principal.
Sobre a fachada da Vermelho, Lia Chaia apresenta a instalação Gato (2012), que, como o nome já diz, revela uma situação bastante vista nas ruas de cidades como São Paulo, o famoso gato. A partir de um ponto fixo no pátio da Vermelho, um imbricado sistema de cabos e fios elétricos conectaram as várias edificações que ocupam o entorno do prédio principal.
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
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Exposição coletiva que apresentou trabalhos de Daniel Senise, Maurício Ianês, Nicolás Robbio, Fabio Morais, Odires Mlászho, Chelpa Ferro, Marcelo Zocchio, João Loureiro, Gabriela Albergaria e Manuela Marques.
Foto Rafael Cañas
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“Sunburst”, nova individual de Chiara Banfi, revela o importante papel que a música ocupa no processo criativo da artista. Já em “Viga Mestra”, sua primeira individual na Vermelho, em 2005, Banfi criava motivos orgânicos, a partir de imagens de flores e de plantas, num procedimento próximo ao de uma performance: enquanto recortava pedaços de vinil adesivo, a artista cantava, emitindo sonoridades e ritmos que na época, determinavam uma série de movimento aleatórios e de improviso materializados em formas ameboides, criando assim, recortes e fissuras temporárias sobre as paredes do espaço expositivo.
O mesmo procedimento aparece em obras posteriores, nas quais Banfi incorpora materiais como acrílico, espelho e madeiras da flora brasileira. Em “Pausa”, individual apresentada em 2007, na Vermelho, o resultado desses procedimentos, entretanto, deixava de ser fruto de movimentos improvisados com a tesoura. A partir daí, as formas passaram a ser escolhidas previamente e recortadas com a precisão do corte a laser. Mesmo assim, o vínculo da artista com a música continuou presente. Em 2008, por exemplo, a artista participou da coletiva Blooming Brasil-Japão, no Toyota Municipal Museum of Art, no Japão, com um conjunto de obras criadas sobre madeira, além de uma performance sonora, para a qual permaneceu três horas no espaço expositivo entoando sons e canções.
A cultura japonesa influenciou profundamente a artista. O resultado dessa experiência surgiu, em 2010, na individual KOTO, nome de um instrumento sonoro importante na cultura japonesa.
“Sunburst”, ou do inglês explosão solar, se refere a uma técnica empregada na pintura de instrumentos musicais, como violões, guitarras e baixos. Na individual, Banfi apresenta um conjunto de 12 pinturas sobre madeira em grande formato, que incorporam essa técnica. O resultado revela campos que irradiam de seu interior explosões de luz, que aproxima essa nova fase de Banfi dos campos pictóricos abstratos criados Mark Rothko e Arcângelo Ianelli. Sobre essas superfícies brilhantes, de 160 x 110 cm, entretanto, o observador terá sua imagem refletida justo no centro do campo pictórico, graças às técnicas de pintura utilizadas.
A aproximação de Banfi com a técnica do sunburst gerou ainda outro desdobramento que surge na nova série Desenho Sonoro. Composta por retábulos de madeira que incorporam elementos de guitarras e baixos antigos, Desenho Sonoro reafirma a importância do sistema de difusão e propagação da música, na forma escolhida por Banfi para materializar seus trabalhos no espaço. Como nos murais que incorporavam retratos de paisagens criados pela artista no início de sua carreira, a música surge aqui representada por partes isoladas de instrumentos como cravelhas e captadores. Banfi materializa, portanto, a imaterialidade do som, separando esses elementos de seu corpo principal [guitarra, baixo ou vilão], criando desenhos sonoros que apontam para o silêncio.
