dimensões variáveis
Instalação – 4 painéis luminosos
Foto Filipe BerndtGATO é uma das obras inéditas desta exposição, criada especificamente para o prédio do Sesc Pompeia. É a única obra que está na área externa.
A obra são grandes palavras escritas em caligrafia luminosa, uma em cada cor, uma em cada passarela. Carmela realiza um projeto, que era apenas um desenho de Lina Bo Bardi, arquiteta que projetou o Sesc Pompeia, em que as passarelas aparecem representadas à mão livre. No desenho, a arquiteta pintou com caneta colorida uma das passarelas em amarelo, outra em vermelho, outra em azul e a outra em verde – anotando ao lado as palavras que designam essas cores em italiano: giallo, rosso, blu e verde.
Carmela, então, imaginou, tornar real aquilo que teria sido um esboço da arquiteta.
– Trecho retirado do catálogo “QUASE CIRCO”, produzido pelo Sesc Pomepia, 2024
dimensões variáveis
Instalação – 4 painéis luminosos
Foto Filipe BerndtGATO é uma das obras inéditas desta exposição, criada especificamente para o prédio do Sesc Pompeia. É a única obra que está na área externa.
A obra são grandes palavras escritas em caligrafia luminosa, uma em cada cor, uma em cada passarela. Carmela realiza um projeto, que era apenas um desenho de Lina Bo Bardi, arquiteta que projetou o Sesc Pompeia, em que as passarelas aparecem representadas à mão livre. No desenho, a arquiteta pintou com caneta colorida uma das passarelas em amarelo, outra em vermelho, outra em azul e a outra em verde – anotando ao lado as palavras que designam essas cores em italiano: giallo, rosso, blu e verde.
Carmela, então, imaginou, tornar real aquilo que teria sido um esboço da arquiteta.
– Trecho retirado do catálogo “QUASE CIRCO”, produzido pelo Sesc Pomepia, 2024
430 m² (aprox)
Objetos e cordas
Foto Filipe BerndtRODA GIGANTE é uma instalação em grande escala composta por um conjunto de aproximadamente 320 objetos no chão. Cada um dos objetos, fixos no solo, é amarrado com cordas que vão até o telhado. Assim, o todo do ambiente aparece permeado pelas múltiplas cordas entrecruzadas em várias direções, criando, visualmente, uma espécie de trama irregular de muitas cores e espessuras variadas.
A primeira criação desta obra foi em 2019 e é uma das obras reeditadas em 2024 para este espaço do Sesc Pompeia. Foram escolhidos objetos fora de uso ou obsoletos…, que podem ser reconhecidos como fragmentos do que já foram um dia…são utensílios banais: como baldes, tambores, fardos, peças mecânicas, pneus, contrapesos…em suma, uma monstruosa coleção de mercadorias.
Paulo Miyada, curador desta exposição, escreveu que Carmela Gross cria um ambiente que sugere movimento, tensão e suspensão. Ele pergunta: “É uma roda gigante que entretém com sua ilusão de mobilidade, girando e girando sem sair do lugar?”.
– Trecho retirado do catálogo “QUASE CIRCO”, produzido pelo Sesc Pomepia, 2024
430 m² (aprox)
Objetos e cordas
Foto Filipe BerndtRODA GIGANTE é uma instalação em grande escala composta por um conjunto de aproximadamente 320 objetos no chão. Cada um dos objetos, fixos no solo, é amarrado com cordas que vão até o telhado. Assim, o todo do ambiente aparece permeado pelas múltiplas cordas entrecruzadas em várias direções, criando, visualmente, uma espécie de trama irregular de muitas cores e espessuras variadas.
A primeira criação desta obra foi em 2019 e é uma das obras reeditadas em 2024 para este espaço do Sesc Pompeia. Foram escolhidos objetos fora de uso ou obsoletos…, que podem ser reconhecidos como fragmentos do que já foram um dia…são utensílios banais: como baldes, tambores, fardos, peças mecânicas, pneus, contrapesos…em suma, uma monstruosa coleção de mercadorias.
Paulo Miyada, curador desta exposição, escreveu que Carmela Gross cria um ambiente que sugere movimento, tensão e suspensão. Ele pergunta: “É uma roda gigante que entretém com sua ilusão de mobilidade, girando e girando sem sair do lugar?”.
– Trecho retirado do catálogo “QUASE CIRCO”, produzido pelo Sesc Pomepia, 2024
78 desenhos - dimensões variadas
Serigrafia sobre zinco
Foto Filipe BerndtBANDO são 78 desenhos de animais. Cada um deles sugere uma silhueta, um vulto sem detalhes. Na primeira versão deste trabalho, em 2016, o conjunto de 78 desenhos era feito com tinta verde e grafite sobre o papel. Os animais eram situados em meio a campos cinzas de rabiscos de grafite.
Para esta exposição, o Bando foi refeito, os mesmos desenhos foram impressos com tinta verde em cima de chapas metálicas. A diferença é que agora eles aparecem dispostos, lado a lado, num extenso corredor de madeira. São espectros de animais de todos os tipos que nos cercam, à espreita.
As placas de zinco e as pranchas rosa de madeirite, materiais que compõem o corredor, nos lembram dos tapumes e do arranjo precário de tantas construções, nos becos e terrenos baldios de nossas cidades.
– Trecho retirado do catálogo “QUASE CIRCO”, produzido pelo Sesc Pomepia, 2024
550 × 2150 × 370 cm
13 escadas e lâmpadas tubulares vermelhas
Foto Filipe BerndtESCADAS VERMELHAS é uma instalação que foi realizada pela primeira vez em 2012, no Sesc Belenzinho, em São Paulo. Fáceis de carregar e armar, escadas são máquinas simples. Diminui o esforço do corpo para atingir alturas desejadas pelo olhar. Hoje, as escadas viraram, para nós, utensílios corriqueiros e banais.
Porém, na memória esquecida, no avesso de tudo, são mais do que isso. Nasceram como armas de guerra. Foram da primeira geração de máquinas a levar a luta para além do solo, como as pedras e as flechas. Essa ambivalência era instigante: banalidade e potência a um só tempo – coisa do dia-a-dia e máquina de vida ou morte…
Para compor este trabalho, a artista escolheu 13 escadas industriais disponíveis no mercado, e imaginou lâmpadas fluorescentes brancas acopladas a cada um dos degraus e das traves verticais.
Nesta nova instalação em 2024, as lâmpadas brancas foram substituídas por lâmpadas vermelhas, fazendo reverberar no espaço e nos reflexos do espelho d’água a luminosidade de vermelho intenso.
– Trecho retirado do catálogo “QUASE CIRCO”, produzido pelo Sesc Pomepia, 2024
Tinta esmalte e primer sobre escada – site specific
Foto Filipe BerndtTinta esmalte e primer sobre escada — site specific
74 x 138 cm
neon azul e estrutura metálica
Foto edson kumasakaOs neons são uma presença constante na obra de Carmela Gross. Seus textos e desenhos luminosos estabelecem vínculos com a comunicação visual das ruas: dos letreiros, anúncios e pixos que aparecem pelo espaço público.
NÓS, escrito em luz, nos convoca à coletividade.
dimensões variadas
grrafite, ecoline e fixador de desenho sobre papel Hahnemühle 80 gr
Foto Parque LageBando é um conjunto de desenhos, que compõem uma multidão de bichos, feitos de manchas verdes que evocam vultos de animais, situados em meio a campos acinzentados feitos de rabiscos de grafite – formam um ambiente propício a projeções imaginárias de várias ordens. Eles cercam, feito uma horda à espreita, quem está de passagem pela sala.
– Carmela Gross
Dimensões variáveis
corda e ferragem
Foto Filipe BerndtX (2021) afrontava quem pretendia adentrar a exposição de Gross.
Era um X de grandes proporções – incisivo –, tensionado com cordas de escalada a partir da parede e fixadas no chão, tomando conta do pátio da Vermelho. O visitante tinha que atravessar o X para entrar na exposição.
X é uma interdição e um sinal do incógnito, do desconhecido. Carmela tirou o símbolo do campo abstrato e traz à corporeidade.
Dimensões variáveis
corda e ferragem
Foto Filipe Berndt342 x 300 cm
neon laranja 12 mm, estrutura de ferro
Foto Filipe BerndtFONTE LUMINOSA nasceu de um desenho de um vulcão, uma erupção de lava, de massa informe que invade todos os campos visuais do espectador, vazando às adjacências. O fogo é força que queima e, tragicamente, sugere um espelhamento da situação atual do pais, onde o governo imprime um esforço suicida que transforma os alicerces e a memória coletiva do pais em cinzas.
colagem, nanquim sobre papel
Foto Filipe BerndtA instalação CABEÇAS é composta por 226 desenhos negros – feitos com manchas de tinta e rasgos – que induzem o espectador a imaginar as cabeças “retratadas”.
Os “retratos” são resultados de um processo que conta com o acaso em sua feitura e, portanto, são faces imaginadas de figuras que não existem.
4,50 x 6,30 m
neon LED e estrutura metálica Foto MAM Rio3 x 4 x 3 m
lona e estrutura de madeira Foto Filipe Berndt60 x 12 x 10 cm
Oléo sobre madeira
Foto Filipe BerndtHélices mostram a dinâmica de relações de cor e forma no espaço, incluindo o espectador como participante. O toque manual propicia a dinâmica da obra: a forma se expande, a cor se desmaterializa e pulsa no ar.
