Foto: Edouard Fraipont
Detalhe
Foto: Edouard Fraipont
Foto: Edouard Fraipont
Grafite sobre PVC.
Foto: Edouard Fraipont
Foto: Edouard Fraipont
Foto: Edouard Fraipont
RELATO DA EXPEDIÇÃO DE MARCELO MOSCHETA REALIZADA EM TODA A EXTENSÃO DO RIO TIETÊ ENTRE MARÇO E AGOSTO DE 2015
Na dinâmica dos fluidos, arrasto é a força que faz resistência ao movimento de um objeto sólido através de um meio fluído, como um líquido. A resistência produzida a partir do atrito do Rio Tietê com suas margens levou o artista Marcelo Moscheta a realizar uma expedição por toda a extensão do rio desde sua nascente em Salesópolis até a foz no Rio Paraná.
De março a agosto foram coletadas rochas, argilas, areias e minerais diversos das duas margens, documentadas e classificadas, assim como uma catalogação do curso do Tietê através dos elementos que são encontrados em suas duas bordas. Flertando com a arqueologia, geologia e o ciclo do Bandeirantismo Paulista, o artista compõe um armazém de memórias particulares, relatos para um pequeno museu de curiosidades que compartilham cada qual, o seu lado do leito fluído.
A instalação Arrasto que ocupa a partir do dia 19 de setembro a sala central da Casa do Bandeirante, une ainda um grande desenho de uma queda d’água do Rio Tietê submersa pelas águas da represa de Nova Avanhandava às coletas. Dispostas lado a lado em estantes, desenho e rochas criam um diálogo tensionado entre representação e a própria paisagem deslocada para dentro da obra. O projeto Arrasto foi contemplado com a Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais 2014 e conta ainda com uma publicação com distribuição gratuita sobre a expedição do artista ao Rio Tietê com textos de Divino Sobral, Douglas de Freitas e do próprio artista, além de fotos da produção da instalação e relatos de viagem.
impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel, tinta gouche, madeira, clipes de alumínio, papel antigo, grafite sobre placa de PVC e papel.
por Moscheta:
Uma de minhas práticas é discutir caminhos como desenhos...
A memória deixada por um povo antigo que vivia no deserto, e que marcou seu caminho sobre areia e pedra durante centenas de anos poderia ser interpretada como um desenho sobre a superfície do planeta. Já faz algum tempo que eu estou trabalhando com esses conceitos e usando um aparelho de GPS para "desenhar" os meus deslocamentos ao fazer projetos que envolvem a viajar e explorar novos lugares e fronteiras do país.
No Atacama, encontramos muitas construções de pedra chamadas "apacheta", que tem múltiplos significados, mas tem como definição mais comum ser “marcos para caminhos antigos” e tem um significado espiritual de proteção para pessoas que com elas cruzam, contribuindo com sua formação ao adicionar uma pedra à constituição.
“Apachetas” são pequenas e tímidas intervenções sobre a paisagem que também falam sobre escala. Por vezes, são usadas como réguas para medir distâncias. Então, o que você vê na foto é uma “apacheta” que eu mesmo fiz sobre o solo do deserto, e o mesmo local antes que eu fizesse minha intervenção.
21 placas de mármore gravadas em baixo relevo, desenho em grafite sobre PVC expandido e estrutura em vigas de pinus
impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel, fita para rotulador mecânico e paquímetros fixados sobre molduras de madeira.
A imagem da Serra da Mantiqueira apresenta ao longe os picos Prateleiras e Agulhas Negras, dois ícones da
paisagem do Parque Nacional do Itatiaia, na fronteira entre Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Sobre cada moldura, 10 paquímetros fazem uma leitura da linha do horizonte, transportando para fora da moldura o relevo do terreno.
impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel, alfinetes e 21 placas de cimento celular.
As imagens de uma montanha coberta com pedras e neve revelam a ação do tempo e dos ventos congelantes do Arquipélago de Svalbard, no Pólo Norte. Como um desabamento, o cenário lembra as ruínas daquilo que sobra quando o planeta é fortemente balançado.
O contraste entre a coluna e as imagens cria o diálogo entre o caos e a ordem, da linha do horizonte que é paisagem e da linha vertical - ação humana sobre o mundo.
ROCHAS COLETADAS NA MARGEM DO RIO URUGUAY E PARAFINA
II BIENAL DE MONTEVIDEO: 500 ANOS DE FUTURO - IGLESIA DE SAN FRANCISCO DE ASSIS - MONTEVIDEO - URUGUAI
II BIENAL DE MONTEVIDEO: 500 ANOS DE FUTURO - IGLESIA DE SAN FRANCISCO DE ASSIS - MONTEVIDEO - URUGUAI
148 PEDRAS DE GRANITO ROSA, FERRO, PARAFINA E GRAVAÇÃO EM LATÃO
FRESTAS - TRIENAL DE ARTES, SESC SOROCABA, SOROCABA, BRASIL. 2014-2015.
FRESTAS - TRIENAL DE ARTES, SESC SOROCABA, SOROCABA, BRASIL. 2014-2015.
CERÂMICA, GRAVAÇÃO A LASER EM COBRE, FIO DE COBRE E FERRO
INSTALAÇÃO - FERRO, ALUMÍNIO, DURATRANS, LEDS, ACRÍLICO, FIOS E COMPONENTES ELÉTRICOS
SOLO DO DESERTO DO ATACAMA, GRAVAÇÃO EM ALUMÍNIO E ACRÍLICO,FERRO E PARAFUSOS
GRAFITE SOBRE PVC EM ESTRUTURA DE FERRO
TINTA PIGMENTADA E COLAGEM COM MATERIAIS VARIADOS SOB PAPEL DE ARQUIVO, ALUMÍNIO, LASER, ACRÍLICO, FIAÇÃO E COMPONENTES ELÉTRICOS
FILME FOTOLITO, TABELA DE CÓDIGOS PANTONE® E ACRÍLICO
FILME FOTOLITO, TABELA DE CÓDIGOS PANTONE® E ACRÍLICO
FERRO, COMPUTADORES E MONITORES ANTIGOS, FIOS E COMPONENTES ELÉTRICOS E VÍDEO
2000 TAGS DE PAPEL ESCRITAS À MÃO, ALUMÍNIO, ESTANTES DE FERRO,
LÂMPADAS FLUORESCENTES, FIOS ELÉTRICOS, CAIXAS POLIONDAS E CARIMBOS SOBRE PAPEL
Convidado pelo Museu Paraense Emilio Goeldi, na Amazônia (Belém), para criar uma obra baseada a partir de sua coleção, convidei meu pai para trabalhar comigo já que ele é botânico. Juntos, fomos para a Amazônia para fazer uma pesquisa sobre as espécies vegetais e sobre o museu. A instalação Linnaeus faz uma ligação entre a história do museu, a minha própria história - trabalhando com meu pai e classificando as plantas, e Carolus Linnaeus - botânico sueco que fundou a sistemática da botânica e zoologia modernas.
A instalação consiste em caixas plásticas de arquivo vazias fazendo uma espécie de sala onde no centro se encontra uma tabela com mais de 2.000 cartões de classificação escritos a mão por meu pai com nomes de espécies de plantas amazônicas.