Na Sala Antonio, Tania Candiani (Cidade do México, 1974) mostra seu novo filme, El principio, el paréntesis y el fin, el telón [O começo, o parêntesis e o fim, a cortina], de 2018. O filme explora, em uma relação entre textos e imagens, a capacidade reveladora e silenciadora das cortinas de teatro enquanto panoramas em potencial.
Candiani trabalhava em sua exposição Cuatro Actos, para o Espacio Odeón, em Bogotá, quando decidiu filmar El principio, el paréntesis y el fin, el telón. A artista se debruçava sobre a linguagem teatral, sobre seus mecanismos e códigos de comunicação como estratégias para revelar e ocultar uma construção específica de realidade, quando começou a observar as cortinas de teatro como paisagens. Candiani viu nos drapeados, plissados e planos dos tecidos topografias que se assemelham a cordilheiras ou ao deserto com seus espelhismos que geram realidades óticas.
Na biblioteca do congresso americano, em Washington, Candiani foi buscar textos que investigavam as cortinas enquanto paisagens e colecionou escritos tão diversos quanto o poema épico Orlando Furioso, de Ariosto, El hombre del telón, de Leila Guerriero e Fábulas de Fredo, do fabulista romano Gaius Iulius Phaedrus, além de trabalhos de outros 5 autores.
Textos e palavras se tornaram o material de trabalho de Candiani que através de montagens, desvios e fragmentações compôs um novo texto que conduz as imagens captadas de diferentes cortinas de teatro. A artista descobriu que diferentes tipos de teatros têm diferentes tipos de cortina que, com seus métodos de descortinar específicos, provocam múltiplos efeitos de cena. Tania captou ainda os plissados das vestes de estátuas de pedra da Folger Shakespeare Library, em Washington, D.C., EUA, que se assemelham a cortinas de pedras.
A sorte permitiu que Candiani registrasse o momento em que técnicos removiam e dobravam a cortina do Auditório León Greiff, da Universidade Nacional da Colômbia.
Tania Candiani dividiu o filme em três partes. Na primeira, sobre imagens de panos de cena estáticos, o texto investiga as cortinas enquanto paisagem de configurações repletas de acidentes geográficos. Na segunda, as cortinas balançam, se agitam e se abrem para revelar as cenas e seu potencial de ação para um público pronto a devorar as narrativas que de lá poderiam escorrer. Os textos aí vêm de títulos de fábulas de moral e soam agourentos, ominosos ou venturosos. Na terceira parte, findo o espetáculo, as cortinas se fecham e as luzes se acendem, revelando cortinas esquecidas, puídas, cheias de pó e feridas.
Na Sala Antonio, Tania Candiani (Cidade do México, 1974) mostra seu novo filme, El principio, el paréntesis y el fin, el telón [O começo, o parêntesis e o fim, a cortina], de 2018. O filme explora, em uma relação entre textos e imagens, a capacidade reveladora e silenciadora das cortinas de teatro enquanto panoramas em potencial.
Candiani trabalhava em sua exposição Cuatro Actos, para o Espacio Odeón, em Bogotá, quando decidiu filmar El principio, el paréntesis y el fin, el telón. A artista se debruçava sobre a linguagem teatral, sobre seus mecanismos e códigos de comunicação como estratégias para revelar e ocultar uma construção específica de realidade, quando começou a observar as cortinas de teatro como paisagens. Candiani viu nos drapeados, plissados e planos dos tecidos topografias que se assemelham a cordilheiras ou ao deserto com seus espelhismos que geram realidades óticas.
Na biblioteca do congresso americano, em Washington, Candiani foi buscar textos que investigavam as cortinas enquanto paisagens e colecionou escritos tão diversos quanto o poema épico Orlando Furioso, de Ariosto, El hombre del telón, de Leila Guerriero e Fábulas de Fredo, do fabulista romano Gaius Iulius Phaedrus, além de trabalhos de outros 5 autores.
Textos e palavras se tornaram o material de trabalho de Candiani que através de montagens, desvios e fragmentações compôs um novo texto que conduz as imagens captadas de diferentes cortinas de teatro. A artista descobriu que diferentes tipos de teatros têm diferentes tipos de cortina que, com seus métodos de descortinar específicos, provocam múltiplos efeitos de cena. Tania captou ainda os plissados das vestes de estátuas de pedra da Folger Shakespeare Library, em Washington, D.C., EUA, que se assemelham a cortinas de pedras.
A sorte permitiu que Candiani registrasse o momento em que técnicos removiam e dobravam a cortina do Auditório León Greiff, da Universidade Nacional da Colômbia.
Tania Candiani dividiu o filme em três partes. Na primeira, sobre imagens de panos de cena estáticos, o texto investiga as cortinas enquanto paisagem de configurações repletas de acidentes geográficos. Na segunda, as cortinas balançam, se agitam e se abrem para revelar as cenas e seu potencial de ação para um público pronto a devorar as narrativas que de lá poderiam escorrer. Os textos aí vêm de títulos de fábulas de moral e soam agourentos, ominosos ou venturosos. Na terceira parte, findo o espetáculo, as cortinas se fecham e as luzes se acendem, revelando cortinas esquecidas, puídas, cheias de pó e feridas.
![](https://galeriavermelho.com.br/wp-content/uploads/2020/12/tania_candiani-1edouardfraipont_-_copia.jpg)
![](https://galeriavermelho.com.br/wp-content/uploads/2020/12/montagem-5.jpg)
Câmera: Juan Daniel Caro, Laura Pombo, Tania Candiani
Edição: Laura Pombo, Juan Daniel Caro
Música: Thrones and Dominions – Earth (Sub Pop Records)
Voz em off: Camilo Maldonado
Com fragmentos de textos e variações de: El hombre del
telón, de Leila Guerriero; The Art of Fiction, de Henry James;
Lonesome Words. The Vocal Poetics of the Old English Lament
and the African American Song, de M.G. McGeachy; Enciclopedia dello spettacolo, de Elena Povoledo; Il sipario dal mito
all’illusione, de Anna Panicali; Orlando Furioso, de Ludovico
Ariosto; Fábulas de Fredo, de Gayo Julio Fredo; A la deriva, de
Horacio Quiroga
Produzido por: Espacio odeón
Bogotá, Colômbia, 2018