10 m x 370m2
Cerca de 300 objetos Foto Carmela Gross “RODA GIGANTE é uma instalação concebida especialmente para o espaço interno do Farol Santander de Porto Alegre. Trata-se de um conjunto de cerca de 300 objetos que serão dispostos no chão do saguão principal do edifício. Cada um dos objetos será amarrado por meio de cordas ao alto das colunas e dos balaústres do edifício. Assim, todo o vão livre será ocupado pelas cordas entrecruzadas em muitas direções, criando visualmente uma espécie de trama irregular de muitas cores e espessuras variáveis. RODA GIGANTE tem a ver com a precariedade da vida nas grandes cidades, seja de seus habitantes, seja daqueles que moram nas ruas. O morador de rua ou o vendedor ambulante, por exemplo, tem que improvisar jeitos de viver, inventar um habitar nômade e incerto a cada dia, entre coisas achadas, objetos e móveis descartados, e recombiná-los em um equilíbrio frágil num vão qualquer da rua, encostado a um muro ou embaixo de um viaduto.” (Carmela Gross em entrevista para a composição do material educativo da mostra)2,4 x 16m e 2,4 x 21,5m
292 lâmpadas tubulares de LED e estrutura metálica Foto Carmela Gross “Esse trabalho foi concebido para ser construído em duas passarelas de pedestres, em ruas diferentes da cidade de Christchurch, na Nova Zelândia. Uma conteria a frase “REAL PEOPLE” e a outra, “ARE DANGEROUS”,* ambas construídas com tubos de luz fluorescente vermelha. A descontinuidade espacial entre as duas partes da frase buscava abrir o sentido e suscitar múltiplas leituras. Por outro lado, quando lidas juntas e reunidas numa afirmação, a junção passava a refletir a retórica do medo que domina e controla muitos aspectos da vida contemporânea. A segunda parte da frase foi interditada pelas autoridades locais, com o argumento de que a própria palavra “DANGEROUS” era perigosa.” Carmela Gross11’24’’
Vídeo. branco e preto, sem som
Foto ReproduçãoCarmela Gross colecionou, a partir de jornais, imagens de conflitos e confrontos de diversos países, além de imagens dos incêndios que consumiram, neste século, instituições culturais brasileiras, para compor o vídeo Luz del Fuego II. O título do trabalho vem do nome artístico de Dora Vivacqua, que foi uma dançarina, naturista, atriz e feminista brasileira que viveu entre 1917 e 1967.
66,5 x 52,5 cm
Neon 12mm vermelho flamingo com estrutura de alumínio composto
Foto Vermelho7 × 5,50 × 1,30 m
Lâmpadas fluorescentes e cavaletes metálicos Foto Kunsthalle Bratislava [...] Em O FOTÓGRAFO, ´[...] por um lado, as lâmpadas fluorescentes constituem a unidade básica do desenho, ancoram o trabalho todo à dimensão de um traço quase infantil, esquemático, elementar; por outro, como nos Carimbos, esse gesto singelo, mesmo mantendo sua espontaneidade, é transformado e subvertido ao tornar-se mecânico, neste caso até industrial, com sua proliferação de cabos, transformadores, reatores, energia… A profusão de cabos e outros elementos funcionais, aliás, é bastante relevante na economia do trabalho, porque permite situar O FOTÓGRAFO no conjunto de obras da Carmela que se colocam, direta ou indiretamente, numa relação osmótica com a cidade. [...] trecho de (Algumas coisas) de que falamos quando falamos de Carmela Gross Jacopo Crivelli Visconti LAB: 2014-2017. Bratislava: Slovenské centrum vizuálnych umení, Kunsthalle Bratislava, 2017, p. 219-220.Dimensões variáveis
Papel kraft - intervenção no Museu da Cidade – Chácara Lane Foto João Nitsche Em ESCUTA o trabalho também é pele e superfície, mas é também estratégia de visibilidade e ocultamento. O trabalho foi realizado pela primeira vez em 2001 para um projeto de televisão que revelava o ateliê do artista. Carmela propôs, então, que em vez de exibir seu ateliê, exibiria uma nova obra sendo realizada, e cobriu todo o ateliê com papel kraft. Nada mais podia ser visto, mas em compensação criou-se um novo ambiente, banhado de luz âmbar, novas texturas e com o cheiro característico do papel. Aquela pele de kraft que cobria a sala acabava convertendo-a em caverna, ou estômago, ocultava a arquitetura rígida, borrava as linhas e definições duras do espaço. Trecho de A GIGANTESCA CARTILHA DE CARMELA GROSS PARA ENFRENTAR O MUNDO Douglas de Freitas Carmela Gross: Arte à mão armada. Textos de Douglas de Freitas e Carmela Gross. São Paulo: Museu de Arte da Cidade – Chácara Lane, 2017 / Rio de Janeiro: Endora Arte Produções, 2017. Catálogo de exposição.114 x 233 x 9,5 cm
Painel de LED
Foto VermelhoO painel luminoso vermelho de LED, Figurantes (2016), de Carmela Gross, se assemelha aos tantos que se encontram usualmente em bares, lojas e postos de gasolina com anúncios. Só que aqui, ao invés de produtos e serviços, o painel apresenta um cortejo insólito de dúbias figuras. São aquelas listadas por Marx, em O 18 de Brumário de Luís Bonaparte (1852), como membros da Sociedade 10 de Dezembro, constituída de biscateiros, arrivistas, herdeiros arruinados, vagabundos e desocupados de toda ordem: batedores de carteira, ex-presidiários, vigaristas, rufiões decadentes e muitos outros… O resgate luminoso deste grupo peculiar de ativistas políticos, estampado no painel de LED montado pela artista, reatualiza outros grupos que vieram na esteira deste, e aponta para tantos mais em circulação nas cidades contemporâneas.
Dimensões variáveis
2 cancelas de estacionamento e lona
Foto Edouard FraipontA sala 1 da galeria é ocupada pela instalação Darlenes (2014), constituída de duas cancelas de estacionamento. Usualmente a cancela sinaliza a passagem ou a interdição para os carros. Só que aqui, não. Estas são cancelas para pedestres que podem delas se aproximar e manejá-las, como quiserem, para outros significados.
As hastes mecânicas são comandadas a distância por um controle remoto à disposição de quem passa. O movimento de subir e descer das hastes desdobra e estende uma massa informe de tecido vermelho, desenhando no espaço um grande x. As hastes podem ser novamente acionadas e voltar à posição inicial, desfazendo o desenho em vermelho. Pode-se repetir este processo todas as vezes que se quiser.
29 x 21 cm
Grafite e aquarela líquida sobre papel
Foto Galeria Vermelho78 desenhos dispostos lado a lado formam um ambiente propício a projeções imaginárias de várias ordens. Os desenhos compõem uma multidão de bichos, feitos de manchas verdes que evocam vultos de animais, situados em meio a campos acinzentados feitos de rabiscos de grafite. Eles cercam, feito uma horda à espreita, quem está de passagem pela sala.
32,5 x 50 cm
Grafite e aquarela líquida sobre papel
Foto Galeria Vermelho78 desenhos dispostos lado a lado formam um ambiente propício a projeções imaginárias de várias ordens. Os desenhos compõem uma multidão de bichos, feitos de manchas verdes que evocam vultos de animais, situados em meio a campos acinzentados feitos de rabiscos de grafite. Eles cercam, feito uma horda à espreita, quem está de passagem pela sala.
Variable dimensions
Escadas e lâmpadas Foto Sergio Araújo “Antes de serem utensílio de trabalho, as escadas foram armas de guerra quando não se concebia outra forma de ataque ou defesa pelo ar. Frente aos muros e fossos, as escadas eram peças frágeis, mas de grande mobilidade como as pedras e as flechas, e foram da primeira geração de máquinas de guerra a levarem a luta para além do solo” Carmela Gross330 x 200 x 200 cm
Filó de nylon e estrutura de ferro sobre rodas
Duas mulheres negras
Há uma correlação de A Negra com A Negra de Tarsila*, mas essa correlação não foi previamente arranjada. Eles não se relacionam por seus aspectos formais, nem se movem juntos no mesmo espaço. Apropriei-me do nome para repensar meu trabalho com uma nota histórica. Uma obra pronta para o título, uma espécie de canal temporal para o nosso modernismo.
A Negra, de minha autoria, é um objeto-montagem em ferro e tule de náilon preto, montado sobre rodas, que possibilita seu deslocamento pela avenida, no asfalto; penso também como um objeto-imagem, que se confunde com o movimento das ruas, dos carros, dos sons e ruídos, das luzes dos prédios, das lojas, dos anúncios; é também um objeto-desejo, que atua com a cidade mutante dos transeuntes – atravessando, vagando, caminhando, indo e vindo, retornando.
A figura de A Negra de Tarsila é cor-território, forma-casa, pintura corporal em quase todo o quadro. Ela é a ala de abertura, a música-tema, a porta-bandeira feminina e a primeira mestra de dança, o destaque e o carro alegórico, tudo ao mesmo tempo, no desfile de um Brasil que se quis moderno e olhou para suas raízes nas alas de uma escola de samba. Mas enquanto na obra antológica de Tarsila a negra aparece como um corpo sem roupa, apenas superfície, em minha obra a figura fantasmagórica negra é um corpo vazio, com sua vestimenta de tule.
Carmela Gross
Agosto de 2004.
