











colagem sobre papel Accademia Fabriano
Foto cortesia artista
Flyleaf é o nome que se dá, em inglês, às folhas de guarda – aquelas folhas dobradas ao meio e coladas no começo e no fim do livro, para prender o miolo às capas duras. Geralmente são decoradas ou de cor e material diferentes das outras páginas, e têm a função principal de proteger o miolo do livro.
As colagens Flyleaf são experimentações formais em que folhas de guarda de diversas épocas e origens são sobrepostas, de acordo com suas cores. Camadas de memórias gráficas e sensoriais, vestígios de livros que nos fazem voar para além de seus conteúdos.
153 x 62 cm
colagem sobre papel Accademia Fabriano
Foto cortesia artistaFlyleaf é o nome que se dá, em inglês, às folhas de guarda – aquelas folhas dobradas ao meio e coladas no começo e no fim do livro, para prender o miolo às capas duras. Geralmente são decoradas ou de cor e material diferentes das outras páginas, e têm a função principal de proteger o miolo do livro.
As colagens Flyleaf são experimentações formais em que folhas de guarda de diversas épocas e origens são sobrepostas, de acordo com suas cores. Camadas de memórias gráficas e sensoriais, vestígios de livros que nos fazem voar para além de seus conteúdos.
colagem sobre papel Accademia Fabriano
Foto cortesia artista
Flyleaf é o nome que se dá, em inglês, às folhas de guarda – aquelas folhas dobradas ao meio e coladas no começo e no fim do livro, para prender o miolo às capas duras. Geralmente são decoradas ou de cor e material diferentes das outras páginas, e têm a função principal de proteger o miolo do livro.
As colagens Flyleaf são experimentações formais em que folhas de guarda de diversas épocas e origens são sobrepostas, de acordo com suas cores. Camadas de memórias gráficas e sensoriais, vestígios de livros que nos fazem voar para além de seus conteúdos.
101 x 62 cm
colagem sobre papel Accademia Fabriano
Foto cortesia artistaFlyleaf é o nome que se dá, em inglês, às folhas de guarda – aquelas folhas dobradas ao meio e coladas no começo e no fim do livro, para prender o miolo às capas duras. Geralmente são decoradas ou de cor e material diferentes das outras páginas, e têm a função principal de proteger o miolo do livro.
As colagens Flyleaf são experimentações formais em que folhas de guarda de diversas épocas e origens são sobrepostas, de acordo com suas cores. Camadas de memórias gráficas e sensoriais, vestígios de livros que nos fazem voar para além de seus conteúdos.
Estrutura em ferro tubular quadrado galvanizado, painel em mdf hidrófobo, azulejos com impressão digital UV
Foto Vermelho
Lisbon Blues (2018) começou por ser uma instalação composta por cerca de trinta caixas, na nanogaleria, refletindo as marcas que Lisboa mostra na contemporaneidade. Colecionadas por Marilá Dardot ao longo de quatro meses, essas caixas, que permaneceram durante vários anos nas montras de pequenas lojas lisboetas e as alterações cromáticas que sofreram devido à exposição solar prolongada, são um reflexo das contradições perenidade-efemeridade e sustentabilidade-inconsistência das dinâmicas socioeconômicas e políticas contemporâneas.
Do mesmo modo que o tom monocromático das caixas revela um apagamento das cores que compõem as suas identidades, também as recentes constantes mudanças nos bairros típicos de Lisboa eliminam muitas das suas âncoras socioculturais e pontos de encontro e de relação da comunidade, alterando de forma drástica a dinâmica urbana sustentável desses bairros.
Lisbon Blues, de Marilá Dardot, como o título implica com a referência ao estilo de música melancólica de origem popular americana negra, que é em si uma forma de resistência, funciona como uma metáfora para os espaços – e as pessoas – que, com os processos de gentrificação, tiveram de se reorganizar e mudar nos (ou dos) seus ambientes vividos.
Lisbon Blues começou por ser uma instalação mas, sujeitas a um processo de seleção, digitalização e impressão em cartões de 15x15cm, as caixas foram reorganizadas e recontextualizadas novamente, metodologias recorrentes no trabalho da artista, dando origem a Lisbon Blues, tiles. Nesta sua (re)configuração em múltiplo, o azul e branco dos quadrados remetem para os azulejos tradicionais portugueses, elementos tão identitários de Lisboa.
