O desenho circular na fachada é um registro do alcance corporal de Edgard de Souza. O desenho na fachada, como sua série de Rabiscos, formam desenhos feitos com grande esforço corporal. O desenho é delimitado pelo alcance do braço do próprio artista que só considera o desenho pronto quando não tem mais forças para continuar o movimento.
Na obra de Nelson Leirner tudo volta, mas renovado, digerido: devidamente traduzido. Leitor dos outros e de si próprio, Nelson retorna sempre a obras canônicas, da história da arte ou mais contemporâneas, mas confere a elas uma visada própria, irônica, crítica, afetiva, iconoclasta, e sempre bela nas linhas, materiais e cores que refaz, inventa e adiciona.
”A ideia surgiu de fotos tiradas da sacada de um prédio na rua Barão de Itapetininga, localizada no centro da cidade de São Paulo. As fotografias registraram uma vista aérea do calçadão, as pessoas que circulavam nele durante suas rotinas de trabalho, em um dia chuvoso.
A visão da cena ficava um pouco distorcidas, as cabeças estavam cobertas pelos guarda-chuvas e partes do corpo apareciam, as vezes mais, outras menos. A partir destas imagens, composicões geométricas de listras com bolas surgiram. As listra pretas com o fundo branco do calçadão misturavam-se aos circulos de diferentes cores e padrões, formados pelos guarda-chuvas.
Desta relação surgiu a representação dos objetos, também esféricos, que tivessem volume e fossem criados com o mesmo tecido utilizado nos artefatos. A estrura da armação foi construida em torno de um bastidor, composto de madeira.
Para produzir a cena observada foi pensado o modo como seria representada as linhas pretas vistas no calçadão. Durante alguns estudos definiu-se pela opção de mostrá-las em faixas retas, continuas, formadas paralelamente e de diferentes tamanhos.
Após uma série de estudos e contrução desta série, percebeu-se uma relação com Concretismo, criado na década de 1950. Onde a relação da criação baseia-se na produção e na teoria de vários artistas ligados ao Abstracionismo geométrico. Conteúdos que exigem racionalidade, desfazem a distinção entre figura e fundo e enfatizam a linguagem do design.
O projeto guarda-chuva, pretende discutir sobre a cultura concreta dentro do cotidiano. Nas influências encontradas nas cidades e nas indumentárias das pessoas. Propõe situações geométricas e cria cenários que se relacionam coletivamente.” – Keila Alaver
Pintura que percorre o perímetro da galeria representando os 4,9% inferior do volume do prédio.
Entre 2014 e 2015 São Paulo viveu uma das maiores crises hídricas, o reservatório de água da Cantareira que abastece a cidade estava operando com apenas 4,9% de sua reserva de água. Diariamente essas porcentagens eram exibidas nos noticiários, e a população precisava repensar a forma como faz uso desse recurso natural.
Para a fachada da Galeria propusemos representar visualmente o que significa ter apenas 4,9% de algo disponível. Uma faixa azul foi pintada na parte inferior de toda a área externa do volume físico da galeria. – Motta & Lima
Projeto especialmente criado para a fachada da exposição Impertinência Capital na Vermelho. Duas placas de cerca elétrica são apropriadas por seu alerta de Alta Tensão, uma diz Perigo de Vida, a outra Perigo de Morte.
Estes dois pontos de vista da tensão vivida constantemente em nossa sociedade explicita as desigualdades sociais e ao mesmo tempo que instala um risco, um perigo de vida, o medo é o principal ingrediente estratégico do mercado de segurança.