”Cobertura”, escultura que ocupará a fachada da galeria, é composta por três tendas construídas em madeira e plástico preto, utilizado na construção civil e em acampamentos de ciganos ou do MST.
Para a fachada da galeria os artistas propõem um jogo de inversão de escalas através de objetos que se relacionam diretamente com a vídeo instalação Demolidora, Transportadora e Construtora Ilimitada que ocupa o piso térreo da galeria.
Na instalação, trabalhadores transportam blocos e elementos inspirados no brinquedo Brincando de engenheiro, remetendo ao movimento incessante das formigas, não havendo, entretanto, dentro desse ciclo repetitivo, nem origem nem destino.
“Pousar num heliponto público instalado na horizontal em relação ao eixo da Terra, sem a aeronave barulhenta que se eleva verticalmente carregando em seu interior milionários, excutivos, repórteres, agentes policiais, controles vindo do espaço aéreo garantido por quem pretende dominar o celestial.
Pousar obliquamente sem tergiversar como pessoas livres dos controles, dos superiores e de seus zunidos é experimentar silêncios, mesmo no meio de uma algaravia. Silêncio não como a simples ausência de ruídos que permanecem, mas ouvir o silêncio.
Entrar na Vermelho pelo heliponto de Lia Chaia é experimentar a sua via invertida, pelo avesso aos corpos, cidades, e dionisos, acompanhando rizomas entusiasmantes que não cessam de se alojar e expandir no ar, pelas paredes.”
– Edson Passetti
Proposta de alteração e reorganização das regras do jogo de xadrez, “Xadrez combinado”, de Fabiano Marques, que ocupará um espaço de 36 metros quadrados do pátio externo da galeria, pretende questionar a escultura e as regras que regem os jogos. A partir das regras que determinam o deslocamento das diferentes peças do jogo de xadrez, o público é convidado a criar combinações e novas possibilidades de deslocamento através do agrupamento, em uma única casa do tabuleiro, de diversas peças. “Xadrez combinado” é um dos desdobramentos da pesquisa de Marques que se baseia em combinações e recombinações de objetos retirados do cotidiano.
Teresa Berlinck escava a fachada da galeria em “Palma Mater”. A obra remete ao processo de transformação arquitetônica na paisagem brasileira.