Mosca branca é um inseto que se alimenta de hortaliças em geral, mas que ataca principalmente as plantações de soja. Seu controle ocorre por meio de agrotóxicos ou introduzindo na plantação outros grupos de insetos que se alimentam dos ovos deixados pela mosca sobre as plantas, como a vespa.
Em 2018, a soja representou 14% do valor total das exportações brasileiras. Superando todos os outros bens exportados pelo Brasil, o grão é atualmente a commodity que gera mais divisas para o país. A soja é também o principal responsável pelo atual quadro de desmatamento na Amazônia.
A planta, que não deveria ser cultivada na forma de monocultura extrativista, precisa vencer a praga para que o motor agropecuário continue a semear o solo nacional e arrecadar lucro. Para isso, a mosca branca precisa ser destruída. O aniquilamento da lavoura pela ação da praga transforma a natureza em um obstáculo a ser vencido pelo homem.
Mosca Branca, nova individual de Henrique Cesar (1987), na Vermelho, evidencia a concepção de mundo baseada na presença simultânea de princípios opostos e incapazes de síntese que caracterizam todo ser que habita o planeta.
Embora não exista na exposição obras que empregam o nome desse tipo de inseto, a mosca branca surge como personagem na pintura O Homem Velho (2019), que relaciona as práticas de plantio e cultivo ancestrais com a observação das estrelas. A pintura conta com dois momentos distintos. Na área inferior da tela, a mosca aparece agigantada como um monstro. Na parte superior, o artista alinha moscas minúsculas ao desenho espacial do grupo de estrelas conhecido como Constelação do Homem Velho criando um paralelo com a maneira cósmica como esses insetos se organizam para devorar o alimento.
Mosca Branca conta com uma pluralidade de trabalhos que surgem em suportes distintos. São pinturas, desenhos, vídeo, peças sonoras e instalações que empregam chorume, piche, resina, borracha e gás. Vários desses trabalhos abordam a ideia de campos de força, de campos eletromagnéticos.
Pintada com tinta asfáltica, a série Profecia Tropical (2019) emprega imagens de 19 palmeiras encontradas no Brasil como estratégia para traçar um paralelo entre botânica e linhas de força eletromagnéticas.
A palmeira, como qualquer planta, absorve, reflete e emana as funções vitais da terra. Segundo o físico inglês Michael Faraday (1791–1867), as linhas de força partem de um polo do campo eletro magnético e convergem para o outro. Essas linhas, invisíveis ao olho nu, são curvas e determinam a direção do campo elétrico e por consequência o sentido e força do campo magnético.
Profecia Tropical sugere que, por meio de tais linhas de força, seja possível questionar a intensidade dos campos eletromagnéticos de um determinado ponto interno e externo das palmeiras e, com isso, prever o formato que cada planta desenvolverá.
Outro personagem importante em Mosca Branca é o urubu. A ave aparece na exposição retratada com piche sobre tela na obra Eneáde (2021), na pintura sobre borracha Guina (2021), e também estampada sobre telas de computador e de smartphone no trabalho intitulado O Urubu e o fungo (2021).
Eneáde empresta seu título da mitologia egípcia. Trata-se de um grupo de nove divindades ligadas entre si por laços familiares. Henrique cria um paralelo entre a divindade e o urubu, transformando essa ave autossuficiente e autodeterminada em ícone.
Maior individual já apresentada por Henrique Cesar, Mosca Branca conta ainda com as instalações Ouriço, Linha de Fluxo, Colméia e Octênio (2019), com as pinturas da série Claustro (2019), Pléiades (2020), Linhas de Força, Mirante, Anjo e Patriarca (2019), com a série de desenhos Campo Concreto (2019), e Inventário (2020), e com o vídeo para 2 canais Dinâmica da Sobrevida (2019).
Marcos Gallon
Novembro, 2021
Na fachada da galeria, o escritório vão arquitetura propõe a instalação dissociação, baseada no deslocamento e aterramento do poste de iluminação da praça que separa o espaço público da rua do espaço privado da galeria.
Gustavo Delonero, Anna Juni e Enk te Winkel, fundadores do vão arquitetura, partem da observação da estratégia de iluminação desenvolvida por Paulo Mendes da Rocha e José Armenio de Brito Cruz para o pátio da Vermelho como elemento análogo ao da iluminação pública – ou seja, com presença despercebida e funcionalidade ampliada. O gesto do grupo dá um tratamento contrário ao poste. Segundo os arquitetos do vão, o simples deslocamento do poste já lhe traz visibilidade e seu aterramento, dá à luz, planejada para ser geral e homogênea, pontualidade e definição.
Os espaços expositivo e editorial convergem-se na obra de Fabio Morais. Sua prática transita entre trabalhos cuja criação e exibição seguem lógicas expositivas e obras gráficas de formatação e circulação editoriais. Na sala 3 da galeria, Morais mostrará uma seleção – com mais de 30 – de publicações e livros que ele criados por ele desde 2003.
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Os espaços expositivo e editorial convergem-se na obra de Fabio Morais. Sua prática transita entre trabalhos cuja criação e exibição seguem lógicas expositivas e obras gráficas de formatação e circulação editoriais. Na sala 3 da galeria, Morais mostrará uma seleção – com mais de 30 – de publicações e livros que ele criados por ele desde 2003.