Questionar os ideais modernistas, utilizando instrumentos retirados do próprio estatuto do movimento, tem sido um dos procedimentos chave empregados por Marcelo Cidade ao longo de sua carreira.
Na individual Quase Nada, Cidade se apropria de elementos da história como estratégia de subversão e crítica ao sistema político vigente. Não se trata, entretanto, de uma discussão acerca do conteúdo ideológico de fatos que marcaram a história do Brasil e do mundo, como a era JK, ou o legado deixado pelo comunismo em países como a antiga Iugoslávia. Na individual, Cidade busca formas não ideológicas para discutir política.
Na instalação “…e agora, José?” [2012], que ocupa a sala 1 da Vermelho, Cidade se apropria de uma imagem de um imenso outdoor que integrou a campanha do marechal Henrique Teixeira Lott à Presidência da República, em 1960. O painel apresenta o candidato da situação de farda ao lado de Juscelino Kubitschek vestido de Borba Gato, como “o grande bandeirante do século”.
Embora ancorado na imagem pioneira de JK, que ergueu a nova capital do Brasil, Lott perdeu a eleição para Jânio Quadros. Cidade se apropria de uma imagem da campanha de Lott como instrumento de crítica aos ideais modernistas e de progresso implantados no Brasil na época. Brasília, cidade criada no papel antes de ser habitada, reflete os problemas do Brasil real.
Conteúdo semelhante aparece em “Obra Obsoleta” [2011]. Para cria-la, Cidade se apropriou de imagens de monumentos da antiga Iugoslávia, fotografados pelo belga Jan Kempenaers. Após fixa-las sobre placas de compensado, Cidade retira o monumento, deixando apenas a paisagem de fundo. O que se vê são paisagens desoladas e distantes. Nos dias de hoje, essas esculturas, símbolo do pensamento de uma época, se transformaram em meras formas obsoletas e anacrônicas que apontam para o vazio deixado pelas ideologias que marcaram o século 20.
“Adição por subtração” [2012] reafirma o vazio no campo da arquitetura e da arte, questionando a perspectiva. O que se vê são molduras criadas com cacos de vidro e vazias no interior. Nesse caso, o objeto é seu próprio invólucro.
Completa a individual o vídeo “Quase Nada” [2008], e a serigrafia “Paranga” [2012].
Questionar os ideais modernistas, utilizando instrumentos retirados do próprio estatuto do movimento, tem sido um dos procedimentos chave empregados por Marcelo Cidade ao longo de sua carreira.
Na individual Quase Nada, Cidade se apropria de elementos da história como estratégia de subversão e crítica ao sistema político vigente. Não se trata, entretanto, de uma discussão acerca do conteúdo ideológico de fatos que marcaram a história do Brasil e do mundo, como a era JK, ou o legado deixado pelo comunismo em países como a antiga Iugoslávia. Na individual, Cidade busca formas não ideológicas para discutir política.
Na instalação “…e agora, José?” [2012], que ocupa a sala 1 da Vermelho, Cidade se apropria de uma imagem de um imenso outdoor que integrou a campanha do marechal Henrique Teixeira Lott à Presidência da República, em 1960. O painel apresenta o candidato da situação de farda ao lado de Juscelino Kubitschek vestido de Borba Gato, como “o grande bandeirante do século”.
Embora ancorado na imagem pioneira de JK, que ergueu a nova capital do Brasil, Lott perdeu a eleição para Jânio Quadros. Cidade se apropria de uma imagem da campanha de Lott como instrumento de crítica aos ideais modernistas e de progresso implantados no Brasil na época. Brasília, cidade criada no papel antes de ser habitada, reflete os problemas do Brasil real.
Conteúdo semelhante aparece em “Obra Obsoleta” [2011]. Para cria-la, Cidade se apropriou de imagens de monumentos da antiga Iugoslávia, fotografados pelo belga Jan Kempenaers. Após fixa-las sobre placas de compensado, Cidade retira o monumento, deixando apenas a paisagem de fundo. O que se vê são paisagens desoladas e distantes. Nos dias de hoje, essas esculturas, símbolo do pensamento de uma época, se transformaram em meras formas obsoletas e anacrônicas que apontam para o vazio deixado pelas ideologias que marcaram o século 20.
“Adição por subtração” [2012] reafirma o vazio no campo da arquitetura e da arte, questionando a perspectiva. O que se vê são molduras criadas com cacos de vidro e vazias no interior. Nesse caso, o objeto é seu próprio invólucro.
Completa a individual o vídeo “Quase Nada” [2008], e a serigrafia “Paranga” [2012].
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