* Tarsila do Amaral
A Negra, 1923
Coleção do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, MAC USP
11,20 × 9,60 × 4,65 m
Grafite, ferro, mica, espuma de borracha, graxa sobre papel A obra de Carmela Gross nesta 20ª Bienal Internacional de São Paulo revela, desde a primeira aproximação, o processo pelo qual a artista submete cada uma de suas precisas intenções a todas as outras. Desvenda o campo de forças das transformações dialéticas entre agentes de um universo em interação e movimento, no interior do qual é introduzido o observador. O gesto primordial situa o homem no espaço. Define o lugar, delimitado por claras superfícies abstratas, paredes ortogonais, muros a serem transpostos. O interior mostra-se ilimitado, de um vazio imensurável plástico, elástico, maior que o continente. Entramos assim no âmbito da própria imagem. A experiência do espaço real, imediatamente presente, deverá permanecer uma referência constante e perturbadora, enquanto a imagem poderá deslizar, percorrer o vácuo, durar no tempo, lançar-se em vôo livre e saltos no escuro. Há muitos anos, Carmela vem intensificando as forças que animam suas formas em gravitação, tão vibrantes e oscilantes que parecem não se conter em si mesmas. Não por acaso, Carmela tem associado a constituição da matéria visível a condensações que atingem os limites da integração e da desintegração espacial, a corpos em movimento e suspensão. Suas formas pulsam e os efeitos de adensamento e rarefação das figuras vão definindo entes do universo da visualidade. Ao longo dos anos, Carmela percorreu livremente o impalpável espaço aéreo, o imenso vazio, criou intimidade com o desconhecido e o incerto. Seu domínio se estabeleceu pela eliminação de todo vestígio tátil e de todo corpo físico, em proveito da imagem ótica, esta mais abstrata. Também pelo humor peculiar com que soube propor seus jogos óticos e enganar a vista com a ilusão e magia da imagem. O PROJETO PARA A CONSTRUÇÃO DE UM CÉU, de 1981, fixava manchas fugidias, imagens desmanchadas comentadas ironicamente por notações geométricas em grafia de desenho técnico. Em conjunto, formavam paisagem envolvente. Os QUASARES expunham a indefinição da imagem ótica desfocada e abreviada em mínimos meios. As figuras que definem o universo visível de Carmela apresentam-se em momento anterior ao signo. Resistem como forma aos automatismos e às facilidades da linguagem e se impõem como presenças visuais anteriores a qualquer significação. Tudo é recriado pelo desvio do semelhante e aparece como uma revelação primeira, que guarda o encanto da forma e o frescor da garatuja infantil. A familiaridade que descobrimos em relação com os rabiscos da Carmela procede seguramente da fluência dos gestos curvos e da afetividade da forma, não provém do terreno das idéias. Carmela provoca lembranças ancestrais. As figurações dos paíneis murais presentes nesta 20ª Bienal são densas sedimentações dessa experiência acumulada pela artista, permanências obstinadas da remota vida do homem das cavernas, ecos atravessando o tempo. Os gestos largos e simples estão agigantados numa grandeza cósmica. Cortam a continuidade de uma suave superfície de papel de fibra artesanal pintada de tinta prateada. Os riscos rasgam o espaço luminoso e espelhante como questionamentos, não-objetividades, não-aparições. São desaparições, sombras que ampliam a luminosidade e a espacialidade. As mesmas figuras projetadas ou refletidas numa parede frontal à primeira são então absorvidas, como se, filtradas por uma poeira rósea, adentrassem a porosa superfície da parede, nela se inscrevendo. São ainda visões a distância. A apropriação da terceira parede, menor, dá-se em outra escala, numa escrita com a sugestão de um X (um X marca: aqui, um X anula: não). Trata-se de uma sugestão, não chegando a se configurar o sinal, cujos riscos, orientados para diversos sentidos espaciais, se dispersam. A rigor, não se trata de riscos, nem de pintura. Nem tampouco se deve falar em objeto, apesar do desenho ser construído com hastes de metal pintado de preto e valorizado pelas tensões obtidas por meio da ambigüidade existente entre o traçado da mão e o material fundido. Diante da dispersão das hastes do não-objeto, sinal que não se divisa, um ponto ocupa a quarta parede. Momento de concentração, resultante da superposição de várias camadas aglomeradas. É o contraponto necessário às teias imaginárias que enrendam o homem nesse espaço. Ana Maria de Moraes Belluzzo Publicado em: ARTISTAS brasileiros na 20ª Bienal Internacional de São Paulo. São Paulo: Fundação Bienal: Ed. Marca D’Água, 1989. p.58-59.3,78 x 2,69 m
6 peças de alumínio pintado Foto Ana Pigosso "uma escrita com a sugestão de um X (um X marca: aqui, um X anula: não). Trata-se de uma sugestão, não chegando a se configurar o sinal, cujos riscos, orientados para diversos sentidos espaciais, se dispersam. A rigor, nao se trata de riscos, nem de pintura. Nem tampouco se deve falar em objeto, apesar do desenho ser construído com hastes de metal pintado de preto e valorizado pelas tensões obtidas por meio da ambiguidade existente entre o traçado da mão e o material fundido. [...] Momento de concentração, resultante da superposição de várias camadas aglomeradas. É o contraponto necessário às teias imaginárias que enredam o homem no espaco". Trecho de "Carmela Gross", de Ana Maria de Moraes Belluzzo. ARTISTAS brasileiros na 20ª Bienal Internacional de São Paulo. São Paulo: Fundação Bienal: Ed. Marca D’Água, 1989100 x 70 cm cada parte de 11
Off-set sobre papel
Foto Ana Pigosso“A exposição Quasares (1983), trazia um nome enigmático, a significar, segundo a artista, “vibrações sonoras captadas por sensores de sons”. Pensávamos estar novamente diante das experimentações da década anterior: impressões em off-set registravam imagens fantasmáticas, a nos transportar incorporeidade em sua imprecisão, alusivas, embora por sua própria indefinição, nada nos remetesse às fontes de onde a artista extraia essas formas interferidas pelos processos até a impressão gráfica.”
Trecho de “Carmela Gross: Um olhar em perspectiva”, de Aracy Amaral.
Carmela Gross: Hélices. Rio de Janeiro: MAM, 1993. Catálogo de exposição.
21 x 29 cm cada parte de 3
fotocópias frente e verso montadas em molduras basculantes de alumínio e acrílico transparente
Foto Ana PigossoVia Láctea, de 1979, parte do soneto XIII do poema Via Láctea – também conhecido como “Ouvir Estrelas” – uma das obras mais celebradas do poeta brasileiro Olavo Bilac, expoente do Parnasianismo no Brasil.
O conjunto de fotocópias montadas em molduras basculantes traz, de um lado de cada parte do tríptico, uma imagem que se refere a galáxia da qual o Sistema Solar faz parte e, do outro lado de cada parte, trechos do soneto de Bilac. O poema vem esquadrinhado nas páginas, criando uma espécie de caça-palavras.
60 x 40 cm
Impressão com pigmento mineral sobre papel Hahnemühle Museum Etching 350 gr
Foto VermelhoGosto de pensar este trabalho como um desenho. Talvez um grafismo paleolítico, pois ele evoca a maneira mais primitiva de desenhar – um risco de tinta sobre uma superfície de terra.
Durante um período de greve, saí com um grupo de amigos que estudavam como eu numa escola de arte, para fotografar pinturas de bares e borracharias, na periferia da cidade. Neste dia levávamos também conosco alguns tubos de tinta spray. Decidimos parar numa zona quase deserta, lá pelos lados de Santo Amaro, onde uma avenida recém aberta cortava uma área acidentada entre curvas, buracos e grandes barrancos. Um paredão de terra parecia bom para pintar. Um deles, com a terra frisada horizontalmente, funcionava exatamente como uma escada, pela qual podia se subir e descer livremente. Me aproveitei para desenhar nele linhas em ziguezague, como os degraus de uma escada.
A coisa observada (barranco/degraus de terra) e a coisa desenhada (risco/esquema), quase na mesma escala, ressoaram uma na outra. Um desenho urbano.
Carmela Gross
Dimensões variáveis
6 unidades de madeira esmaltada Foto Isabella Matheus A cena artística durante o final dos anos 1960 presta-se a experimentações conceituais e técnicas, ainda que o governo da ditadura civil-militar cerceie a liberdade de expressão no País. O percurso de Carmela Gross, iniciado nesse período, trata da pesquisa teórica e formal, criando um repertório complexo. O material utilizado em sua obra, extraído do contexto original, serve como meio para a observação do processo artístico. Sua produção engloba desenhos, gravuras, pinturas, esculturas e intervenções públicas. Conceitualmente, a discussão sobre o limite da arte encontra-se desde os primeiros trabalhos, como Nuvens (1967): um conjunto de seis peças de madeira pintadas com material industrial (esmalte azul) representando nuvens, cuja perfeição da forma sugere que se trata da replicação de um desenho. A ligação com a arte pop na escolha do tema e do material é evidenciada pela repetição na execução (que não implica a marca individual do artista) e pela crítica à avidez da sociedade de consumo. Enciclopédia Itaú Cultural http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8666/carmela-grossA produção artística de Carmela Gross assinala um olhar incisivo e crítico sobre a cidade contemporânea em sua dimensão política e social. O eixo comum, para além da diversidade dos contextos e das propostas elaboradas, está na relação entre o trabalho de arte e a cidade.
O conjunto de operações que envolvem desde a concepção do trabalho, passando pelo processo de produção, até a disposição no lugar de exibição enfatizam a relação dialética entre a obra e o espaço urbano, entre a obra e o público/transeunte. Seus trabalhos procuram engendrar novas percepções artísticas que afirmam uma ação e um pensamento críticos e que trazem à tona a carga semântica do lugar, seja ele um espaço público, uma instituição ou o momento de uma exposição.
Gross participou da Bienal de São Paulo em 7 edições, da Bienal de Moscou de 2007 e da 5ª Bienal do Mercosul. A artista tem obras públicas permanentes em Paris, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Laguna. Ela foi destaque na exposição Mulheres Radicais, que, entre 2017 e 2018, ocupou o Hammer Museum, em Los Angeles, o Brooklyn Museum, em Nova York, e a Pinacoteca do Estado de São Paulo, reunindo 127 artistas e coletivos de 15 países.
Seu trabalho faz parte de coleções permanentes como: Culturgest (Lisboa); MoMA (New York); MAC USP (São Paulo); Museu de Arte Moderna (São Paulo); Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo); Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Recife); Museum of Fine Arts (Houston); Colección de Arte del Banco de la República (Bogotá).
A produção artística de Carmela Gross assinala um olhar incisivo e crítico sobre a cidade contemporânea em sua dimensão política e social. O eixo comum, para além da diversidade dos contextos e das propostas elaboradas, está na relação entre o trabalho de arte e a cidade.
O conjunto de operações que envolvem desde a concepção do trabalho, passando pelo processo de produção, até a disposição no lugar de exibição enfatizam a relação dialética entre a obra e o espaço urbano, entre a obra e o público/transeunte. Seus trabalhos procuram engendrar novas percepções artísticas que afirmam uma ação e um pensamento críticos e que trazem à tona a carga semântica do lugar, seja ele um espaço público, uma instituição ou o momento de uma exposição.
Gross participou da Bienal de São Paulo em 7 edições, da Bienal de Moscou de 2007 e da 5ª Bienal do Mercosul. A artista tem obras públicas permanentes em Paris, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Laguna. Ela foi destaque na exposição Mulheres Radicais, que, entre 2017 e 2018, ocupou o Hammer Museum, em Los Angeles, o Brooklyn Museum, em Nova York, e a Pinacoteca do Estado de São Paulo, reunindo 127 artistas e coletivos de 15 países.
Seu trabalho faz parte de coleções permanentes como: Culturgest (Lisboa); MoMA (New York); MAC USP (São Paulo); Museu de Arte Moderna (São Paulo); Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo); Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Recife); Museum of Fine Arts (Houston); Colección de Arte del Banco de la República (Bogotá).