Na sua configuração enquanto escultura-instalação, as caixas mantêm uma ambivalência e jogo entre exposição e camuflagem, como se dependessem quer do ponto de vista do observador, de dentro ou de fora das montras, quer das vivências e das narrativas da cidade. Na versão escultórica Lisbon Blues (Façadism), os painéis de azulejos constituídos pela multiplicação dos padrões criados em Lisbon Blues, tiles, e as caixas, sobre frágeis placas de MDF, remetem para as fachadas dos edifícios num limbo entre a degradação e o abandono e a reconstrução ou a demolição, e retratam também um processo de uniformização, criando uma espécie de memorial a um passado mais diverso do que o presente supostamente multicultural no qual vivemos.
A última configuração do projeto até à data é o conjunto de pinturas Lisbon Blues, signs, que parte da apropriação de placas de imobiliárias que Marilá Dardot retira da rua e pinta com tinta offset azul ciano, o mesmo azul que sobrevive à passagem do tempo na instalação e no múltiplo.
Apesar da total ausência humana na escultura-instalação, no múltiplo, e na série de pinturas, Lisbon Blues recontextualiza e reconfigura os objetos, tornando-os protagonistas silenciosos – ou silenciados – de ambientes nostálgicos que oscilam, como os lugares da Lisboa contemporânea, entre as esferas privadas e públicas, num contraste entre o íntimo e o alienante. Tal como as últimas caixas que foram ficando nas montras, sofrendo um processo de alteração das suas características cromáticas, os últimos resistentes que ainda mantêm as suas lojas tradicionais e típicas dos bairros que com estas se (trans)formaram e cresceram também se encontram num ponto de (trans)formação de novas dinâmicas socioeconômicas e culturais que nos estão a levar a um processo de (des)configuração urbanística nunca anteriormente experienciado pela cidade.
Resta-nos saber – e determinar – se esse processo se irá auto-regular em diálogo próximo com as histórias e características tradicionais ou se esse processo irá desembocar num ponto de não-retorno de gentrificação e disneylandificação da cidade, passando a identidade da cidade a ser, não a experiência da vida quotidiana, mas sim um simulacro da mesma através de elementos nostálgicos fac-símile, uma Lisbon Blues.
Luisa Santos e Ana Fabíola Maurício
196,2 x 135,8 cm
Estrutura em ferro tubular quadrado galvanizado, painel em mdf hidrófobo, azulejos com impressão digital UV
Foto VermelhoLisbon Blues (2018) começou por ser uma instalação composta por cerca de trinta caixas, na nanogaleria, refletindo as marcas que Lisboa mostra na contemporaneidade. Colecionadas por Marilá Dardot ao longo de quatro meses, essas caixas, que permaneceram durante vários anos nas montras de pequenas lojas lisboetas e as alterações cromáticas que sofreram devido à exposição solar prolongada, são um reflexo das contradições perenidade-efemeridade e sustentabilidade-inconsistência das dinâmicas socioeconômicas e políticas contemporâneas.
Do mesmo modo que o tom monocromático das caixas revela um apagamento das cores que compõem as suas identidades, também as recentes constantes mudanças nos bairros típicos de Lisboa eliminam muitas das suas âncoras socioculturais e pontos de encontro e de relação da comunidade, alterando de forma drástica a dinâmica urbana sustentável desses bairros.
Lisbon Blues, de Marilá Dardot, como o título implica com a referência ao estilo de música melancólica de origem popular americana negra, que é em si uma forma de resistência, funciona como uma metáfora para os espaços – e as pessoas – que, com os processos de gentrificação, tiveram de se reorganizar e mudar nos (ou dos) seus ambientes vividos.
Lisbon Blues começou por ser uma instalação mas, sujeitas a um processo de seleção, digitalização e impressão em cartões de 15x15cm, as caixas foram reorganizadas e recontextualizadas novamente, metodologias recorrentes no trabalho da artista, dando origem a Lisbon Blues, tiles. Nesta sua (re)configuração em múltiplo, o azul e branco dos quadrados remetem para os azulejos tradicionais portugueses, elementos tão identitários de Lisboa.
