A exposição SILÊNCIO! teve como ponto de partida o interesse da curadora Audrey Illouz pelo movimento Tropicalista e, mais especificamente, pela música De Palavra em Palavra, do disco Araçá Azul (1972), de Caetano Veloso, dedicada originalmente ao poeta Augusto de Campos.
SILÊNCIO! utiliza a noção do grito expressado no contexto da ditadura militar, para abordar o paradoxo entre discurso (a palavra) e a ação (gritar), mas, sobretudo, no grito como fundamento na elaboração do discurso (um som que não é ainda uma palavra articulada).
Embora a mais conhecida representação pictórica do grito apareça na obra de Eduard Munch, trabalhos mais recentes sobre o tema mergulham o observador em um estado de mudez e torpor. Utilizando a noção do grito, o projeto SILÊNCIO! pretende questionar as formas de resistência no âmbito da arte atual, relacionando contextos políticos, sociais, culturais, psicológicos e lingüísticos. .
FORTUNA E RECUSA ou UKYIO-E (a imagem de um mundo flutuante) é a primeira individual da artista na Vermelho. A obra de Tavares estabelece uma clara relação com a arquitetura modernista brasileira, criando um fluxo dinâmico entre desenho, projeto, escultura e arquitetura. Recentemente, essas características tornaram-se ainda mais intensas com a introdução de elementos que, por um lado transformaram as características convencionais do objeto/escultura em partes funcionais, chamados por Tavares de “estruturas de suporte para o corpo”, e, por outro, fez do espaço expositivo um local familiar e reconhecível, ao mesmo tempo que suspenso no tempo/espaço, alinhando-se a uma realidade virtual.
“O erotismo é um dos aspectos da vida interior do homem. Nisso nos engajamos porque ele procura constantemente fora um objeto de desejo. Mas este objeto responde à interioridade do desejo. A escolha de um objeto depende sempre dos gostos pessoais do indivíduo: mesmo se ele recai sobre a mulher que a maioria teria escolhido, o que entra em jogo é frequentemente um aspecto indizível, não uma qualidade objetiva dessa mulher, que talvez não tivesse, se ela não nos tocasse o ser interior, nada que nos forçasse a escolhê-la. Em resumo, mesmo estando de acordo com a maioria, a escolha humana difere da do animal: ela apela para essa mobilidade interior, infinitamente complexa, que é típica do homem.”
– História do olho, Georges Bataille
Na fachada, a instalação Um Grande Livro, Vermelho (2008) já aponta para o conteúdo que poderá ser visto na parte interna e que pretende transformar a galeria em um grande livro.
Composed of around 400 hula hoops, Esfinge is the installation that occupies the gallery’s facade and creates a geometric structure that vibrates and suggests an enigma to the eye.
Fachada durante a quarta edição da Mostra Verbo de Performance Arte.
Exposição proposta pela artista argentina Ivana Vollaro, VERMELLO faz parte de uma pesquisa maior iniciada em 2000, intitulada “Projeto Portunhol” que pesquisa a mescla criada pela adaptação entre os idiomas português e espanhol.
A exposição é composta por vídeos, fotografias e objetos desenvolvidos a partir de depoimentos subjetivos, vivências e experiências de pessoas em trânsito entre a fronteira do Brasil com outros países da América do Sul cujo idioma é o espanhol. Vollaro entende o portunhol como uma língua lúdica, divertida, inventada e que gera palavras que constantemente se perdem na oralidade.
Artista colombiano que vive em São Paulo, desde 2007, Ivan Hurtado apresenta na fachada da galeria o projeto Geometria 37. Sobre a grande superfície de 8 m (altura) x 15 m (cumprimento), Hurtado cria um desenho que remete ao movimento concreto mas que age pela supressão, ou seja, durante os 24 dias em que a exposição ficará em cartaz, Hurtado retirará camadas de tintas do desenho até atingir uma configuração totalmente distinta da apresentada originalmente.
Uma e três casas (projeção), 2008, is the result of a study developed by Zaccagnini on the history of the three townhouses that currently house Vermelho’s main building. With the frontal survey conducted by architects before the start of the renovation that transformed the trio of houses in 2001, the artist returns the drawing to the current facade of the gallery. Uma e três casas (projeção), 2008, reveals, on the back of the same wall, inside the gallery, the original structures of the same houses.
A questão da representação está presente nos trabalhos de Detanico Lain, tal nos oferecem as ferramentas necessárias para decifrar seus sistemas de escrita, ao mesmo tempo nos fazendo perceber com mais intensidade que a linguagem é uma representação arbitrária. A representação é, de certo modo, uma forma de simplificar o objeto original.