Carmela Gross
1946. São Paulo, Brasil
Vive e trabalha em São Paulo
Exposições Individuais
2024
-Carmela Gross. Boca do Inferno – Fundação Iberê Camargo – Porto Alegre – Brasil
– Carmela Gross. Quase Circo – Sesc Pompéia – São Paulo – Brasil
2023
– A Negra – Projeto Clareira – Museu de Arte Contemporânea (MAC USP) – São Paulo – Brasil
– Carimbos – Instituto de Arte Contemporânea (IAC) – São Paulo – Brasil
2022
– Iracemas – Instituto de Arte Contemporânea ((IAC) – São Paulo – Brasil
– Bando – Projeto Escândalo – Parque Lage – Rio de Janeiro – Brasil
2021
– fendas, fagulhas [cracks, sparks] – Vermelho – São Paulo – Brasil
– Vulcão – Museu de Arte Moderna (MAM Rio) – Rio de Janeiro – Brasil
2019
– Carmela Gross. Projeto Escada – Galeria Virgílio – São Paulo – Brasil
– Carmela Gross. Roda Gigante – Santander Cultural – Porto Alegre Brasil
2018
– Real People are Dangerous – Auroras – São Paulo – Brasil
2017
– Carmela Gross: The Photographer – Kunsthalle Bratislava – Bratislava – Eslováquia
2016
– Um, Nenhum, Muitos – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Arte à mão armada – Chácara Lane – Museu da Cidade – São Paulo – Brasil
– Instalação da artista Carmela Gross na Capela do Morumbi – Capela do Morumbi – São Paulo – Brasil
2014
– Carmela Gross – Projeto Parede – Museu de Arte de Moderna (MAM SP) – São Paulo – Brasil
2013
– Escadas – Casa França-Brasil – Rio de Janeiro – Brasil
2012
– Serpentes – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Escadas – SESC Belenzinho – São Paulo – Brazil
– La Carga – Museo Experimental El Eco – Cidade do México – México
2010
– Carmela Gross: Um Corpo de Ideias – Estação Pinacoteca – São Paulo – Brasil
2009
– Arte à Mão Armada – Galeria Cilindro – Campina Grande – Brasil
2008
– SE VENDE – Matadero – Madri – Espanha
2007
-Uma Casa – Gabinete de Arte Raquel Arnaud – São Paulo – Brasil
– O Fotógrafo – Escola da Cidade – São Paulo – Brasil
2006
– Arte Passageira – Centro Universitário Mariantonia – São Paulo – Brasil
– O Fotógrafo – SESC Ribeirão Preto – São Paulo – Brasil
– SUL – Instituto Tomie Ohtake – São Paulo – Brasil
2004
– Bleujaunerougerouge – Intervenção Arquitetônica – École René Binet – Paris – França
– AURORA – Galeria Olido – São Paulo – Brasil
– Um azul um amarelo dois vermelhos – Espaço Cultural Marcantonio Vilaça – Brasília – Brasil
2003
– Carmela Gross – Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães [MAMAM] – Recife – Brasil
– HOTEL – Gabinete de Arte Raquel Arnaud – São Paulo – Brasil
2001
-Alagados e Monumentos – Celma Albuquerque Galeria de Arte – Belo Horizonte – Brasil
2000
– Alagados – Centro Universitário Mariantonia – São Paulo – Brasil
– Projeto Parede – Museu de Arte Moderna [MAM ] – São Paulo – Brasil
1999
– Espaço Aberto – Oficina Cultural Oswald de Andrade – São Paulo – Brasil
– Projéteis – Paço das Artes – São Paulo – Brasil
– Comedor de Luz- Gabinete de Arte Raquel Arnaud – São Paulo – Brasil
1998
– 300 Desenhos – Instituto de Artes da UFRS – Porto Alegre – Brasil
1997
– Feche a Porta e Projeto para a Construção de um Céu – Centro Cultural São Paulo [CCSP] – São Paulo – Brasil
1995
– Carmela Gross – Gabinete de Arte Raquel Arnaud – São Paulo – Brasil
– Facas – Museu de Arte Moderna [MAM] – São Paulo – Brasil
1994
– Facas – Centro Cultural Banco do Brasil [CCBB] – Rio de Janeiro – Brasil
- Facas – European Ceramics Work Centre – Hertogenbosch – Holanda
– Larvas – Galeria Ido Finotti – Universidade Federal de Uberlândia – Uberlândia – Brasil
– Hélices – Museu de Arte de Ribeirão Preto – Ribeirão Preto – Brasil
1993
– Hélices – Galeria de Arte da Universidade Federal Fluminense – Niterói – Brasil
– Hélices – Museu de Arte Moderna [MAM RJ] – Rio de Janeiro – Brasil
1992
– Desenhos – Museu de Arte Moderna [MAM ] – São Paulo – Brasil
– Pinturas – Galeria São Paulo – Brasil
– Instalação – Capela do Morumbi – São Paulo – Brasil
1990
– Objetos – Galeria São Paulo – São Paulo – Brasil
1989
– Objetos Bestas – Galeria Eaço Capital – Brasília – Brasil
1988
– Pintura/Objeto – Museu de Arte do Rio Grande do Sul – Porto Alegre – Brasil
– Pintura/Objeto – Galeria São Paulo – São Paulo – Brasil
1987
– Pintura/Desenho – Museu de Arte Contemporânea [MAC U] – São Paulo – Brasil
1986
– Quasares – Eaço Latino-Americano – Paris – França
– Pinturas – Galeria Luiza Strina – São Paulo – Brasil
1984
– Pinturas – Montagens – Cartazes – Galeria Luisa Strina – São Paulo – Brasil
1983
– Quasares – Museu de Arte Moderna [MAM RJ] – e Centro Cultural São Paulo [CC] – Brasil
1982
– Projeto para a Construção de um Céu – Brazilian-American Cultural Institute – Washington – EUA
1980
– Carimbos – Espaço N.O. – Porto Alegre – Brasil
1978
– Carimbos – Gabinete de Artes Gráficas – São Paulo – Brasil
1977
– Desenhos – Gabinete de Artes Gráficas – São Paulo – Brasil
Exposições Coletivas
2023
– Veredas Festival de Arte Contemporânea (2ª edição) – Mostra Virtual
– Pedra Viva: Serra da Capivara – O Legado de Niède Guidon – Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MUBE) – São Paulo – Brasil
– Chão da praça: obras do acervo da Pinacoteca – Pinacoteca Contemporânea – São Paulo – Brasil
– Eu enterrei meu umbigo aqui – Galeria Marco Zero – Recife – Brasil
– Tridimensional: entre o estético e o sagrado (Um recorte da coleção Vera e Miguel Chaia) – Arte 132 Galeria – São Paulo – Brasil
2022
– 34a Bienal de São Paulo Itinerâncias – LUMA Arles – Arles – França
– Dentro de ti – Quadra – São Paulo – Brasil
– Vivemos prá isso – Galpão Vermelho e Ateliê397 – São Paulo – Brasil
– A Barganha – coleção moraes-barbosa – São Paulo – Brasil
– Horizontes Moventes – Boa Vista – Brasil
– Histórias Brasileiras – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand [MASP] – São Paulo – Brasil
– Lugar comum – Museu de Arte Contemporânea [MAC] – São Paulo – Brasil
– Contar o tempo – Mariantonia – São Paulo – Brtasil
2021
– Da Letra à Palabra – Museu Judaico – São Paulo – Brasil
– 34a Bienal de São Paulo. Faz escuro mas eu canto – Pavilhão Ciccillo Matarazzo – São Paulo – Brasil
– Janelas para dentro – Casa Míllan – São Paulo – Brasil
– 1991-2021: Arte Contemporânea Brasileira na Coleção Andrea e José Olympio Pereira – Centro Cultural Banco do Brasil [CCBB] – Rio de Janeiro – Brasil
– Amilcar de Castro, Diálogos Contemporâneos: Matéria-Linha – Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MUBE) – São Paulo – Brasil
2020
– Connecting Currents. Contemporary Art at the Museum of Fine Arts – Museum of Fine Arts – Houston – EUA
– Decategorized Artists From Brazil – Fundación ArtNexus – Bogotá – Colômbia
– Pinacoteca: Acervo – Pina_Luz – Pinacoteca do Estado de São Paulo – São Paulo – Brasil
– Luzes da Memória – Instituto de Arte Contemporânea [IAC] – São Paulo – Brasil
– Farsa – Sesc Pompéia – São Paulo – Brasil
– Vídeo_MAC – Museu de Arte Contemporânea [MAC] – São Paulo – Brasil
– Bienal 12 Online – Bienal do Mercosul – Porto Alegre – Brasil
– Clube de Colecionadores de Fotografia do MAM – 20 anos – Museu de Arte Moderna [MAM SP] – São Paulo – Brasil
– Dupla Central na Biblioteca Mário de Andrade – Biblioteca Mário de Andrade – São Paulo – Brasil
2019
– SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JUNHO DE 2019 – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Arte Naïf – Nenhum museu a menos – Parque Lage – Rio de Janeiro – Brasil
– O ano em que vivemos em perigo – Museu de Arte Moderna (MAM SP) – São Paulo – Brasil
– Passado/Futuro/Presente: Arte contemporânea brasileira no acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Museu de Arte Moderna de São Paulo [MAM SP] – São Paulo – Brasil
2018
– Mulheres na coleção do MAR – Museu de Arte do Rio [MAR] – Rio de Janeiro – Brasil
– Invenção de Origem – Estação Pinacoteca – São Paulo – Brasil
– Exceção – Espaço Cultural Casa do Lago – Unicamp – Campinas – Brasil
– AI-5 50 ANOS. Ainda não terminou de acabar – Instituto Tomie Ohtake – São Paulo – Brasil
– Mulheres radicais: arte latino-americana, 1960–1985 – Pinacoteca do Estado – São Paulo – Brasil
– Arte tem gênero? Mulheres na Coleção de Arte da Cidade – Centro Cultural São Paulo (CCSP) – São Paulo – Brasil
– Brasile. Il coltello nella carne – Padiglione di Arte Contemporanea (PAC) – Milão – Itália
– Radical Women: Latin American Art, 1960–1985 – Brooklyn Museum – Nova York – EUA
– #iff2018 – Instituto Figueiredo Ferraz (IFF) – Ribeirão Preto – Brasil
– A Vastidão dos Mapas – Palacete das Artes – Salvador – Brasil