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Pintura sunburst sobre madeira
Foto Rafael Cañas
“Sunburst”, ou do inglês explosão solar, se refere a uma técnica empregada na pintura de instrumentos musicais, como violões, guitarras e baixos. Na individu-al, Banfi apresenta um conjunto de 12 pinturas sobre madeira em grande formato, que incorporam essa técnica. O resultado revela campos que irradiam de seu interior explosões de luz, que aproxima essa nova fase de Banfi dos campos pictóricos abstratos criados Mark Rothko e Arcângelo Ianelli. Sobre essas superfícies brilhantes, de 160 x 110 cm, entretanto, o observador terá sua imagem refletida justo no centro do campo pictórico, graças às técnicas de pintura utilizadas.
“Sunburst”, ou do inglês explosão solar, se refere a uma técnica empregada na pintura de instrumentos musicais, como violões, guitarras e baixos. Na individu-al, Banfi apresenta um conjunto de 12 pinturas sobre madeira em grande formato, que incorporam essa técnica. O resultado revela campos que irradiam de seu interior explosões de luz, que aproxima essa nova fase de Banfi dos campos pictóricos abstratos criados Mark Rothko e Arcângelo Ianelli. Sobre essas superfícies brilhantes, de 160 x 110 cm, entretanto, o observador terá sua imagem refletida justo no centro do campo pictórico, graças às técnicas de pintura utilizadas.
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Pintura sunburst sobre madeira
Foto Rafael Cañas
“Sunburst”, ou do inglês explosão solar, se refere a uma técnica empregada na pintura de instrumentos musicais, como violões, guitarras e baixos. Na individu-al, Banfi apresenta um conjunto de 12 pinturas sobre madeira em grande formato, que incorporam essa técnica. O resultado revela campos que irradiam de seu interior explosões de luz, que aproxima essa nova fase de Banfi dos campos pictóricos abstratos criados Mark Rothko e Arcângelo Ianelli. Sobre essas superfícies brilhantes, de 160 x 110 cm, entretanto, o observador terá sua imagem refletida justo no centro do campo pictórico, graças às técnicas de pintura utilizadas.
“Sunburst”, ou do inglês explosão solar, se refere a uma técnica empregada na pintura de instrumentos musicais, como violões, guitarras e baixos. Na individu-al, Banfi apresenta um conjunto de 12 pinturas sobre madeira em grande formato, que incorporam essa técnica. O resultado revela campos que irradiam de seu interior explosões de luz, que aproxima essa nova fase de Banfi dos campos pictóricos abstratos criados Mark Rothko e Arcângelo Ianelli. Sobre essas superfícies brilhantes, de 160 x 110 cm, entretanto, o observador terá sua imagem refletida justo no centro do campo pictórico, graças às técnicas de pintura utilizadas.
Foto Rafael Cañas
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Questionar os ideais modernistas, utilizando instrumentos retirados do próprio estatuto do movimento, tem sido um dos procedimentos chave empregados por Marcelo Cidade ao longo de sua carreira.
Na individual Quase Nada, Cidade se apropria de elementos da história como estratégia de subversão e crítica ao sistema político vigente. Não se trata, entretanto, de uma discussão acerca do conteúdo ideológico de fatos que marcaram a história do Brasil e do mundo, como a era JK, ou o legado deixado pelo comunismo em países como a antiga Iugoslávia. Na individual, Cidade busca formas não ideológicas para discutir política.
Na instalação “…e agora, José?” [2012], que ocupa a sala 1 da Vermelho, Cidade se apropria de uma imagem de um imenso outdoor que integrou a campanha do marechal Henrique Teixeira Lott à Presidência da República, em 1960. O painel apresenta o candidato da situação de farda ao lado de Juscelino Kubitschek vestido de Borba Gato, como “o grande bandeirante do século”.
Embora ancorado na imagem pioneira de JK, que ergueu a nova capital do Brasil, Lott perdeu a eleição para Jânio Quadros. Cidade se apropria de uma imagem da campanha de Lott como instrumento de crítica aos ideais modernistas e de progresso implantados no Brasil na época. Brasília, cidade criada no papel antes de ser habitada, reflete os problemas do Brasil real.