Na sua configuração enquanto escultura-instalação, as caixas mantêm uma ambivalência e jogo entre exposição e camuflagem, como se dependessem quer do ponto de vista do observador, de dentro ou de fora das montras, quer das vivências e das narrativas da cidade. Na versão escultórica Lisbon Blues (Façadism), os painéis de azulejos constituídos pela multiplicação dos padrões criados em Lisbon Blues, tiles, e as caixas, sobre frágeis placas de MDF, remetem para as fachadas dos edifícios num limbo entre a degradação e o abandono e a reconstrução ou a demolição, e retratam também um processo de uniformização, criando uma espécie de memorial a um passado mais diverso do que o presente supostamente multicultural no qual vivemos.
A última configuração do projeto até à data é o conjunto de pinturas Lisbon Blues, signs, que parte da apropriação de placas de imobiliárias que Marilá Dardot retira da rua e pinta com tinta offset azul ciano, o mesmo azul que sobrevive à passagem do tempo na instalação e no múltiplo.
Apesar da total ausência humana na escultura-instalação, no múltiplo, e na série de pinturas, Lisbon Blues recontextualiza e reconfigura os objetos, tornando-os protagonistas silenciosos – ou silenciados – de ambientes nostálgicos que oscilam, como os lugares da Lisboa contemporânea, entre as esferas privadas e públicas, num contraste entre o íntimo e o alienante. Tal como as últimas caixas que foram ficando nas montras, sofrendo um processo de alteração das suas características cromáticas, os últimos resistentes que ainda mantêm as suas lojas tradicionais e típicas dos bairros que com estas se (trans)formaram e cresceram também se encontram num ponto de (trans)formação de novas dinâmicas socioeconômicas e culturais que nos estão a levar a um processo de (des)configuração urbanística nunca anteriormente experienciado pela cidade.
Resta-nos saber – e determinar – se esse processo se irá auto-regular em diálogo próximo com as histórias e características tradicionais ou se esse processo irá desembocar num ponto de não-retorno de gentrificação e disneylandificação da cidade, passando a identidade da cidade a ser, não a experiência da vida quotidiana, mas sim um simulacro da mesma através de elementos nostálgicos fac-símile, uma Lisbon Blues.
Luisa Santos e Ana Fabíola Maurício
colagem sobre papel Accademia Fabriano
Foto cortesia artista
Flyleaf é o nome que se dá, em inglês, às folhas de guarda – aquelas folhas dobradas ao meio e coladas no começo e no fim do livro, para prender o miolo às capas duras. Geralmente são decoradas ou de cor e material diferentes das outras páginas, e têm a função principal de proteger o miolo do livro.
As colagens Flyleaf são experimentações formais em que folhas de guarda de diversas épocas e origens são sobrepostas, de acordo com suas cores. Camadas de memórias gráficas e sensoriais, vestígios de livros que nos fazem voar para além de seus conteúdos.
126 x 52 cm
colagem sobre papel Accademia Fabriano
Foto cortesia artistaFlyleaf é o nome que se dá, em inglês, às folhas de guarda – aquelas folhas dobradas ao meio e coladas no começo e no fim do livro, para prender o miolo às capas duras. Geralmente são decoradas ou de cor e material diferentes das outras páginas, e têm a função principal de proteger o miolo do livro.
As colagens Flyleaf são experimentações formais em que folhas de guarda de diversas épocas e origens são sobrepostas, de acordo com suas cores. Camadas de memórias gráficas e sensoriais, vestígios de livros que nos fazem voar para além de seus conteúdos.
Estrutura em ferro tubular quadrado galvanizado, painel em mdf hidrófobo, azulejos com impressão digital UV
Foto Vermelho
Lisbon Blues (2018) começou por ser uma instalação composta por cerca de trinta caixas, na nanogaleria, refletindo as marcas que Lisboa mostra na contemporaneidade. Colecionadas por Marilá Dardot ao longo de quatro meses, essas caixas, que permaneceram durante vários anos nas montras de pequenas lojas lisboetas e as alterações cromáticas que sofreram devido à exposição solar prolongada, são um reflexo das contradições perenidade-efemeridade e sustentabilidade-inconsistência das dinâmicas socioeconômicas e políticas contemporâneas.
Do mesmo modo que o tom monocromático das caixas revela um apagamento das cores que compõem as suas identidades, também as recentes constantes mudanças nos bairros típicos de Lisboa eliminam muitas das suas âncoras socioculturais e pontos de encontro e de relação da comunidade, alterando de forma drástica a dinâmica urbana sustentável desses bairros.