2017
– Potência e Adversidade. Arte da América Latina nas coleções em Portugal – Museu de Lisboa – Lisboa – Portugal
– ON ANAM. Where are we going? – Es Baluard Museu d’Art Modern i Contemporani – Palma de Mallorca – Espanha
– Radical Women: Latin American Art, 1960-1985 (Pacific Standard Time: LA/LA) – Hammer Museum – Los Angeles – EUA
– Past/Future/Present: Contemporary Brazilian Art from the Museum of Modern Art, São Paulo – Phoenix Art Museum – Phoenix – EUA
– São Paulo não é uma cidade, invenções do Centro – Sesc 24 de Maio – São Paulo – Brasil
– Here the border is you – ProyectosLA & Pacific Standard Time: LA/LA – Los Angeles – EUA
– Metrópole: experiência Paulistana – Estação Pinacoteca – São Paulo – Brasil
– OSSO Exposição-apelo pelo amplo direito de defesa de Rafael Braga – Instituto Tomie Ohtake – São Paulo – Brasil
– A vastidão dos mapas. Arte contemporânea em diálogo com mapas da Coleção Santander – Museu Oscar Niemeyer – Curitiba – Brasil
– Pedra no Céu: Arte e a Arquitetura de Paulo Mendes da Rocha, Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia – São Paulo – Brasil
2016
– Coletiva – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– The Winter of Our Discontent – Galerie Martin Janda – Viena – Áustria
– Os muitos e o um: a arte contemporânea brasileira na coleção de José Olympio e Andrea Pereira – Instituto Tomie Ohtake (ITO) – São Paulo – Brasil
– Clube da Gravura: 30 anos – Museu de Arte Moderna (MAM) – São Paulo – Brasil
– Brasil, Beleza?! – Museum Beelden aan Zee – Den Haag – Holanda
2015
– Uma coleção particular: Arte contemporânea no acervo da Pinacoteca – Pinacoteca do Estado – São Paulo – Brasil
– Retrospectiva. 25 anos do Programa de Exposições CCSP – Centro Cultural São Paulo (CCSP) – São Paulo – Brasil
2014
– Matéria do Mundo: Projeto Arte e Indústria – MAC Ibirapuera – São Paulo – Brasil
– Afetividades Eletivas – Centro Cultural Minas Tênis Clube – Belo Horizonte – Brasil
– Iberê Camargo: século XXI – Fundação Iberê Camargo – Porto Alegre – Brasil
– A serpente no imaginário artístico – Museu Afro – Brasil – São Paulo – Brasil
– Contemporary Art: Selections from the Museum’s Collection – The Museum of Fine Arts – Houston – EUA
– Verbo 2014. Mostra de Performance Arte (10ª ed.) – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Experimentando Espaços 2 – Museu da Casa Brasileira – São Paulo – Brasil
– 140 Caracteres – Museu de Arte Moderna [MAM SP] – São Paulo – Brasil
– Vertigo – SIM Galeria – Curitiba – Brasil
2013
– Tomie Correspondências – Centro Cultural dos Correios – Rio de Janeiro – Brasil
– Escavar o Futuro – Fundação Clóvis Salgado – Belo Horizonte – Brasil
– 30 X Bienal: Transformações na Arte Brasileira da 1ª à 30ª edição – Pavilhão da Bienal – São Paulo – Brasil
– Universo Póliédro – Museo Valenciano de la Ilustración y la Modernidad [MUVIM] – Valência – Espanha
– Tomie Correspondências – Instituto Tomie Ohtake – São Paulo – Brasil
2012
– Da Seção de Arte ao Prêmio Aquisição: a gênese do Gabinete do Desenho – Gabinete do Desenho – São Paulo – Brasil
– 64ª Salão Paranaense [artista convidada] – Museu de Arte Contemporânea do Paraná – Curitiba
– Da próxima vez eu fazia tudo diferente – Pivô / COPAN – São Paulo – Brasil
– Percursos Contemporâneos – Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba – Sorocaba – Brasil
– Expansivo – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– O tridimensional no acervo do MAC: uma antologia – Museu de Arte Contemporânea [MAC U] – São Paulo – Brasil
2011
– Contra a Parede – Galeria Vermelho – São Paulo – Brasil
– Exposições no Mariantonia – Centro Universitário Maria Antonia – São Paulo – Brasil
– 748.600 – Santander Cultural –Recife – PE – Brasil
– 748.600 – Paço das Artes – São Paulo – – Brasil
– Zona Letal – Eaço Vital – Museu de Arte Contemporânea de Elvas – Museu Municipal de Tavira/ Palácio da Galeria – Portugal
2010
– Paisagem incompleta – Palácio das Artes – Belo Horizonte – Brasil
– Por aqui – formas tornaram-se atitudes – SESC Vila Mariana – São Paulo – Brasil
– Transição / From Now On…. – Gabinete de Arte Raquel Arnaud – São Paulo – Brasil
– Um dia terá que ter terminado 1969/74 – Museu de Arte Contemporânea [MAC U] – São Paulo – Brasil
– Ponto de Equilíbrio – Instituto Tomie Ohtake – São Paulo – Brasil
– TEKHNE – Fundação Armando Alvares Penteado [FAAP] – São Paulo – Brasil
2009
– Os Mágicos Olhos das Américas – Museu Afro Brasil – São Paulo – Brasil
– 5a. Bienal Vento Sul – Curitiba – Brasil
2008
– Real People Are Dangerous – SCAPE 2008 Christchurch Biennial of Art in Public Space – Nova Zelândia
– Arte Contemporânea Brasileira – Estação Pinacoteca- São Paulo – Brasil
– A Última Casa – A Última Paisagem – Galeria Matias Brotas – Vitória – Brasil
– Alguns Aspectos do Desenho Contemporâneo – SESC Pinheiros – São Paulo – Brasil
2007
– II Bienal de Arte Contemporânea – Moscou – Rússia.
– Encuentro entre dos Mares: Bienal São Paulo-Valência – Valência -Espanha
– Não Existem dois elefantes iguais – Fundação Vera Chaves Barcellos – Porto Alegre – Brasil
– Anos 70: Arte como Questão – Instituto Tomie Ohtake – São Paulo – Brasil
– Olhar Seletivo – Gabinete de Arte Raquel Arnaud – São Paulo – Brasil
– Transparências – Gabinete de Arte Raquel Arnaud – São Paulo – Brasil
2006
– Paralela 2006 – Pavilhão Armando Arruda Pereira – Parque do Ibirapuera – São Paulo – Brasil
– Desenho Contemporâneo – Galeria Saraiva Queiroz e Sala Alternativa – Uberlândia – Brasil
– A Cidade para a Cidade – Centro Cultural São Paulo [CCBB] – São Paulo – Brasil
– Gravura em Metal – matéria e conceito – Fundação Iberê Camargo – São Paulo – Brasil
– Clube de Gravura: 20 anos – Museu de Arte Moderna [MAM ] – São Paulo – Brasil
– Manobras Radicais – Centro Cultural Banco do Brasil [CCBB] – São Paulo – Brasil
– MAM [na] OCA – Oca – Parque do Ibirapuera – São Paulo – Brasil
2005
– Karakoy Pedestrian Exhibition 2 – Istambul – Turquia
– L’Autre Amerique Art Contemporain du Brésil – Passage de Retz – Paris – França
– Entregravuras – Museu de Arte de Santa Catarina – Florianópolis – Brasil
– Trajetórias – Gabinete de Arte Raquel Arnaud – São Paulo – Brasil
– 5ª Bienal do Mercosul – Porto Alegre – Brasil
2004
– LUZIA – Centro Universitário SENAC – São Paulo – Brasil
– Conversa Contemporânea – Gabinete de Arte Raquel Arnaud – São Paulo – Brasil
– Arte Contemporânea no Ateliê de Iberê Camargo – Centro Universitário Maria Antonia – São Paulo – Brasil
– Arte Contemporânea: Uma História em Aberto – Gabinete de Arte Raquel Arnaud – São Paulo – Brasil
– Fashion Passion – 100 Anos de Moda na OCA – OCA – Parque do Ibirapuera – São Paulo – Brasil
– Arte Contemporânea no Acervo Municipal – Centro Cultural São Paulo – São Paulo – Brasil
2003
– Atelier FINEP – Paço Imperial do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil
– Interfaces Contemporâneas – Museu de Arte Contemporânea [MAC USP] – São Paulo – Brasil
– Arte e Sociedade – Uma Relação Polêmica – Itaú Cultural – São Paulo – Brasil
– A Gravura – Vai Bem Obrigado – Espaço Virgílio – São Paulo – Brasil
– Mostra SESC de Artes – Latinidades – SESC Pompéia – São Paulo -Brasil
– A Subversão dos Meios – Itaú Cultural – São Paulo -Brasil
– Imagética – Fundação Cultural de Curitiba – Curitiba – Brasil
2002
– 20 Anos – 20 Artistas – Centro Cultural São Paulo – São Paulo – Brasil
– Caminhos do Contemporâneo – 1952/2002 – Paço Imperial – Rio de Janeiro – Brasil
– Genealogia do Espaço – Centro Cultural Parque das Ruínas – Rio de Janeiro – Brasil
– Coleção Metrópolis de Arte Contemporânea – Pinacoteca do Estado – São Paulo – Brasil
– Tangenciando Amilcar – Santander Cultural – Porto Alegre – Brasil
– ArteCidadeZonaLeste – SESC Belenzinho – São Paulo – Brasil
– XXV Bienal Internacional de São Paulo – Pavilhão da Bienal – São Paulo – Brasil
– 12 Esculturas – Gabinete de Arte Raquel Arnaud – São Paulo – Brasil
– Genius Locchi – Centro Universitário Maria Antonia – São Paulo – Brasil
– Nefelibatas – Museu de Arte Moderna [MAM SP] – São Paulo – Brasil
– A Imagem do Som no Rock-Pop Brasileiro – Paço Imperial – Rio de Janeiro – Brasil
– Territórios – Instituto Tomie Ohtake – São Paulo – Brasil
– Matéria Prima – Museu Oscar Niemeyer – Curitiba – Brasil
– Ceará Redescobre o Brasil – Museu de Arte Contemporânea do Dragão do Mar – Fortaleza – Brasil
2001
– Anos 70: Trajetórias – Itaú Cultural – São Paulo – Brasil
