A produção em vídeo de Lia Chaia inicia-se durante seus anos como estudante de artes plásticas na Fundação Armando Alvares Penteado, FAAP, (São Paulo, Brasil) e segue até hoje como uma constante em sua produção. Do robusto corpo de trabalhos da artista nessa mídia, a Vermelho apresenta aqui um recorte de 18 obras em sequência cronológica.
O uso da mídia por Chaia remonta ao inicio da videoarte no Brasil entre fins de 1960 e inicio dos anos 1970, quando o acesso a câmeras portáteis se iniciou no país com câmeras Portapak que eram trazidas do exterior. Essas câmeras eram alimentadas por baterias e podiam ser carregadas por apenas uma pessoa, ao contrário dos equipamentos então utilizados pela televisão, que eram grandes e, portanto, tinham sua mobilidade reduzida. A portabilidade introduzida pela Portapak permitia gravações externas a estúdios e, assim, permitiam menos planejamentos e mais experimentações. As câmeras também permitiam registro de performances contestadoras em situações privadas, em um contexto aonde a ditadura militar e a censura predominavam.
A câmera de Lia Chaia é também testemunha das experiências com o (próprio) corpo realizadas pela artista. Seus planos são predominantemente estáticos e, ou, sequenciais, e reforçam a experiência vivida na situação registrada como dado principal dos trabalhos, tendo como antagonistas constantes sua própria constituição e o entorno. Corpo e entorno se traduzem em natureza e construção, primitivo e engenharia; uma oposição que está presente no próprio fazer, no confronto entre Lia Chaia e o aparelho de gravar.
Ao confrontar os trabalhos cronologicamente, podemos perceber as influencias do rápido avanço tecnológico das filmadoras na produção de Chaia. Com o desenvolvimento dos equipamentos, a artista introduz preocupações formais na elaboração de seus planos, como podemos observar em 2010, com Glam, e em 2013 com Piscina e com Aleph.
Em Aleph, temos a primeira ação não realizada pela própria artista registrada em um de seus vídeos. Dessa vez Chaia permanece por trás da câmera, gravando a ação executada por Fabíola Salles sob sua direção.
Lia Chaia em 2015 produz o vídeo Para GB, uma homenagem a Geraldo de Barros. Ali, Chaia retoma seu corpo como instrumento em uma ação registrada em contexto privado, aproximando-se da poética do homenageado e reaproximando-se de um dado primitivo de sua produção.
Bolas, de 2016, retoma outra característica da obra de Lia, registrando seu percurso pela cidade durante uma performance, como notou Priscyla Gomes em seu texto sobre a exposição É como dançar sobre a artquitetura, realizada por Chaia no Instituto Tomie Ohtake em 2016: “O vídeo Bolas (2016), registra o percurso do corpo da artista agigantado pelo acúmulo de bolas, remetendo a ações cômicas de um clown e devolvendo ao corpo-pedestre certa espontaneidade, humor e proteção.”
A produção em vídeo de Lia Chaia inicia-se durante seus anos como estudante de artes plásticas na Fundação Armando Alvares Penteado, FAAP, (São Paulo, Brasil) e segue até hoje como uma constante em sua produção. Do robusto corpo de trabalhos da artista nessa mídia, a Vermelho apresenta aqui um recorte de 18 obras em sequência cronológica.
O uso da mídia por Chaia remonta ao inicio da videoarte no Brasil entre fins de 1960 e inicio dos anos 1970, quando o acesso a câmeras portáteis se iniciou no país com câmeras Portapak que eram trazidas do exterior. Essas câmeras eram alimentadas por baterias e podiam ser carregadas por apenas uma pessoa, ao contrário dos equipamentos então utilizados pela televisão, que eram grandes e, portanto, tinham sua mobilidade reduzida. A portabilidade introduzida pela Portapak permitia gravações externas a estúdios e, assim, permitiam menos planejamentos e mais experimentações. As câmeras também permitiam registro de performances contestadoras em situações privadas, em um contexto aonde a ditadura militar e a censura predominavam.
A câmera de Lia Chaia é também testemunha das experiências com o (próprio) corpo realizadas pela artista. Seus planos são predominantemente estáticos e, ou, sequenciais, e reforçam a experiência vivida na situação registrada como dado principal dos trabalhos, tendo como antagonistas constantes sua própria constituição e o entorno. Corpo e entorno se traduzem em natureza e construção, primitivo e engenharia; uma oposição que está presente no próprio fazer, no confronto entre Lia Chaia e o aparelho de gravar.
Ao confrontar os trabalhos cronologicamente, podemos perceber as influencias do rápido avanço tecnológico das filmadoras na produção de Chaia. Com o desenvolvimento dos equipamentos, a artista introduz preocupações formais na elaboração de seus planos, como podemos observar em 2010, com Glam, e em 2013 com Piscina e com Aleph.
Em Aleph, temos a primeira ação não realizada pela própria artista registrada em um de seus vídeos. Dessa vez Chaia permanece por trás da câmera, gravando a ação executada por Fabíola Salles sob sua direção.
Lia Chaia em 2015 produz o vídeo Para GB, uma homenagem a Geraldo de Barros. Ali, Chaia retoma seu corpo como instrumento em uma ação registrada em contexto privado, aproximando-se da poética do homenageado e reaproximando-se de um dado primitivo de sua produção.
Bolas, de 2016, retoma outra característica da obra de Lia, registrando seu percurso pela cidade durante uma performance, como notou Priscyla Gomes em seu texto sobre a exposição É como dançar sobre a artquitetura, realizada por Chaia no Instituto Tomie Ohtake em 2016: “O vídeo Bolas (2016), registra o percurso do corpo da artista agigantado pelo acúmulo de bolas, remetendo a ações cômicas de um clown e devolvendo ao corpo-pedestre certa espontaneidade, humor e proteção.”