Conteúdo semelhante aparece em “Obra Obsoleta” [2011]. Para cria-la, Cidade se apropriou de imagens de monumentos da antiga Iugoslávia, fotografados pelo belga Jan Kempenaers. Após fixa-las sobre placas de compensado, Cidade retira o monumento, deixando apenas a paisagem de fundo. O que se vê são paisagens desoladas e distantes. Nos dias de hoje, essas esculturas, símbolo do pensamento de uma época, se transformaram em meras formas obsoletas e anacrônicas que apontam para o vazio deixado pelas ideologias que marcaram o século 20.
“Adição por subtração” [2012] reafirma o vazio no campo da arquitetura e da arte, questionando a perspectiva. O que se vê são molduras criadas com cacos de vidro e vazias no interior. Nesse caso, o objeto é seu próprio invólucro.
Completa a individual o vídeo “Quase Nada” [2008], e a serigrafia “Paranga” [2012].
Intervenção sobre imagens do livro “Spomenik”, de Jan Kempenaers
Foto Rafael Cañas
Para criar “Obra Obsoleta” [2011], Cidade se apropriou de imagens de monumentos da antiga Iugoslávia, fotografados pelo belga Jan Kempenaers. Após fixa-las sobre placas de compensado, Cidade retira o monumento, deixando apenas a paisagem de fundo. O que se vê são paisagens desoladas e distantes. Nos dias de hoje, essas esculturas, símbolo do pensamento de uma época, se transformaram em meras formas obsoletas e anacrônicas que apontam para o vazio deixado pelas ideologias que marcaram o século 20.
Para criar “Obra Obsoleta” [2011], Cidade se apropriou de imagens de monumentos da antiga Iugoslávia, fotografados pelo belga Jan Kempenaers. Após fixa-las sobre placas de compensado, Cidade retira o monumento, deixando apenas a paisagem de fundo. O que se vê são paisagens desoladas e distantes. Nos dias de hoje, essas esculturas, símbolo do pensamento de uma época, se transformaram em meras formas obsoletas e anacrônicas que apontam para o vazio deixado pelas ideologias que marcaram o século 20.
Intervenção sobre imagens do livro “Spomenik”, de Jan Kempenaers
Para criar “Obra Obsoleta” [2011], Cidade se apropriou de imagens de monumentos da antiga Iugoslávia, fotografados pelo belga Jan Kempenaers. Após fixa-las sobre placas de compensado, Cidade retira o monumento, deixando apenas a paisagem de fundo. O que se vê são paisagens desoladas e distantes. Nos dias de hoje, essas esculturas, símbolo do pensamento de uma época, se transformaram em meras formas obsoletas e anacrônicas que apontam para o vazio deixado pelas ideologias que marcaram o século 20.
Para criar “Obra Obsoleta” [2011], Cidade se apropriou de imagens de monumentos da antiga Iugoslávia, fotografados pelo belga Jan Kempenaers. Após fixa-las sobre placas de compensado, Cidade retira o monumento, deixando apenas a paisagem de fundo. O que se vê são paisagens desoladas e distantes. Nos dias de hoje, essas esculturas, símbolo do pensamento de uma época, se transformaram em meras formas obsoletas e anacrônicas que apontam para o vazio deixado pelas ideologias que marcaram o século 20.
Tinta acrílica sobre madeira
Foto Rafael Cañas
Na instalação “…e agora, José?” [2012], que ocupa a sala 1 da Vermelho, Cidade se apropria de uma imagem de um imenso outdoor que integrou a campanha do marechal Henrique Teixeira Lott à Presidência da República, em 1960. O painel apresenta o candidato da situação de farda ao lado de Juscelino Kubitschek vestido de Borba Gato, como “o grande bandeirante do século”. Embora ancorado na imagem pioneira de JK, que ergueu a nova capital do Brasil, Lott perdeu a eleição para Jânio Quadros. Cidade se apropria de uma imagem da campanha de Lott como instrumento de crítica aos ideais modernistas e de progresso implantados no Brasil na época. Brasília, cidade criada no papel antes de ser habitada, reflete os problemas do Brasil real.
