A fachada de Mônica Nador é uma derivação do projeto Paredes Pinturas, onde a artista vai até comunidades distantes dos grandes museus e galerias, coleta desenhos fornecidos pelos moradores, e então propõe a aplicação destes desenhos nas paredes das casas a fim de ampliar a paisagem visual.
Nador selecionou desenhos de casas feitos por moradores do bairro Jardim Miriam, em São Paulo, e desenhos de Beruri, um vilarejo do Rio Purus, rio de tamanho oceânico na região do Amazonas, colocando representações da arquitetura vernácular em diálogo com o projeto arquitetônico de Paulo Mendes da Rocha, responsável pelo projeto da galeria.
O artista Leandro da Costa fez uma composição adesiva na fachada brincando com os elementos arquitetônicos da mesma fazendo um desenho aludindo ao símbolo do infinito.
A fachada estava na exposição coletiva com obras recentes de Rafael Assef e Eliana Bordin, além da obra Fonte Delta da dupla Detanico Lain. Apresentada pela primeira vez no Brasil, Fonte Delta é uma obra que se assimila a um vírus com alterações aleatórias de sua presença. Este projeto rendeu aos artistas a sua primeira residência no Palais de Tokyo, em Paris.
“A proposta foi realizada a partir da ideia de desconstruir o próprio elemento físico da fachada, estabelecendo uma vista do espaço interno da galeria.
A estrutura, como por exemplo as colunas, vigas, chão teto, paredes, foram pintadas com tinta acrílica (partindo de uma escala cromática, do preto ao cinza claro, fui estabelecendo o nível de importância estrutural do prédio), já os elementos como mesas, cadeiras, privadas, foram desenhados com carvão partindo da ideia de que iriam com o tempo desaparecer, ou apenas enfraquecer – devido a exposição estar na “temporada de chuvas”, o outono.
A escada que liga o térreo para o primeiro andar foi pintada com verniz brilhante, e as fotografias de Cássio Vasconcelos, compostas no primeiro andar foram pintadas com vaselina, partindo do princípio de que iriam ‘ganhar forma’ com o tempo” – André Komatsu
Para esta fachada, Lia Chaia propôs um mural com fotografias de bocas sorridentes coladas e unidas com linhas de tinta acrílica.
As bocas sorridentes são recortes de revistas que cobrem celebridades brasileiras, muitas das quais não são mais publicadas, como Caras, Contigo, Istoé Gente, Tititi e outras.
Como parte de Marrom, projeto em que 20 artistas atuaram continuamente na galeria por seis semanas, Ricardo Carioba pintou a fachada com padrões geométricos que se desenvolveram por todo o período da exposição e Keila Alaver construiu um caminho de areia pigmentada que conectava a rua com a entrada da Vermelho.
A intervenção, sujeita à ação da chuva e do vento, foi lentamente se alterando ao longo das seis semanas de exposição.
Para a exposição inaugural da Vermelho, Rogério Canella e Pipa propuseram uma dupla intervenção na fachada da galeria.
Enquanto Pipa traçava uma linha vermelha delimitando um eixo de alinhamento da rua até a entrada da galeria, Rogério Canella instalou uma fotografia – um backlight – mostrando o pátio visto da janela ao lado do backlight. A caixa com o backlight copiou a estrutura da janela da fachada.