– Trajetória da Luz na Arte Brasileira – Itaú Cultural – São Paulo – Brasil
– São Paulo Turística – Museu de Arte Moderna [MAM Higienópolis] – São Paulo – Brasil
– Tangências – Gabinete de Arte Raquel Arnaud – São Paulo – Brasil
– Experiment Experiência/Art in Brazil 1958–2000 – Museum of Modern Art Oxford – Oxford – Inglaterra
– Politicas de la Diferencia–Arte Iberoamericano fin de siglo – Centro de Convenções – Recife – Brasil
– II Mostra do Programa de Exposições 2001 – Centro Cultural São Paulo [CCSP] – São Paulo – Brasil
– Caminhos da Forma – Tridimensionais da Coleção MAC USP – Galeria de Arte do SESI – São Paulo – Brasil
– O Espírito da Nossa Época – Coleção Dulce e João Figueiredo Ferraz – Museu de Arte Moderna [MAM SP] – São Paulo – Brasil
2000
– Cá Entre Nós – Paço das Artes – São Paulo – Brasil
– O Trabalho do Artista – Itaú Cultural – São Paulo – Brasil
– Gravura – gravura – Espaço Museu de Arte Moderna Villa Lobos – São Paulo – Brasil
– 15 Anos do Clube de Colecionadores de Gravura do Museu de Arte Moderna – Museu de Arte Moderna [MAM SP] – São Paulo – Brasil
– Brasil + 500 – Mostra do Redescobrimento – Fundação Bienal de São Paulo – São Paulo – Brasil
– Obra Nova – Museu de Arte Contemporânea [MAC USP] – São Paulo – Brasil
– Situações – Arte Brasileira/anos 70 – Fundação Casa França-Brasil – Rio de Janeiro – Brasil
– Leituras Construtivas – Gabinete de Arte Raquel Arnaud – São Paulo – Brasil
1999
– Mostra Gravura Rio – Palácio Gustavo Capanema – Rio de Janeiro – Brasil
– Noturnos – Museu de Arte Moderna [MAM SP] – São Paulo – Brasil
– De Brasil – Alquimias e Processos – Biblioteca Luis Ángel Arango – Bogotá – Colômbia
– Por que Duchamp? – Paço das Artes – São Paulo – Brasil
– Território Expandido – Prêmio Multicultural Estadão – SESC Pompéia – São Paulo – Brasil
– Philips Eletromidia da Arte – 3ª Exposição Virtual – São Paulo – Brasil
– Re-Aligning Vision-Alternative Currents in South American Drawing – Miami Art Museum – Miami – EUA
1998
– 30ª Anual de Arte – Museu de Arte Brasileira – Fundação Armando Álvares Penteado – São Paulo – Brasil
– XXIV Bienal Internacional de São Paulo – Pavilhão da Bienal – São Paulo – Brasil
– Formas Transitivas – Gabinete de Arte Raquel Arnaud – São Paulo – Brasil
– Fronteiras – Itaú Cultural – São Paulo – São Paulo – Brasil
– Heranças Contemporâneas II – Museu de Arte Contemporânea [MAC USP] – São Paulo – Brasil
– A Gravura da Linguagem – Pensar Gráfico – Paço Imperial – Rio de Janeiro; Pinacoteca do Estado de São Paulo – São Paulo – Brasil
– Re-Aligning Vision-Alternative Currents in South American Drawing – Archer M. – Huntington Art Gallery – Austin – EUA
1997
– Diversidade da Escultura Brasileira Contemporânea – Itaú Cultural – São Paulo – Brasil
– Intervalos – Paço das Artes – São Paulo – Brasil
– Re-Aligning Vision-Alternative Currents in South American Drawing – El Museo del Barrio – Nova Iorque – EUA
– United Artists III – Luz – Casa das Rosas – São Paulo – Brasil
– Arte-Cidade – Intervenções Urbanas – SESC Pompéia – São Paulo – Brasil
1996
– United Artists II – Utopia – Casa das Rosas – São Paulo – Brasil
– Beelden uit Brazilie – Stedelijk Museum Schiedam – Amsterdam – Holanda
– IV Studio de Tecnologias de Imagens – SESC Pompéia – São Paulo – Brasil
– O Único – o Mesmo – o A-fundamento – Valú Oria Galeria de Arte – São Paulo – Brasil
– Projeto Contato – SESC Paulista – São Paulo – Brasil
1995
– II Bienal de Barro de América – Museu de Arte Contemporânea Sophia Imber – Caracas – Venezuela
– V Bienal Nacional de Santos – Santos – Brasil
– Garner Tullis Workshop – Museu de Arte Moderna [MAM SP] – São Paulo – Brasil
– XI Mostra da Gravura de Curitiba – Fundação Cultural de Curitiba – Brasil
– O Desenho em São Paulo 1956 – 1995 – Galeria Nara Roesler – São Paulo – Brasil
1994
– Bienal Brasil Século XX – Fundação Bienal de São Paulo – Brasil
– Arte-Cidade – A Cidade Sem Janelas – Matadouro Municipal – São Paulo – Brasil
– Espaços Habitados – Ópera de Conrado Silva – cenário – Teatro Sérgio Cardoso – Brasil
1993
– Outdoors/Exposição Comemorativa do Centenário de Mário de Andrade – Centro Cultural São Paulo – São Paulo – Brasil
– Acervo CAPES – Ministério da Educação e Cultura – Brasília – Brasil
– 20 X10 – Espaço Cultural 508 Sul – Brasília – Brasil
– Brazilian Contemporary Art Projects – Museu de Arte Contemporânea – São Paulo – Brasil
– Olho Mágico – Documenta Galeria de Arte – São Paulo – Brasil
– Um Olhar sobre Joseph Beuys – Museu de Arte de Brasília – Brasil
– Coletiva no Eaço Arte do Morumbi Shopping – São Paulo – Brasil
– Via Fax – Museu de Arte de Ribeirão Preto [MARP] – Ribeirão Preto – Brasil
– Terracor / Coletiva de Pintura – A Estufa – São Paulo – Brasil
– Coletiva de Pinturas – Espaço Namour – São Paulo – Brasil
1992
– A Gravura de Arte no Brasil – Centro Cultural Banco do Brasil [CCBB] – Rio de Janeiro – Brasil
– A Linguagem dos Minerais – Espaço Miriam Mamber Artwear e Design – São Paulo – Brasil
– Artistas Convidados e Homenageados – Salão de Arte de Jundiaí – Brasil
– Arte Brasileira na Coleção: Anos 70/90 – Museu de Arte Contemporânea [MAC USP] – São Paulo – Brasil
– Salão Paraense de Arte Contemporânea – Secretaria de Estado da Cultura – Belém – Brasil
– O Branco Dominante – Galeria São Paulo – São Paulo – Brasil
1991
– Internacional Esculturas Efêmeras – Fundação Demócrito Rocha – Fortaleza – Brasil
– Latin-American Drawings Today – San Diego Museum of Art – San Diego – EUA
– Panorama da Arte Atual Brasileira – Museu de Arte Moderna [MAM SP] – São Paulo – Brasil
– O Que Faz Você Agora-Geração 60 – Museu de Arte Contemporânea [MAC SP] – São Paulo – Brasil
– Fax – Arte – Museu de Arte de São Paulo [MASP] – Brasil
1990
– Presença do Desenho – Paço das Artes – São Paulo – Brasil
– Prêmio Brasília de Artes Plásticas – Museu de Arte de Brasília – Brasília – Brasil
– Latinoamerica Presente – Museo de Bellas Artes de Santiago – Santiago – Chile
– IX Mostra de Gravura Cidade de Curitiba – Casa da Gravura – Curitiba – Brasil
– Panorama da Arte Atual Brasileira – Museu de Arte Moderna [MAM SP] – São Paulo – Brasil
– Gente de Fibra – SESC Pompéia – São Paulo – Brasil
1989
– XX Bienal Internacional de São Paulo – Parque do Ibirapuera – São Paulo – Brasil
– 9 Mulheres – Galeria Millan – São Paulo – Brasil
– Exposição Acervo – Galeria São Paulo – Brasil
– Panorama da Arte Brasileira – Museu de Arte Moderna [MAM SP] – São Paulo – Brasil
1987
– A Trama do Gosto – Fundação Bienal de São Paulo – São Paulo – Brasil
1986
– Projeto Vermelho – Proggetto Rosso – Museu de Arte Brasileira [MAB] – São Paulo – Brasil
– XX/XXI – Uma Virada no Século – Pinacoteca do Estado de São Paulo – Brasil
– 12 Anos – Galeria Luiza Strina – São Paulo – Brasil
– Projeto Ivan Serpa – Galeria Sergio Milliet – FUNARTE – Rio de Janeiro – Brasil
1985
– O Céu do Rio – Planetário do Rio de Janeiro – RJ – Brasil
– Caligrafias e Escrituras – Galeria Sergio Milliet – FUNARTE – Rio de Janeiro – Brasil
– Brasil – Desenho – FUNARTE – Rio de Janeiro e Centro Cultural São Paulo – Brasil
– Arte Tecnologia – Museu de Arte Contemporânea [MAC SP] – São Paulo – Brasil
– Tendências do Livro de Artista no Brasil – Centro Cultural São Paulo – São Paulo – Brasil
– Novos Meios/Multimeios – Brasil 70/80 – Museu de Arte Brasileira [MAB] – São Paulo – Brasil
– Destaques – Museu de Arte Moderna [MAM SP] – São Paulo – Brasil
1984
– Poesia Evidência – Pontifícia Universidade Católica [PUC] – São Paulo – Brasil
– O Desenho Brasileiro – Fundação Cândido Mendes – Rio de Janeiro – Brasil
– Tradição e Ruptura – Fundação Bienal de São Paulo – Brasil
1983
– XVII Bienal Internacional de São Paulo – Pavilhão da Bienal – Brasil
– Arte na Rua – Museu de Arte Contemporânea [MAC SP] – São Paulo – Brasil
1982
– I Festival da Mulher nas Artes – Museu de Arte Contemporânea [MAC USP] – São Paulo – Brasil
– Arte pelo Telefone – Museu da Imagem e do Som [MIS] – São Paulo – Brasil
– A Gravura de Arte no Brasil – Centro Cultural Banco do Brasil [CCBB] – Rio de Janeiro – Brasil
1981
– Bienal Americana de Artes Gráficas – Cali – Colômbia
– Exposição de Heliografias – Pinacoteca do Estado de São Paulo – São Paulo – Brasil
– Arte Pesquisa – Museu de Arte Contemporânea [MAC USP] – São Paulo – Brasil
– Contemporâneos Brasileiros – Galeria São Paulo – São Paulo – Brasil
1980
– Gerox – Pinacoteca do Estado – São Paulo – Brasil