Na instalação “…e agora, José?” [2012], que ocupa a sala 1 da Vermelho, Cidade se apropria de uma imagem de um imenso outdoor que integrou a campanha do marechal Henrique Teixeira Lott à Presidência da República, em 1960. O painel apresenta o candidato da situação de farda ao lado de Juscelino Kubitschek vestido de Borba Gato, como “o grande bandeirante do século”. Embora ancorado na imagem pioneira de JK, que ergueu a nova capital do Brasil, Lott perdeu a eleição para Jânio Quadros. Cidade se apropria de uma imagem da campanha de Lott como instrumento de crítica aos ideais modernistas e de progresso implantados no Brasil na época. Brasília, cidade criada no papel antes de ser habitada, reflete os problemas do Brasil real.
Tinta acrílica sobre madeira
Foto Rafael Cañas
Na instalação “…e agora, José?” [2012], que ocupa a sala 1 da Vermelho, Cidade se apropria de uma imagem de um imenso outdoor que integrou a campanha do marechal Henrique Teixeira Lott à Presidência da República, em 1960. O painel apresenta o candidato da situação de farda ao lado de Juscelino Kubitschek vestido de Borba Gato, como “o grande bandeirante do século”. Embora ancorado na imagem pioneira de JK, que ergueu a nova capital do Brasil, Lott perdeu a eleição para Jânio Quadros. Cidade se apropria de uma imagem da campanha de Lott como instrumento de crítica aos ideais modernistas e de progresso implantados no Brasil na época. Brasília, cidade criada no papel antes de ser habitada, reflete os problemas do Brasil real.
Na instalação “…e agora, José?” [2012], que ocupa a sala 1 da Vermelho, Cidade se apropria de uma imagem de um imenso outdoor que integrou a campanha do marechal Henrique Teixeira Lott à Presidência da República, em 1960. O painel apresenta o candidato da situação de farda ao lado de Juscelino Kubitschek vestido de Borba Gato, como “o grande bandeirante do século”. Embora ancorado na imagem pioneira de JK, que ergueu a nova capital do Brasil, Lott perdeu a eleição para Jânio Quadros. Cidade se apropria de uma imagem da campanha de Lott como instrumento de crítica aos ideais modernistas e de progresso implantados no Brasil na época. Brasília, cidade criada no papel antes de ser habitada, reflete os problemas do Brasil real.
Impressão silk-screen sobre plástico
Foto Rafael Cañas
Vidro
Foto Rafael Cañas
“Adição por subtração” [2012] reafirma o vazio no campo da arquitetura e da arte, questionando a perspectiva. O que se vê são molduras criadas com cacos de vidro e vazias no interior. Nesse caso, o objeto é seu próprio invólucro.
“Adição por subtração” [2012] reafirma o vazio no campo da arquitetura e da arte, questionando a perspectiva. O que se vê são molduras criadas com cacos de vidro e vazias no interior. Nesse caso, o objeto é seu próprio invólucro.
Vidro
“Adição por subtração” [2012] reafirma o vazio no campo da arquitetura e da arte, questionando a perspectiva. O que se vê são molduras criadas com cacos de vidro e vazias no interior. Nesse caso, o objeto é seu próprio invólucro.
“Adição por subtração” [2012] reafirma o vazio no campo da arquitetura e da arte, questionando a perspectiva. O que se vê são molduras criadas com cacos de vidro e vazias no interior. Nesse caso, o objeto é seu próprio invólucro.
Instalação criada por Lia Chaia para exposição no teto de espaços intermediários ou de trânsito, Esqueleto Aéreo (2012) pretende evidenciar a experiência do olhar, criando um diálogo entre espaço público das ruas e o espaço interno familiar e protegido do museu.