Lisbon Blues, de Marilá Dardot, como o título implica com a referência ao estilo de música melancólica de origem popular americana negra, que é em si uma forma de resistência, funciona como uma metáfora para os espaços – e as pessoas – que, com os processos de gentrificação, tiveram de se reorganizar e mudar nos (ou dos) seus ambientes vividos.
Lisbon Blues começou por ser uma instalação mas, sujeitas a um processo de seleção, digitalização e impressão em cartões de 15x15cm, as caixas foram reorganizadas e recontextualizadas novamente, metodologias recorrentes no trabalho da artista, dando origem a Lisbon Blues, tiles. Nesta sua (re)configuração em múltiplo, o azul e branco dos quadrados remetem para os azulejos tradicionais portugueses, elementos tão identitários de Lisboa.
Na sua configuração enquanto escultura-instalação, as caixas mantêm uma ambivalência e jogo entre exposição e camuflagem, como se dependessem quer do ponto de vista do observador, de dentro ou de fora das montras, quer das vivências e das narrativas da cidade. Na versão escultórica Lisbon Blues (Façadism), os painéis de azulejos constituídos pela multiplicação dos padrões criados em Lisbon Blues, tiles, e as caixas, sobre frágeis placas de MDF, remetem para as fachadas dos edifícios num limbo entre a degradação e o abandono e a reconstrução ou a demolição, e retratam também um processo de uniformização, criando uma espécie de memorial a um passado mais diverso do que o presente supostamente multicultural no qual vivemos.
A última configuração do projeto até à data é o conjunto de pinturas Lisbon Blues, signs, que parte da apropriação de placas de imobiliárias que Marilá Dardot retira da rua e pinta com tinta offset azul ciano, o mesmo azul que sobrevive à passagem do tempo na instalação e no múltiplo.
Apesar da total ausência humana na escultura-instalação, no múltiplo, e na série de pinturas, Lisbon Blues recontextualiza e reconfigura os objetos, tornando-os protagonistas silenciosos – ou silenciados – de ambientes nostálgicos que oscilam, como os lugares da Lisboa contemporânea, entre as esferas privadas e públicas, num contraste entre o íntimo e o alienante. Tal como as últimas caixas que foram ficando nas montras, sofrendo um processo de alteração das suas características cromáticas, os últimos resistentes que ainda mantêm as suas lojas tradicionais e típicas dos bairros que com estas se (trans)formaram e cresceram também se encontram num ponto de (trans)formação de novas dinâmicas socioeconômicas e culturais que nos estão a levar a um processo de (des)configuração urbanística nunca anteriormente experienciado pela cidade.
Resta-nos saber – e determinar – se esse processo se irá auto-regular em diálogo próximo com as histórias e características tradicionais ou se esse processo irá desembocar num ponto de não-retorno de gentrificação e disneylandificação da cidade, passando a identidade da cidade a ser, não a experiência da vida quotidiana, mas sim um simulacro da mesma através de elementos nostálgicos fac-símile, uma Lisbon Blues.
Luisa Santos e Ana Fabíola Maurício
150,9 x 120,7 cm
Estrutura em ferro tubular quadrado galvanizado, painel em mdf hidrófobo, azulejos com impressão digital UV
Foto VermelhoLisbon Blues (2018) começou por ser uma instalação composta por cerca de trinta caixas, na nanogaleria, refletindo as marcas que Lisboa mostra na contemporaneidade. Colecionadas por Marilá Dardot ao longo de quatro meses, essas caixas, que permaneceram durante vários anos nas montras de pequenas lojas lisboetas e as alterações cromáticas que sofreram devido à exposição solar prolongada, são um reflexo das contradições perenidade-efemeridade e sustentabilidade-inconsistência das dinâmicas socioeconômicas e políticas contemporâneas.
Do mesmo modo que o tom monocromático das caixas revela um apagamento das cores que compõem as suas identidades, também as recentes constantes mudanças nos bairros típicos de Lisboa eliminam muitas das suas âncoras socioculturais e pontos de encontro e de relação da comunidade, alterando de forma drástica a dinâmica urbana sustentável desses bairros.