– 2 Metros e 1 Página – Cooperativa de Artistas Plásticos de São Paulo – São Paulo – Brasil
1979
– O Desenho Como Instrumento – Coop. de Artistas Plásticos – Pinacoteca do Estado – São Paulo – Brasil
– I Mostra do Desenho Brasileiro [Prêmio Aquisição] – Museu de Arte do Paraná – Curitiba – Brasil
– O Múltiplo na Arte – Galeria Múltipla – São Paulo – Brasil
– Multimedia Internacional – Escola de Comunicações e Artes da USP – São Paulo – Brasil
– Gerox – Exposição de Gravuras em Xerox – Espaço Max Pochon – São Paulo – Brasil
– O Artista e a Criança – Pinacoteca do Estado de São Paulo – Brasil
1978
– Objeto na Arte – Brasil anos 60 – Museu de Arte Brasileira [MAB] – São Paulo – Brasil
– Livro de Artistas – Gabinete de Artes Gráficas – São Paulo – Brasil
– Poucos e Raros – Museu de Arte de São Paulo [MASP] – São Paulo – Brasil
– Vídeo-Arte – Museu da Imagem e do Som [MIS] – São Paulo – Brasil
– Exposição de Gravuras – Cooperativa de Artistas Plásticos – São Paulo – Brasil
1977
– Vídeo Mac – Museu de Arte Contemporânea [MAC USP] – São Paulo – Brasil
1976
– VII Salão Paulista de Arte Contemporânea – São Paulo – Brasil
1975
– Art Gallery of the Brazilian American Culture Institute – Washington DC – EUA
1970
– 6º Salão de Arte Contemporânea – Museu de Arte Contemporânea de Campinas – Campinas – Brasil
– 4ª Exposição Jovem Arte Contemporânea – Museu de Arte Contemporânea [MAC] – São Paulo – – Brasil
1969
– II Bienal Nacional de Artes Plásticas – Salvador – Brasil
– X Bienal Internacional de São Paulo – Pavilhão da Bienal – São Paulo – Brasil
1968
– IV Salão de Arte Moderna do Distrito Federal – Brasília – Brasil
– 4º Salão de Arte Contemporânea de Campinas – Campinas – Brasil
– Bandeiras na Praça General Osório – Rio de Janeiro – Brasil
1967
– 6 Artistas – Rex Gallery & Sons – São Paulo – Brasil
– IX Bienal Internacional de São Paulo – Pavilhão da Bienal – São Paulo – Brasil
1966
– II Encontro Universitário de Artes Plásticas – São Paulo – Brasil
– 2º Salão de Arte Contemporânea de Campinas – Campinas – Brasil
Títulos
– Doutora em Arte – Escola de Comunicações e Arte da Universidade de São Paulo – Brasil (1987)
– Mestre em Arte – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – Brasil (1981)
– Graduação em Arte – Fundação Armando Álvares Penteado – São Paulo – Brasil (1969)
Prêmios
– Bolsa Vitae de Artes Plásticas – São Paulo – Brazil (1991)
– Prêmio Brasília de Artes Plásticas – Brasília – Brazil (1990)
– Prêmio Lei Sarney [Revelação Pintura] – São Paulo – Brazil (1988)
– I Mostra do Desenho Brasileiro [Prêmio Aquisição] – Curitiba – Brazil (1979)
– 6º Salão de Arte Contemporânea de Campinas [Prêmio Aquisição] – Campinas – Brazil (1970)
– 4ª Exposição Jovem Arte Contemporânea [Prêmio Aquisição] – Museu de Arte Contemporânea [MAC] – São Paulo – Brazil (1970)
– II Bienal Nacional de Artes Plásticas [Menção Honrosa] – Salvador – Brazil (1969)
– II Encontro Universitário de Artes Plásticas [1º Prêmio – Escultura] – São Paulo – Brazil (1966)
Obras em espaços públicos
– ARAUCÁRIA – Parque José Ermírio de Moraes Filho – Curitiba – Brasil (2006)
– CASCATA – Obra Pública – Porto Alegre – Brasil (2005)
– Bleujaunerougerouge – Intervenção Arquitetônica – École René Binet – Paris – França (2004)
– Fronteira – Fonte – Foz – Praça Pública – Laguna – Brasil (2001)
Coleções Públicas [seleção]
– Museu de Arte Contemporânea [MAC USP] – São Paulo – Brasil
– Museu de Arte Moderna [MAM SP] – São Paulo –Brasil
– Pinacoteca do Estado de São Paulo – São Paulo – Brasil
– Museu de Arte Contemporânea de Campinas – Campinas – Brasil
– Museu de Arte de Brasília – Brasília – Brasil
– Museu de Arte do Paraná – Curitiba –Brasil
– Fundação Padre Anchieta – São Paulo – Brasil
– Pinacoteca Municipal de São Paulo – Centro Cultural São Paulo [CCSP] – São Paulo – Brasil
– Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães [MAMAM] – Recife – Brasil
– Museum of Fine Arts – Houston – EUA
– Museum of Modern Art [MOMA] – Novo York – EUA
– Colección de Arte del Banco de la República – Bogotá – Colômbia
Coleções Privadas [seleção] abertos ao público
– Culturgest – Lisboa – Portugal
– Instituto Inhotim – Brumadinho – Brasil
– Instituto Figueiredo Ferraz (IFF) – Ribeirão Preto – Brasil
– Museu de Arte do Rio [MAR] – Rio de Janeiro – Brasil
– Coleção Andrea e José Olympio Pereira – São Paulo – Brasil
A Exposição Quase circo, de Carmela Gross, em cartaz no Sesc Pompeia, em São Paulo, possui um grau de opacidade que nos obriga pensar sobre o que podem explicitar aqueles objetos e instalações ali dispostos. Constituída por obras tão densas, desde o início a exposição foge das típicas mostras fast food, muito comuns hoje em dia. Quase circo não se confunde com essas exposições “engajadas” que encharcam vários espaços de arte da cidade, compostas por obras interessadas em sublinhar apenas o óbvio, em detrimento de qualquer dimensão poético/política mais complexa. Neste sentido Quase circo deve ser caracterizada, para começar, como um antídoto contra a mediocridade que anda assombrando o circuito de arte da cidade.
A primeira reflexão que a mostra detona diz respeito ao lugar onde ela ocorre: justamente o Sesc Pompeia, um dos espaços mais emblemáticos da cidade de São Paulo. Concebido pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, o Sesc Pompeia – produzido durante os anos 1970 e aberto em 1982 –, desde sua inauguração, significou uma aposta no futuro da cidade e do país, um marco da arquitetura comprometida com a regeneração do Brasil enquanto nação democrática.
Não percebo a presença dos trabalhos de Carmela naquele espaço tão simbólico como uma junção feliz da sua poética com a de Lina. Pelo contrário: para mim, o que amplia a potência de Quase circo é a oposição entre a confiança no futuro que Lina projetou naquele espaço e o compromisso com o presente, visível nos trabalhos de Carmela, como o lugar ideal para a revolta.
É como se Lina, com o Sesc Pompeia, jogasse a vida para a frente, enquanto Carmela relembrasse a todo momento que dificilmente teremos um devir, se a transformação não ocorrer agora, na urgência do presente.
Enquanto o edifício do Sesc Pompeia expressa confiança no futuro, as peças e intervenções de Carmela explicitam que, caso a revolta não irrompa, nossa contemporaneidade permanecerá fixada num eterno presente, violento e sem escapatória.
Ao contrário de Lina, que apostou numa arquitetura revolucionária, rumo à utopia, ao futuro, as peças e instalações de Carmela assumem que já vivemos a distopia, que ela é o agora e o aqui. Suas produções não pregam a revolução, como as de Lina, e sim a revolta, a transformação imediata do presente (Não é à toa que a mostra prima por desviar quase tudo para o vermelho, até A Negra (1997-2024).
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Outra questão que a exposição apresenta e que, de alguma forma, amplia e complementa a primeira é que, apesar de ser composta por objetos, gravuras, projeções e instalações, Quase circo é desenho.
O desenho sempre definiu a poética de Carmela Gross: uma artista que manifesta seu posicionamento sobre o real usando como fundamento os elementos da gráfica e suas extrapolações visíveis, tanto em seus trabalhos bidimensionais, quanto expandidas pelas peças tridimensionais e instalações que exibe.
O que é aquele “impenetrável” Roda Gigante (2019/24), a não ser um desenho no espaço, linhas que possuem como ponto de chegada (ou de partida) as ruínas de uma cidade que é, ao mesmo tempo, edificação e desmonte? Roda Gigante é um trabalho fundamental para politizar de novo – e sob outro viés – aquilo que se convencionou chamar de “arte participativa”.
E o que é Rio madeira (1994/2024), a não ser um conjunto de linhas configurado por traços vermelhos e verdes no chão – margeando o espelho d’água – um desenho retondulante?
E as Escadas vermelhas (2012/24) – traços-luz no espaço?
As obras de Carmela são a própria afirmação da gráfica em plena arte contemporânea: ponto e linha/traço e mancha, e é com tal conjunto restrito de elementos (às vezes revestidos de cor, às vezes não) que a artista interfere no real, o desmonta e o reconfigura.
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Estranho afirmar que o trabalho de Carmela em tese nega a eficácia projetual da arte, na medida em que afirmo que toda sua produção é desenho. Como seus trabalhos, sendo desenhos, duvidam do futuro? Não seria o desenho puro vir a ser?