Composta por mais de 180 bandeirolas retangulares, recortadas nos padrões de diferentes partes do esqueleto humano, como crânio, quadril e escápula, Esqueleto Aéreo aborda a ideia do corpo fragmentado que habita a arquitetura e que permeia parte das pesquisas recentes de Lia Chaia. Na obra, a rigidez da arquitetura e a ossatura do corpo humano aparecem confrontadas com a leveza e fragilidade dos tecidos recortados.
Fotografia recortada sobre madeira pintada de branco
Foto Ding Musa
Textoleen cortados à laser
Foto Rafael Cañas
Instalação criada por Lia Chaia para exposição no teto de espaços intermediários ou de trânsito, Esqueleto Aéreo (2012) pretende evidenciar a experiência do olhar, criando um diálogo entre espaço público das ruas e o espaço interno familiar e protegido do museu.
Composta por mais de 180 bandeirolas retangulares, recortadas nos padrões de diferentes partes do esqueleto humano, como crânio, quadril e escápula, Esqueleto Aéreo aborda a ideia do corpo fragmentado que habita a arquitetura e que permeia parte das pesquisas recentes de Lia Chaia. Na obra, a rigidez da arquitetura e a ossatura do corpo humano aparecem confrontadas com a leveza e fragilidade dos tecidos recortados.
Instalação criada por Lia Chaia para exposição no teto de espaços intermediários ou de trânsito, Esqueleto Aéreo (2012) pretende evidenciar a experiência do olhar, criando um diálogo entre espaço público das ruas e o espaço interno familiar e protegido do museu.
Composta por mais de 180 bandeirolas retangulares, recortadas nos padrões de diferentes partes do esqueleto humano, como crânio, quadril e escápula, Esqueleto Aéreo aborda a ideia do corpo fragmentado que habita a arquitetura e que permeia parte das pesquisas recentes de Lia Chaia. Na obra, a rigidez da arquitetura e a ossatura do corpo humano aparecem confrontadas com a leveza e fragilidade dos tecidos recortados.
colagem de penas sobre foamboard
Foto cia de foto
Exposição coletiva que apresentou trabalhos de Maurício Ianês, Lucia Mindlin Loeb, Fabio Morais, Guilherme Peters, Ana Maria Tavares, Rosângela Rennó, Rafael Assef, Odires Mlászho, Lia Chaia e Marcelo Cidade.
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Simular processos ligados à vida usando sistemas, padrões, medidas, estruturas e variações, é a estratégia de Motta e Lima na exposição ANTI-HORÁRIO. A individual é composta por um conjunto de obras que sugere situações de conflito, restrição e de confinamento. É o caso de ZERO HIDROGRÁFICO, instalação cinética criada para a exposição Água na Oca [Oca, Pq. do Ibirapuera, São Paulo], em 2010. Como em obras anteriores da dupla, em ZERO HIDROGRÁFICO, a ferramenta do loop aparece como instrumento eficaz no estabelecimento de um tempo mediático específico. A partir de uma grade exata, composta por lâmpadas e mecanismos motorizados, ZERO HIDROGRÁFICO simula o deslocamento das ondas sobre a superfície do mar. A instabilidade desse sistema detona movimentos imprevisíveis e aleatórios constritos, entretanto, aos limites do cubo branco da galeria.
ANTI-HORÁRIO [2011], obra que dá título à exposição, remete ao movimento cíclico da existência humana. No vídeo, pessoas se deslocam sobre uma superfície similar à de um relógio de parede. O vídeo nasceu da intenção de Motta e Lima de sinalizar a passagem do tempo de forma precisa. Após finalizado, o que se vê é o embate do homem contra o tempo.