Lisbon Blues, de Marilá Dardot, como o título implica com a referência ao estilo de música melancólica de origem popular americana negra, que é em si uma forma de resistência, funciona como uma metáfora para os espaços – e as pessoas – que, com os processos de gentrificação, tiveram de se reorganizar e mudar nos (ou dos) seus ambientes vividos.
Lisbon Blues começou por ser uma instalação mas, sujeitas a um processo de seleção, digitalização e impressão em cartões de 15x15cm, as caixas foram reorganizadas e recontextualizadas novamente, metodologias recorrentes no trabalho da artista, dando origem a Lisbon Blues, tiles. Nesta sua (re)configuração em múltiplo, o azul e branco dos quadrados remetem para os azulejos tradicionais portugueses, elementos tão identitários de Lisboa.
Na sua configuração enquanto escultura-instalação, as caixas mantêm uma ambivalência e jogo entre exposição e camuflagem, como se dependessem quer do ponto de vista do observador, de dentro ou de fora das montras, quer das vivências e das narrativas da cidade. Na versão escultórica Lisbon Blues (Façadism), os painéis de azulejos constituídos pela multiplicação dos padrões criados em Lisbon Blues, tiles, e as caixas, sobre frágeis placas de MDF, remetem para as fachadas dos edifícios num limbo entre a degradação e o abandono e a reconstrução ou a demolição, e retratam também um processo de uniformização, criando uma espécie de memorial a um passado mais diverso do que o presente supostamente multicultural no qual vivemos.
A última configuração do projeto até à data é o conjunto de pinturas Lisbon Blues, signs, que parte da apropriação de placas de imobiliárias que Marilá Dardot retira da rua e pinta com tinta offset azul ciano, o mesmo azul que sobrevive à passagem do tempo na instalação e no múltiplo.
Apesar da total ausência humana na escultura-instalação, no múltiplo, e na série de pinturas, Lisbon Blues recontextualiza e reconfigura os objetos, tornando-os protagonistas silenciosos – ou silenciados – de ambientes nostálgicos que oscilam, como os lugares da Lisboa contemporânea, entre as esferas privadas e públicas, num contraste entre o íntimo e o alienante. Tal como as últimas caixas que foram ficando nas montras, sofrendo um processo de alteração das suas características cromáticas, os últimos resistentes que ainda mantêm as suas lojas tradicionais e típicas dos bairros que com estas se (trans)formaram e cresceram também se encontram num ponto de (trans)formação de novas dinâmicas socioeconômicas e culturais que nos estão a levar a um processo de (des)configuração urbanística nunca anteriormente experienciado pela cidade.
Resta-nos saber – e determinar – se esse processo se irá auto-regular em diálogo próximo com as histórias e características tradicionais ou se esse processo irá desembocar num ponto de não-retorno de gentrificação e disneylandificação da cidade, passando a identidade da cidade a ser, não a experiência da vida quotidiana, mas sim um simulacro da mesma através de elementos nostálgicos fac-símile, uma Lisbon Blues.
Luisa Santos e Ana Fabíola Maurício
colagem sobre papel Accademia Fabriano
Foto cortesia artista
Flyleaf é o nome que se dá, em inglês, às folhas de guarda – aquelas folhas dobradas ao meio e coladas no começo e no fim do livro, para prender o miolo às capas duras. Geralmente são decoradas ou de cor e material diferentes das outras páginas, e têm a função principal de proteger o miolo do livro.
As colagens Flyleaf são experimentações formais em que folhas de guarda de diversas épocas e origens são sobrepostas, de acordo com suas cores. Camadas de memórias gráficas e sensoriais, vestígios de livros que nos fazem voar para além de seus conteúdos.
126 x 46 cm
colagem sobre papel Accademia Fabriano
Foto cortesia artistaFlyleaf é o nome que se dá, em inglês, às folhas de guarda – aquelas folhas dobradas ao meio e coladas no começo e no fim do livro, para prender o miolo às capas duras. Geralmente são decoradas ou de cor e material diferentes das outras páginas, e têm a função principal de proteger o miolo do livro.
As colagens Flyleaf são experimentações formais em que folhas de guarda de diversas épocas e origens são sobrepostas, de acordo com suas cores. Camadas de memórias gráficas e sensoriais, vestígios de livros que nos fazem voar para além de seus conteúdos.