Quando Carmela produz seus trabalhos em neon, o uso da luz acaba por represar (não aniquilar, mas conter) o caráter projetual que caracteriza todo desenho, na medida em que a luz converte as linhas em formas latejantes, formas que acabam por deliberadamente confundir a objetividade dos traços que lhe deram origem. Exemplo: Luz del fuego (2018/24), que é uma mancha luminosa carregada de sentidos que pulsam em ritmo próprio.
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Bem concebida e exibida, para mim o ponto alto da mostra é Bando (2016/24): manchas verdes impressas sobre folhas de zinco dispostas em um corredor construído com madeirite vermelho. O que são aquelas manchas? São nuvens, continentes imaginários? São silhuetas de monstros, de animais?
Caminhar por aquela espécie de corredor vermelho, que remete à cidade sempre em construção e desmonte, é entender que, se os neons latejam nas outras peças e instalações presentes na exposição, nas impressões de Bando, as formas também pulsam, sempre no limiar entre o reconhecível e o irreconhecível.
Por outro lado, seria impossível caminhar por entre aquelas formas gravadas e não lembrar que Carmela teve que trabalhar muito até chegar àquele resultado. Naquelas impressões sobre zinco estão os Carimbos produzidos pela artista no final dos anos 1970, o Projeto para a construção de um céu, do início dos 1980, os Quasares, de 1983, os Buracos, dos anos 1990 e tantas outras obras em que os esquemas de representação deliberadamente perdem em objetividade. São, também puros vir a ser, puras indicações da necessidade de se revoltar contra o estabelecido, o já esquematizado.
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Para finalizar estes comentários, sublinho que a dimensão política da produção de Carmela, presente em Quase circo, não se encontra de jeito nenhum numa mensagem da qual cada trabalho de arte é apenas o meio para expressá-la. Pelo contrário: o caráter político de sua produção é o resultado do entrelaçamento entre a poética da artista e o fazer plástico/visual que ela produz na concepção/execução de cada uma daquelas obra.
Decididamente os trabalhos de Carmela não tematizam, eles são a política.
Num texto de 1993, em que analisa a obra de Carmela Gross até aquele momento, Aracy Amaral, uma das críticas brasileiras mais precisas e diretas, afirma que “o artista vale por sua trajetória”. Se essa consideração é pertinente, de maneira geral, para qualquer artista, ela sem dúvida o é ainda mais para alguém como Carmela, e mais ainda, cabe dizer, hoje, quase vinte e cinco anos depois de ter sido feita, à luz de tudo que ela produziu, ensinou, escreveu e fez, ao longo dos anos.
A exposição na Kunsthalle Bratislava, apesar de sintética, permite apontar para alguns elementos recorrentes nessa “trajetória”, que podem servir como introdução à poética da artista para um público que se depara por primeira vez com seu trabalho. Se uma exposição composta por uma instalação e um vídeo não pode ser mais que indicativa de uma carreira que cobre já mais de quatro décadas, e de uma obra que inclui pinturas, esculturas, desenhos, instalações e vídeos, além de uma intensa atividade como professora e formadora de artistas e pesquisadores, é fascinante notar como, no trabalho de Carmela, tudo se relaciona de maneira horizontal, quase rizomática, e praticamente qualquer trabalho pode funcionar como ponto de partida para abordar questões centrais na sua produção.
Desde o início, no cerne do trabalho de Carmela está o desenho. Pode parecer uma afirmação quase contraditória, considerando a escala frequentemente “urbana” (ia usar a palavra “monumental”, mas ela seria equivocada e desviante) do seu trabalho, sua presença física, suas conotações políticas, suas bases rigidamente conceituais. Todos âmbitos, isto é, que a princípio afastam a sua prática da mais convencional, de ateliê, onde o artista solitário, em silêncio, desenha. Mas o desenho é, mesmo assim, o ponto de partida da grande maioria de seus trabalhos: “ele participa, ele conduz, ele é o núcleo inicial de qualquer trabalho que eu vá fazer em outro meio”. A maneira como o desenho se faz presente no trabalho final, por outro lado, pode ser mais ou menos evidente, sem seguir uma estratégia única ou reconhecível: de certa maneira, poder-se-ia até afirmar que essa constante transformação estilística e processual é o que melhor define a prática de Carmela ao longo dos anos.
Numa obra fundamental do início da sua carreira, por exemplo (CARIMBOS, 1978), a operação consistia na subversão da liberdade implícita no gesto artístico primigênio, o rabisco ou mancha quase instintivos, ao transpô-lo num carimbo que o repete mecanicamente: a artista substitui “o gesto sensível e artesanal pela carimbada mecânica, num golpe serial. Arte fabricada”.
Vários anos depois, em 2005, ao projetar CASCATA, uma escadaria de concreto à margem do rio Guaíba, em Porto Alegre, portanto um projeto urbano, permanente e concebido para passar quase desapercebido, pelo menos como trabalho artístico, Carmela volta ao desenho: “a borda dos degraus deverá ser de ferro, aço CORTEN ou outro material a ser pesquisado, para definir claramente as linhas do desenho”, escreve na descrição do projeto.
Em O FOTÓGRAFO, de certa maneira, essas duas maneiras de abordar o desenho estão presentes: por um lado, as lâmpadas fluorescentes constituem a unidade básica do desenho, ancoram o trabalho todo à dimensão de um traço quase infantil, esquemático, elementar; por outro, como nos Carimbos, esse gesto singelo, mesmo mantendo sua espontaneidade, é transformado e subvertido ao tornar-se mecânico, neste caso até industrial, com sua proliferação de cabos, transformadores, reatores, energia…
A profusão de cabos e outros elementos funcionais, aliás, é bastante relevante na economia do trabalho, porque permite situar O FOTÓGRAFO no conjunto de obras da Carmela que se colocam, direta ou indiretamente, numa relação osmótica com a cidade. Algumas obras, em geral de grandes dimensões, como a própria CASCATA, ou o letreiro luminoso HOTEL, concebido para a 25a Bienal de São Paulo (2002), relacionam-se com a cidade pela escala e pela linguagem direta, sendo frequentemente abertas à participação ou interação do público.
A NEGRA, por exemplo (1997), apesar de quase intangível pela maneira como as suas camadas de tule a tornam etérea, é, nas palavras da artista, “um objeto-montagem em ferro e tule de nylon preto, armado sobre rodas, que possibilita o seu deslocamento ao longo da avenida, no asfalto; penso-o também como objeto-imagem, que se mistura ao movimento da rua, dos carros, dos sons e ruídos, das luzes dos edifícios, das lojas, dos anúncios; é ainda objeto-desejo, que contracena com a cidade mutante dos transeuntes – atravessar, voltear, passear, ir e vir, retornar”.
Mas a relação com o universo urbano não se reduz a uma questão de escala e localização: várias outras obras tomam a cidade, e mais especificamente a cidade latino-americana, com suas vísceras permanentemente expostas (seus cabos, seus encanamentos, seus andaimes, seus bueiros defeituosos….) como matéria prima direta e explícita, mesmo quando concebidas para o ambiente teoricamente asséptico de um museu ou uma galeria. É o que demonstrava, premonitória e peremptoriamente, o conjunto de trabalhos expostos na X Bienal de São Paulo, formado por A CARGA, PRESUNTO, A PEDRA e BARRIL (todos 1969), todos eles criados a partir de materiais brutos e apropriados na cidade (colchões, lona de caminhão, barris, palha, plástico), e que aludem diretamente à pobreza das periferias, e ainda, nesse caso, à violência do estado (o barril, especificamente, era usado com frequência como aparelho de tortura).
Mas o trabalho que ilustra de maneira mais poética e sutil a ligação umbilical, e inquestionavelmente política, do dentro e fora, do aberto e do fechado, do local protegido e do perigo das ruas, é também um dos mais simples da Carmela, a todos os efeitos um trabalho menor, mas por isso mesmo paradigmático (“o artista vale por sua trajetória”, mas a trajetória é feita também de pausas e desvios): 2 BURACOS (2012), uma intervenção na fachada da galeria Vermelho, que consiste, tautologicamente, no que o título declara: dois buracos abertos na fachada da galeria, tornando visível e quase tangível a osmose com a cidade que define todo seu trabalho. À luz dessas considerações, valerá a pena voltar a olhar para O FOTÓGRAFO do lado de fora da Kunsthalle, no meio dos carros, se possível numa noite fria e talvez brumosa, sentindo no rosto uma brisa leve, para perceber como a energia que o alimenta é, sem mais, a da própria cidade, e o trabalho em si, nas palavras da artista, “um signo urbano”.
LUZ DEL FUEGO (2012), o vídeo que acompanha O FOTÓGRAFO em sua passagem por Bratislava, foi realizado a partir de fotos de jornal de conflitos políticos, confrontos de rua e acidentes em vários lugares do mundo. Se o vídeo não está entre os recursos mais frequentemente utilizados por Carmela, esse trabalho é representativo de um modus operandi bastante recorrente na obra dela, que utiliza a justaposição de palavras, nomes ou outros elementos. De certa maneira, desde os CARIMBOS a ideia de uma repetição quase mecânica é presente no trabalho dela, mas aqui temos antes o recurso à serialidade, a construção de uma mensagem a partir da soma de todos os elementos e das mínimas variações entre eles, que levam o espectador a entender a obra em sua totalidade.
É o que acontece, por exemplo, em FIGURANTES (2015), em que placas metálicas inspiradas nas de rua apresentam “batedores de carteira, ex-presidiários, vigaristas, rufiões” e outros personagens já elencados por Marx no seu O 18 de Brumário de Luís Bonaparte (1852), e que são, também, personagens omnipresentes nas cidades contemporâneas, figurantes de uma história que, como o próprio Marx afirma no início do texto, se repete como farsa. A presença da palavra na obra de Carmela, mais e mais recorrente a partir dos anos 2000, é indício da sua grande familiaridade com o universo da escrita, seja na sua dimensão mais imediata e efêmera (os jornais de LUZ DEL FUEGO, mas também as escritas e a fala de pichadores em US CARA FUGIU CORRENDO, 2000), seja na mais sedimentada da filosofia de Marx, ou da poesia de Machado de Assis (PENSAS, ACHAS, PODE, GOSTO, 1996), entre outros.
O FOTÓGRAFO não