Em CAPTCHA [2012], frases extraídas de um diálogo do filme “2001: Uma Odisseia no Espaço”, de Stanley Kubrick, foram distorcidas digitalmente para o padrão capctha: um acrônimo da expressão “Completely Automated Public Turing test to tell Computers and Humans Apart”. s textos foram produzidos por máquinas de bordado industrial programadas por um computador. No filme, os astronautas Dave Bownam e Frank Poole se veem à mercê do computador, que se mostra cada vez mais humano e passa a controlar a nave.
DNA [2012] apresenta imagens de lutadores de UFC [Ultimate Fight Championship] tratadas como as impressões do código genético – DNA, e remete aos fluxos de sangue no corpo humano. Já XABORI [2011], série de painéis lenticulares, revela imagens do instante de transformação do corpo nos rituais de xamanismo Ianomâmi.
Finalmente, em CALAR [2011] um casal é captado com uma câmera de termografia infravermelha – mapeamento sem contato e análise dos padrões térmicos da superfície de um objeto. Na obra, uma câmera de termovisão transforma uma radiação infravermelha invisível ao olho humano em uma imagem densa e perceptível a olho nu. CALAR revela a energia em forma de calor emitida pelos corpos que se transforma através do toque.
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Painel de vidro laminado em 3 camadas
Foto Reprodução
Foto Rafael Cañas
A ideia de que a História “facsimiliza-se” em cada indivíduo está presente nos trabalhos que compõem a exposição símile-fac.
No título, a inversão de fac-símile, que significa em latim “fazer igual”, subverte a ordem entre as duas palavras que formam o termo, referindo-se a uma possível mudança de ordem e hierarquia entre o original e a cópia, passado e presente. Admitindo a cultura, os livros e o ensino como algumas das vias pelas quais a História passa pelo indivíduo, a série Didática de ensino para si mesmo (in progress) (2011) faz uso de materiais impressos como livros técnicos, postais e cadernos para compor pôsteres que ressignificam termos como auteridade, utopia, distopia, dia-a-dia, ponto de fuga, entre outros. Cada poster é como um mapa que propõe um significado aleatório, clandestino e pessoal para termos precisos e socialmente constituídos.
A escola também está presente na obra que dá nome à exposição, símile-fac (2012). Neste trabalho, algumas páginas de um caderno preenchido na década de 1960, encontrado em um mercado de pulgas, são “facsimilizadas” numa lousa onde o texto é copiado com giz. Esta instalação inverte a ordem natural na qual o aluno copia o que está na lousa, para a lousa que copia o que está no caderno, mais uma vez quebrando a hierarquia entre cópia e original, particular e público. O texto em francês, copiado na lousa, fala sobre informática e computadores, o que é de se estranhar já que o caderno é visivelmente antigo. Num trecho, o texto prevê que no mundo haverá, em 1975, 110 mil computadores.
36 (2011) trata-se de um jornal que será distribuído na exposição. Sua capa reproduz a revista Manchete que, na época, anunciou o golpe de 1964 no Brasil. No interior do jornal, há a reprodução da primeira reportagem que saiu na grande imprensa brasileira sobre o Tropicalismo, na revista O Cruzeiro de abril de 1968. Margeando os fac-símiles históricos, há um texto em primeira pessoa, de alguém que se sente transpassado pela História e, ao mesmo tempo, gostaria de estar à margem dela.
Projeção (2012) é uma instalação feita com quinze filmes 8 mm pornográficos dos anos 1970. Os filmes são empilhados junto à parede, sem iluminação direta. A impossibilidade de assisti-los, fazendo deles um objeto e não mais o devir da projeção, comenta o fato das técnicas tenderem a serem superadas e extintas, enquanto que assuntos e temas atravessam épocas. Como no caso da pornografia, que veio da pintura grega, passou pela fotografia, cinema e hoje está na internet.
Paisinho (2012) é a apropriação de uma lata com água potável para náufragos, produzida pela Marinha brasileira no início dos anos 1970. As informações do rótulo aludem à segurança, à ordem, às regras, à hierarquia e à possibilidade de um estado de exceção, o que coincide com a ditadura no país, na época em que a lata foi fabricada, mas também a ideias básicas do que se chama de nação. O título, diminutivo de país, refere-se ao pedaço real de país, contido na lata. Também faz um trocadilho com a palavra “pai”, que apesar de ter o diminutivo escrito com “z”, pode confundir-se com o diminutivo de “país”, num lapso de leitura. Além da história política, Paisinho também é uma referência à história da arte, pois reafirma a possibilidade do ready-made duchampiano ainda em 2012, e faz referência às sopas Campbells de Andy Warhol e à merda de artista de Piero Manzoni, ambas bem próximas à época em que a lata de água foi produzida pela Marinha brasileira.
Em Antilla (2011) também há o cruzamento da história política com a história da arte. A obra é formada por 42 posteres feitos a partir de mapas fotografados do Atlas de Cuba, editado em 1978 pelo governo cubano em homenagem ao 20° aniversário da revolução.
Cada mapa tem um tema, como Físico, Geologia, Chuvas, População Economicamente Ativa, Fatos Políticos, Colonização etc. As imagens foram feitas como se os mapas fossem paisagens fotografadas de um ângulo aéreo, e esse sobrevoo é reproduzido na configuração circular da instalação, como um voo de reconhecimento. Esta configuração se refere também a forma clássica das land art dos anos 1970, que usavam fragmentos de paisagem natural — pedras, terra, gravetos etc —, enquanto que Antilla é formada por fragmentos de representação de paisagem: os mapas.
A maioria dos trabalhos da exposição símile-fac se apropria de materiais, fatos, referências e imagens do período entre 1960-1970, época na qual se convencionou localizar o início do pós-modernismo. É também o período pelo qual Fabio Morais acredita que seu presente pessoal está historicamente mais contaminado.
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
A individual de Flávia Ribeiro na Vermelho, “Gabinete de Leitura”, apresenta uma série de trabalhos criados em papel, guache, fotografia e folha de prata. Buscando explorar aspectos como o deslocamento do observador no espaço expositivo, a proximidade e o contato tátil com a obra de arte, “Gabinete de Leitura” conta com trabalhos criados em 2011 por Ribeiro, que estudou gravura em metal com Babinski e na Slade School of Fine Arts, em Londres.
“Mecânica” (2011, obra composta por 69 folhas de papel manteiga branco penduradas na parede, depende da presença do observador próximo a obra: como páginas de um livro soltas no espaço, ela reage ao deslocamento do ar motivado pelos visitantes, em tempo e ritmo diferentes.
“Mecânica” é também o título do livro de artista que Ribeiro lança na abertura da exposição. Com tiragem de 10 livros únicos, datados e assinados, a obra é uma produção da Edições Tijuana e da Galeria Millan.
Sobre duas mesas com luminárias dispostas no espaço expositivo, Ribeiro apresenta ainda 16 livros que podem ser manuseados pelo visitante. Em alguns casos são livros de tamanho tradicional, em outros, tamanhos superdimensionados, como “Um pouco homem, um pouco coisa…”, de 9 metros.
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Rafael Cañas
Foto Galeria Vermelho
Foto Galeria Vermelho
Foto Rafael Cañas
Foto Galeria Vermelho
Foto Galeria Vermelho
Palavras, frases e tipografias de anúncios antigos foram colecionadas por Marilá Dardot para compor uma série de novos trabalhos que a artista chamou de Novas Pinturas [2011- 2012]. A artista retira essas palavras de seus contextos originais, e as aplica sobre grandes telas de vidro. Como vitrines que anunciam a nova da estação, elas tecem um comentário sobre as demandas do sistema da arte e da sociedade de consumo. Integram a série palavras e frases como És Único, Novo, Inédito, The first and only, entre outras.